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Brasil volta a exigir visto de entrada no país a turistas dos EUA, Canadá, Japão e Austrália
O setor do turismo brasileiro mostra-se contra o fim da isenção, que deverá entrar em vigor a 1 de outubro, e considera que a medida vai impactar negativamente a atividade turística no país.
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O Brasil revogou a medida que isentava os turistas dos EUA, Canadá, Japão e Austrália de visto para entrar no país e que estava em vigor desde 2019, pelo que, a partir de 1 de outubro, os turistas destes países voltam a ter de solicitar visto de entrada no Brasil.
De acordo com a imprensa brasileira, a decisão terá sido tomada depois do governo de Luiz Inácio Lula da Silva ter consultado os países em questão sobre a possibilidade de haver reciprocidade na medida para que também os brasileiros possam entrar nos EUA, Canadá, Japão e Austrália sem visto, o que terá sido negado.
“O Brasil não concede isenção unilateral de vistos de visita”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, na passada segunda-feira, dando conta de que, sem reciprocidade, a isenção de vistos para estes quatro países chegou ao fim.
A decisão do Brasil de acabar com a isenção de vistos para os EUA, Canadá, Japão e Austrália está, contudo, a ser vista no país como uma decisão política, uma vez que o decreto que autorizava a isenção de visto para estes países foi assinado, em 2019, pelo anterior Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
O fim da isenção de vistos para os EUA, Canadá, Japão e Austrália está, no entanto, a merecer as críticas do setor do turismo brasileiro, que considera que a decisão vai ter um impacto negativo no turismo brasileiro, já que, no ano passado, estes quatro países foram responsáveis por cerca de 10% das entradas de turistas estrangeiros no Brasil.
Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da Fecomercio-SP, é uma das vozes que criticam a decisão do governo brasileiro e que, segundo informação publicada pelo jornal Globo, consideram que, no turismo, o principio da reciprocidade “não funciona”.
“Enquanto uma viagem para os Estados Unidos, por exemplo, é o “sonho de consumo” de muitos brasileiros, os norte-americanos dão preferência para passear em países do Hemisfério Norte”, defende a responsável, considerando, por isso, que a medida vai ter efeitos perversos na atividade turística brasileira.
Também contra a revogação da isenção de vistos para americanos, canadianos, japoneses e australianos está Manoel Linhares, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), que lembrou ao Globo que o fim dos vistos era uma exigência antiga do setor do turismo, e que também se mostra contra o fim da isenção, até porque, com a pandemia da COVID-19, a medida “não teve tempo de impactar o turismo”.