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Consultia identifica prioridades dos passageiros em viagens de negócios

Autonomia, variedade de alternativas, flexibilidade, sustentabilidade e personalização das viagens são as cinco principais preocupações do atual passageiro corporativo, revela a Consultia Business Travel.

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Consultia identifica prioridades dos passageiros em viagens de negócios

Autonomia, variedade de alternativas, flexibilidade, sustentabilidade e personalização das viagens são as cinco principais preocupações do atual passageiro corporativo, revela a Consultia Business Travel.

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A Consultia Business Travel, empresa que atua no mercado da gestão integral de viagens de negócios (Travel Management Company), com escritórios em Espanha e Portugal, identificou as atuais prioridades dos passageiros durante as viagens corporativas. Preocupação com o meio ambiente, autonomia, flexibilidade e propostas personalizadas são tendências que ganham maior presença nas empresas.

O relatório avança que o novo panorama empresarial está a mudar e, consequentemente, os colaboradores que viajam também têm novas preocupações durante o planeamento das viagens de negócios. Este cenário veio transformar a forma como as empresas gerem as viagens corporativas e a forma como querem viajar, em que o bem-estar do passageiro é um dos principais fatores, sendo que a digitalização surge como solução, ao proporcionar ferramentas eficazes em satisfazer as novas necessidades de cada passageiro.

Com a implementação do trabalho em formato híbrido nas organizações foi atribuída uma maior autonomia aos colaboradores que, agora, não a querem perder. E, por isso, são cada vez mais os passageiros que necessitam de um serviço personalizado, ou seja, adaptado às suas preferências e que lhes confira flexibilidade e autonomia, quer nas suas tarefas diárias, quer na gestão das suas viagens.

A Consultia lembra que o último relatório da Global Business Travel Association prevê que este ano 75% das empresas vão viajar mais, em comparação ao ano passado e que os passageiros exigem uma melhor experiência durante a viagem onde a flexibilidade, personalização e segurança são as principais preocupações.

Com a chegada da Geração Z e dos Millennials, motivadas pela tecnologia e apreço pelo mundo global, com o forte compromisso para com o meio ambiente e com a intenção de tornar as organizações cada vez mais conscientes do impacto zero, a sustentabilidade e a implementação de políticas ambientais são cada vez mais comuns, o que se reflete no aumento da duração das viagens de negócios e na organização de forma a cumprirem vários objetivos na mesma viagem. As organizações assumem, assim, cada vez mais uma postura e consciência sustentável, através da procura de eficiência de forma a rentabilizar as viagens de avião, refletindo-se no aumento na duração das viagens de negócios e, assim, os viajantes têm a oportunidade de permanecer num destino por um período mais longo, com a intenção de concretizar vários objetivos e realizar algumas atividades de lazer.

Este alargamento do período de viagem dá a oportunidade de os passageiros realizarem viagens Bleisure, isto é, viagens mistas que combinam lazer com negócios ao proporcionar vantagens aos colaboradores da empresa e, assim, promover a retenção de talento.

Cada passageiro é diferente com objetivos e intenções diferenciadas e para conseguir alcançar uma experiência de viagem confortável de acordo com as suas preferências, exigem uma maior variedade de alternativas personalizadas que se adaptem a cada passageiro, de forma que este possa selecionar e eleger viagens de acordo com os seus gostos. Neste caso, a digitalização tem um papel importante, de acordo com o relatório, pois permite oferecer ferramentas para que os viajantes, que estão habituados a decidir, não se sintam limitados, oferecendo mais alternativas para as suas viagens.

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Dubai ultrapassa número de visitantes portugueses pré-pandemia no 1.º semestre

O Dubai recebeu 8,55 milhões de visitantes internacionais até junho, número que representa um aumento de 20% face ao ano passado e que, segundo o Departamento de Economia e Turismo do Dubai (DET), foi impulsionado pela “forte recuperação” de todos os mercados, incluindo Portugal, que cresceu 6%.

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O Dubai recebeu, no primeiro semestre de 2023, 8,55 milhões de visitantes internacionais, número que representa um aumento de 20% face ao ano passado e que, segundo o Departamento de Economia e Turismo do Dubai (DET), foi impulsionado por “uma forte recuperação em todos os mercados, incluindo Portugal, que registou um crescimento de 6% no número de visitantes”, face a 2019.

Segundo o DET, em 2019, o Dubai tinha recebido um total de 8,36 milhões de visitantes internacionais, pelo que, nos primeiro seis meses de 2023, já ultrapassou o total de visitantes estrangeiros do período pré-pandemia.

“O Dubai está a celebrar um primeiro semestre bem-sucedido em 2023, após receber um recorde de 8,55 milhões de visitantes internacionais. Este aumento no número de visitantes destaca o contínuo ressurgimento da indústria do turismo em Dubai após os desafios causados pela pandemia global”, congratula-se o DET, num comunicado enviado à imprensa esta terça-feira, 29 de agosto.

O DET considera ainda que o “emirado está bem posicionado para continuar a atrair visitantes de todo o mundo e tornar-se o destino mais visitado do mundo”, uma vez que conta com uma “forte economia, infraestruturas de classe mundial e atrações únicas”.

“O crescimento anual de visitantes de 20% contribui para alcançar a meta da Agenda Económica de Dubai 2033, lançada pelo Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos e Governante de Dubai, para consolidar o estatuto do emirado como uma das três principais cidades do mundo”, acrescenta ainda o DET.

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Azores Airlines passa a ligar Lisboa e a Terceira diariamente a partir de outubro

Os voos diários entre Lisboa e a Terceira arrancam a 29 de setembro e representam um aumento de duas ligações aéreas por semana face à oferta da Azores Airlines em igual período do ano passado.

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A Azores Airlines vai reforçar a oferta para a ilha Terceira, nos Açores, a partir de outubro, passando a voar diariamente entre Lisboa e a Terceira, informou a companhia aérea do Grupo SATA.

O reforço entra em vigor a 29 de outubro e vem aumentar significativamente a oferta que a Azores Airlines disponibiliza atualmente na Terceira, de onde já disponibiliza dois voos por semana para o Porto, enquanto, durante o inverno, vai passar a oferece um voo semanal entre a Terceira e Boston, nos EUA.

“Este reforço de ligação ao Continente corresponde a um acréscimo de duas ligações semanais face ao período homólogo de 2022”, destaca a Azores Airlines, indicando que as partidas da capital decorrem pelas 16h15, chegando o voo à Terceira às 17h55.

Em sentido contrário, os voos da Azores Airlines entre a Terceira e Lisboa têm partida da ilha açoriana às 18h55, chegando à capital portuguesa às 22h15, sempre em horas locais.

Às ligações entre Lisboa e a Terceira, juntam-se ainda os voos da Azores Airlines entre a Terceira e o Porto, que têm lugar duas vezes por semana, designadamente, às quintas e domingos, com partidas do Porto às12h40 e chegada à ilha Terceira às 14h20. Em sentido contrário, a partida da Ilha Terceira decorre pelas 15h10 e a chegada ao Porto é às 18h35, também em horários locais.

No inverno, a Azores Airlines vai continuar a operar entre a Ilha Terceira (Aeroporto das Lajes) e a cidade de Boston (Aeroporto de Logan, Boston, EUA), com uma frequência semanal, todas as segundas-feiras, cujas partidas de Boston decorrem às 21h15 e a chegada à ilha Terceira está prevista para as 06h10 do dia seguinte. No sentido inverso, a partida da Ilha Terceira faz-se pelas às 17h55 e a chegada a Boston é às 20h05, igualmente em horas locais.

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Samaná: um destino “rulay”

Quando se viaja até à República Dominicana, Samaná não será o primeiro destino que nos vem à mente ou que nos é sugerido. Mas isso pertence ao passado e a viagem que o jornal PUBLITURIS teve oportunidade de realizar, a convite do operador turístico Soltour, confirmou isso mesmo. Um destino para, de facto, nos sentirmos “rulay”.

Victor Jorge

A distância de mais de 6.100 quilómetros e as cerca de oito horas de voo (direto) fizeram com que mil e umas imagens invadissem o pensamento antes sequer entrar no A350-900 da World2Fly que me levaria da capital portuguesa até Samaná, província localizada no norte litoral da baía de Samaná, na República Dominicana, e que em conversas entre amigos, nunca ninguém tinha indicado como destino para umas férias. Por um lado, ainda bem, já que a narrativa sobre outro destino localizado no segundo maior país do Caribe, com os seus mais de 48 mil quilómetros quadrados, poderia distorcer a realidade que iriamos encontrar.

