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“Temos de ter a ambição de crescer em valor”

Há três meses à frente da Secretaria de Estado do Turismo [Comércio e Serviços), Nuno Fazenda faz da coesão territorial uma das bandeiras para o futuro do turismo. Ao Publituris, Nuno Fazenda admite que há ”sinais muito positivos do mercado e das empresas que nos permitem encarar 2023 com confiança e com algum otimismo”. Sem se estender em temas como o aeroporto e a TAP, o SETCS salienta que “o objetivo é reforçar a conectividade aérea e aumentar o número de companhias aéreas que escolhem Portugal para fazer ligações e para nos trazer mais pessoas”.

Victor Jorge
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“Temos de ter a ambição de crescer em valor”

Há três meses à frente da Secretaria de Estado do Turismo [Comércio e Serviços), Nuno Fazenda faz da coesão territorial uma das bandeiras para o futuro do turismo. Ao Publituris, Nuno Fazenda admite que há ”sinais muito positivos do mercado e das empresas que nos permitem encarar 2023 com confiança e com algum otimismo”. Sem se estender em temas como o aeroporto e a TAP, o SETCS salienta que “o objetivo é reforçar a conectividade aérea e aumentar o número de companhias aéreas que escolhem Portugal para fazer ligações e para nos trazer mais pessoas”.

Victor Jorge
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Com o setor do turismo a registar o melhor ano de sempre ao nível das receitas, o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços destaca a convergência com a estratégia desenhada na ET27. Com a “ambição de crescer em valor”, Nuno Fazenda salienta os apoios que Portugal terá para se desenvolver em várias frentes. Contudo, frisa, “a boa aplicação dos fundos europeus é um desafio que convoca a todos”.

Assumiu o cargo há pouco menos de três meses. Que Secretaria de Estado do Turismo encontrou e já conseguiu dar-lhe um cunho pessoal?
Para começar, dizer que o setor do turismo teve um desempenho excecional nos últimos dez anos, pré pandemia. Crescemos sempre acima dos 10% no que diz respeito a receitas. Depois, houve a paragem de dois anos e a seguir tivemos, novamente, um retomar da atividade turística. O ano de 2022 teve um crescimento, como é sabido, acima do recorde turístico de 2019, mais 15% em receitas turísticas.

E por isso tenho dito e reafirmo, o turismo não é só um sector de excelência, é também um sector de resiliência que tem dado um contributo muito importante para a economia do país. É mesmo a maior atividade económica exportadora. Esse desempenho deve-se ao esforço das empresas, dos trabalhadores, das instituições e políticas públicas que favoreceram o crescimento do turismo.

Políticas públicas que apoiaram o setor do turismo durante uma fase complicada.
Muito difícil. Mas, dito isto, temos que ter a ambição de liderar o turismo do futuro. E quando digo liderar o turismo do futuro, significa um turismo mais sustentável, mais inclusivo, mais tecnológico e mais coeso. E por isso, temos de dar resposta, e esse é um ponto importante, aos desafios do presente, às emergências, mas, ao mesmo tempo, temos que dar resposta aos desafios estruturais do turismo.

Portanto, ter os olhos postos no futuro, isto é, responder ao presente, mas ter os olhos postos no futuro. E por isso mesmo estabelecemos um conjunto de prioridades estratégicas, claras, como o território, pessoas, empresas, dupla transição e reforço da notoriedade de Portugal enquanto destino turístico. Mas há uma marca muito importante que temos de ter, que é concretizar. E neste tempo que estou em funções tenho tido duas preocupações, concretizar e ter os olhos postos no futuro em alterações estruturais.

