Turismo analisou em Bruxelas formas de facilitar o acesso das pessoas à Europa
A cimeira “Destination Europe” juntou em Bruxelas o comissário Thierry Breton e vários dos principais atores do setor para debater o futuro do turismo no continente mais visitado do mundo. Um dos principais temas desta cimeira foi a forma de facilitar o acesso das pessoas à Europa.
Publituris
Açores já ostentam Certificação Ouro como Destino Sustentável
Espanha recebe 74 milhões de turistas internacionais até setembro
Turismo do Algarve com agenda de promoção repleta em novembro
Nortravel disponibiliza já cinco circuitos na Europa 2025
Turismo cresce em setembro à custa dos não residentes
MSC Cruzeiros com grande variedade de Grand Voyages para este inverno
Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde forma também jovens guineenses e são-tomenses
EXPLORA I e EXPLORA II voltam às Caraíbas na temporada de inverno
TUI Portugal lança pela primeira vez catálogo “Noivos 2025”
Centro de Portugal quer ser referência nacional no ecoturismo
Com a chegada da época de verão, e com a Europa a ficar mais movimentada desde a pandemia, a cimeira discutiu a forma de tornar o setor mais resiliente no futuro. O encontro teve oportunidade de analisar o que está em jogo para a setor na Europa, reunindo deputados europeus, com a indústria e com o comissário da UE responsável pelo mercado interno e pelo turismo, Thierry Breton, noticia a Euronews.
Melhorar a conectividade, resolver a escassez de mão-de-obra e acelerar a implementação dos novos sistemas de vistos digitais da União Europeia para tornar as viagens mais fáceis, foram as principais exigências dos especialistas.
O continente continua a ocupar o primeiro lugar no turismo mundial, apesar de três anos de choques, incluindo uma pandemia e, mais recentemente, a guerra na Ucrânia. “Somos o primeiro destino global de turismo do mundo, mas é óbvio que esta guerra está a mudar muitas coisas. Quando Vladimir Putin decidiu lançar esta terrível agressão contra a Ucrânia, tivemos de reagir e foi o que fizemos”, disse Thierry Breton, citado pela cadeia televisiva europeia.
Por sua vez, Jorge Casal, vice-presidente para os novos mercados e assuntos públicos da Global Blue destacou que “temos de ter em conta que os países de todo o mundo estão a investir muito dinheiro em infraestruturas, estão a simplificar os procedimentos para os vistos e é evidente que quanto mais fáceis e sem descontinuidades forem os processos para alguém visitar um país, melhor, mas para conseguirmos uma recuperação total da indústria do turismo, estas medidas têm de ser postas em prática o mais rapidamente possível.”
Luís Araújo, ex-presidente do Turismo de Portugal, sublinhou, conforme adianta a Euronews, que “se não resolvermos estas situações, que têm a ver com a conectividade aérea, com a facilidade de acesso à nossa experiência, com a facilidade de reserva de qualquer uma das nossas experiências na Europa, então nunca seremos competitivos e perderemos para outros destinos. Perderemos para a América, perderemos para a Ásia, perderemos para África e para a América do Sul”.
Apesar dos ventos contrários significativos que o setor das viagens enfrenta, o otimismo em relação às perspetivas futuras continua elevado. Na sequência de um ano de 2022 em cheio, a procura de férias continua a ser forte, mesmo face ao aumento dos custos. Neste sentido, Glenn Fogel, diretor executivo da Booking, apontou que “há uma recuperação tremenda e estamos todos satisfeitos com o que aconteceu, mas ainda não chegámos ao ponto que queremos”.
Segundo a estação de televisão, para além da recuperação pós-pandémica, outro tema fundamental que esteve no topo das preocupações foi como reconstruir de forma mais sustentável – algo que os consumidores também parecem querer cada vez mais.
Feria Kazemi, diretora de relações com o setor das viagens para a Europa, Médio Oriente e África da Google disse, a este propósito que “o que estamos a assistir é um pequeno despertar ambiental dos viajantes a nível global. O que vimos nos últimos 12 meses, em comparação com os 12 meses anteriores, é que as pesquisas na web por viagens sustentáveis aumentaram 36% de um ano para o outro”.
A melhoria do transporte ferroviário transfronteiriço como alternativa ao transporte aéreo é cada vez mais vista como uma forma de ajudar os países a melhorar a conectividade de uma forma sustentável. Assim, Björn Bender, presidente e diretor executivo da Rail Europe, sublinhou que “vejo uma enorme oportunidade para os comboios noturnos na Europa, especificamente quando estamos a falar de ligações de entre 800 e 1500 quilómetros. Isso dar-nos-á uma nova alternativa para viajar na Europa”.
Os peritos da indústria também debateram o impacto da transição ecológica da União Europeia no setor. O comissário Breton afirmou que só há uma direção a seguir: “Temos de tornar-nos mais ecológicos e, ao mesmo tempo, alcançar os objetivos ambiciosos e permanecer competitivos. Não há outras opções. Mas também não é restringindo o nosso movimento ou o nosso consumo que atingimos os objetivos ecológicos. É graças à inovação, graças à tecnologia, graças à ciência que o vamos fazer”, disse Thierry Breton citado pela Euronews.