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“Temos de ter a ambição de crescer em valor”

Há três meses à frente da Secretaria de Estado do Turismo [Comércio e Serviços), Nuno Fazenda faz da coesão territorial uma das bandeiras para o futuro do turismo. Ao Publituris, Nuno Fazenda admite que há ”sinais muito positivos do mercado e das empresas que nos permitem encarar 2023 com confiança e com algum otimismo”. Sem se estender em temas como o aeroporto e a TAP, o SETCS salienta que “o objetivo é reforçar a conectividade aérea e aumentar o número de companhias aéreas que escolhem Portugal para fazer ligações e para nos trazer mais pessoas”.

Victor Jorge
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“Temos de ter a ambição de crescer em valor”

Há três meses à frente da Secretaria de Estado do Turismo [Comércio e Serviços), Nuno Fazenda faz da coesão territorial uma das bandeiras para o futuro do turismo. Ao Publituris, Nuno Fazenda admite que há ”sinais muito positivos do mercado e das empresas que nos permitem encarar 2023 com confiança e com algum otimismo”. Sem se estender em temas como o aeroporto e a TAP, o SETCS salienta que “o objetivo é reforçar a conectividade aérea e aumentar o número de companhias aéreas que escolhem Portugal para fazer ligações e para nos trazer mais pessoas”.

Victor Jorge
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Com o setor do turismo a registar o melhor ano de sempre ao nível das receitas, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços destaca a convergência com a estratégia desenhada na ET27. Com a “ambição de crescer em valor”, Nuno Fazenda salienta os apoios que Portugal terá para se desenvolver em várias frentes. Contudo, frisa, “a boa aplicação dos fundos europeus é um desafio que convoca a todos”.

Assumiu o cargo há pouco menos de três meses. Que Secretaria de Estado do Turismo encontrou e já conseguiu dar-lhe um cunho pessoal?
Para começar, dizer que o setor do turismo teve um desempenho excecional nos últimos dez anos, pré pandemia. Crescemos sempre acima dos 10% no que diz respeito a receitas. Depois, houve a paragem de dois anos e a seguir tivemos, novamente, um retomar da atividade turística. O ano de 2022 teve um crescimento, como é sabido, acima do recorde turístico de 2019, mais 15% em receitas turísticas.

E por isso tenho dito e reafirmo, o turismo não é só um sector de excelência, é também um sector de resiliência que tem dado um contributo muito importante para a economia do país. É mesmo a maior atividade económica exportadora. Esse desempenho deve-se ao esforço das empresas, dos trabalhadores, das instituições e políticas públicas que favoreceram o crescimento do turismo.

Políticas públicas que apoiaram o setor do turismo durante uma fase complicada.
Muito difícil. Mas, dito isto, temos que ter a ambição de liderar o turismo do futuro. E quando digo liderar o turismo do futuro, significa um turismo mais sustentável, mais inclusivo, mais tecnológico e mais coeso. E por isso, temos de dar resposta, e esse é um ponto importante, aos desafios do presente, às emergências, mas, ao mesmo tempo, temos que dar resposta aos desafios estruturais do turismo.

Portanto, ter os olhos postos no futuro, isto é, responder ao presente, mas ter os olhos postos no futuro. E por isso mesmo estabelecemos um conjunto de prioridades estratégicas, claras, como o território, pessoas, empresas, dupla transição e reforço da notoriedade de Portugal enquanto destino turístico. Mas há uma marca muito importante que temos de ter, que é concretizar. E neste tempo que estou em funções tenho tido duas preocupações, concretizar e ter os olhos postos no futuro em alterações estruturais.

Concretizar a estratégia
Numa entrevista à sua antecessora, Rita Marques, no WTM em Londres, dizia que, neste momento que se fala muito em repensar o turismo por causa da pandemia, o importante era executar a estratégia. É isso que está a fazer, a executar uma estratégia existente? Ou seja, concretizar?
A questão é muito simples, temos uma estratégia muito clara. Tive o gosto de a coordenar em devido tempo, a Estratégia do Turismo 27 (ET27). E o propósito é concretizar a Estratégia de Turismo 27 que tem desafios muito claros. Temos o desafio da sustentabilidade, temos de ter um desenvolvimento turístico sem pôr em causa os nossos recursos naturais e culturais. Por isso, a sustentabilidade é uma prioridade estratégica. Temos o desafio da coesão territorial, em que queremos ter turismo em todo o território. Temos o desafio das qualificações, por isso, temos uma agenda para as qualificações e para o emprego.

Portanto, as prioridades estratégicas estão claras. O desafio é concretizar e é isso que tenho estado a procurar fazer desde que tomei posse.

Foi um dos responsáveis pela ET27. Essa estratégia foi, no entanto, delineada antes da pandemia. O que alterou nessa estratégia?
Os grandes desafios mantêm-se, os grandes desafios estruturais do turismo estão lá, os desafios da sustentabilidade a que temos que dar resposta, o desafio da coesão territorial também está lá, porque não é algo que se muda de um dia para o outro, o desafio das qualificações das pessoas, está lá, e se a formos ler estão lá os rendimentos, dignificação, valorização dos profissionais do turismo. Outra dimensão é a procura. Quando falamos da procura, qual é o desafio? É conhecer melhor a procura, atrair segmentos que permitam responder a dois outros desafios estratégicos, atenuar a sazonalidade e termos turismo ao longo de todo o território, todo o ano.

Quando desenhámos a ET27 eram consideradas irrealistas. Hoje, felizmente para o país, estamos a convergir para a concretização dessas metas

Portanto, nessa estratégia nada foi alterado. Foi sim, acelerado?
Esse é o meu propósito, acelerar a concretização dos desafios estratégicos da ET27.

Os resultados de 2022, de certa forma, vão ao encontro dessa estratégia, ultrapassando até as melhores expectativas. Mas também sabemos que essas receitas foram alcançadas devido à subida de preços. Acha que essa alta dos preços se vai manter ou terá de haver ajustamentos no futuro ao nível dos preços?
Um desafio que temos inscrito na ET27, para além daqueles que já referi, é crescer em valor. Temos de ter a ambição de crescer em valor, especialmente nos territórios mais consolidados do ponto de vista turístico. É o caso de Lisboa, do Algarve, da Madeira e do Porto. Continuar a crescer mais em valor do que em quantidade. Esse é um modelo que nos interessa, crescer em valor, com sustentabilidade e com inclusão.

Por isso mesmo, estamos também a prosseguir a estratégia de olhar para além dos principais mercados estratégicos prioritários e aí vale a pena ter presente que 80% da nossa procura externa está na Europa. A seguir aos mercados externos da Europa prioritários, temos outros dois mercados muito importantes, caso do Brasil e Estados Unidos da América. Depois temos outros mercados de atuação seletiva como, por exemplo, a Coreia do Sul para o turismo cultural e religioso, México, Austrália, Índia, Israel.

Quer nesses mercados tradicionais, quer nos de atuação seletiva, queremos crescer em valor e crescer em valor também, alcançando produtos turísticos ou potenciando produtos turístico muito importantes para o país como é o caso do enoturismo, turismo literário e também o turismo de natureza que são produtos diferenciadores que nos permitem dar resposta a dois desafios, a coesão territorial e atenuar a sazonalidade, a diversificação de mercados.

Não acredita, por isso, que esta conjuntura de alta de preços possa prejudicar o desempenho de Portugal?
Sim, não prejudica. Acho que Portugal tem tido um desempenho turístico muito importante e não creio que haja esse receio.