À partida do Aeroporto Humberto Delgado, a informação fornecida pelo operador turístico Soltour não foi muita, até porque a máxima, desde a primeira hora, sempre foi: “descubram Samaná”.

E lá fomos, dois jornalistas mais um escritor, em conjunto com as respetivas acompanhantes, num voo que, apesar de longo (já disse que são cerca de oito horas), se faz muito bem, com um alto grau de conforto, com muito entretenimento e com direto ao package total a bordo de uma das mais avançadas aeronaves saídas da Airbus.

Das praias, aos charutos, à baleias e parque de aventuras
A chegada deu-se por volta das 19h30, no Aeroporto Internacional de El Catey, onde já estavam à nossa espera, com um autocarro pronto para seguir viagem até ao Hotel Bahia Principe Grand Portillo, um resort de 5 estrelas, localizado, claro, na Playa Portillo.

Desta primeira viagem, pouco há a narrar, já que feita já de noite e a única coisa que se conseguia perceber é que estávamos a percorrer estradas rodeados de muita (mesmo muita) vegetação e curvas que pareciam nunca mais acabar.

Na manhã seguinte, foi possível ficar a saber um pouco mais sobre Samaná, com ajuda de Teresa Arizti, Chief Marketing Officer (CMO) do operador turístico Soltour, e Angel Pichardo, um dos responsáveis do MiTur da República Dominicana, ou seja, do Ministério do Turismo do país.

Nas palavras de Pichardo, “Samaná é o Caribe que se vive”, já que segundo o mesmo, esta província tem mais para oferecer do que “Sol e Praia”. “Samaná tem uma série de experiências que devem ser vividas e que enriquecem não só a estadia de quem nos visita, mas também dá a conhecer a vasta cultura, história e tradições que ainda perduram, para além da natureza e produtos da terra que é possível apreciar e degustar”.

Feitas as apresentações oficiais, a primeira visita foi realizada ao resort que nos hospedou durante três dias – Hotel Bahia Principe Grand Portillo, pertencente ao universo do grupo Piñero, detentor da Soltour – resort com tudo incluído, com um total de 606 quartos, numa área bastante grande e onde “imperam” três piscinas, sete restaurantes, mais sete bares, com spa e parque aquático para crianças e, claro, “literalmente em cima da praia”.

Claramente, trata-se de uma unidade que necessita de um refresh e, pelo que nos foi confirmado, este está programado para breve, já que os quartos ainda denotam alguma antiguidade, mas que é compensada pela simpatia, hospitalidade e praia que, como se costuma dizer, quase que nos entra pelo quarto.

Almoçados, seguimos viagem para a Playa Bonita. Escusado será dizer a maravilha de praia, areia e água que nos aguardava e que nos leva a pensar, naturalmente, “isto é o paraíso”. A viagem, como foi possível confirmar, deu-se pelas montanhas desta parte da ilha, sempre com muito verde em todo o nosso redor, sendo possível verificar e confirmar que conduzir motociclos por estas terras é algo que se faz (quase) de olhos fechados, tal o número de velocípedes não com uma, nem com duas, mas às vezes com três e quatro pessoas em cima do mesmo meio de transporte. Aliás, os motociclos são considerados uma forma de empreendedorismo entre os jovens e que funcionam (quase) como táxis para a população de deslocar.

No final do dia e antes mesmo de jantar, uma breve paragem para ver o que é um pôr do sol dominicano e que, claro, com a dose certa de uma bebida e com uma certa dose de conversa fez, a quem por ali estava, querer ficar mais e mais tempo.

No dia seguinte, houve o banho de realidade, ou seja, o contacto com a comunidade de Samaná. Num país onde o turismo é a principal atividade económica, seguida da agricultura, pesca e tabaco, a primeira paragem foi na fábrica de charutos Las Ballenas.

Aqui, Roel Vosters, presidente da empresa, explicou os diversos processos de fabrico dos produtos que saem destas instalações (a empresa possui mais três) e onde tudo é feito manualmente. “Somos, atualmente, um dos principais produtores de charutos de qualidade”, salienta Vosters, frisando que o mesmo produto saído da ilha de Cuba “já não é a mesma coisa em termos de qualidade, embora a fama esteja lá toda”.

Claro que não se visita uma fábrica de charutos sem se fumar uma das “preciosidades” que ali são produzidas, havendo a escolha entre diversos tamanhos, espessuras, sabores e tipos de tabaco.

Dali a distância para a fábrica de óleo de coco não foi mais de 10 quilómetros para visitar a Cooperativa de Mulheres onde o nosso guia, Wilfredo Kelly, um dos mais conceituados e experientes guias do país, nos explicou a importância deste tipo de atividade para a economia local, para as pessoas que vivem nestes locais e principalmente para as mulheres que têm aqui um meio de subsistência.

O dia de contacto com a comunidade local não podia ficar fechado sem, claro, uma visita ao mercado de Santa Bárbara de Samaná. Aqui é possível encontrar tudo o que estas terras produzem, bem como carne e peixe e onde somos confrontados com os odores que exalam por todos os lados.

Encontrando-nos em Santa Bárbara de Samaná, a visita ao Museu da Baleia é passagem obrigatória. Aqui foi-nos explicado que é na baía com 47 quilómetros de comprimento por 17 de largura que as baleias jubarte (nome científico: Megaptera novaeangliae), também conhecidas como baleias-corcundas vêm ter as suas crias, vindas do Mar do Norte. Infelizmente, não nos foi possível avistar este que é o maior mamífero do mundo, podendo atingir os 17 metro de comprimento e pesos entre 30 e 40 toneladas, já que a altura correta para as avistar na Baía de Samaná é de janeiro a abril.

Antes de chegarmos a uma pequena unidade de produção de artesanato, passagem obrigatória por um dos ex-libris de Santa Bárbara de Samaná: “la Chorcha”, símbolo da história e da cultura de Santa Bárbara, uma igreja pré-fabricada em 1901 em Inglaterra e trazida inteira por barco e colocada no local onde hoje ainda se encontra.

Para a parte da tarde estava guardada a adrenalina. Assim, depois de almoço, lá fomos guiados para o Runners Adventures Park onde a primeira visita foi ao Monkeyland para convivermos com pequenos macaquinhos que curiosidade e, de certa forma, possuem mãos leves e pretendem ficar com tudo o que lhes é possível. Passada esta prova, seguiram-se as “Zip Lines”, um circuito de 10 Tirolesas que, no seu total, perfazem mais de cinco quilómetros de slides a grande altitude e pelo meio da floreste dominicana.

Mais praias, grutas e ultra-luxo
E se no dia anterior a adrenalina esteve presente com as Tirolesas, no quarto dia, a adrenalina subiu mais um pouco com um passei de mais de quatro horas de buggy pelo meio de centenas de plantações de mangas e pela floresta verdejante de Samaná. Por entre altos e baixos, terras e alcatrão, o guia da Sea and Sun Las Galeras levou-nos a uma das praias consideras entre as 20 mais bonitas do mundo: Playa Rincon. Aqui, onde não existem praticamente hotéis e/ou resorts e onde é possível desfrutar, em plena natureza, de um banho em águas cristalinas, quentes, em cinco quilómetros de praias de areia branca, a única vontade que existe é mesmo de, não sair deste local.

Depois desta experiência única e sempre acompanhado de um calor enorme e de uma humidade ainda maior, houve tempo para tomar o primeiro banho de água fria (literalmente), na Playa Caño Frio, uma praia de rio com cerca de 2.500 metros, dos quais, contudo, só se pode visitar 750 metros, dado que a preocupação com a natureza e com o turismo ecológico é enorme, só existindo um único resort nas redondezas e onde não há autorização para se construir qualquer imóvel com mais de dois pisos.

Refrescado (por pouco tempo), o almoço foi servido no pico da montanha, a mais de 400 metro de altitude e com uma vista 360º sob a Baía de Samaná.

Terminada a viagem de buggy depois do almoço, breve transfer para a segunda unidade hoteleira onde ficaríamos hospedados. Antes da chegada ao Hotel Viva Wyndham V Samaná, a não mais de 40 quilómetros do primeiro hotel, passagem breve para conhecer o Bahia Principe Luxury Samaná (também pertencente ao grupo Piñero), um hotel de 5 estrelas que está a ser alvo de uma renovação na área de serviços e cozinha e que estará pronto para ser inaugurado em finais de outubro ou inícios de novembro do presente ano.