Concretizar a estratégia
Numa entrevista à sua antecessora, Rita Marques, no WTM em Londres, dizia que, neste momento que se fala muito em repensar o turismo por causa da pandemia, o importante era executar a estratégia. É isso que está a fazer, a executar uma estratégia existente? Ou seja, concretizar?
A questão é muito simples, temos uma estratégia muito clara. Tive o gosto de a coordenar em devido tempo, a Estratégia do Turismo 27 (ET27). E o propósito é concretizar a Estratégia de Turismo 27 que tem desafios muito claros. Temos o desafio da sustentabilidade, temos de ter um desenvolvimento turístico sem pôr em causa os nossos recursos naturais e culturais. Por isso, a sustentabilidade é uma prioridade estratégica. Temos o desafio da coesão territorial, em que queremos ter turismo em todo o território. Temos o desafio das qualificações, por isso, temos uma agenda para as qualificações e para o emprego.

Portanto, as prioridades estratégicas estão claras. O desafio é concretizar e é isso que tenho estado a procurar fazer desde que tomei posse.

Foi um dos responsáveis pela ET27. Essa estratégia foi, no entanto, delineada antes da pandemia. O que alterou nessa estratégia?
Os grandes desafios mantêm-se, os grandes desafios estruturais do turismo estão lá, os desafios da sustentabilidade a que temos que dar resposta, o desafio da coesão territorial também está lá, porque não é algo que se muda de um dia para o outro, o desafio das qualificações das pessoas, está lá, e se a formos ler estão lá os rendimentos, dignificação, valorização dos profissionais do turismo. Outra dimensão é a procura. Quando falamos da procura, qual é o desafio? É conhecer melhor a procura, atrair segmentos que permitam responder a dois outros desafios estratégicos, atenuar a sazonalidade e termos turismo ao longo de todo o território, todo o ano.

Quando desenhámos a ET27 eram consideradas irrealistas. Hoje, felizmente para o país, estamos a convergir para a concretização dessas metas

Portanto, nessa estratégia nada foi alterado. Foi sim, acelerado?
Esse é o meu propósito, acelerar a concretização dos desafios estratégicos da ET27.

Os resultados de 2022, de certa forma, vão ao encontro dessa estratégia, ultrapassando até as melhores expectativas. Mas também sabemos que essas receitas foram alcançadas devido à subida de preços. Acha que essa alta dos preços se vai manter ou terá de haver ajustamentos no futuro ao nível dos preços?
Um desafio que temos inscrito na ET27, para além daqueles que já referi, é crescer em valor. Temos de ter a ambição de crescer em valor, especialmente nos territórios mais consolidados do ponto de vista turístico. É o caso de Lisboa, do Algarve, da Madeira e do Porto. Continuar a crescer mais em valor do que em quantidade. Esse é um modelo que nos interessa, crescer em valor, com sustentabilidade e com inclusão.

Por isso mesmo, estamos também a prosseguir a estratégia de olhar para além dos principais mercados estratégicos prioritários e aí vale a pena ter presente que 80% da nossa procura externa está na Europa. A seguir aos mercados externos da Europa prioritários, temos outros dois mercados muito importantes, caso do Brasil e Estados Unidos da América. Depois temos outros mercados de atuação seletiva como, por exemplo, a Coreia do Sul para o turismo cultural e religioso, México, Austrália, Índia, Israel.

Quer nesses mercados tradicionais, quer nos de atuação seletiva, queremos crescer em valor e crescer em valor também, alcançando produtos turísticos ou potenciando produtos turístico muito importantes para o país como é o caso do enoturismo, turismo literário e também o turismo de natureza que são produtos diferenciadores que nos permitem dar resposta a dois desafios, a coesão territorial e atenuar a sazonalidade, a diversificação de mercados.

Não acredita, por isso, que esta conjuntura de alta de preços possa prejudicar o desempenho de Portugal?
Sim, não prejudica. Acho que Portugal tem tido um desempenho turístico muito importante e não creio que haja esse receio.

Devo dizer-lhe uma coisa muito importante, já que os sinais que tenho tido do contacto com as empresas, para além das estimativas do Banco Portugal apontarem para um crescimento na ordem dos 8,6% em termos de exportações de turismo, são sinais muito positivos. Aliás, tivemos oportunidade de o sentir na FITUR 2023, em Madrid, relativamente às reservas, daquilo que são os sinais do mercado. Temos sinais muito positivos do mercado e das empresas que nos permitem encarar 2003 com confiança e com algum otimismo para o turismo português.