Devo dizer-lhe uma coisa muito importante, já que os sinais que tenho tido do contacto com as empresas, para além das estimativas do Banco Portugal apontarem para um crescimento na ordem dos 8,6% em termos de exportações de turismo, são sinais muito positivos. Aliás, tivemos oportunidade de o sentir na FITUR 2023, em Madrid, relativamente às reservas, daquilo que são os sinais do mercado. Temos sinais muito positivos do mercado e das empresas que nos permitem encarar 2003 com confiança e com algum otimismo para o turismo português.

Acredita que este valor, de 27 mil milhões de euros em receitas que está inscrito na ET27, possa ser atingido antes de 2027?
É uma possibilidade. E, sobretudo, importa ter presente o seguinte, quando desenhámos a estratégia (ET27), com essas metas, na altura eram consideradas irrealistas. Hoje, felizmente para o país, estamos a convergir para a concretização dessas metas.

Temos de explicar mais os apoios, explicar mais as regras

Com uma pandemia e uma guerra.
Com uma pandemia e uma guerra. Isso diz bem da força do turismo português. Portugal é um país fortíssimo ao nível do turismo, competimos com os melhores do mundo e competimos com os melhores do mundo, porque, de facto, temos regiões de turismo únicas, com recursos turísticos únicos, porque temos um sector empresarial forte do ponto de vista turístico e temos as nossas gentes, a nossa capacidade de receber bem, excelentes profissionais na área do turismo, e também temos tido políticas públicas que favorecem o crescimento do turismo.

Isso tudo vai ao encontro de uma definição que se ouve há muito tempo que Portugal está no caminho do melhor turismo e não mais turismo.
Claramente, esse é o ponto, melhor turismo, com mais sustentabilidade, com mais inclusão, com mais coesão. Tudo isso faz-nos ter melhor turismo.

As prioridades
Tenho-o acompanhado ao longo destes poucos meses que está no cargo e nas suas intervenções tem focado algumas prioridades. As pessoas, as empresas, o investimento, o território e também a internacionalização da marca Portugal ou de Portugal. Vamos primeiro ao primeiro ponto que são as pessoas. O setor do turismo sofreu um forte impacto com a pandemia e houve um grande êxodo de pessoas. Já se ouviu que o setor do turismo ou da hotelaria, em concreto, deixou de ser “sexy”, mas também questões como o confinamento e o teletrabalho levou ou leva a que as pessoas encarem o trabalho de forma diferente. Tem focado a valorização, os melhores salários, planos de carreira, entre outros. Como atrair essas pessoas novamente para o setor do turismo e como captar novo talento para o setor do turismo?
Esse é um ponto muito importante. Aliás, quando se olha para a ET27, o primeiro desafio são as pessoas. Nós vamos desenvolver e estamos a trabalhar numa agenda para as qualificações e para o emprego no turismo, cujo objetivo é atrair mais pessoas para o setor do turismo e, ao mesmo tempo, também, reforçar as qualificações. Nesse âmbito, há várias medidas que podem concorrer conjugadamente para atrair mais pessoas para o setor do turismo. Evidentemente, uma chave é o aumento dos rendimentos e aqui vale a pena ter presente o esforço que o país tem feito e que de 2015 até hoje aumentámos em 50% o salário mínimo nacional, o salário médio aumentou 29% e olhando para o futuro, houve um acordo de Concertação Social muito positivo, que vai na direção certa, que é melhorar os rendimentos das pessoas. E também, obviamente, na área do turismo.

Por isso quero saudar as empresas que têm ido até mais além do que os valores previstos em sede de Concertação Social.

Uma segunda nota tem a ver também com a valorização daquilo que é a imagem dos profissionais do turismo. Estamos a desenvolver uma campanha para promover e valorizar as profissões do turismo. Uma terceira área tem a ver com conjugar a oferta e a procura, isto é, vamos desenvolver também um projeto para criar uma ligação entre aquilo que são as ofertas de emprego e aquilo que são as procuras de emprego. Juntar o mundo do mercado de trabalho com o mercado das empresas.

Não há essa ligação ou há campo para melhorar essa ligação?
Há espaço para melhorar e é isso que nos compete fazer. Como é que podemos colocar quem procura emprego com quem tem ofertas de emprego para que esse matching seja feito.

A formação, hoje, está de acordo com as necessidades do setor privado?
Diria que em grande medida, sim. Já temos hoje uma boa compatibilidade entre aquilo que é a oferta formativa e as necessidades das empresas. Mas temos que reforçar essa compatibilidade.

Nesse particular, temos previsto melhorar também as condições de formação. Por exemplo, no contexto das Escolas de Hotelaria e Turismo, que são escolas de excelência, que têm uma empregabilidade acima de 90%, temos de continuar a formar mais e melhores profissionais de turismo. E temos que atrair mais gente para as escolas de turismo, que, aliás, viu o número de alunos descer nos últimos anos.

Nesse âmbito vamos ter, também, um plano de investimentos para as escolas nos próximos três anos, que estimamos em cerca de 20 milhões de euros, para melhorar, apetrechar e modernizar ainda mais as nossas escolas de turismo. Temos ótimas escolas, mas há espaço para melhorar, nomeadamente, em algumas dimensões infraestruturais, algumas obras de melhoria na digitalização, e também na eficiência energética.

Estamos a trabalhar no reforço da competitividade fiscal das nossas empresas e temos de trabalhar também na simplificação

E trazer pessoas de fora.
Sim, isso é muito importante. Há um acordo com a CPLP, temos de ser mais ágeis também na emissão de vistos e, claro, queremos e temos uma perspetiva de acolher bem os nossos imigrantes. Nós nos podemos esquecer que 10% das contribuições para a Segurança Social são já de imigrantes. Repare que, em 2015, tínhamos 100.000 pessoas a contribuir para a Segurança Social, hoje são mais de 630.000 pessoas. Ora, isto chama-se inclusão, integração de pessoas.

Nós precisamos de ter, também, mão-de-obra estrangeira, mas integrar, incluir e valorizar.

As próprias Escolas de Hotelaria e Turismo vão ter formação específica para promover a inclusão das pessoas que vêm de fora.

Essa questão de trazer pessoas de fora também coloca outro desafio que é dar condições às pessoas, por exemplo, de habitação. Isso tem que estar também interligado entre os vários ministérios, as várias secretarias de Estado e os diversos municípios.
Sem dúvida. E é por isso que, no contexto do PRR, a segunda maior rubrica é da habitação. É uma prioridade política absoluta. Mais e melhor habitação.

Isso também poderá passar por uma maior flexibilização fiscal para as empresas?
Estamos a trabalhar no reforço da competitividade fiscal das nossas empresas e temos de trabalhar também na simplificação.

E onde temos de simplificar ainda mais é nos apoios. Deixe-me dizer, vamos ter o maior volume de fundos europeus à nossa disposição e temos de ser mais ágeis e simplificar os procedimentos. Mas para além de ter de simplificar, recorrendo à tecnologia, temos também de explicar melhor os apoios. E é por isso mesmo que muitos dos apoios que temos lançado, tenho feito questão que se façam sessões de esclarecimento às instituições.

Quer dizer que muitas vezes os apoios estão lá, mas até as próprias empresas não compreendem como aceder a esse apoio?
Em alguns casos, sim. Temos de explicar mais os apoios, explicar mais as regras. Vamos ter um grande volume de fundos europeus e esses fundos têm de ser explicados para que se as empresas se possam candidatar e apresentar boas candidaturas.

