‘A T-LVT pode ajudar a acrescentar produto à oferta já existente’
A nova entidade de Turismo Lisboa e Vale do Tejo (T-LVT) absorveu directamente todos os funcionários afectos às extintas regiões de turismo da Costa Azul, Ribatejo e Templários bem como à ex-Junta de Turismo do Estoril. Já tinha alertado para a urgência de inverter esta realidade, adequando os meios humanos às necessidades reais. O… Continue reading ‘A T-LVT pode ajudar a acrescentar produto à oferta já existente’
Joana Barros
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A nova entidade de Turismo Lisboa e Vale do Tejo (T-LVT) absorveu directamente todos os funcionários afectos às extintas regiões de turismo da Costa Azul, Ribatejo e Templários bem como à ex-Junta de Turismo do Estoril. Já tinha alertado para a urgência de inverter esta realidade, adequando os meios humanos às necessidades reais. O que está a fazer a entidade regional neste sentido?
Temos falado com todas as pessoas no sentido de viabilizar soluções porque é indispensável que a T-LVT equilibre as suas necessidades funcionais com o que é efectivamente o seu domínio de competências, isto para fazer aquilo para que foi criada que é a promoção, e não para alimentar uma estrutura, que não acrescentaria nada ao País. Se fosse para alimentar uma estrutura não valia a pena terem sido criadas as novas entidades regionais, que existem para produzir outputs visíveis em função das suas competências.
Esta reestruturação vai implicar despedimentos?
É absolutamente essencial fazer reestruturação e adequar os recursos humanos às necessidades efectivas da nova entidade. Nós vamos procurar a todo o custo que não exista essa figura do despedimento porque temos consciência que somos um estrutura regional que vive essencialmente de fundos públicos, e não podemos ter essa leitura dissociada da génese desta entidade. Neste momento é pedido a todo o País e às entidades (e penso que com acréscimo de responsabilidade àquelas que vivem de fundos públicos), uma leitura muito atenta e solidária sobre o que se passa actualmente. Por isso é evidente que faremos de tudo para que não ocorram despedimentos, sendo que vamos tentar negociar com as estruturas já existentes a integração de algumas pessoas, essa é uma preocupação fundamental para nós.
O orçamento da T-LVT prevê um valor de 5.130.035€ sendo que 3.760.180€ resultam das verbas a receber do Turismo de Portugal. Que acções de contratualização a entidade propôs ao TP para o restante valor?
Do espaço geográfico da T-LVT fazem parte entidades que já existiam, como é o caso da Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e dois pólos: o do Oeste e o de Leiria/Fátima. É nesta complementariedade que temos de encontrar um modo de funcionamento. Sabemos que nem sempre é fácil complementar interesses e acções que já estão instaladas, temos que nos entender sobre esta matéria. A proposta que foi discutida e aprovada na direcção entregue ao TP em 90% dirige-se à promoção do mercado interno. É a nossa preocupção fundamental, ao fim ao cabo coadjuvando com o que são as preocupações do governo e também dos empresários deste sector.
Além da promoção turística, assumiu como prioridades a dinamização e gestão de produtos turísticos regionais e também o planeamento turístico. De que forma?
Queremos intervir em duas linhas distintas mas complementares entre si em termos de contratualização: uma é a gestão do destino Lisboa e Vale do Tejo e a outra é a gestão da promoção desse mesmo destino. Em termos de gestão do destino a primeira medida proposta é a do plano e gestão estratégica. Estamos a falar de uma área regional com características pré-existentes onde os desafios são diferentes e têm de ter uma atenção muito centrada na promoção da região e na captação de interesses para esta região. A verdade é que esta só se valorizará se houver complementariedades a partir de Lisboa e da região para Lisboa. Concretamente esta região é também muito importante ao nível da origem do turismo interno. O primeiro passo será ter um instrumento que, partindo de realidades e estudos já existentes, nos complemente este estudo/plano de gestão em termos regionais. Depois propomos também na gestão do destino a sinalização turística, que consideramos fundamental. Somos uma ERT e temos toda a legitimidade em termos de equadramento legislativo para desenvolver, à escala regional, uma sinalização turística que seja coerente e que tenha uma leitura apelativa e dirigida ao mercado. Uma outra questão fundamental, e que tem sido desafio do Turismo de Portugal, diz respeito aos postos de turismo. Por exemplo, temos hoje no Estoril um posto de turismo, mas é absolutamente fundamental que todos tenham uma leitura uniforme e universal do que é a oferta turística não só no espaço da região mas também do espaço nacional. Neste âmbito, propomo-nos adequar e trabalhar activamente para que os postos de turismo possam cumprir esta função proactiva.
Considera que o posto de turismo do Estoril tem agora o merecido tratamento?
