Turismo de longo curso em recuperação na Europa
Na primeira conferência da ITB Berlim 2023, o otimismo esteve presente no que diz respeito ao turismo de longo curso. Embora todos reconhecem que ainda há trabalho a fazer, Luís Araújo, presidente da ETC, anunciou a nova campanha sob um rótulo comum, “Visit Europe”.
Victor Jorge
Transporte aéreo de passageiros continuou a crescer no 2.º trimestre com aumento de 4,8%
Constituição de novas empresas abranda até agosto e os Transportes lideram as quebras
TAP assina protocolo de intenções com governo da Bahia para voos entre o Porto e Salvador
Comité Setorial de Turismo promove encontros em quatro regiões do país
Grupo GEA leva 80 agências de viagens associadas em sete famtrips
Privatização da Azores Airlines será concluída “em breve” mas não este ano
Explora Journeys inaugura segundo navio a 15 de setembro
Barcelona vai ter “aumento substancial” da taxa turística para cruzeiristas de curta duração
TAP lança campanha que oferece bagagem extra em voos entre Portugal, Moçambique e Angola
Royal Caribbean International encomenda 4.º navio da classe Icon
Como é que a Europa pode voltar a ser atraente para os visitantes estrangeiros? Esta foi a questão lançada na primeira conferência de imprensa da ITB, mesmo antes de começar a ITB Berlim 2023. O presidente da European Travel Commission (ETC), Luís Araújo, frisou que, sob o rótulo de Visit Europe, a União Europeia (UE) apresenta-se aos visitantes dos EUA, Ásia e América do Sul como “um destino seguro que tem muito a oferecer”, acreditando a European Tourism Association (ETOA) e a Tourism Economics que o mercado “estará a recuperar até 2024, mas que a obtenção de vistos ainda será um desafio”.
“Os visitantes estrangeiros foram decisivos para a recuperação do mercado turístico europeu”, visitantes esses que, segundo David Goodger, diretor do Tourism Economics, “geralmente viajavam por semanas seguidas e reservavam um grande número de noites”, admitindo que “também gastaram uma quantia acima da média nos diversos destinos”. Como tal, foram “extremamente importantes para uma plena recuperação e crescimento futuro do mercado turístico europeu”, frisou. Embora o turismo doméstico e o turismo nos países vizinhos tenham quase recuperado para níveis pré-pandêmicos, atualmente há menos visitantes estrangeiros do que em 2019, apontam os dados.
De acordo com Goodger, as últimas pesquisas mostraram que “muitas pessoas em países estrangeiros querem viajar novamente”. Ao mesmo tempo, a alta inflação e a recessão causaram incerteza, adiantando que, “atualmente, o número de viajantes provenientes dos EUA já recuperou para níveis pré-pandemia”. Assim, David Goodger acredita que o Brasil, a Índia e a Austrália recuperarão em 2023, salientando que também as pessoas que viajam da China e do Japão aumentarão novamente, concluindo que “os números recuperarão significativamente até 2024”.
Dado os viajantes estrangeiros geralmente considerem a Europa como um único destino, a European Travel Commission (ETC) está a promover os respetivos países membros sob um rótulo comum, Visit Europe. Nesse sentido, o presidente da ETC, Luís Araújo, revelou uma campanha para novos membros que apresenta a Europa como “um destino de viagem seguro que tem muito a oferecer aos amantes da natureza, visitantes interessados em cultura e famílias”.
Apesar do otimismo, partilhado por Tom Jenkins, CEO da European Tourism Association (ETOA), sobretudo em relação aos EUA, também foi possível ouvir os obstáculos ainda existentes ao crescimento no mercado do turismo de longo curso. Assim, na Europa a emissão de vistos continua a ser uma “prerrogativa nacional e pode levar semanas nalguns casos”, disse Jenkins. “Os voos de longa distância e a capacidade hoteleira também ainda não recuperaram totalmente para níveis pré-pandêmicos”, admitindo, no entanto, que “a Europa está no caminho certo”.