Apontou os fundos que Portugal vai receber e todos sabemos que os balanços das empresas, ao longo destes dois anos, foram severamente atingidos. Portugal irá receber, via PRR, de facto, muito dinheiro para ajudar a economia. Concretamente para o setor do turismo, de que valores estamos a falar?
O que lhe posso dizer é que no contexto do PRR temos uma agenda para a área do turismo, para desenvolver o turismo, para acelerar e transformar o turismo de 151 milhões de euros. É um consórcio que envolve mais de 50 instituições focado em inovação, transição digital e transição energética. Portanto, são três grandes áreas e temos intenção de contratualizar essa agenda rapidamente.

Mas para além da agenda específica para o turismo, temos ainda apoios específicos para a transição digital das empresas onde o turismo se pode candidatar.

Temos também apoios no domínio da eficiência energética, que é muito importante na área do turismo. Depois temos também o domínio das qualificações.

Portanto, ainda que seja de banda larga, a verdade é que o turismo é um beneficiário direto. Eficiência energética, transição digital, qualificações, a que se soma a agenda mobilizadora para a área do turismo.

Mas temos ainda outra componente muito importante para as empresas, que é o reforço da competitividade. E um exemplo concreto são os dois avisos recentemente lançados pelo Banco Português de Fomento, com 400 milhões de euros para apoiar as empresas para a capitalização, para o crescimento das empresas.

Isto são vários exemplos, só no PRR. A isso somamos o Portugal 2030 (PT2030) e aí existem vários sistemas de incentivos para reforço da competitividade das empresas onde o turismo se inclui, mas também para a internacionalização das empresas do turismo. E a verdade é que, face ao Portugal 2020, o 2030 e o PRR terão mais 90% de apoios para as empresas. Isso é um dado muito importante para as empresas no geral e onde se inclui o turismo.

Diria que esta é uma oportunidade única para alavancar, de facto, o setor do turismo para o futuro?
É uma oportunidade muito importante para garantir a sustentabilidade e competitividade do turismo, porque hoje já somos um país de referência no turismo mundial. Mas temos de assegurar que continuamos a ser competitivos e sustentáveis. E é por isso que a competitividade e a sustentabilidade ganha-se na transição digital, na transição climática, na coesão territorial, na sustentabilidade em sentido mais lato. Para isso temos os instrumentos prontos.

Mas a boa aplicação dos fundos europeus é um desafio que convoca a todos. Convoca o Governo, porque tem de definir as grandes prioridades, criar as condições de governação dos fundos europeus, mobilizar os instrumentos de política pública, os avisos.

Criar as ferramentas para concretizar.
Exatamente. Mas depois convoca as instituições que têm de lançar os avisos, analisar os projetos nos prazos que estão previstos, proceder aos pagamentos dentro dos prazos previstos. Mas convoca também os promotores, os públicos e os privados, para construir bons projetos, para os executarem dentro dos prazos, para cumprir as metas com que se comprometeram e que convoca também quem escrutina, aqueles que fiscalizam os fundos. Por isso, isto é um desafio que convoca todos.

Mas dizer também que Portugal tem sido, no contexto europeu, reconhecido como um bom estudo de caso na boa aplicação dos fundos europeus. Vários estudos e relatórios o demonstram.

Portugal tem estado a cumprir com todas as metas e marcos e que a Comissão Europeia, pedido pagamento após pagamento, reconhece e transfere. Essa avaliação positiva acontece porque estamos a cumprir.

Mas como é que responde às empresas quando criticam a morosidade na receção desses apoios?
A questão é muito simples. Não podemos querer que no início do plano estejamos no fim do plano. Há etapas. No início do plano, não podemos ter já os projetos feitos, concretizados e pagos. Não é possível. Estamos no início do PRR e não no fim do PRR. Temos um período de execução.

Por outro lado, os apoios às empresas assentam numa lógica concorrencial, isto é, abre-se um aviso para apoios às empresas, abre-se um concurso, as entidades organizaram as suas estratégias, os seus consórcios definem as prioridades. Depois há um júri que tem de avaliar e depois de avaliar, há a aprovação. Depois segue-se a fase de execução e só quando estamos a executar é que se pode efetivamente pagar. Não podemos ter pagamentos sem obra feita.

O que temos de garantir é que temos bons projetos e que se cumpre a lei na aplicação dos fundos europeus, com agilidade e com simplificação.

Não podemos querer que no início do plano estejamos no fim do plano

Outro tema que também é uma prioridade e que tem sido muito focado é o da coesão territorial, de uma maior aposta no interior. Contudo, o interior tem muitos desafios, chamar empresas e, fundamentalmente, também chamar pessoas para o interior. Na FITUR tivemos a apresentação da Estratégia Transfronteiriça para Portugal e Espanha, mas como diz, agora é preciso concretizar. Que políticas estão a ser colocadas em marcha para que isso seja concretizado? Trata-se de um projeto que pode ser encarado a curto prazo ou terá de ser a médio e longo prazo?
Uma nota prévia, a coesão territorial é um desígnio nacional e o turismo pode dar um contributo muito importante para a coesão territorial. Porquê? Porque o turismo pode e deve ser uma âncora de desenvolvimento do interior. O turismo tem um efeito multiplicador. Quando falamos de atividade turística, falamos de dormidas, de restauração, mas falamos também do agroalimentar, da construção, da cultura, dos transportes, da habitação. Portanto, quando falamos em levar turismo ou ter turismo num determinado território, estamos a falar em dinamizar várias atividades económicas conexas.

Portanto, não se pode só olhar para a Secretaria de Estado do Turismo, mas tem de se olhar para uma multiplicidade de interlocutores do Governo?
O que eu quero dizer é que, se projetarmos e dinamizarmos o turismo no interior, vai suscitar todo um conjunto de atividades económicas conexas. Se nós tivermos mais turismo no interior, vamos ter necessidade de mais oferta hoteleira, mais restauração, mais construção, mais transportes, mais cultura, mais agroalimentar. O efeito multiplicador do turismo é, de facto, muito relevante para a coesão territorial.

Mas qual é o nosso ponto de partida? O nosso ponto de partida é de um país que tem cerca de 90% da procura turística no litoral. E isso deriva daquilo que é os recursos turísticos excecionais que temos no nosso país, nomeadamente no litoral. Ora, nós queremos continuar a ter um turismo em todo o país, mas queremos também que haja mais turismo no interior que também tem esses recursos excecionais.

Portanto, o que eu quero deixar muito claro é que, sem prejuízo da importância estratégica que têm os nossos destinos turísticos mais consolidados, como Algarve, Lisboa, Madeira, Porto, que são nossas bandeiras do turismo, são os nossos cartazes de primeira linha, temos de ter mais políticas para o desenvolvimento turístico do interior, porque o nosso desígnio é termos turismo em todo o território.

Acho que é um objetivo que me parece muito lógico, termos turismo em todo o território e ao longo de todo o ano.

