Emirates cria fundo de sustentabilidade de 200 M$ para a aviação
O investimento de 200 milhões de dólares (cerca de 182 milhões de euros) tem uma duração de três anos e concentrar-se-á em projetos de tecnologias avançadas de combustível e energia que possam reduzir o impacto dos combustíveis fósseis na aviação.
Victor Jorge
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A Emirates irá investir 200 milhões de dólares para financiar projetos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) centrados na redução do impacto dos combustíveis fósseis na aviação comercial.
Este é o maior compromisso individual de uma companhia aérea em relação à sustentabilidade, com fundos a serem atribuídos ao longo de três anos. A Emirates irá identificar parcerias com organizações líderes que trabalham em soluções de tecnologias avançadas de combustível e energia.
Tim Clark, presidente da Emirates Airline, revela que o investimento centra-se “no maior obstáculo que companhias aéreas enfrentam atualmente”, ou seja, na “redução do seu impacto ambiental”.
“Analisámos atentamente a realidade com que nos deparamos em termos de tecnologia de aviões e motores comerciais, cadeias de abastecimento de combustível e requisitos regulamentares e do ecossistema do nosso setor.”, admitindo ser “evidente que, com as atuais vias disponíveis para as companhias aéreas em termos de redução de emissões, o nosso setor não conseguirá atingir os objetivos de zero emissões líquidas no prazo previsto”.
Por isso, admite que “o nosso setor precisa de melhores soluções e é por isso que estamos a procurar estabelecer parcerias com organizações líderes em I&D. O nosso objetivo é contribuir de forma significativa para soluções práticas para a sustentabilidade da aviação comercial a longo prazo.”
Até que se encontrem soluções viáveis, a Emirates diz “continuar a implementar práticas ambientalmente responsáveis em toda a sua atividade, incluindo a introdução do SAF sempre que possível, assegurando operações de frota eficientes e introduzindo aviões modernos na nossa frota”.
Assim, o fundo de 200 milhões de dólares destina-se a I&D, e não a custos operacionais como a compra de SAF ou compensações de carbono para cumprir os requisitos regulamentares – atividades que a companhia considera “normais.”
De referir que a política e estratégia ambiental da Emirates centra as suas atividades em três áreas: “redução de emissões, consumo responsável e conservação da vida selvagem e dos habitats”.
Recorde-se que em janeiro, a Emirates completou com sucesso o primeiro voo de demonstração 100% movido a SAF, em parceria com a Boeing e a GE. Desde o seu primeiro voo alimentado por SAF em 2017, a companhia aérea continua a participar ativamente no mercado de SAF e a procurar oportunidades na sua rede para utilizar SAF sempre que possível.
No entanto, reconhece que o SAF de base biológica, atualmente o único tipo de SAF disponível comercialmente, tem uma “oferta extremamente limitada”.
A IATA estima que o fornecimento anual de SAF em todo o mundo satisfaça menos de 0,1% das necessidades das companhias aéreas.