Chegado ao Hotel Viva Wyndham V Samaná somos confrontados com uma unidade mais moderna, com quartos, decoração e mobiliário mais condizente com um hotel de 5 estrelas, mercê de uma renovação recente, com a distância entre hotel, piscina e praia a ser de pouquíssimos metros.

Neste hotel, adults only e all inclusive, além do habitual restaurante com serviço buffet, é possível degustar a gastronomia dominicana num dos três restaurantes a la carte onde a reserva não é obrigatória, mas aconselhável.

Mas como esta comitiva não viajou até à República Dominicana para ficar na praia, eis que no quinto dia mais uma experiência e contacto com o que de melhor a natureza do país tem para oferecer.

O dia começa com um transfer de barco até ao Parque Nacional Los Haitises, com mais de 1.600 km2 e que constitui a maior península de Samaná. Este parque, composto por mais de 53 ilhotas e que ficou famoso por ser o palco de um reality show de produção espanhola, foi declarado pela UNESCO “o pulmão do Caribe”. Tempo para visitar as inúmeras grutas – entre elas a Gruta do Diabo – que compõem este parque e estas ilhotas e que são de visita obrigatória e onde foi descoberto o indígena mais antigo, com mais de 5.350 anos.

Destaque ainda para o facto de no início do século XX existir uma linha férrea no parque que era utilizada para retirar as bananas e o tabaco produzido com destino aos EUA, existindo, diz-se a possibilidade de esta ser reativada, mas para propósitos turísticos.

Depois da experiência dos reality shows no parque e após confirmarem que esta atividade trazia demasiados turistas e excursões sem qualquer valor acrescentado, foi durante o COVID que a República Dominicana e Samaná, em especial, desenvolve uma nova área de negócio ligada à rodagem de filmes e que tem trazido ao país inúmeras produções de grandes orçamentos.

Para o penúltimo dia estava reservado o ultra-luxo, com a visita à ilha Cayo Levantado também conhecida como ilha Bacardi (ver caixa). É nesta ilha que se conta a história de Joseph Bannister, comandante do navio da marinha inglesa “HMS Golden Fleece”, com 40 canhões, que se revoltou ou “levantou” contra o seu rei – daí o nome da ilha, Cayo Levantado – e escondeu o navio, tendo sido Sir Francis Drake a descobrir e levar o “pirata” à justiça.

Foi também aqui que foi possível desfrutar da mais pura das calmas e sossego durante estes dias passados na República Dominicana, embora nessa mesma altura tivesse a ser rodada uma longa-metragem de origem espanhola e que fez as delícias de “nuestros hermanos periodistas” que nos acompanharam ao longo destes dias.

Claro que todo este “stress” e “azáfama” de tempo e água quente, boa companhia, excelentes experiências e contacto com a cultura, história, tradições dominicanas mereciam um dia de folga. A dúvida neste tipo de resort reside sempre se a vontade está em passar um tempo numa das piscinas ou se vale a pena o “esforço” de poucos metros para nos banharmos nas águas da Playa Cosón, local do hotel.

As despedidas, naturalmente, custam sempre, ainda para mais quando – e não me canso de dizê-lo – a simpatia e hospitalidade do povo da República Dominicana, para não falar, claro, das praias, natureza, experiências e do conforto dos hotéis, nos fazem querer prolongar a nossa estadia.

Contudo, à nossa espera, lá estava, novamente, o A350-900 da World2Fly para nos trazer à realidade portuguesa e lisboeta, com a certeza, porém, que o regresso será para breve.

O ultra-luxo de Cayo Levantado

Uma visita a Samaná não poderá ficar completa sem uma ida à ilha Cayo Levantado também conhecida como ilha Bacardi. Contudo, há quem a visite e vá somente à praia pública de Cayo Levantado e há que tenha a possibilidade de passar o dia no resort ultra-luxuoso que cobre quase toda a ilha, pertencente ao universo Piñero.
Reaberto em junho de 2023, após vários meses de renovação e restauração do edifício de estilo Victoriano, a viagem começa, contudo, no embarcadouro exclusivo a pouca distância de Santa Bárbara de Samaná. Aqui a receção é feita com requinte e a espera só aguça ainda mais o interesse pelo que nos é dado a conhecer a seguir.
Depois de uma viagem de 10 minutos de barco,a chegada à ilha, onde qualquer embalagem de plástico não é bem-vinda, somos recebidos por um “embaixador” do resort que nos explica a “essência do mesmo”.
Aqui, onde o cuidado com a mente, corpo e espírito inspirou a criação do resort e assenta em três pilares – cultura local, sustentabilidade e harmonia interior – é possível gozar, em regime de tudo incluído, dos quatro “R” de bem-estar disponibilizados ao hóspede: Relax, Refresh, Renew, Restore.
A primeira experiência que nos é dada a conhecer, é a terapia do som. Passadas as portas de Yubarta, somos levados para um espaço onde uma dimensão totalmente nova em termos de crescimento e despertar da consciência nos oferece locais que estimulam a criatividade pessoal, um templo de meditação com luxuosas áreas abertas, espaços de treinamento e um inovador spa no meio da selva voltado para a integração com o ambiente natural.
A personalização é o eixo da experiência Yubarta, com as atividades e programas a serem adaptados a cada hóspede de acordo com o seu nível físico e a sua capacidade prévia ou treino ao nível das práticas de mindfulness de forma a maximizar esta bela oportunidade de desenvolvimento e evolução.
A terapia do som (soundhealing) foi a experiência proposta realizar, atividade que levou os participantes a imergir em 30 minutos de relax total à base de sons que iam sendo produzidos.
Uma breve visita ao resort levou-nos a conhecer a oferta de quartos e suites que estão à disposição de quem pretende passar um bom bocado neste “paraíso”, sendo que estão a disposição unidades de alojamento desde junior suites a beachfront villas (com piscina privativa) e signature villas com capacidade para seis adultos e duas crianças.
Claro que houve também tempo de usufruir de um dos seis restaurantes à disposição e das duas piscinas e da praia privativa que, servida por vários bares, é sempre o local ideal para descontrair e não pensar em nada.

 

Curiosidades
– em toda a região de Samaná existem 35 hotéis e resorts espalhados por Santa Bárbara, Las Terranas, Sánchez, Las Galeras e El Limón
– a República Dominicana é o segundo maior país do Caribe, com 48.442 km2 de área, detendo 32 províncias e um distrito nacional. O idioma é o espanhol e a região predominante é a católica, seguida da protestante
– de clima tropical, não há variação de hora e a moeda circulante é o peso dominicano (RD$), embora o euro e o dólar sejam aceites, bem como os mais variados cartões de débito e crédito
– a deter para a viagem até à República Dominicana é a necessidade adaptador, já que a eletricidade é de 110V-60Hz
– passaporte com o mínimo de seis meses de validade. Não é necessário visto, mas terá de preencher um formulário para a entrada e saída do país
– São várias as formas de chegar a Samaná através dos aeroportos existentes no país. Contudo, a forma mais fácil é viajar até ao Aeroporto Internacional Presidente Juan Bosch, localizado em El Catey
– a gastronomia de Samaná é bastante rica e tem como ingrediente básico o coco. A chegada da comunidade negra americana, em 1825, trouxe consigo novos sabores, destacando-se os produtos do mar cozinhados com leite de coco ou frito, camarões, polvo, lagosta e caranguejos
– Motoconcho ou motoconchero. São jovens que, com os seus motociclos transportam as pessoas de um lado para o outro, com cada viagem a custar um dólar

 

O que fazer em Samaná
São várias as atividades que se podem realizar em Samaná, basta haver tempo. Aqui ficam algumas:
– visita e banhos nas praias de Frontón, Ricón, Playa Bonita, Madama, Las Galeras, Cosón, El Ermitaño, entre muitas outras
– mergulho e snorkeling. Sáo vários os locais onde é possível fazer mergulho e snorkeling e contemplar os recifes de coral, numa extraordinária biodiversidade
– passeios de buggy: atrava-se a conhecer Samaná ao volante de buggy (4 rodas)e descobrir as praias virgens às quais só poderá chegar utilizando este meio de transporte
– visitar o Parque Nacional Los Haitises e Cayo Levantado. Se no primeiro é possível descobrir uma flora e fauna endémica, com cavernas onde é possível ver vestígios com milhares de anos, na praia paradisíaca de Cayo Levantado e máxima é mesmo relaxar
– Observação de baleias. De janeiro a final de março, as baleias jubarte ou corcundas fazem da Baia de Samaná o local para ter as suas crias, após uma viagem de mais de 6.000 km vindas do Mar do Norte. Aqui permanecem até as crias ficarem aptas para realizar a viagem de regresso ao local onde se alimentam
– Caminhadas. Outra forma de conhecer Samaná é percorrer os caminhos e descobrir o agroturismo através das plantações de manga, café, tabaco
– Em todas as experiências, aconselha-se roupa comoda, calções/fato de banho, protetor solar, calçado desportivo. Todas estas excursões podem ser feitas isoladamente ou com recurso aos diversos operadores locais que levam o turista/viajante aos locais mais emblemáticos da ilha/região.