E haver a possibilidade de promover Portugal com mais diversidade em termos de oferta?
Alargar a nossa base de oferta para alargarmos também a nossa base de procura e de mercados. E quando falamos de interior, temos que olhar também para aquilo que é a centralidade do interior português na Península Ibérica. Olhar também para aquilo que o mercado espanhol. Por isso mesmo, os projetos que temos, por exemplo, de ligações transfronteiriças no PRR, são projetos muito importantes. Bragança com Puebla de Sanabria, duplicação do IC 31 Monfortinho, temos Nisa à Extremadura, Alcoutim com a Andaluzia. Essas portas de entrada, a que se soma a de Vilar Formoso e de Valença, são pontes. Os projetos transfronteiriços que estão no PRR são pontes para o futuro desenvolvimento do país.

Depois temos os outros de promoção turística e também de dinamização. Nesse capítulo vamos ter projetos das mais diversas áreas. Vamos querer lançar um programa específico para a valorização turística do território, para os seus recursos turísticos, a preservação e valorização, vamos diferenciar positivamente projetos que contribuam para a afirmação do turismo interior. Dou-lhe o exemplo do “Portugal Events” em que teremos uma diferenciação positiva para projetos que se localizem no interior.

Promoção externa
Outra das prioridades é a internacionalização do destino, da marca Portugal, da visibilidade de Portugal a nível internacional. Registou-se uma consolidação dos mercados tradicionais, mas, fundamentalmente, houve um grande destaque de alguns mercados como os EUA. Isso poderá levar a um afinar das agulhas da promoção externa?
As agulhas da promoção externa estão afinadas e estamos sempre disponíveis para afinar ainda mais.

Temos de estar sempre atentos às mudanças do mercado, ao comportamento desses mercados e às respetivas tendências e, portanto, sim, temos sempre que afinar e melhorar a nossa atuação.

E na verdade, também afinar a internacionalização à conectividade aérea, e aí também estamos a trabalhar para reforçar essa conectividade aérea. Falou no mercado dos EUA, é muito importante, é já o primeiro mercado em Lisboa. Isso diz bem da importância desse mercado.

Mas não nos podemos esquecer que 80% da nossa procura externa está na Europa. Por isso, vamos reforçar a nossa presença nos mercados internacionais, não só porque vamos participar em mais feiras, mas também porque vamos dinamizar e participar em iniciativas internacionais. Vamos ter uma iniciativa em Londres, outra em Washington (EUA), com o Financial Times, no sentido de promover Portugal lá fora, para assegurar a nossa presença internacional.

A coesão territorial é um desígnio nacional e o turismo pode dar um contributo muito importante para a coesão territorial

E Portugal tem conseguido, de facto, diversificar a sua oferta relativamente a estas novas tendências que todos apontam, nomeadamente, esta preocupação com a sustentabilidade?
Este é um ponto muito importante. Nós hoje, de facto, temos um turista mais exigente, mais verde, mais ecológico, mais preocupado com as questões ambientais, que procura experiências mais desafiantes, mais autênticas e, portanto, quer um turismo mais customizado, mais personalizado. Nessa medida, esse é um desafio que se coloca hoje aos destinos e às empresas. Ir ao encontro dessas tendências do turismo, para um turista mais informado, porque também tem acesso a mais informação.

O turista quando visita um destino, já sabe o que procurar, tem pontuações, tem rankings, tem comentários, tem informação do destino, das empresas e dos sítios a visitar. Isso obriga à transformação dos próprios modelos de negócio, das próprias empresas e também na forma como trabalham os destinos turísticos.

E é por isso mesmo que o PRR e aquilo que é, por exemplo, a Agenda para o Turismo e os apoios do PT2030 estão direcionados para dar resposta a essas dimensões. Queremos as nossas empresas mais capacitadas do ponto de vista digital, queremos as nossas empresas com comportamentos ambientais mais sustentáveis, apoiando a sua eficiência energética, a gestão dos resíduos, a gestão da água e queremos também os nossos destinos com mais preservação e valorização dos nossos recursos turísticos. A base de sustentação da atividade turística é o nosso património natural e cultural. E se queremos ser competitivos e sustentáveis, temos de garantir a sustentabilidade destes nossos pontos turísticos.

A conectividade
Contudo, voltando à questão da conectividade, Portugal tem um problema, porque falando da infraestrutura que recebe mais turistas em Portugal, o aeroporto de Lisboa, está com a sua capacidade nos limites. Uma pergunta muito simples, conta ter uma decisão relativamente à nova localização do aeroporto de Lisboa até ao final deste ano?
Isso está a ser analisado por uma Comissão Técnica que foi nomeada, feito também em articulação com os vários parceiros e é por esse estudo que temos que acordar. Evidentemente, e não é matéria discussão, de uma nova solução aeroportuária. Acho que vale a pena ter presente que para o Aeroporto de Lisboa estão previstos, no plano de investimentos da ANA, melhorias para a atual infraestrutura aeroportuária.

Também dizer que no ano passado foram adotadas medidas muito importantes ao nível dos tempos de espera, a implementação de um novo sistema, mais rápido, mais ágil.

Se, por um lado, estamos a ter o respostas de curto prazo, está-se a trabalhar numa futura solução que tem de ser estudada, está a ser estudada para ser o mais consensual e se agir o mais rapidamente.

Mas teme que Portugal possa perder aqui alguma atratividade?
Portugal está num caminho ainda de crescimento, crescimento sustentável e de crescimento em valor. Temos uma rede de estruturas aeroportuárias muito capaz. Temos de melhorar, claramente, a questão de Lisboa e isso é o que está a ser estudado.

Não é a sua pasta, mas agregado ao facto de uma infraestrutura aeroportuária para Lisboa, também temos a questão da TAP e a privatização da TAP. Tem se falado muito em três possíveis interessados – Grupo Lufthansa, Grupo IAG e Air France KLM. Esse dossiê estará para breve ou a sua definição e concretização ainda demorará algum tempo?
Sobre esse dossiê em particular, como diz e bem, está noutra área governativa e, portanto, não quero pronunciar-me.

Mas afeta o turismo?
Com certeza e percebo o alcance da pergunta e a pertinência da mesma. Creio que os colegas que estão com essa área podem responder melhor. Mas há uma coisa que lhe posso dizer, a TAP é uma empresa estratégica para o país por aquilo que é a sua ligação ao mundo, pela diáspora, pelo contributo que tem para o turismo do país.

Dito isto, sendo Portugal um dos destinos turísticos mais competitivos do mundo, um dos destinos mais fortes em termos mundiais na área do turismo, o nosso objetivo é reforçar a conetividade aérea e aumentar o número de companhias aéreas que escolhem Portugal para fazer ligações e para nos trazer mais pessoas.

Espero dar um contributo para que o legado coletivo de um mandato possa deixar um país ainda mais competitivo, mais reconhecido internacionalmente e mais coeso

Até porque hã a questão do hub de Lisboa que poderá, eventualmente, sofrer alguma transferência?
O tema está a ser estudado e muito bem estudado pela área governativa que acompanha esse dossier para garantir todos os interesses do Estado português. E isso estará seguramente acautelado. Quando digo o Estado português falo do país e, também, evidentemente, na sua dimensão turística.

E depois de um ano recorde?
Fechámos o ano de 2002. Como que espera chegar ao final de 2023?
As perspetivas procuro tê-las com base em, por um lado, relatórios ou estudos de previsão e, por outro, também aquilo que o mercado nos diz. E aquilo que o Banco Portugal nos diz é que teremos um crescimento de 8,6% nas exportações de turismo. Por outro lado, aquilo que nos diz o mercado, aquilo que são os sinais que temos das empresas, também eles são sinais positivos, sinais de confiança, de otimismo.