Acredita que este valor, de 27 mil milhões de euros em receitas que está inscrito na ET27, possa ser atingido antes de 2027?
É uma possibilidade. E, sobretudo, importa ter presente o seguinte, quando desenhámos a estratégia (ET27), com essas metas, na altura eram consideradas irrealistas. Hoje, felizmente para o país, estamos a convergir para a concretização dessas metas.

Temos de explicar mais os apoios, explicar mais as regras

Com uma pandemia e uma guerra.
Com uma pandemia e uma guerra. Isso diz bem da força do turismo português. Portugal é um país fortíssimo ao nível do turismo, competimos com os melhores do mundo e competimos com os melhores do mundo, porque, de facto, temos regiões de turismo únicas, com recursos turísticos únicos, porque temos um sector empresarial forte do ponto de vista turístico e temos as nossas gentes, a nossa capacidade de receber bem, excelentes profissionais na área do turismo, e também temos tido políticas públicas que favorecem o crescimento do turismo.

Isso tudo vai ao encontro de uma definição que se ouve há muito tempo que Portugal está no caminho do melhor turismo e não mais turismo.
Claramente, esse é o ponto, melhor turismo, com mais sustentabilidade, com mais inclusão, com mais coesão. Tudo isso faz-nos ter melhor turismo.

As prioridades
Tenho-o acompanhado ao longo destes poucos meses que está no cargo e nas suas intervenções tem focado algumas prioridades. As pessoas, as empresas, o investimento, o território e também a internacionalização da marca Portugal ou de Portugal. Vamos primeiro ao primeiro ponto que são as pessoas. O setor do turismo sofreu um forte impacto com a pandemia e houve um grande êxodo de pessoas. Já se ouviu que o setor do turismo ou da hotelaria, em concreto, deixou de ser “sexy”, mas também questões como o confinamento e o teletrabalho levou ou leva a que as pessoas encarem o trabalho de forma diferente. Tem focado a valorização, os melhores salários, planos de carreira, entre outros. Como atrair essas pessoas novamente para o setor do turismo e como captar novo talento para o setor do turismo?
Esse é um ponto muito importante. Aliás, quando se olha para a ET27, o primeiro desafio são as pessoas. Nós vamos desenvolver e estamos a trabalhar numa agenda para as qualificações e para o emprego no turismo, cujo objetivo é atrair mais pessoas para o setor do turismo e, ao mesmo tempo, também, reforçar as qualificações. Nesse âmbito, há várias medidas que podem concorrer conjugadamente para atrair mais pessoas para o setor do turismo. Evidentemente, uma chave é o aumento dos rendimentos e aqui vale a pena ter presente o esforço que o país tem feito e que de 2015 até hoje aumentámos em 50% o salário mínimo nacional, o salário médio aumentou 29% e olhando para o futuro, houve um acordo de Concertação Social muito positivo, que vai na direção certa, que é melhorar os rendimentos das pessoas. E também, obviamente, na área do turismo.

Por isso quero saudar as empresas que têm ido até mais além do que os valores previstos em sede de Concertação Social.

Uma segunda nota tem a ver também com a valorização daquilo que é a imagem dos profissionais do turismo. Estamos a desenvolver uma campanha para promover e valorizar as profissões do turismo. Uma terceira área tem a ver com conjugar a oferta e a procura, isto é, vamos desenvolver também um projeto para criar uma ligação entre aquilo que são as ofertas de emprego e aquilo que são as procuras de emprego. Juntar o mundo do mercado de trabalho com o mercado das empresas.

Não há essa ligação ou há campo para melhorar essa ligação?
Há espaço para melhorar e é isso que nos compete fazer. Como é que podemos colocar quem procura emprego com quem tem ofertas de emprego para que esse matching seja feito.

A formação, hoje, está de acordo com as necessidades do setor privado?
Diria que em grande medida, sim. Já temos hoje uma boa compatibilidade entre aquilo que é a oferta formativa e as necessidades das empresas. Mas temos que reforçar essa compatibilidade.

