Novo recorde de turistas na Antártida faz soar alarme sobre riscos para a biodiversidade e o ambiente
O alerta foi deixado por Claire Christian, diretora da Antartic and Southern Ocean Coalition, que reúne organizações não governamentais a favor da conservação da região, em declarações à BBC, isto porque dezenas de milhares de turistas chegam ao continente branco nesta época, o que suscita preocupações quanto ao impacto ambiental

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A época de 2023/2024 estabelecerá um novo recorde de chegadas de turistas à Antártida. Estima-se que cerca de 100 mil pessoas poderão desembarcar na região entre outubro de 2023 e março de 2024, ou seja, mais 40% do que o recorde anterior.
“Este número fez soar o alarme”, disse à BBC Claire Christian, diretora da Antartic and Southern Ocean Coalition, que reúne organizações não governamentais a favor da conservação da Antártida, acrescentando que “estamos agora a ver a urgência de gerir adequadamente esta indústria e o seu efeito num ambiente muito frágil e em rápida mutação”.
Entretanto, de acordo com notícia publicada no tempo.pt, existem 200 pontos na Antártida que recebem turismo, mas apenas 30 são os mais visitados. A maioria desses 30 destinos está localizada no arquipélago das Ilhas Shetland do Sul e no Estreito de Gerlache, a noroeste da Península Antártica.
A notícia destaca que os visitantes chegam maioritariamente em navios de cruzeiro com um preço base de cerca de 10.000 dólares. As atividades oferecidas incluem caminhadas, observação da vida selvagem, visitas às instalações científicas, passeios de barco, caiaque, campismo, escalada, mergulho, snorkelling e até paddle surf.
No entanto, os operadores turísticos para a Antártida, agrupados na Associação Internacional das Operadoras de Turismo Antártico (IAATO), que conta atualmente com 95 navios na sua lista, argumentam que a conservação da Antártida faz parte da sua missão. A oportunidade de educar e inspirar “é fundamental para salvar os lugares selvagens e deslumbrantes que visitamos”, disse Hayley Peacock-Gower, diretora de marketing da empresa Aurora Expeditions, à BBC.
Mesmo assim, grupos ambientalistas estão preocupados com a adequação da regulamentação existente face a um fluxo cada vez maior de turistas e salientam uma série de riscos. Mais preocupante é a pegada de carbono. Estudos demonstraram que, na Península Antártica, a neve tem uma maior concentração de carbono negro proveniente dos gases de escape dos navios, e que um turista emite na região 3,76 toneladas de carbono, o que equivale às emissões de uma pessoa durante um ano inteiro.