Evidentemente, há sempre um contexto em que não conseguimos prever o futuro face à incerteza externa. Mas os sinais que temos são positivos.

Eu olho para 2023 com confiança e com um otimismo moderado, por força daquilo que são as previsões do Banco Portugal e pelos sinais que as empresas nos dão.

Teme de alguma forma que o conflito que está a decorrer, infelizmente, possa influenciar ou impactar ainda mais o turismo em Portugal?
Esse é um conflito que a todos nos deixa muito tristes do ponto de vista humano e coletivo, enquanto sociedade. Evidentemente que tem também impacto na economia global e particularmente europeia. Mas creio que não é possível estar a fazer previsões face a contextos tão voláteis.

Na última edição do WTM, o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo considerava que os responsáveis, tanto nacionais como locais e tanto privados como públicos do universo do turismo, devem deixar um legado. Que legado é que o Nuno Fazenda gostaria de deixar no turismo?
É uma boa pergunta boa. Mas há um legado que queremos deixar, dar um contributo para que Portugal seja um país mais competitivo e mais coeso do ponto de vista turístico. Se no final conseguirmos ter um país que conseguiu fazer algumas transformações ao nível da sua competitividade em termos de destino sustentável, mais coesão, termos turismo em todo o país e ao longo de todo o ano, assente em padrões de sustentabilidade, acho que isso seria algo muito positivo.

Mas nestas coisas não há legados individuais, há legados coletivos. O que espero é poder dar um contributo para que o legado coletivo de um mandato possa deixar um país ainda mais competitivo, mais reconhecido internacionalmente e mais coeso.

Isso faz-se com muito empenho, com humildade, com tempo e com trabalho conjunto.

Como disse no início, resolver os problemas do presente, mas com os olhos postos no futuro e com uma marca que é concretizar.

 

 

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Algarve conquista prémio de melhor destino europeu de praia nos WTA.

Os World Travel Awards (WTA) voltam a atribuir ao Algarve o título de “Melhor Destino de Praia da Europa”, distinção que conquista pela décima mês e quinto ano consecutivo.

Publituris

A distinção foi anunciada esta sexta-feira, durante a cerimónia da 30ª edição destes que são considerados os mais prestigiados prémios da indústria de turismo e viagens.

A região conquistou, uma vez mais, a preferência dos principais líderes do setor do turismo, que votaram para premiar a melhor oferta turística a nível europeu, ficando à frente de outros destinos de praia de renome como Cannes (França), Corfu e Costa Navarino (Grécia), Maiorca e Marbella (Espanha) e Sardenha (Itália).

A propósito desta distinção, o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes garante que “continuamos empenhados em dar a conhecer aos viajantes a beleza natural do Algarve. Como tal, este prémio vem reconhecer o trabalho de todos os profissionais do setor do turismo da região que, pela sua dedicação e profissionalismo, contribuem diariamente para fazer deste o melhor destino balnear da Europa”.

A beleza e a diversidade de cenários que as praias da região oferecem ao longo de 200 km de costa – desde extensas falésias a pequenas enseadas escondidas -, aliadas ao sol e às temperaturas amenas que se fazem sentir durante todo o ano continuam a fazer as delícias dos amantes do mar, destaca o Turismo do Algarve, que sublinha ainda que, seja apanhar banhos de sol, fazer passeios na praia, praticar surf ou mergulho, ou velejar ao longo da costa, o Algarve oferece propostas e atividades aquáticas para todos os gostos.

Nesta edição dos World Travel Awards (WTA) foram também distinguidas várias empresas que representam o que de melhor se faz ao nível do turismo do Algarve. Entre os vencedores estão Associados da Associação Turismo do Algarve como a Abreu DMC Portugal; Amazing Evolution; Conrad Algarve; Dunas Douradas Beach Club; Hilton Vilamoura As Cascatas Golf Resort & Spa; Monte Santo Resort; Vale do Lobo.

 

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Lisboa eleita Melhor Destino Urbano da Europa nos World Travel Awards

Na 30ª edição europeia dos World Travel Awards (WTA), considerados os “Óscares do Turismo”, que decorreu em Batumi, Geórgia, Lisboa foi eleita o Melhor Destino Urbano da Europa. Igualmente, foram premiados vários equipamentos da cidade.

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Para o presidente da autarquia e da Associação Turismo de Lisboa (ATL), Carlos Moedas, este prémio, que é dos lisboetas e que contribui para o crescimento da economia local, “fortalece Lisboa como capital do mundo”, destacando que, nos últimos dois anos, o destino “tem vindo a reafirmar-se como uma cidade que valoriza e promove a sua identidade única e as suas tradições”, valores agora reconhecidos na sua eleição como Melhor Destino Urbano da Europa.

Refira-se que os os World Travel Awards distinguem anualmente a excelência alcançada por destinos turísticos, empresas hoteleiras, companhias aéreas e outras entidades relacionadas com a indústria do turismo. Estes prémios representam uma chancela de qualidade e um selo de prestígio para aqueles que se destacam em proporcionar o melhor que a indústria do turismo tem para oferecer a nível global.

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Agosto com recorde de 10 milhões de dormidas

O número de dormidas registadas em agosto de 2023 superou, pela primeira vez, as 10 milhões. No acumulado do ano (janeiro-agosto) o total de dormidas ficou perto das 53 milhões, apesar do decréscimo registado nos residentes, compensado pela subida dos mercados internacionais.

Victor Jorge

O setor do alojamento turístico registou 3,5 milhões de hóspedes e 10,1 milhões de dormidas, em agosto de 2023, correspondendo a crescimentos de 4,8% e 1,4%, respetivamente (+4,4% e +1,7% em julho de 2023, pela mesma ordem), avançam os números divulgados esta sexta-feira (29 de setembro) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Face a agosto de 2019, registaram-se crescimentos de 6,3% nos hóspedes e 4,9% nas dormidas.

No período acumulado de janeiro a agosto de 2023, as dormidas aumentaram 12%, +2,4% nos residentes e +16,9% nos não residentes, fixando-se nas 52,9 milhões. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas cresceram 8,9%, +10% nos residentes e +8,4% nos não residentes

No oitavo mês de 2023, o INE indica que as dormidas de residentes mantiveram uma trajetória decrescente (-6,9%; -2,8% em julho), totalizando 3,5 milhões. Em contrapartida, o crescimento dos mercados externos acelerou (+6,4%, após +3,9% em julho), tendo sido registados 6,6 milhões de dormidas.

Face a agosto de 2019, observou-se um abrandamento do crescimento das dormidas de residentes (+0,9%, após +11,6% em julho), ao contrário do que se verificou nas dormidas de não residentes (+7,1%, após +5,1% em julho).

Entre os 17 principais mercados emissores (88,6% do total de dormidas de não residentes), os Estados Unidos da América e o Canadá continuaram a destacar-se, registando os maiores crescimentos (+28,9% e +27,5%, respetivamente) face a agosto de 2022. Em sentido contrário, os mercados finlandês e espanhol registaram os maiores decréscimos nas dormidas (-10,4% e -4,3%, respetivamente).

Face a agosto de 2019, as dormidas de residentes no Reino Unido (17,5% do total das dormidas de não residentes em agosto) continuaram a crescer (+6,2%; +5,3% face a 2022).