 

Números e datas
1492 – desembarque de Cristóvão Colombo e formou no local o primeiro assentamento europeu permanente na América, a cidade São Domingos, a capital do país e a primeira capital do Império Espanhol no Novo Mundo.
1824 – Independência da República Dominicana
1978 – chegada da democracia, embora no passado fosse possível votar, com a morte de Rafael Leónidas Trujillo
10 milhões de habitantes, um milhão dos quais vivem na capital, Santo Domingo

*O jornalista viajou a convite do operador turístico Soltour
Sobre o autorVictor Jorge

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APAVT organiza em Cascais evento final do projeto europeu de sustentabilidade SUSTOUR

O evento final do projeto europeu dedicado à sustentabilidade SUSTOUR vai decorrer em Cascais, a 13 e 14 de setembro, subordinado ao tema “Empoderar a Distribuição Turística Europeia para um Futuro Sustentável” e com organização da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

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Cascais vai ser palco, a 13 e 14 de setembro, do evento final do projeto europeu dedicado à sustentabilidade SUSTOUR, iniciativa que vai ser subordinada ao tema “Empoderar a Distribuição Turística Europeia para um Futuro Sustentável” e que será organizada pela Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

“O evento ocorre por iniciativa da APAVT, uma das associações-membro do consórcio SUSTOUR, com o apoio da ATC-Associação de Turismo de Cascais. Neste encontro, serão apresentadas as melhores práticas dos agentes de viagens e operadores turísticos que integraram com sucesso a sustentabilidade nos seus negócios e operações”, sublinha a associação, num comunicado enviado à imprensa.

De acordo com a APAVT, este evento representa o culminar de uma iniciativa que “reuniu mais de 600 operadores turísticos e agentes de viagens de 35 países de toda a Europa” que, ao longo de três anos, “trabalharam para melhorar a sustentabilidade das suas operações, incluindo seis dezenas de agências de viagens e operadores turísticos portugueses”.

O evento vai contar com cinco sessões temáticas e decorre em formato híbrido, reunindo presencialmente, no Centro Cultural de Cascais, cerca de 70 participantes, incluindo especialistas em sustentabilidade e coordenadores de sustentabilidade de agências e operadores de diversos países europeus, sendo transmitido em streaming para centenas de outros.

“Cada uma destas cinco sessões temáticas será liderada e moderada por um especialista de cada um dos assuntos em análise, sendo dada oportunidade às PMEs participantes para partilhar as suas histórias e experiências de sucesso”, explica a APAVT.

Durante o evento, vão ser ainda apresentados os resultados do Projeto SUSTOUR, sendo a iniciativa encerrada com uma cerimónia de entrega de prémios e certificações Travelife, em reconhecimento dos esforços e realizações notáveis das PMEs no contexto do projeto SUSTOUR.

“As conquistas das empresas no âmbito deste projeto inspiram-nos a todos. Procuramos motivar outros a juntarem-se a esta jornada rumo à sustentabilidade e a APAVT permanecerá comprometida em promover a sustentabilidade entre os nossos associados, muito além da conclusão deste projeto, desenvolvendo as ferramentas e parcerias para um futuro de viagens sustentáveis”, afirma o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira.

Recorde-se que o SUSTOUR é um projeto COSME, cofinanciado pela EU, que visa desenvolver e aplicar ferramentas e normas para ajudar os operadores turísticos e as agências de viagens a melhorar o seu desempenho em matéria de sustentabilidade.

Este programa beneficiou de um orçamento de apoio às PME de 600.000 euros para a implementação de um sistema alargado de apoio à formação e certificação de operadores turísticos e agentes de viagens, sendo gerido por um consórcio de sete organizações, incluindo a APAVT, e apoiado por outras 24 associações de agências de viagens.

 

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Turismo do Alentejo e Ribatejo promove roadshow para preparar plano de atividades 2024

A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e do Ribatejo espera juntar cerca de 200 agentes do setor turístico da região neste roadshow, que conta com cinco sessões e vai passar por Évora, Portalegre, Santarém, Alcácer do Sal e Beja, até 31 de agosto.

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A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo vai promover a partir desta segunda-feira, 28 de agosto, um roadshow pela região para preparar o plano de atividades de 2024, iniciativa que vai contar com cinco sessões e que vai passar por Évora, Portalegre, Santarém, Alcácer do Sal e Beja.

Nesta iniciativa, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e do Ribatejo espera juntar cerca de 200 agentes do setor turístico da região, entre empresas, redes de oferta e municípios.

“Este é um momento fundamental para ouvir a nossa base associativa e os empresários. Ainda estamos no verão, mas como é óbvio já a trabalhar o período
de transição para o inverno, aquilo que no turismo chamamos de shoulder season, uma das melhores épocas do ano para viajar para o Alentejo e Ribatejo, aliás, este será o mote da nossa próxima campanha promocional. Por outro lado, é também agora que temos de escutar ativamente os nossos stakeholders, uma vez que está a ser preparado o plano de atividades para dois mil e vinte e quatro”, explica José Manuel Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo.

O roadshow vai abordar ainda a preparação da participação da Entidade Regional de Turismo na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) do próximo ano, assim como o Festival de Caminhadas “Transalentejo”.

A iniciativa arranca esta segunda-feira, em Évora, com uma sessão pelas 10h30, no Évora Hotel, e continua terça-feira, 29 de agosto, em Portalegre, onde a sessão também está marcada para as 10h30, no Auditório da Escola Superior de Educação.

Na quarta-feira, 30 de agosto, o roadshow vai estar em Santarém, pelas 15h00, no Santarém Hotel, enquanto na quinta-feira, 31 de agosto, é a vez de Alcácer do Sal receber a iniciativa, que tem lugar pelas 11h00, na Pousada do Castelo. O roadshow termina a 31 de agosto, em Beja, com um sessão pelas 16h00, no Beja Parque Hotel.

Todas as sessões são públicas.

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“Se tivermos uma oferta organizada, as pessoas têm motivo para ficar mais tempo no Porto”

A nova estratégia para o Turismo da Câmara Municipal do Porto foi o mote para uma conversa com Catarina Santos Cunha, vereadora de Turismo da autarquia, que explicou ao Publituris os pormenores e objetivos deste plano, que visa a descentralização e a qualificação da oferta da cidade. Além da nova estratégia, a conversa abordou também o crescimento do turismo, as novas ligações aéreas e os desafios do Alojamento Local (AL).

Inês de Matos

Foi a necessidade de ‘arrumar a casa’ que levou a autarquia portuense a lançar, em setembro de 2022, o plano “Visão de Futuro para a Sustentabilidade do Destino Porto” para reposicionar o Porto enquanto destino turístico, descentralizando os visitantes do centro histórico para os bairros portuenses, além de qualificar e organizar a oferta da cidade.

Em entrevista ao Publituris, Catarina Santos Cunha, vereadora do Turismo da Câmara Municipal do Porto, explica os objetivos e ações incluídas neste plano, que contempla ações de formação e a atribuição de um selo de qualidade para unidades de alojamento, walking tours e circuitos motorizados, entre outras atividades ainda em estudo.

Além do plano, a responsável fala do crescimento turístico, das expectativas para o verão, dos receios do Alojamento Local (AL) face ao programa Mais Habitação e das ligações aéreas que a cidade tem ganho, apesar da TAP continuar sem responder aos pedidos da autarquia.

A Câmara Municipal do Porto está a redefinir a estratégia de turismo da cidade e lançou o plano “Visão de Futuro para a Sustentabilidade do Destino Porto”. Quais são os principais destaques desta estratégia e qual é o seu objetivo?
Entrei para estas funções em março de 2022 e, nessa altura, o pelouro do Turismo estava na Economia, com o meu colega Ricardo Valente. Este plano foi lançado em setembro para trazer um posicionamento de cidade a quem visita mas também a quem vive, trabalha e investe no Porto.

