25 secretários de Estado de Turismo em 33 anos
Bernardo Trindade é o 25º secretário de Estado de Turismo desde que Portugal se abriu ao mundo, isto é, a partir de 1974. Desde essa altura, muitos foram os nomes […]

Norberto Gouveia
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Bernardo Trindade é o 25º secretário de Estado de Turismo desde que Portugal se abriu ao mundo, isto é, a partir de 1974. Desde essa altura, muitos foram os nomes que tutelaram uma das pastas governamentais mais importantes em termos económicos, se bem que alguns não o levem a sério.
As constantes mudanças dos responsáveis pelo turismo em Portugal verificam-se consoante a cor política de quem governa o país ou – como já se verificou – por mera “inadequação” ao cargo.
O melhor será relembrar estes governantes (25 secretários de Estado, um sub-secretário de Estado e um ministro) por ordem cronológica. Venha daí.
JOSÉ MARIZ FERNANDES, major do Movimento das Forças Armadas, foi o homem que, por via das circunstâncias, menos tempo esteve à frente da SET, precisamente 16 dias. José Mariz Fernandes foi o representante da Junta de Salvação Nacional na designada Secretaria de Estado de Informação e Turismo, mas não teve tempo para conhecer os cantos à casa.
RUI VILAR, hoje presidente do conselho de administração da Fundação Gulbenkian, foi o primeiro secretário do Comércio e Turismo. Integrou o I Governo Provisório, chefiado por Adelino da Palma Carlos, cujo ministro da Coordenação Económica era Vasco Vieira de Almeida.
JOSÉ VERA JARDIM substituiu Rui Vilar na Secretaria de Estado do Comércio Externo e Turismo, dado que o seu antecessor subiu a ministro do Comércio no II Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves, ainda em 1974. Além de advogado e deputado socialista, Vera Jardim é o Provedor do Cliente da APAVT.
ASDRÚBAL CALISTO, entretanto falecido, desempenhou, no III Governo Provisório, o cargo de sub-secretário de Estado de Turismo, respondendo perante Rui Vilar e Vera Jardim que se mantiveram no cargo até Março de 1975.
ARTUR ALVES CONDE, economista, foi o senhor que se seguiu, durante quatro meses e meio, no IV Governo Provisório, o último de Vasco Gonçalves, cujo ministro do Comércio Externo foi José Silva Lopes, hoje administrador do Montepio. Antes de exercer a pasta do Turismo, Artur Alves Conde foi um dos secretários de Estado que trabalhou com Rui Vilar no II Governo Provisório.
ALFREDO ESTEVES BELO apenas esteve 17 dias à frente dos destinos da Secretaria de Estado, cujo ministro do Comércio Externo foi Domingos Lopes. Também desempenhou idêntico cargo, mas na pasta da Agricultura na vigência do III Governo.
ÁLVARO BISSAYA BARRETO, o eterno ministro, também esteve na Secretaria do Comércio Externo, no Governo chefiado por Pinheiro de Azevedo, nos meses que se seguiram ao chamado “Verão quente”. Jorge Campinos, que já morreu, foi o ministro da tutela. Além de “eterno ministro” (esteve em quase todos os governos liderados pelos social-democratas, inclusive no de Santana Lopes), Álvaro Barreto entrou na reforma e divide o seu tempo entre a Quinta da Marinha e a sua casa na Lapa, continuando a ser um bom praticante de golfe.
LUÍS FILIPE MADEIRA iniciou a sua actividade governativa em 12 de Fevereiro de 1976 como sub-secretário de Estado do Turismo, acabando por substituir Álvaro Barreto, quando este assumiu o cargo de ministro do Comércio e Turismo no I Governo Constitucional, chefiado por Mário Soares. Luís Filipe Madeira, advogado influente junto de investidores estrangeiros e empresário no Algarve, só abandonou o Executivo em 23 de Janeiro de 1978.
BALTAZAR GONÇALVES, advogado madeirense, exerceu durante seis meses o cargo de secretário de Estado do Governo de coligação PS/CDS, no qual Basílio Horta (actual presidente da AICEP), tutelava o Ministério do Comércio e Turismo. Antes de entrar no Executivo, Baltazar Gonçalves liderava os centristas na capital madeirense e estava ligado à administração da empresa Investimentos Turísticos da Madeira, na altura proprietária do Casino do Funchal.
JOÃO PADRÃO, já falecido, foi o senhor que se seguiu, durante dois meses e meio, “respondendo” perante o ministro Pedro Pires de Miranda e o primeiro ministro Alfredo Nobre da Costa.
LICÍNIO CUNHA abandonou a presidência da Junta de Turismo da Costa do Sol (hoje Estoril) para iniciar no IV Governo Constitucional, liderado por Mota Pinto (Abel Repolho Correia, foi o ministro do Comércio e Turismo) as suas actividades executivas. Por quatro vezes esteve no Governo. Com Mota Pinto, com Maria de Lourdes Pintassilgo (o ministro foi Acácio Pereira Magro) e, por duas ocasiões, com Cavaco Silva, de que falaremos mais à frente.
ALBERTO REGUEIRA integrou o Governo de Sá Carneiro em 1980 e teve como ministro da tutela, Basílio Horta. Foi presidente da COSEC. Depois do Turismo, exerceu cargo idêntico no Planeamento.