O mercado espanhol (quota de 16%) registou um decréscimo de 5,4% nas dormidas, face a agosto de 2019, tendo mantido a segunda posição entre os principais mercados. O terceiro principal mercado foi o francês (11,8% do total), diminuindo ligeiramente face a 2019 (-0,7%; -3,7% face a 2022). O mercado alemão (quota de 9%) aumentou 9,3% comparando com 2019 (+4,9% face ao ano anterior).

Os mercados norte americano e canadiano continuaram a destacar-se, com crescimentos de 65,6% e 60,1%, respetivamente, face a 2019, enquanto os maiores decréscimos se observaram nas dormidas de hóspedes brasileiros (-19,3%), suecos (-13,8%) e finlandeses (-10,2%).

Por regiões, o Algarve concentrou 31,3% das dormidas, seguindo-se Lisboa (21,2%) e o Norte (17,1%). Os maiores crescimentos registaram-se no Norte (+5,4%), Açores (+4,5%) e Centro (+4,1%), tendo-se verificado decréscimos no Algarve (-1,9%) e na Madeira (-1,2%).

Comparando com agosto de 2019, o Algarve continuou a registar um decréscimo de dormidas (-7,9%; -6,2% em julho). Nas restantes regiões, mantiveram-se os crescimentos, com maior expressão no Norte (+22,7%), na Madeira (+16,5%) e nos Açores (+14,1%).

Com exceção do Alentejo (+0,1%; +9,2% face a 2019), todas as restantes regiões registaram diminuições das dormidas de residentes, mais expressivas na Madeira (-17,1%; +25,1% comparando com 2019) e no Algarve (-13,7%; -14,3% face a 2019).

Todas as regiões registaram crescimentos das dormidas de não residentes face ao ano anterior, destacando-se o Centro (+12,6%; +10% face a 2019), o Alentejo (+12,3%; +2,4% comparando com 2019) e os Açores (+10,7%; +26,8% face a 2019). O Algarve continuou a ser a única região a decrescer face a 2019 (-4,2%).

A estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,85 noites) diminuiu 3,2% (-2,6% em julho). Registaram-se decréscimos em todas as regiões, exceto nos Açores (+0,4%).

A estada média dos residentes (2,5 noites) diminuiu 4,9% e a dos não residentes (3,08 noites) decresceu 3,1%.

Os valores mais elevados deste indicador verificaram-se na Madeira (5,01 noites) e no Algarve (4,43 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (2,01 noites) e no Norte (2,08 noites).

Finalmente, no que diz respeito à taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (66,6%) diminuiu 2,2 p.p. em agosto (-1,9 p.p. em julho), tendo ficado, pelo terceiro mês consecutivo, abaixo do valor observado em 2019 (-2,1 p.p.).

Em agosto, as taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se no Algarve (74,8%), na Madeira (74,3%) e nos Açores (67,8%). Todas as regiões registaram reduções, que foram mais expressivas no Alentejo (-3,6p.p.) e em Lisboa (-3,4 p.p.).

A taxa líquida de ocupação-quarto nos estabelecimentos de alojamento turístico (73,6%) diminuiu 1,3 p.p. (-1,4p.p. em julho), mas ficou acima do valor observado em 2019 (+1 p.p.).

Foto crédito: Depositphotos.com
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Os 5 melhores locais para mergulho em Portugal para promover o turismo de mergulho

A poucos dias da realização do “Diving Talks”, e com o turismo de mergulho em crescendo, a organização revela os cinco melhores locais para mergulho em Portugal.

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Com o Turismo de Mergulho a ganhar cada vez mais adeptos e relevância na oferta turística em Portugal, a organização do evento, que decorre entre os dias 6 e 8 de outubro, no Pavilhão das Galeotas do Museu da Marinha, em Lisboa.

A este propósito, o jornal PUBLITURIS publica, na próxima edição, uma entrevista a Arlindo Serrão, fundador e diretor da Portugal Dive, responsável pela organizaçáo do evento, em que refere que Portugal está bem posicionado no turismo de mergulho e que, quem nos visita é, de facto, um turista que acrescenta valor à economia.

O evento do próximo mês contará com a participação das personalidades mais relevantes do universo subaquático. Entre os convidados nacionais e internacionais sobressaem nomes como Becky Schott (fotógrafa inspiracional), Carolina Schrappe (recordista de mergulho livre), Jonathan Bird (cinematógrafo premiado), Karen Van Den Oever (recordista mundial de mergulho profundo em gruta), Kirk Krack (Presidente e Fundador da Performance Freediving International), Nuno Sá (repórter de imagem em documentários subaquáticos), Paula Lima (bióloga marinha com especialização em robótica), Phill Short (mergulhador profissional e explorador), entre outros, que irão partilhar as suas experiências e relatar algumas das suas aventuras.

O evento conta também com um Brands Day, um dia inteiramente dedicado às marcas, cujo propósito consiste em reforçar a sua importância, impacto e estratégia para a economia do território do mergulho.

O início desta edição é marcado pela realização de dois workshops, sobre Desempenho Humano e Organizacional e Fatores Humanos e Habilidades Não-Técnicas, que irão decorrer na Base Naval do Alfeite e contam com a presença de representantes da Marinha Portuguesa.

Por fim, aquela que é considerada a mais relevante coleção de fotografia subaquática, no setor do mergulho, a Underwater Photography Collection Exhibition, estará também exposta no Diving Talks com a possibilidade da revelação de algumas das mais fantásticas histórias por detrás de cada captura.

Os cinco locais apotados são:

Destroço do U-1277
O U1277 consiste num submarino nazi afundado ao largo do Porto, mais especificamente em Matosinhos, e que, atualmente, proporciona o mais icónico mergulho em destroço de Portugal. A história deste submarino remonta ao final da II Guerra Mundial quando, após a rendição da Alemanha e a ordem para se dirigirem ao porto aliado mais próximo da sua localização, a tripulação optou por afundar o submarino perto da costa de um país neutro, por forma a zelar pela sua segurança e prevenir a captura por mãos inimigas. Assim, a tripulação saltou para o mar, abriu as válvulas e afundou a embarcação. Apesar deste submarino representar a derrota da Alemanha, os seus tripulantes foram resgatados e acolhidos pelos pescadores da praia das Angeiras.

Sesimbra
A estreita ligação de Sesimbra ao mar remonta à atividade piscatória que, durante várias gerações, consistiu na principal ocupação dos seus habitantes. Com uma localização privilegiada, numa baía virada a Sul, Sesimbra possibilita a prática de mergulho durante praticamente todo o ano, bem como de outras atividades marítimo-turísticas. Inúmeros são os lugares, ao largo de Sesimbra, marcados pela incrível beleza do fundo do mar, podendo-se destacar a biodiversidade destes ecossistemas como foco principal desta paisagem.

Santa Maria
Também os Açores oferecem inesquecíveis experiências de mergulho, com destaque para os encontros com as grandes mantas e os ainda maiores tubarões baleia, aqueles que são considerados os maiores peixes do mundo. A ilha de Santa Maria, também conhecida como as Caraíbas portuguesas, é considerada um dos melhores locais da Europa para a prática de mergulho, o que se deve, essencialmente, à possibilidade de partilhar o momento com seres vivos impressionantes. Entre os diversos locais emblemáticos, destacam-se o Ilhéu das Formigas e a Baixa do Ambrósio.

Corveta na Madeira
Após ter estado ao serviço da Marinha Portuguesa durante 43 anos, a embarcação Afonso Cerqueira, foi submergida na costa da Madeira. A corveta, agora apenas visitada por peixes e mergulhadores encontra-se a 25 metros de profundidade no Parque Marinho do Cabo Girão e constitui um recife artificial que visa potenciar o aumento de biodiversidade na zona oeste da ilha.