Quando entrei em funções, não havia uma estratégia para aquilo que queremos ser como cidade e era preciso criar uma narrativa que pudéssemos, depois, entregar à Associação de Turismo do Porto (ATP), que é quem faz a promoção. Sentíamos que andávamos à volta dos mesmos temas e áreas territoriais. O turismo mudou muito e cresceu, neste último trimestre estamos com um crescimento de 20% face a 2022 e isso é ótimo mas a verdade é que precisávamos de ‘arrumar a casa’.

Por isso, o objetivo deste plano passa por aliviar a pressão no centro histórico, que é visitado por muitos turistas, numa situação que as obras do metro vieram piorar. E não queríamos ter os residentes zangados com o turismo. Temos visto problemas graves noutras cidades, como Barcelona ou Veneza, e isso fez-nos perceber que há caminhos que podemos evitar.

Isso explica a nossa preocupação com a descentralização porque temos mais Porto para mostrar além do centro histórico. Mas o Porto não está organizado como Lisboa em bairros e quarteirões, apesar de, organicamente, esses bairros já existirem.  Na zona do Bonfim, por exemplo, há novos motivos de atração, como galerias por via da Faculdade de Belas Artes, gente nova e muitos expatriados. Estamos a fazer um estudo de levantamento do conteúdo para pegar no que já existe e, dessa forma, contar os bairros do Porto, criando uma estratégia de comunicação.

Isto, deverá levar também ao aumento da estadia média, porque se tivermos um Porto da Ribeira e do Centro Histórico, as pessoas ficam um fim de semana mas, se tivermos uma oferta organizada, as pessoas têm motivo para ficar mais tempo no Porto.

Esses atrativos não se criam por decreto. O Porto já tem atrativos que permitam espalhar o turismo por toda a cidade, além do centro histórico?
Estamos a fazer essa leitura para, depois, a comunicarmos juntamente com as comunidades que habitam nessas zonas. De alguma forma, aquilo que estamos a fazer é também para criar esses atrativos, apesar de já existir quem venha ao Porto com o intuito de visitar os bairros. Por isso, também será interessante perceber como é que esses turistas chegaram ali e o que é que efetivamente procuram.

Isto tem de ser feito de uma forma sustentada e estratégica, para que seja possível comunicar o que é o ADN do Bonfim, o ADN de Bombarda, ou o que é a Foz e a Zona Ribeirinha, por exemplo.

Efetivamente, as pessoas já se estão a deslocar para outras zonas da cidade mas a oferta não está organizada. Se fizermos isso, o Porto tem motivos para que as pessoas fiquem vários dias na cidade.

É um trabalho que leva tempo, não se faz num mandato, mas espero que possamos deixar trabalho feito para que quem vier a seguir pegue neste trabalho, que é extremamente relevante porque estamos a casar isto com a política do AL, que prevê zonas de pressão e de crescimento sustentado.

Percebe-se que há, de facto, uma preocupação com o evitar o excesso de turismo. Já havia algumas manifestações nesse sentido na cidade?
Acho que não, esta guerra também é uma questão ideológica. Faz parte da narrativa de determinados partidos e, com isto, não quero dizer que não temos problemas, mas não estamos tão mal quanto isso.

Há pouco, estive no Bulhão e uma das peixeiras dizia-me que isto dos hostels é tão bom porque os turistas vão ao mercado comprar o peixe para cozinharem nos apartamentos. Portanto, há uma dinâmica que acaba por ser muito positiva, apesar de algumas situações que possam acontecer.

Este plano inclui também o lançamento do selo de qualidade ‘Confiança Porto’. Em que fase está a atribuição deste selo e qual é a sua importância para o destino?
O selo ‘Confiança Porto’ vem na senda do que falámos de qualificação do destino. Além da descentralização, temos também a preocupação de qualificar e trabalhar com os operadores da cidade nesse sentido.

Este selo nasceu em 2019, com o vereador Ricardo Valente, e era exclusivamente dedicado aos alojamentos turísticos, fossem hotéis, hostels ou AL. No entanto, nenhum dos selos chegou a ser entregue devido à pandemia, foi um projeto que nasceu e parou, mas que teve logo uma adesão grande, já tínhamos 20 selos para entregar.

Entretanto, fizemos um acerto no regulamento, porque não estavam contempladas questões como a economia circular e a sustentabilidade, nomeadamente o uso de produtos locais ou a forma como eram reutilizados os desperdícios nas unidades de alojamento.

É uma mais-valia do território incentivar o uso de produtos locais e esse era um dos pontos que queríamos incutir porque é algo diferenciador, mesmo para um hotel de uma cadeia internacional porque a experiência que oferece em Madrid não tem de ser igual à que oferece no Porto.

Partimos para este trabalho com um estudo que analisou as tendências do turismo e aquilo que as pessoas efetivamente procuram. Por isso, fizemos também uma alteração na parte dos recursos humanos – que é outra preocupação do setor – com o objetivo de valorizar os recursos humanos locais, as pessoas com formação em turismo e encontrar uma forma de distinguir estas práticas, num programa voluntário.

Depois do alojamento, passámos para os walking tours, porque também aqui percebemos que há narrativas absurdas e era necessário que alguém regulasse a qualidade destes circuitos. Mais recentemente, abrimos este programa aos circuitos motorizados, nomeadamente tuk-tuk e autocarros hop-on hop-off, que também contam a cidade aos turistas.

Em todas as áreas fazemos formação gratuita para qualificar e reconhecer estes operadores, principalmente aqueles que atuam em mais do que uma zona da cidade e não apenas no centro histórico.

Agora, estamos numa fase em que pretendemos dar uma robustez de reconhecimento e comunicação ao selo ‘Confiança Porto’, para que quem nos visita o perceba e reconheça e para aumentar a procura desta certificação, mostrando aos operadores que ela é uma mais-valia.

Temos visto problemas graves noutras cidades, como Barcelona ou Veneza, e isso feznos perceber que há caminhos que podemos evitar

Já foram entregues alguns selos?
Já, entregámos os 20 que já tínhamos para atribuir antes da pandemia e temos muitos outros para atribuir, devem ultrapassar os 60, até porque as inscrições esgotaram no primeiro dia.

Já promovemos 19 ações de formação e a recetividade também tem sido muito positiva, porque esgotamos as sessões sempre que abrem as inscrições. Por isso, temos também de nos prepararmos para crescer.

Este selo de qualidade é para continuar?
Queremos continuar. Na parte dos alojamentos turísticos, estamos a trabalhar com a airbnb e com a Booking para que coloquem o nosso selo na comunicação dos espaços. Isto ajudaria a que as empresas se aproximassem do programa e a passar a mensagem que a qualificação é fundamental para o posicionamento de cidade que procuramos.

O selo poderá ser alargado a outras atividades?
Sim, já conversámos com as atividades de comércio e serviços para que o selo chegue à restauração, aos bares e possamos passar à fase seguinte.

Ainda não o fizemos para dar um pouco mais de tempo para que estes que já foram lançados possam amadurecer, mas julgo que a seguir ao verão já poderemos lançar os restantes para que, no ano seguinte, já tenha mais impacto e possamos sentir que a cidade está mais qualificada.

A nova estratégia para o destino fala também na sustentabilidade, nas suas várias vertentes. O que é que o Porto vai fazer para se tornar num destino sustentável, desde logo a nível ambiental?
Temos o Pacto Porto para o Clima que nos tem colocado num envolvimento muito grande a nível ambiental e há imensas ações em toda a cidade, seja de compostagem, hortas urbanas, reutilização de resíduos. O Porto tem a ambição de atingir a neutralidade carbónica em 2030.

Por isso, estamos também a dar destaque aos nossos parques, assim como a Gaia e a Matosinhos, com quem temos uma forte ligação, assim como temos à Cidade do Vinho e à região dos Vinhos Verdes e ao Douro, onde integramos a rede das Great Wine Capitals.

A sustentabilidade também passa por esta pegada turística e é por isso que queremos trazer um melhor turismo e ter uma cidade onde todos se sintam bem. A sustentabilidade tem de ser vista como um todo.

Fotos: Joel Bessa

Está prevista alguma ação de sensibilização ou formação para promover a sustentabilidade que o Porto quer atingir?
Temos algumas iniciativas. Temos um projeto de boa vizinhança, que visa levar a comunidade local aos hotéis porque muitas vezes os residentes não entram nos hotéis e queremos mudar isso. E temos o projeto “Turismo nas Escolas”, um programa que vai às escolas explicar às crianças porque há tantas pessoas a visitar a cidade e o que é o nosso património.