Nesse particular, temos previsto melhorar também as condições de formação. Por exemplo, no contexto das Escolas de Hotelaria e Turismo, que são escolas de excelência, que têm uma empregabilidade acima de 90%, temos de continuar a formar mais e melhores profissionais de turismo. E temos que atrair mais gente para as escolas de turismo, que, aliás, viu o número de alunos descer nos últimos anos.

Nesse âmbito vamos ter, também, um plano de investimentos para as escolas nos próximos três anos, que estimamos em cerca de 20 milhões de euros, para melhorar, apetrechar e modernizar ainda mais as nossas escolas de turismo. Temos ótimas escolas, mas há espaço para melhorar, nomeadamente, em algumas dimensões infraestruturais, algumas obras de melhoria na digitalização, e também na eficiência energética.

Estamos a trabalhar no reforço da competitividade fiscal das nossas empresas e temos de trabalhar também na simplificação

E trazer pessoas de fora.
Sim, isso é muito importante. Há um acordo com a CPLP, temos de ser mais ágeis também na emissão de vistos e, claro, queremos e temos uma perspetiva de acolher bem os nossos imigrantes. Nós nos podemos esquecer que 10% das contribuições para a Segurança Social são já de imigrantes. Repare que, em 2015, tínhamos 100.000 pessoas a contribuir para a Segurança Social, hoje são mais de 630.000 pessoas. Ora, isto chama-se inclusão, integração de pessoas.

Nós precisamos de ter, também, mão-de-obra estrangeira, mas integrar, incluir e valorizar.

As próprias Escolas de Hotelaria e Turismo vão ter formação específica para promover a inclusão das pessoas que vêm de fora.

Essa questão de trazer pessoas de fora também coloca outro desafio que é dar condições às pessoas, por exemplo, de habitação. Isso tem que estar também interligado entre os vários ministérios, as várias secretarias de Estado e os diversos municípios.
Sem dúvida. E é por isso que, no contexto do PRR, a segunda maior rubrica é da habitação. É uma prioridade política absoluta. Mais e melhor habitação.

Isso também poderá passar por uma maior flexibilização fiscal para as empresas?
Estamos a trabalhar no reforço da competitividade fiscal das nossas empresas e temos de trabalhar também na simplificação.

E onde temos de simplificar ainda mais é nos apoios. Deixe-me dizer, vamos ter o maior volume de fundos europeus à nossa disposição e temos de ser mais ágeis e simplificar os procedimentos. Mas para além de ter de simplificar, recorrendo à tecnologia, temos também de explicar melhor os apoios. E é por isso mesmo que muitos dos apoios que temos lançado, tenho feito questão que se façam sessões de esclarecimento às instituições.

Quer dizer que muitas vezes os apoios estão lá, mas até as próprias empresas não compreendem como aceder a esse apoio?
Em alguns casos, sim. Temos de explicar mais os apoios, explicar mais as regras. Vamos ter um grande volume de fundos europeus e esses fundos têm de ser explicados para que se as empresas se possam candidatar e apresentar boas candidaturas.

Apontou os fundos que Portugal vai receber e todos sabemos que os balanços das empresas, ao longo destes dois anos, foram severamente atingidos. Portugal irá receber, via PRR, de facto, muito dinheiro para ajudar a economia. Concretamente para o setor do turismo, de que valores estamos a falar?
O que lhe posso dizer é que no contexto do PRR temos uma agenda para a área do turismo, para desenvolver o turismo, para acelerar e transformar o turismo de 151 milhões de euros. É um consórcio que envolve mais de 50 instituições focado em inovação, transição digital e transição energética. Portanto, são três grandes áreas e temos intenção de contratualizar essa agenda rapidamente.

Mas para além da agenda específica para o turismo, temos ainda apoios específicos para a transição digital das empresas onde o turismo se pode candidatar.

Temos também apoios no domínio da eficiência energética, que é muito importante na área do turismo. Depois temos também o domínio das qualificações.