Corveta em Porto Santo
Também no arquipélago da Madeira, mas já na baía de Porto Santo existe uma outra embarcação afundada propositadamente pela mão do homem. A corveta General Pereira d’Eça, antigo navio da Armada Portuguesa, foi afundada em 2016 com o intuito de criar um recife artificial na região. O projeto, pioneiro em Portugal, é hoje um aclamado local de visita para a comunidade de mergulhadores.

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Governo aprova redução de 30% nas portagens eletrónicas no interior e onde não há alternativas

O decreto-lei aprovado em Conselho de Ministros prevê uma redução de 30% nas portagens do interior do país e do Algarve, nomeadamente na A22 – Algarve; A23 – IP e Beira Interior; A24 – Interior Norte; A25 – Beiras Litoral e Alta; A4 – Transmontana e Túnel do Marão; A13 e A13-1 Pinhal Interior.

Inês de Matos

O Governo aprovou esta quinta-feira, 28 de setembro, em Conselho de Ministros, a redução de 30% do valor a cobrar nos lanços e sublanços das autoestradas com sistemas de portagem exclusivamente eletrónicos dos territórios do interior do país, assim como nas zonas onde não existem vias alternativas.

“Foi aprovado o decreto-lei que procede à criação de um regime de redução no valor das taxas de portagens cobradas aos utilizadores nos lanços e sublanços das autoestradas com sistemas de portagem exclusivamente eletrónicos dos territórios do interior do país, bem como naqueles onde não existem vias alternativas ou as existentes não permitem um uso em qualidade e segurança”, lê-se no comunicado divulgado pelo Conselho de Ministros.

O decreto-lei prevê, desta forma, uma redução de 30% no valor cobrado nas portagens do interior do país e do Algarve, nomeadamente na A22 – Algarve; A23 – IP e Beira Interior; A24 – Interior Norte; A25 – Beiras Litoral e Alta; A4 – Transmontana e Túnel do Marão; A13 e A13-1 Pinhal Interior.

Recorde-se que esta era uma medida há muito pedida pelas empresas algarvias e do interior do país, nomeadamente por parte do setor do turismo, que olhava para estas portagens como um impedimento à existência de uma maior procura turística nestes territórios.

Em julho, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, já tinha revelado que o Governo estava a trabalhar num programa para a redução das portagens, que deveria ser apresentado “muito brevemente” e que abrangeria as ex-SCUT, assim como a Via do Infante, no Algarve.

Na altura, a governante considerou que “reduzir as portagens vai contra aquilo que são as orientações de descarbonização” mas lembrou que esta decisão “se justifica nestes territórios” do interior, onde existem graves problemas de mobilidade e de acessibilidade.

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Coimbra vai criar mais de 200kms de ciclovias

A Câmara Municipal de Coimbra apresentou, recentemente, um plano que prevê a criação de mais de 200kms de ciclovias no concelho.

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O Plano Municipal de Ciclovias de Coimbra prevê a criação de 209 quilómetros de novas ciclovias no concelho, num projeto que deverá ter um prazo de implementação de, pelo menos, 10 anos. Vai adicionar à atual rede que já conta com 26kms.

Trata-se de uma iniciativa que, segundo a vereadora da Mobilidade e Transportes da CM de Coimbra, Ana Bastos, irá provocar “uma reformulação completa da cidade”.

O documento prevê uma rede de 110 quilómetros de ciclovias estruturantes, vias voltadas para os grandes movimentos, que podem ter potencial de captação de maior quantidade de ciclistas e que ligam a cidade, entre grandes pontos de origem e grandes pontos de atração, e 125 quilómetros de rede local.

O plano municipal implica um investimento de cerca de 25 milhões de euros, mas os custos poderão ser mais avultados, caso estejam associados à requalificação de infraestruturas subterrâneas, referiu a vereadora. De acordo com Ana Bastos, a concretização da rede estará muito dependente de financiamento, criticando o facto de o Governo ter lançado, em 2019, a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável sem um pacote financeiro associado. A vereadora da CM de Coimbra espera agora que o próximo quadro comunitário possa dar “resposta a esse desiderato”, por forma a poder começar a executar o plano traçado.

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Coimbra tem novo plano estratégico para o desenvolvimento do turismo para os próximos 3 anos

A Câmara Municipal de Coimbra acaba de apresentar o plano seu estratégico para o desenvolvimento do turismo que integra 70 ações que devem ser executadas nos próximos três anos e propõe uma série de medidas estratégicas para reafirmar a marca de Coimbra.

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A sessão teve lugar no Convento de São Francisco e contou com a intervenção de Francisco Veiga, vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra e de Ana Moita Francisco, consultora externa que presta apoio à Divisão de Turismo do município. José Manuel Silva, presidente da CMC encerrou os trabalhos, que decorreram no Dia Mundial do Turismo, integrados na Coimbra Invest Summit.

Um dos grandes objetivos deste novo plano passa por “consolidar e reafirmar Coimbra como destino turístico atrativo e inovador, no contexto nacional e internacional”, indica o documento, reforçando a notoriedade do destino, descentralizando a procura turística, diversificando a oferta de produtos turísticos, e melhorando a experiência do visitante.

O plano de ação traça as orientações estratégicas para o desenvolvimento turístico da cidade nos próximos três anos e propõe, entre outras medidas, a criação de um Coimbra Card, de um Museu da História da Cidade, de um espaço de criação artística, o reforço da sinalética turística e da rede WiFi, e a criação e afirmação da marca Coimbra

Depois da apresentação da estratégia, decorreu uma mesa-redonda, moderada por Filipe Carvalho, da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, que contou com a participação de António Fontes, especialista em planeamento e estratégia turística, Armando Carvalho, com experiência na afirmação de marcas territoriais com base em redes colaborativas e Elisabeth Kastenholz, especialista em marketing e estratégia turística.

O plano está assente em cerca de 70 ações e atividades organizadas de acordo com cinco eixos estratégicos, designadamente Coimbra e Património, Coimbra e Eventos, Comunicação e Promoção, Capacitação e Inovação. A proposta de implementação destas ações assenta em três âmbitos: as que estão já em desenvolvimento pela Divisão de Turismo, aquelas cuja implementação está a ser preparada, e as que necessitam de apoio e articulação com os agentes económicos e turísticos de Coimbra, bem como outras entidades.

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São indicadas diversas ações para cada eixo estratégico no Plano de Ação Turístico para o triénio 2023-2025. No primeiro eixo, Coimbra e Património, destaque para a proposta de criação de um cartão único de visitante – Coimbra Card – que agregue a oferta turística da cidade (entrada em museus, espaços culturais e experiência de fado de Coimbra, entre outras). Ainda neste capítulo, menção à criação de um Museu da História da Cidade, com recurso à interatividade digital.

Já relativamente ao segundo eixo, Coimbra e Eventos, propõe-se a criação de um espaço de experimentação cultural/musical/artística para novos talentos e integração dos mesmos na agenda cultural da cidade, assim como a uma aproximação a promotoras nacionais e internacionais para a realização de eventos desportivos, concertos ou outros espetáculos culturais. No que diz respeito ao terceiro eixo, Comunicação, o estudo aponta a necessidade da criação da marca Coimbra e o reforço da sinalética com informação turística, assim como a colaboração com influenciadores digitais para promoção do território.