Pretendemos ainda ter uma componente que explica o que são as profissões do turismo e, no fim, temos um jogo que representa as várias zonas da cidade e respetivos monumentos.

O que pretendemos é plantar a semente do turismo nas crianças para que comecem, desde novas, a ter algum contacto com a vida profissional e as profissões, tenham orgulho de mostrar o património e percebam que servir ou acolher alguém não é depreciativo.

Depois, temos o projeto “Porto Acessível” para que pessoas com menos capacidades físicas possam conhecer a cidade e o seu património. No fundo, pretendemos que a cidade possa ser usufruída por todos. O projeto está numa fase de levantamento do estado da arte e vai materializar-se em roteiros em braille, espaços adaptados e áudio-guias. É um processo muito grande, que estamos a desenvolver por etapas.

2023
Revelou que o Porto continua a crescer em termos turísticos. Que balanço faz a autarquia dos resultados dos primeiros meses de 2023?
Um balanço fantástico. Apesar do transtorno das obras do metro, está toda a gente feliz no Porto e não ouvimos críticas de que o turismo é mau.

Também temos conseguido reforçar a conetividade aérea e captámos mais 14 rotas, temos seis novas companhias aéreas a voar para o Porto mas o nosso objetivo ainda não está alcançado porque temos ligações muito interessante com a Europa mas não temos voos diretos de outros destinos. A nossa luta é, de facto, conseguir conetividade direta do continente americano, nomeadamente EUA, Canadá e Brasil, mas também da Ásia.

Continuam zangados com a TAP, que mantém poucas rotas internacionais no aeroporto do Porto?
Já nem falo da TAP, não reclamo mais e a TAP já foi clara ao explicar que a estratégia não passa pelo Porto. Portanto, temos um grupo de conetividade aérea, liderado pela CCDR-N, em que nós estamos integrados, assim como a TPNP, a Associação Comercial do Porto e recentemente recebemos o ministro João Galamba, a quem apresentámos os nossos números, não só do Turismo mas também da Economia, e pedimos apoio para criarmos um gabinete de atração de companhias aéreas, ou seja, um subsidio com valores muito razoáveis.

A conversa correu bem, agora tem de passar pelo ministro da Economia mas acredito que vamos mesmo precisar deste tipo de apoio. É um gabinete como já existe em Espanha para atrair conetividade aérea.

Estamos a falar de subsídios que permitiriam ao aeroporto ter outro tipo de poder de atração para as companhias aéreas?
Exatamente. Sabemos que temos de fazer promoção no destino e que há algumas contrapartidas que são pedidas porque as companhias aéreas não arriscam sem terem qualquer garantia e nós, como cidade, temos de dar resposta a isso. Mas penso que estamos num bom caminho, continuamos a crescer e aquilo que temos de fazer é a gestão da cidade.

A nossa luta é, de facto, conseguir conetividade direta do continente americano, nomeadamente EUA, Canadá e Brasil, mas também da Ásia

E como tem sido a reação AL do Porto ao pacote Mais Habitação, lançado pelo Governo e que traz várias limitações ao AL?
No Município do Porto, o AL está no pelouro das Atividades Económicas, mas vou dar a perspetiva do Turismo, até porque temos uma estratégia partilhada. O Porto foi pioneiro na criação de um regulamento para o AL, coisa que não existia e que começámos a trabalhar antes do lançamento do Plano Mais Habitação, até porque este plano, na área do alojamento, ainda é apenas um conjunto de intenções, mas obviamente que é assustador para a maioria das pessoas que investiu.

É terrível porque as pessoas fizeram um investimento e, ao fim de pouco tempo, as políticas mudaram.

As notícias que foram sendo conhecidas indicam que muitos proprietários colocaram os imóveis para venda. Isto também aconteceu no Porto?
Há um misto. Sentimos que as pessoas ainda estão muito confiantes no nosso trabalho, continuamos a trabalhar no regulamento, que cria zonas de contenção e esta identificação foi feita através de um estudo da Universidade Católica que permitiu perceber quais eram as zonas de maior pressão e, nessas zonas, criámos um conjunto enorme de exceções. É enorme, mas não compromete a relação entre residentes e turistas. Mas, tudo o que está relacionado com a reabilitação, está excecionado, também mudámos as transmissões de licenças em caso de morte ou divórcio, entre outras alterações, e ainda estão a decorrer sessões de esclarecimento relativamente a alguns pontos do regulamento.

Mas aquilo que temos sentido, em todas as apresentações que fizemos, é que as pessoas se sentem muito seguras com aquilo que estamos a fazer e sentem que as entendemos porque a realidade é que, há 10 anos, esta cidade era um deserto. Por isso, não podemos matar quem investiu no AL.

Portanto, não acredito que o AL vá regredir, mas poderão não existir novas licenças nas zonas de pressão que não cumpram as exceções. Depois, também estamos a tentar que os alojamentos se espalhem por outras zonas da cidade. No entanto, se o Governo disser que não há licenças de todo, que são apenas para o interior, estamos aqui para obedecer.

Já tivemos reuniões com o airbnb e com a Booking e é verdade que estão todos preocupados, mas a nossa postura é esta, tentar fazer passar o regulamento, sossegar as pessoas e mostrar o nosso apoio.

Como está o investimento na hotelaria no Porto, cidade que também tem ganho vários novos hotéis? É previsível que esse investimento continue este ano?
Neste momento, temos 81 novos licenciamentos de hotéis para construção. Não serão hotéis que vão nascer todos este ano, porque, depois, ainda há o prazo de construção, mas esse investimento continua a crescer e a maioria é hotéis de quatro e cinco estrelas, o que nos deixa confiantes de que é este o caminho que temos de seguir.

Quais são as expectativas para o resto do ano, nomeadamente para o verão?
As expectativas são boas, até porque somos uma cidade e não temos a questão da sazonalidade, estamos preocupados em atrair eventos de grande posicionamento, como o Comic Com, que voltámos agora a ter, e outros eventos de grande destaque internacional.

Por outro lado, vamos promover projetos da própria cidade e tracionais, que sejam capazes de manter a visita das pessoas ao longo de todo o ano. Mas, de facto, desde janeiro as coisas têm corrido bem.

Também temos programas e conseguimos atrair um turismo mais sénior porque somos uma cidade de cultura e arquitetura. Temos feito isso com parceiros da cidade para que isto aconteça com alguma harmonia.

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Aviação

Governo dos Açores espera que Ryanair “honre compromisso” e mantenha voos acordados

Apesar de reconhecer que a Ryanair quer “mesmo ir embora” dos Açores, a secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, Berta Cabral, espera que a companhia aérea mantenha os voos acordados para este inverno.

Publituris

A secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, Berta Cabral, disse esta quinta-feira, 24 de agosto, esperar que a Ryanair “honre o compromisso” que estabeleceu com o Governo Regional dos Açores e mantenha os voos acordados, apesar de se prever que exista uma redução de voos a partir do inverno.

“O que nós aguardamos é que a Ryanair honre o compromisso que assumiu connosco e coloque rapidamente na [sua] plataforma os voos que estão acordados”, afirmou a governante regional, citada pelo jornal Açoriano Oriental.

Berta Cabral, que falava aos jornalistas à margem de uma reunião com a Transinsular, revelou que existe um “entendimento” entre o Governo Regional dos Açores e a transportadora low cost irlandesa, que foi alcançado em reuniões com a presença da ANA Aeroportos e o Turismo de Portugal.

“Este entendimento parte de uma redução de voos, mas não queria falar dos detalhes do entendimento, uma vez que ainda estamos com o processo em aberto. No dia em que os voos forem colocados na plataforma, estaremos cá para falar da operação”, explicou a responsável.

No entanto, segundo o Açoriano Oriental, que cita um pesquisa realizada pela Lusa, a Ryanair não está a disponibilizar voos entre o continente e as ilhas de São Miguel e Terceira a partir de novembro.

Confrontada com esta evidência, Berta Cabral admitiu que a intenção da Ryanair é mesmo sair dos Açores, considerando, por isso, que esta não é uma questão de negociação.

“O propósito da Ryanair, desde o início, é mesmo ir embora. Gostava que se partisse desse pressuposto porque às vezes as pessoas pensam que é um problema de negociação. Não é um problema só de negociação. É um problema fundamentalmente de vontade de uma empresa privada”, assinalou.