Para todos os efeitos abandonámos as instalações da Junta de Turismo da Costa do Estoril que estavam sedeadas no Centro de Congressos do Estoril (CCE) para passarmos ao espaço da extinta entidade. Isto aconteceu depois de negociarmos informalmente com o presidente da Câmara Municipal de Cascais no sentido em que era absolutamente desnecessário mantermos custos de estrutura que são incomportáveis, por isso não faria sentido manter estas instalações arrendadas sem as ocuparmos e em paralelo estar a pagar uma renda ao CCE. Isto foi compreeendido, e bem, pelo presidente do município que tinha aqui uma exposição permanente e que arranjou uma forma de nos facilitar o espaço assim e proceder à sua recuperação. Para tal estabelecemos um protocolo com o município de Cascais que acorda a manutenção dos dois postos de turismo, o do Estoril e o do Cascais, propriedade do município.
Existirá a hipótese de o posto de turismo do Estoril sedear uma delegação tal como acontece com Tomar e Setúbal?
As delegações estão expressas nos estaututos o que não quer dizer que não se possam vir a criar outras em deliberação da assembleia-geral. Neste momento as delegações oficiais são a de Tomar e a de Setúbal. O Estoril não é uma delegação, é sim um posto de turismo, um espaço arrendado no qual pretendemos manter uma estrutura funcional durante este ano. Veremos como a T-LVT se vai adequar em função também do protocolo que vai ter de fazer com os vários municípios e do entrosamento que vai ter de fazer no espaço regional onde está inserida. Vamos ver como é que a partir do Estoril podemos dinamizar uma vertente que para nós é prioritária atendendo aos momentos difíceis que vivemos, ou seja, a promoção no mercado interno.
Face às competências da T-LVT, o mercado interno é prioritário. Quais são os desafios nesta matéria?
Os dados estatísticos dizem que os portugueses não fazem férias cá dentro porque o preço é elevado e porque a oferta não é suficientemente atractiva. Perante estes resultados tem de haver uma resposta por parte do sector.
O que defendo não são as baixas de preços mas antes os pacotes especiais dirigidos a períodos especiais e com oferta adicional. Penso que nesta matéria a ERT pode desempenhar um papel fundamental acrescentando produto à oferta que já é feita. Este é o País que temos e é seguramente o destino mais desejado de todos nós. Há razões acrescidas para que nos juntemos neste desafio porque a resposta não pode passar apenas pela promoção…
Quer dizer que a promoção vai basear-se sobretudo nos vários produtos da região?
Sabemos o que somos e não esquecemos as origens que nos valorizam enquanto entidade regional. As várias realidades que temos -Templários, Ribatejo, Costa Azul, Sintra, Mafra, Oeste, Lisboa – devem servir sempre para nos valorizar, mas independentemente disso, trata-se de identificar os recursos turísticos com valor na região que podem transformar-se em produtos. A nossa linha de conduta vai basear-se na complementariedade dos produtos turísticos da região.
Quais são os maiores desafios para a região?
Por exemplo, relativamente ao Turismo de Negócios, que é uma realidade estruturante não só para a capital mas também para toda a região, torna-se fundamental que Lisboa crie condições para absorver de forma eficaz este tipo de turismo, sendo que precisa urgentemente de um novo centro de congressos, assim como de hotéis de congressos, e também de avançar rapidamente para um novo porto de cruzeiros. A rentabilidade hoteleira de Lisboa é outro dos problemas da região que regista ainda um Revpar abaixo da média europeia. Actualmente vivemos tempos de resistência, e a hotelaria terá mesmo de resistir, com apoios dirigidos. Mas é difícil e até inconsciente fazer previsões seguras. Há um segmento na hotelaria que tem uma procura específica mais exigente e estão a ser feitos esforços interessantes, nomeadamente pela Câmara Municipal de Lisboa e pela ATL no Brasil, até porque é um mercado que tem uma procura significativa por Lisboa. Em termos de acessibilidade aérea, penso que é fundamental que o novo aeroporto na margem Sul consagre vias de acesso directas e rápidas a Lisboa, e é mesmo uma necessidade efectiva para nos posicionarmos competitivamente no futuro. Esta é uma matéria que já está suficientemente discutida e interiorizada. Também não acredito na necessidade de manter a Portela como um aeroporto low cost.
Por outro lado, Lisboa tem de ser uma região de circulação fácil (daí a importância da sinalização turística) e também segura, e onde a oferta seja constante e de qualidade.
Acredito que Lisboa tem tudo para ser apetecível em diversos segmentos porque tem potencialidades excelentes. Lisboa é a capital do fado, a cidade da descoberta, possui uma riqueza arquitectónica ímpar. Mas penso que a autenticidade do nosso povo é mesmo a grande mais-valia da nossa capital, é também o que mais nos valoriza e nos torna apetecíveis.