Muito longe do excesso: Carlos Moedas diz que Lisboa deve continuar a apostar no turismo, sobretudo de qualidade
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, afirmou que a cidade está “muito longe do excesso de turismo” realçando que “não estamos aos níveis de Veneza ou Barcelona”, por isso, “devemos continuar a apostar no turismo, sobretudo no de qualidade”.
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Em entrevista à Bloomberg, o autarca garantiu que Lisboa deve registar um número recorde de pernoitas em 2023: 19 milhões, mais 12% do verificado em 2019. Considerando que a capital portuguesa está entre as cidades com as recuperações mais fortes desde a pandemia da Covid-19, o presidente da autarquia de Lisboa destaca que é “uma recuperação absolutamente extraordinária”, para lembrar que o turismo representa 20% da economia da cidade e, sublinhar que “Turismo é emprego”, havendo espaço para crescer.
Além do crescimento de turistas americanos, impulsionado pelo aumento do número de voos diretos entre Lisboa e os EUA, Carlos Moedas está convicto que a capital também vai beneficiar com a Jornada Mundial da Juventude, que decorre até domingo. “O efeito da chegada das pessoas atrairá muitas outras que virão depois”, referiu o autarca.
Lisboa recebe diariamente entre 30 e 40 mil turistas, sendo que há potencial de crescimento. “Acho que estamos muito longe do excesso de turismo. Não estamos aos níveis de Veneza ou Barcelona. Devemos continuar a apostar no turismo, sobretudo no de qualidade”, frisou Carlos Moedas, que pensa aumentar a taxa de turismo, atualmente de 2 euros por noite.
Sobre este tema, referiu que “os estrangeiros poderiam pagar um pouco mais e com isso teríamos uma cidade mais limpa. E os lisboetas veriam o turismo como algo positivo: há receitas que vêm do turismo para limpar mais a cidade”.
Segundo Carlos Moedas, a Lisboa e a Portugal falta dar o salto de cidade ou país de startups para empresas “com grande crescimento” que se tornam “grandes empresas” – enquanto Portugal investiu em encontrar startups durante muitos anos que é preciso investir em scale-ups, naquelas empresas que estão a ter “alto crescimento”.
“Mais do que uma competição entre países, é uma competição entre cidades”, referiu. “Lisboa tem de se posicionar nesta competição de talentos entre cidades. Quem conseguir atrair mais talentos, terá melhor crescimento e mais produtividade, disso não há dúvida.”