A secretária do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores revelou que, a cada reunião, a Ryanair surge “com mais uma dificuldade”, numa estratégia que, segundo a responsável, visa ganhar tempo.

“Levam tempos e tempos em que não nos dizem nada. Fazemos uma reunião e eles vão e voltam semanas depois com mais uma dificuldade. Estão a arranjar e a falar em dificuldades umas atrás das outras para ganhar tempo de decisão”, explicou.

Berta Cabral atribui a vontade da Ryanair de abandonar a operação dos Açores  à situação do Aeroporto de Lisboa, que está “absolutamente congestionado” e sem “capacidade de atribuir mais ‘slots’”.

“As companhias todas estão a tentar otimizar os ‘slots’ que têm em Lisboa. A Ryanair sabe que com os ‘slots’ que tem para viajar para os Açores pode otimizá-los e ganhar mais dinheiro se utilizar essas autorizações para viajar para outros destinos”, vincou.

Apesar disso, o executivo açoriano pretende manter as negociações com a companhia aérea, apesar de Berta Cabral realçar que “existe sempre alternativa” e que, desde que a Ryanair anunciou a intenção de sair dos Açores, o governo regional já foi contactado por “companhias portuguesas para ocuparem o espaço” que a Ryanair deverá deixar vago.

Recorde-se que, a 27 de julho, a secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores tinha indicado que as negociações que “estavam no bom caminho”, esperando-se a manutenção da base da companhia no arquipélago.

 

 

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Transportes

TAP perde quota nos aeroportos nacionais

Os dados da Autoridade Nacional da Aviação Civil, referente ao 2.º trimestre deste ano, dão conta que a TAP viu a sua quota – em movimentos e passageiros transportados – cair em todos os aeroportos nacionais.

Publituris

O Boletim Estatístico Trimestral (2.º trimestre de 2023) da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) revelam que a TAP registou uma quebra no número de movimentos, bem como de passageiros transportados face ao primeiro trimestre do presente exercício.

Assim, em Lisboa, a TAP viu a quota no número de movimentos passar de 51% para 50%, enquanto no número de passageiros transportados a quebra é de 47% para 44%.

Mas não somente a companhia aérea nacional a ver a quota a baixar, já que também Ryanair e easyJet registaram quebras em ambos os parâmetros analisados.

Isto numa indicação que mostra, relativamente às 10 maiores companhias, que, tanto em número de movimentos como de passageiros houve uma ligeira subida de 80,3% para 81% e 78,8% para 80,5%, respetivamente, no aeroporto de Lisboa do 2.º trimestre de 2022 para o mesmo período de 2023.

No Porto, onde a Ryanair é dominante, a companhia liderada por Michael O’Leary viu as duas quotas em análise aumentarem ligeiramente, passando de 31% para 32% (quota de mercado no número de movimentos) e de 36% para 37% no que diz respeito ao número de passageiros transportados.

A easyJet, revela a ANAC, caiu de 17% para 14% e de 17% para 15%, nos dois parâmetros analisados e que comparam o 1.º e 2.º trimestres do presente ano.

No caso da TAP, no número de movimentos, os dados mostram uma quebra de 15% para 13%, quando nos passageiros transportados no aeroporto do Porto a companhia aérea passa de uma quota de 14% para 11%.

Também em Faro é a Ryanair que domina, tanto em movimentos como passageiros. Se no 1.º trimestre deste ano a companhia aérea irlandesa representava 32%, já no segundo trimestre, a quota subiu para 33%. E no número de passageiros, a subida foi, igualmente, de um ponto percentual (p.p.), passando de 36% para 37%.

Destaque a sul para a performance da Jet2 que subiu em 2 p.p. a sua quota: nos movimentos passa de 7% para 9% e nos passageiros, de 9% para 11%.

Nas ilhas, embora mantenha a quota no número de passageiros transportados (21%), no número de movimentos a TAP tem uma quebra de 2 p.p., passando de 22% para 20%. A Ryanair cai no número de movimentos (passa de 15% para 14%), mas mantém os 17% no número de passageiros. A easyJet mantém a quota em ambos os parâmetros, com 14% e 15%, respetivamente.

Finalmente, em Ponta Delgada, onde a SATA Air Açores domina o mercado, a companhia aérea açoriana viu a quota no número de movimentos aumentar em 9 p.p., passando de 43% para 52%, registando, igualmente, uma performance positiva no número de passageiros transportados, passando de 24% para 26%.

Já a SATA International, faz um caminho inverso, ou seja, de descida. No número de movimentos passa de 31% para 26% e no número de passageiros, passa de 42% para 39%.

A Ryanair é a terceira “força” em Ponta Delgada, embora perca quota. Nos movimentos cai de 13% para 9% e no número de passageiros, cai de 19% para 15%.

Nos Açores, a TAP mantém a quota no número de passageiros transportados (15%), mas cai no que concerne o número de movimentos, descendo um p.p., de 9% para 8%.

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Aquecimento global levará a uma perda de turistas no Sul da Europa

Que o aquecimento global e as alterações climáticas são um problema com que todos devem estar preocupados, é um facto. Agora, um relatório recente da JRC mostra os impactos destes fenómenos para o turismo na Europa. E o cenário não é nada bom para os países do Sul.

Victor Jorge

Um estudo recente do Joint Research Centre (JRC), organismo de pesquisa da Comissão Europeia, dá conta que, devido ao aquecimento global, no futuro, poder-se-á registar uma troca nos fluxos turísticos de Sul para Norte.

O JRC simulou como a procura regional europeia será alterada sob futuras alterações climáticas utilizando os dados de variáveis climáticas de 10 modelos climáticos regionais. Os impactos são estimados para as metas de aquecimento global estabelecidas nas metas do Acordo de Paris (1,5°C e 2°C), bem como para dois níveis de aquecimento mais elevados (3°C e 4°C).

Assim, enquanto se prevê que as regiões do Mediterrâneo e do Sul da Europa registem uma queda considerável no volume de turistas (ou seja, no número total de dormidas) devido às alterações climáticas, as regiões em latitudes mais elevadas registarão um aumento global na procura turística.

Com um aquecimento de 1,5°C, prevê-se que a maioria (80%) das regiões europeias seja afetada pelas alterações climáticas apenas numa proporção bastante pequena, oscilando o fluxo de turistas que visitam essas regiões entre -1% e +1%. Estima-se que o declínio mais elevado ocorra no Chipre (-1,86%), enquanto o aumento máximo poderá ocorrer numa região costeira da Finlândia (+3,25%). Os resultados são bastante semelhantes ao cenário de aquecimento de 2°C.

Já nos cenários de aquecimento de 3°C e 4°C, prevêem-se mudanças significativas nos padrões de procura para a Europa, surgindo um claro padrão Norte-Sul. Estima-se, por isso, que as regiões da Europa Central e do Norte se tornem mais atrativas para atividades turísticas durante todo o ano, em detrimento das áreas do Sul e do Mediterrâneo.

Num cenário de aquecimento global de 4°C, prevê-se que 80% das regiões a Norte aumentem a sua procura turística em relação a 2019. As indicações apontam para taxas de crescimento superiores a 3% no número de dormidas para um total de 106 regiões.

Por outro lado, prevê-se que 52 regiões europeias na Bulgária, Grécia, Chipre, Espanha, França, Itália, Portugal e Roménia percam fluxos turísticos em relação ao presente.

“As regiões costeiras e insulares são conhecidas por serem altamente vulneráveis aos impactos das alterações climáticas e isto também é confirmado pela nossa análise, onde se prevê que as regiões costeiras enfrentem os impactos mais elevados na procura turística nos cenários de maior aquecimento”, referem os autores do relatório.

Assim, quando se olha para variações superiores a +/- 5% no número de dormidas em relação ao ano base (2019), 63% das regiões europeias afetadas são zonas costeiras, destinos que também são simulados para experimentar as perturbações máximas na procura turística, ou seja, +16% no Oeste do País de Gales e -9% nas Ilhas Jónicas Gregas, num cenário de aquecimento global extremo.

A conclusão da JRC estimam que as maiores perdas (<-5%) estão projetadas nas regiões de Chipre, Grécia, Espanha, Itália e Portugal, enquanto os ganhos mais elevados (>+5%) estão distribuídos pela Alemanha, Dinamarca, Finlândia, França, Irlanda, Países Baixos, Suécia e Reino Unido.