Portanto, ainda que seja de banda larga, a verdade é que o turismo é um beneficiário direto. Eficiência energética, transição digital, qualificações, a que se soma a agenda mobilizadora para a área do turismo.

Mas temos ainda outra componente muito importante para as empresas, que é o reforço da competitividade. E um exemplo concreto são os dois avisos recentemente lançados pelo Banco Português de Fomento, com 400 milhões de euros para apoiar as empresas para a capitalização, para o crescimento das empresas.

Isto são vários exemplos, só no PRR. A isso somamos o Portugal 2030 (PT2030) e aí existem vários sistemas de incentivos para reforço da competitividade das empresas onde o turismo se inclui, mas também para a internacionalização das empresas do turismo. E a verdade é que, face ao Portugal 2020, o 2030 e o PRR terão mais 90% de apoios para as empresas. Isso é um dado muito importante para as empresas no geral e onde se inclui o turismo.

Diria que esta é uma oportunidade única para alavancar, de facto, o setor do turismo para o futuro?
É uma oportunidade muito importante para garantir a sustentabilidade e competitividade do turismo, porque hoje já somos um país de referência no turismo mundial. Mas temos de assegurar que continuamos a ser competitivos e sustentáveis. E é por isso que a competitividade e a sustentabilidade ganha-se na transição digital, na transição climática, na coesão territorial, na sustentabilidade em sentido mais lato. Para isso temos os instrumentos prontos.

Mas a boa aplicação dos fundos europeus é um desafio que convoca a todos. Convoca o Governo, porque tem de definir as grandes prioridades, criar as condições de governação dos fundos europeus, mobilizar os instrumentos de política pública, os avisos.

Criar as ferramentas para concretizar.
Exatamente. Mas depois convoca as instituições que têm de lançar os avisos, analisar os projetos nos prazos que estão previstos, proceder aos pagamentos dentro dos prazos previstos. Mas convoca também os promotores, os públicos e os privados, para construir bons projetos, para os executarem dentro dos prazos, para cumprir as metas com que se comprometeram e que convoca também quem escrutina, aqueles que fiscalizam os fundos. Por isso, isto é um desafio que convoca todos.

Mas dizer também que Portugal tem sido, no contexto europeu, reconhecido como um bom estudo de caso na boa aplicação dos fundos europeus. Vários estudos e relatórios o demonstram.

Portugal tem estado a cumprir com todas as metas e marcos e que a Comissão Europeia, pedido pagamento após pagamento, reconhece e transfere. Essa avaliação positiva acontece porque estamos a cumprir.

Mas como é que responde às empresas quando criticam a morosidade na receção desses apoios?
A questão é muito simples. Não podemos querer que no início do plano estejamos no fim do plano. Há etapas. No início do plano, não podemos ter já os projetos feitos, concretizados e pagos. Não é possível. Estamos no início do PRR e não no fim do PRR. Temos um período de execução.

Por outro lado, os apoios às empresas assentam numa lógica concorrencial, isto é, abre-se um aviso para apoios às empresas, abre-se um concurso, as entidades organizaram as suas estratégias, os seus consórcios definem as prioridades. Depois há um júri que tem de avaliar e depois de avaliar, há a aprovação. Depois segue-se a fase de execução e só quando estamos a executar é que se pode efetivamente pagar. Não podemos ter pagamentos sem obra feita.

O que temos de garantir é que temos bons projetos e que se cumpre a lei na aplicação dos fundos europeus, com agilidade e com simplificação.