No quarto eixo, Capacitação, uma das propostas passa pela criação de programas de voluntariado jovem na época do verão, onde os participantes colecionam horas de trabalho e possam depois trocá-las por vantagens em eventos ou entradas em espaços. Por último, no eixo Inovação, o estudo aponta, entre outras medias, para o reforço da qualidade e da cobertura de rede WiFi gratuita da cidade e na candidatura de Coimbra a European Capital of Smart Tourism – União Europeia.

O estudo aponta como pontos fortes de Coimbra a diversidade e a riqueza do património material e imaterial, classificado pela UNESCO, um ecossistema empreendedor altamente competitivo e ativo e infraestruturas diversificadas para eventos culturais, de entretenimento e desportivos.

Por sua vez, são indicados como aspetos menos positivos as dificuldades na criação de novos itinerários e pacotes turísticos, o baixo nível de inovação na experiência turística e a sinalização e informação turística no contexto urbano.

Outras fraquezas que Coimbra ainda enfrenta no que diz respeito ao turismo, conforme enumeradas pelo plano, são a limitação ao nível da oferta hoteleira de elevada qualidade, falta de atratividade na zona da baixa da cidade (centro histórico) com uma degradação acrescida, comunicação e promoção nacional e internacional aquém das suas potencialidades.

Quanto às oportunidades, o documento realça a crescente procura por destinos com distinções e certificações como por exemplo património da humanidade da UNESCO, procura por destinos menos densos e bleisure, e turismo de negócios.

Está ainda identificado que, a afirmação de Coimbra como destino de excelência nacional e internacional carece de alguns requisitos centrais: Mobilização de parceiros e stakeholders públicos e privados para uma implementação participada; A qualificação dos recursos e das infraestruturas base, assim como a capacitação dos recursos humanos ao longo de toda a cadeia de valor; O desenvolvimento de processos e de estruturação de produto turístico; A promoção e comunicação de Coimbra como destino privilegiado para os segmentos turísticos âncora que lhe estão associados.

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Inscrições para o Festuris terminam em outubro

O Festuris – Feira Internacional de Turismo de Gramado vai ter lugar entre 9 a 12 de novembro, no Serra Park, em Gramado, e as inscrições encontram-se a decorrer, encerrando a 15 de outubro.

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As inscrições para a 35.ª edição do Festuris, Feira Internacional de Turismo de Gramado, que vai ter lugar entre 9 a 12 de novembro, no Serra Park, em Gramado, estão a decorrer e terminam a 15 de outubro, informou a organização do certame, em comunicado.

As inscrições são gratuitas para agentes de viagens e guias de turismo, e podem ser realizadas online aqui.

Segundo a organização da feira, a edição deste ano do Festuris conta com mais de 2.700 marcas em exposição, 40 destinos internacionais representados e espera receber mais de 15.000 participantes, sendo reconhecido como o “grande evento de negócios turísticos das Américas, há mais de 30 anos”, e o melhor certame para “efetivar negócios e ampliar a rede de contatos”.

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Lançado guia de boas práticas para gestão e monitorização de áreas marinhas protegidas

O Ispa-Instituto Universitário e o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente acabam de lançar, em formato digital, o “Guia de Boas Práticas para a Gestão e Monitorização de Áreas Marinhas Protegidas”.

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Esta ferramenta resulta do projeto BiodivAMP, que teve como grande objetivo o desenvolvimento de ferramentas para ajudar a monitorizar e proteger a biodiversidade em Áreas Marinhas Protegidas ao longo da costa portuguesa, que devido, nomeadamente ao aumento da temperatura global, da poluição e da sobrepesca causaram um grande desequilíbrio nos ecossistemas marinhos.

Este guia pretende ser uma ferramenta prática, útil e acessível a todos os intervenientes na gestão de Áreas Marinhas Protegidas (AMP), e baseia-se em informação científica sobre boas práticas na gestão e monitorização de AMP.

Neste documento é possível encontrar, de forma simplificada e acessível, um manual que permitirá obter suporte político e financeiro, identificar lacunas de informação, desenvolver um plano de comunicação, criar lista de objetivos para monitorização ou ainda rever e adaptar o plano aos recursos disponíveis. Todas estas ferramentas contribuem para facilitar a avaliação do progresso face aos objetivos e utilizar os resultados obtidos em processos de gestão adaptativa, melhorando, assim, a gestão a cada novo ciclo.

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Programa Revive e vários projetos portugueses entre os finalistas dos prémios ECTN

São os únicos prémios europeus de Turismo Cultural desde 2014. Na 10ª edição, a cerimónia oficial que dará a conhecer os projetos vencedores, terá lugar a 19 de outubro, em Pafos, Chipre.

A votação pública para os prémios Destinos Turísticos Culturais Sustentáveis, promovidos pela ECTN (European Cultural Tourism Network) encerra dia 18 outubro 2023, às 11h00. O Programa Revive e outros projetos com entidades portuguesas envolvidas estão entre os finalistas em várias categorias, revela o Turismo de Portugal na sua página oficial.

Estes prémios aumentam a visibilidade dos destinos de turismo cultural europeus, criam uma plataforma para compartilhar experiências e conhecimentos e promove networking entre destinos. Destinam-se a destinos turísticos de toda a Europa, permitindo-lhes mostrarem os seus resultados no turismo cultural sustentável em várias categorias selecionadas todos os anos, e são atribuídos a realizações de destinos turísticos culturais que tenham produzido resultados significativos relacionados com a melhoria da experiência do visitante, respeitando as tradições e envolvendo as comunidades locais anfitriãs.

Os prémios são organizados desde 2014 pela ECTN (European Cultural Tourism Network) em torno de temas anuais, em benefício dos destinos, comunidades, associações, empresas, cidadãos e visitantes.

A edição 2023 dos prémios ‘Destino de Turismo Cultural Sustentável’ conta com a parceria da Europa Nostra, a European Travel Commission e o NECSTouR, no âmbito da ‘Capital Europeia do Turismo Inteligente Pafos 2023’ e da ReInHerit Horizon2020.

Os finalistas foram selecionados de acordo com 6 categorias: Digitalização e transição digital no Turismo Cultural Sustentável; História e Património; Património ribeirinho; Produtos Turísticos Temáticos Transnacionais, incluindo Rotas Culturais Europeias (envolvendo pelo menos 2 países europeus, não necessariamente vizinhos); Turismo Religioso, Peregrino e Espiritual; Competências Tradicionais, Artesanato e Criatividade.

Os vencedores são reconhecidos como exemplos de excelência que inspiram outros destinos turísticos e estimulam o desenvolvimento de iniciativas de turismo cultural inteligentes e sustentáveis. Os galardoados serão anunciados numa cerimónia oficial que se realizará durante a 16.ª Conferência Internacional de Turismo Cultural subordinada ao tema “Turismo Inteligente – Destinos Inteligentes: Património Cultural e Criatividade, Digitalização, Sustentabilidade” que decorrerá de 18 a 21 de outubro,em Pafos, Chipre .

De acordo com ECTN, o turismo cultural é o setor do turismo europeu que mais cresce e pode contribuir tanto para a sustentabilidade e a competitividade do turismo na União Europeia e fora dela, bem como para o futuro sustentável dos bens culturais, dos sítios patrimoniais e das comunidades locais.

Sobre o autorCarolina Morgado

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