Para além da redistribuição geográfica, prevê-se também que os padrões sazonais do turismo europeu se alterem consideravelmente, com os meses de verão a tornarem-se menos atrativos, enquanto as “shoulder season” e de inverno serão mais apelativas à medida que as condições climáticas melhorarem.

Por isso, a conclusão é simples: “os países do Sul enfrentam reduções na procura turística em todos os cenários de aquecimento global, com quedas consideráveis no Chipre, Grécia, Espanha e Portugal”, enquanto os países da Europa do Norte e Central são os “beneficiados” com uma maior procura turística.

Foto crédito: Depositphotos.com
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Elisabete Pedrosa, diretora de Operações da YOU Tour Operador

YOU Tour Operador: Muito mais do que os tradicionais pacotes de viagens

A YOU Tour Operador, empresa com sete anos de existência, assume que tem continuado o seu caminho, à sua maneira, e a crescer em volume de vendas, à sua medida e de forma consistente, apostando em oferecer ao mercado produtos feitos à medida, que vão para além dos tradicionais pacotes de viagens. Quem o diz é a sua diretora de Operações, Elisabete Pedrosa, em conversa com o Publituris.

“Temos continuado com o nosso caminho, a crescer devagarinho e de uma forma consistente, tentando fazer aquilo que gostamos mais que são criar viagens há medida que hoje em dia cada vez menos os operadores turísticos têm tempo para fazer”, confessa Elisabete Pedrosa, diretora de Operações da YOU Tour Operador, ao PUBLITURIS.

Defende que os operadores turísticos maiores acabam por ter um volume muito grande de trabalho e estas viagens à medida são coisas que demoram a montar, mas “é o que nós gostamos e enveredámos por aí”. Para além disso, também vende através do seu site.

Elisabete Pedrosa refere que o que carateriza também este operador turístico é “uma grande proximidade com as agências de viagens. Gostamos que elas telefonem, gostamos de discutir as coisas, discutimos tudo o que nos pedem e damos a nossa opinião. Nem sempre o nosso é o produto mais barato no mercado, temos consciência disso, mas o facto é que damos garantia daquilo que fazemos. É realmente assim que estamos a tentar levar a empresa”.

A responsável sublinha que a YOU é um pequeno operador. “Somos muito pequeninos, não trabalhamos para o volume, não temos charters, são só produtos e ofertas mais personalizadas”.

Aposta nos destinos do Oriente e de longo curso
O site do operador turístico tem carregado praticamente todos os produtos que programa e que passa por uma aposta nos destinos do Oriente e em viagens de longo curso, “vendemos muito o Vietname, a Tailândia, (voltámos a vender depois da pandemia e da reabertura da Ásia), continuamos a vender bem as Maldivas, e alguns destinos mais diferenciados que nos podem para montar”, disse a diretora de Operações da YOU, para acrescentar que “quando são pedidos mais complicados as agências de viagens entram em contacto connosco e nós fazemos”.

Explicou que “a base da nossa programação e do nosso negócio são individuais, e vendemos muito o segmento famílias, mas também fazemos grupos. Ainda recentemente tivemos dois grupos para a Turquia. Também temos alguma coisa para o Uzbequistão que se está a vender bem. Embora não seja propriamente uma novidade porque já o ano passado o vendemos, mas este ano as pessoas descobriram esses destinos dessa zona do mundo e têm pedido. Os circuitos nos Estados Unidos são outro produto com bastante saída”, referiu.

No que diz respeito a novidades para a próxima época, Elisabete Pedrosa indicou que “gostava de ter alguma coisa sobre o Brasil sem ser praias porque, o país tem muito que ver sem ser praias. Estamos a estudar essa hipótese e, em princípio, no próximo inverno devemos lançar algum produto para aquele destino”. Em relação ainda a novos produtos, a responsável disse que “não irão surgir propriamente novos destinos, mas alguns combinados nos que já programamos, até porque já há muito pouco para inventar”.

Esclareceu que o Irão era um destino que o operador vendia bem, parou completamente devido a alguma instabilidade. No entanto, disse, “apesar de todos os problemas que Israel sempre teve, continuamos a vender bem o destino, bem como os combinados também com a Jordânia”.

A diretora de Operações da YOU salientou que, do conjunto de destinos que programam, os mais apetecíveis no mercado português são o Vietname e Camboja, Islândia, Israel e Jordânia, as Maldivas “e depois coisas diferentes. Neste momento estou a preparar um Alasca – numa viagem de mais de um mês, e há pouco tempo fiz uma volta ao mundo que durou cerca de dois meses. São tipos de viagens diferentes”.

Objetivo é aparecer mais
A YOU Tour Operador tem vindo a fazer-se representar nas convenções dos grupos de gestão das agências de viagens em Portugal. “Temos de aparecer de alguma maneira. Enquanto o João Raposo – proprietário da empresa – não decidir o que quer fazer e se quer realmente que o operador cresça para outra dimensão, nós temos de ir aparecendo porque os grupos de gestão das agências de viagens são muito importantes para nós. Vendemos para a rede GEA, para a Airmet, portanto temos de estar presentes quando fazem as suas convenções porque temos de conhecer os nossos clientes que são as agências de viagens. Não vendemos ao público diretamente, só às agências de viagens. Tem a ver com a nossa cultura e a nossa maneira de estar.”, defendeu

A responsável salientou que “as agências de viagens gostam de trabalhar connosco, temos vindo a ganhar agências novas que experimentam os nossos produtos e os nossos serviços e continuam. Por isso digo, vamos aparecendo nessas convenções, vamos enviando as nossas newsletters chamando a atenção para produtos que vamos lançando, que se estão a vender mais, ou a vender menos. É a nossa maneira de fazer uma promoção mais direcionada para um determinado produto”.

Elisabete Pedrosa aponta que “pelo tipo de destinos que programamos somos um operador de ano inteiro e até vendemos mais fora do verão, porque nessa altura do ano é mais aquele público do charter e das praias”.

Na opinião da responsável, “não entraríamos nos produtos charter, mas a última decisão é sempre do dono da empresa. Para já não, e até agora tem-nos ouvido. A ideia é continuarmos em carreiras regulares e a programar estes destinos diferentes”.

Gostava de conseguir chegar a mais agências de viagens, principalmente algumas no mercado que sei que têm clientes para nós, para este tipo de viagens”

Quanto a allotments, como a empresa oferece destinos muito diversificados num mesmo programa, e que muitas das vezes obriga a voar em mais do que uma companhia aérea, é difícil ter bloqueios de lugares, a não ser em situações pontuais, principalmente no fim de ano.

Vendas já superam todo o 2022
A responsável sublinha que “pessoalmente gostava que a empresa crescesse um pouco mais e que desse aquele salto que acho que faz falta, mas não depende de mim e nem dos profissionais que a compõem. Não gostaríamos nunca de ser um operador turístico muito grande. Não fazemos concorrência a ninguém e não é essa a nossa intenção, mas gostava que crescêssemos mais um pouco, ou seja, aparecendo mais e chegar a mais agências de viagens”.

Acrescentou que “se continuamos a crescer em vendas, se as agências de viagens experimentam e continuam a comprar é porque acreditam em nós e no nosso produto”, considerou a responsável, realçando que “gostava de conseguir chegar a mais agências de viagens, principalmente algumas no mercado que sei que têm clientes para nós, para este tipo de viagens”.

Elisabete Pedrosa acredita que “este tipo de viagens que organizamos tem vindo a crescer no mercado, há poder de compra e clientes para isso em Portugal. Há mercado para isso e há espaço para crescer”, revelando que “neste momento, em finais de maio, já vendemos tanto como em todo o 2022 e, o ano passado, já tínhamos vendido mais do que o 2019. Então não nos podemos queixar”.

Crédito: Depositphotos.com

“Be Better Be You”
Com o slogan “Be Better Be You”, a YOU assume-se como um operador turístico com vasta oferta de destinos e produtos turísticos, culturais e de lazer, dando especial atenção a tudo o que é “tailor made”.

Apresenta-se no seu site como tendo “uma equipa dinâmica, profissional, com vasta experiência no setor das viagens” e preparada para dar todo o apoio que os seus clientes, os agentes de viagens, necessitam.

“É por sabermos exatamente para onde nos direcionamos e onde focamos a nossa atividade, que o produto YOU é flexível, adaptável e ajustável. Desta forma conseguimos alcançar o nosso principal objetivo: Ajudar os agentes de viagens a satisfazer os desejos dos seus clientes”, indica o operador turístico.

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Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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