Sol & Praia? Portugal tem muito mais para oferecer, referem especialistas na “Visit Portugal Conference 2024”
A 2.ª edição da conferência “Visit Portugal Conference”, organizada pelo Turismo de Portugal, serviu para explorar as mais recentes tendências do turismo global, descobrir as novidades sobre alguns mercados internacionais, segmentos no turismo, mas também sobre a perceção que os mercados emissores possuem sobre Portugal. Uma coisa ficou certa: Portugal tem muito, mas mesmo muito para oferecer ao turista internacional.

Victor Jorge
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Pelo segundo ano, o Turismo de Portugal organizou a “Visit Portugal Conference”, desta vez para com o propósito de entregar valor e informação útil às empresas do setor, beneficiando do conhecimento in loco das equipas de turismo nos mercados externos, foram vários os especialistas que deixaram a sua opinião sobre o que está a acontecer, mas fundamental, quais as tendências no turismo global.
Dirk Herber, Global Head of Thought-Leadership da Dentsu, as 12 tendências que irão moldar o turismo do future. Assim, para o responsável da Dentsu, sustentabilidade, inclusão, ativismo universal, a economia dos mais idosos, o “bleisure”, as mulheres, o equilíbrio entre o ‘overtourism’ e o ‘undertourism’, o turismo virtual, a relação com as marcas, novas tribos, os guardiões digitais e o conteúdo imersivo, irão estar no centro do que será o turismo no futuro.
Para Dirk Herbert há que ter em atenção que, em 2030, o mundo terá 8,5 mil milhões de habitantes, sendo que as regiões com maior crescimento populacional estarão na África Subsariana, Sudeste asiático e Médio Oriente. Além disso, há que notar que, em 2030, existirão mais de mil milhões de pessoas com mais de 65 anos de idade, o equivalente a 12% da população mundial e que a classe média será constituída por cerca de 5,3 mil milhões de pessoas. Para finalizar, a última chamada de atenção quanto à questão populacional, é que, em 2030, será mais de cinco mil milhões as pessoas a viver em cidades.
Por isso, questões como as alterações climáticas, a maior transferência de riqueza na história da humanidade, bem como a evolução e poder da Inteligência Artificial farão parte do “novo normal”.
Todas estas questões terão de ser tidas em conta pelo universo do turismo a nível global, referindo Dirk Herbert que, “quem as assumir mais rapidamente e se adaptar a esta transformação, mais capacidade de resposta e melhor posicionado estará para responder às exigências dos turistas”.
Já Lapo Elkann, diretor Criativa da Italia Independent, profissional que passou por algumas das mais icónicas marcas italianas, salientou que “o que falta a Portugal é massa critica e um trabalho em conjunto”. Dando o exemplo de produtos que cumprem os mais altos standards de qualidade mundial – vinho, gastronomia, cortiça, têxtil, entre outros – Elkann frisou que, “agora é preciso trabalhar em conjunto para o bem de todos, ou seja, de Portugal e criar marcas fortes que consigam transmitir a qualidade que o vosso país tem para oferecer ao mundo”.
De resto, o vinho e a gastronomia estiveram em foco nesta conferência do Turismo de Portugal onde se destacou, de facto, a importância que estes segmentos poderão e deverão ter na afirmação a nível global.
Mas também o Turismo Literário e a ligação de Portugal com o mar e a natureza foram referenciados como produtos e segmentos onde Portugal deve apostar para se afirmar num mundo turístico cada vez mais concorrencial e competitivo.
Sheree Mitchell, presidente da Immersa Global, frisou que “Portugal terá de ter cuidado quando refere uma oferta de luxo. Quando se posiciona num mercado como os EUA, por exemplo, a noção de luxo é completamente diferente e poderá levar o consumidor ao engano”. Por isso, segundo Sheree Mitchell, “é melhor apostar e promover a qualidade e o serviço do que está a colocar tudo no mesmo saco do luxo”. Até porque, segundo a mesma, “muitas vezes palavra luxo “até poderá afastar muitas pessoas, já que julgam, à partida, que se trata de algo inatingível. Mas todos gostam de qualidade e de um serviço de excelência”.
Da Alemanha, por exemplo, veio a sugestão da autenticidade e de “quererem mais do que podem suportar”, uma vez que, na opinião de Oliver Zahn, Chairman do DRV Outbound Tourism Committee, “isso poderá subverter tudo o que até agora foi conquistado por Portugal”.
Porque, no final, ficou a certeza: Portugal tem muito mais para oferecer do que Sol & Praia.