ALCINO CARDOSO esteve apenas oito meses à frente dos destinos do turismo em Portugal. Fez parte do primeiro Governo de Pinto Balsemão e teve como ministro da tutela Alexandre Vaz Pinto. Antes do Turismo desempenhou o cargo de secretário de Estado do Comércio e Indústria Agrícola do II Governo Constitucional (coligação PS/CDS). Quadro da banca (ex-BPSM) e marchante de arte, Alcino Cardoso continua a viver na região do Porto e a praticar golfe no campo da Estela, na Póvoa.
LUÍS NANDIN DE CARVALHO foi um dos dois secretários de Estado do Turismo que dependia directamente do primeiro-ministro, no caso Pinto Balsemão. Advogado, consultor de empresas e grão-mestre de uma loja maçónica, é um apaixonado pelo campismo e caravanismo, sendo empresário do sector num parque na região do Oeste, localizado entre a Lourinhã e Peniche.
JOAQUIM FERREIRA DO AMARAL foi secretário de Estado de Turismo no Governo do Bloco Central, liderado por Mário Soares, sendo ministro da tutela o seu amigo Álvaro Barreto, que viria a substituir ainda nesse Executivo. Gestor público (onde deu mais nas vistas foi à frente dos destinos da Galp), actual presidente do conselho de administração da Lusoponte e um grande investigador de cartografia histórica.
JOSÉ RODRIGUES FERRAZ substituiu Ferreira do Amaral, quando este subiu a ministro do Comércio e Turismo (1984/85). Esteve ligado à banca e foi professor de gestão e marketing.
LICÍNIO CUNHA regressou ao Governo, com Aníbal Cavaco Silva. No primeiro Executivo do actual Presidente da República (entre 1983/1985) “respondia” directamente ao primeiro-ministro, mas depois teve como responsável máximo no ministério Joaquim Ferreira do Amaral. Quadro da banca (reformado), Licínio Cunha é professor catedrático convidado para dirigir o departamento de turismo da ULHT e possui vários livros sobre o desenvolvimento do turismo.
ALFREDO CÉSAR TORRES, já falecido, substituiu Licínio Cunha no XI Governo Constitucional (de Cavaco Silva). Antiga glória do desporto automóvel, César Torres foi o impulsionador do Rali de Portugal/TAP e trouxe a Fórmula 1 ao Estoril, presidente do ACP e ocupou os mais altos cargos do automobilismo a nível mundial. Antes da SET, desempenhou o cargo de Presidente da Junta de Turismo da Costa do Estoril, entre 1982 e 1990.
ALEXANDRE RELVAS, agora conhecido como “o Mourinho” de Cavaco Silva, trabalhou com ele e com Faria de Oliveira no XII Governo (1991/95). Vice-presidente da Logoplaste, foi, através da sua empresa, candidato à privatização das Pousadas de Portugal e parece querer alargar os horizontes turísticos no Brasil. Enquanto isso, continua apostado na produção vitivinícola da Herdade de São Miguel, no Redondo.
ISMAEL RIBEIRO DA CUNHA foi o senhor que se seguiu apenas por alguns meses. Advogado, foi consultor da DGT, presidente do Instituto de Promoção Turística, administrador da Lusotur/Vilamoura e colaborador do “Publituris”.
JAIME ANDRÉZ exerceu o cargo, igualmente por poucos meses. Gestor público, foi administrador do IAPMEI e mais recentemente presidente do Instituto da Propriedade Industrial (marcas e patentes)
VICTOR CABRITA NETO foi dos mais duradouros secretários de Estado do Turismo. Exerceu o cargo durante os dois Governos de António Guterres (entre 1995/99), tendo como ministros da tutela Joaquim Pina Moura e Luís Braga da Cruz. Este empresário da hotelaria e distribuição no Algarve foi deputado e é presidente da NERA de Faro e presidente da comissão organizadora da BTL.
PEDRO DE ALMEIDA, depois de exercer a presidência da Enatur, “saltou” para a SET, substituindo Victor Neto durante pouco tempo. Actualmente, é assessor da Presidência da República.
LUÍS CORREIA DA SILVA esteve sempre ligado ao sector turístico, quer antes quer depois de assumir a pasta do Turismo no XV Governo Constitucional chefiado por Durão Barroso. Presentemente é administrador da SIAP, empresa que gere o projecto turístico do Parque Alqueva, do grupo Roquette.
TELMO CORREIA foi, durante poucos meses, o único ministro do Turismo português. Integrou o Executivo de Pedro Santana Lopes e, além de advogado, é deputado centrista.
CARLOS MARTINS esteve no Governo durante o mesmo tempo que Telmo Correia, pois foi seu secretário de Estado Adjunto e com a particularidade de estar sediado no Algarve, de onde é natural. Quadro regional do PSD, exerceu diversos cargos políticos ao longo da sua vida e, após as suas funções governamentais, esteve ligado ao grupo madeirense SIRAM, de onde saiu recentemente para assumir as funções de director-geral e de delegado da administração do grupo espanhol Sol Mélia na Madeira.
BERNARDO TRINDADE é o actual responsável pelo sector, fazendo parte da equipa que trabalha com Manuel Pinho, no Ministério da Economia. Filho de António Trindade, o carismático líder socialista (na reserva) da Madeira e grande empresário hoteleiro, dominando, inclusive, o grupo Porto Bay.