Não podemos querer que no início do plano estejamos no fim do plano

Outro tema que também é uma prioridade e que tem sido muito focado é o da coesão territorial, de uma maior aposta no interior. Contudo, o interior tem muitos desafios, chamar empresas e, fundamentalmente, também chamar pessoas para o interior. Na FITUR tivemos a apresentação da Estratégia Transfronteiriça para Portugal e Espanha, mas como diz, agora é preciso concretizar. Que políticas estão a ser colocadas em marcha para que isso seja concretizado? Trata-se de um projeto que pode ser encarado a curto prazo ou terá de ser a médio e longo prazo?
Uma nota prévia, a coesão territorial é um desígnio nacional e o turismo pode dar um contributo muito importante para a coesão territorial. Porquê? Porque o turismo pode e deve ser uma âncora de desenvolvimento do interior. O turismo tem um efeito multiplicador. Quando falamos de atividade turística, falamos de dormidas, de restauração, mas falamos também do agroalimentar, da construção, da cultura, dos transportes, da habitação. Portanto, quando falamos em levar turismo ou ter turismo num determinado território, estamos a falar em dinamizar várias atividades económicas conexas.

Portanto, não se pode só olhar para a Secretaria de Estado do Turismo, mas tem de se olhar para uma multiplicidade de interlocutores do Governo?
O que eu quero dizer é que, se projetarmos e dinamizarmos o turismo no interior, vai suscitar todo um conjunto de atividades económicas conexas. Se nós tivermos mais turismo no interior, vamos ter necessidade de mais oferta hoteleira, mais restauração, mais construção, mais transportes, mais cultura, mais agroalimentar. O efeito multiplicador do turismo é, de facto, muito relevante para a coesão territorial.

Mas qual é o nosso ponto de partida? O nosso ponto de partida é de um país que tem cerca de 90% da procura turística no litoral. E isso deriva daquilo que é os recursos turísticos excecionais que temos no nosso país, nomeadamente no litoral. Ora, nós queremos continuar a ter um turismo em todo o país, mas queremos também que haja mais turismo no interior que também tem esses recursos excecionais.

Portanto, o que eu quero deixar muito claro é que, sem prejuízo da importância estratégica que têm os nossos destinos turísticos mais consolidados, como Algarve, Lisboa, Madeira, Porto, que são nossas bandeiras do turismo, são os nossos cartazes de primeira linha, temos de ter mais políticas para o desenvolvimento turístico do interior, porque o nosso desígnio é termos turismo em todo o território.

Acho que é um objetivo que me parece muito lógico, termos turismo em todo o território e ao longo de todo o ano.

E haver a possibilidade de promover Portugal com mais diversidade em termos de oferta?
Alargar a nossa base de oferta para alargarmos também a nossa base de procura e de mercados. E quando falamos de interior, temos que olhar também para aquilo que é a centralidade do interior português na Península Ibérica. Olhar também para aquilo que o mercado espanhol. Por isso mesmo, os projetos que temos, por exemplo, de ligações transfronteiriças no PRR, são projetos muito importantes. Bragança com Puebla de Sanabria, duplicação do IC 31 Monfortinho, temos Nisa à Extremadura, Alcoutim com a Andaluzia. Essas portas de entrada, a que se soma a de Vilar Formoso e de Valença, são pontes. Os projetos transfronteiriços que estão no PRR são pontes para o futuro desenvolvimento do país.

Depois temos os outros de promoção turística e também de dinamização. Nesse capítulo vamos ter projetos das mais diversas áreas. Vamos querer lançar um programa específico para a valorização turística do território, para os seus recursos turísticos, a preservação e valorização, vamos diferenciar positivamente projetos que contribuam para a afirmação do turismo interior. Dou-lhe o exemplo do “Portugal Events” em que teremos uma diferenciação positiva para projetos que se localizem no interior.

Promoção externa
Outra das prioridades é a internacionalização do destino, da marca Portugal, da visibilidade de Portugal a nível internacional. Registou-se uma consolidação dos mercados tradicionais, mas, fundamentalmente, houve um grande destaque de alguns mercados como os EUA. Isso poderá levar a um afinar das agulhas da promoção externa?
As agulhas da promoção externa estão afinadas e estamos sempre disponíveis para afinar ainda mais.

Temos de estar sempre atentos às mudanças do mercado, ao comportamento desses mercados e às respetivas tendências e, portanto, sim, temos sempre que afinar e melhorar a nossa atuação.

E na verdade, também afinar a internacionalização à conectividade aérea, e aí também estamos a trabalhar para reforçar essa conectividade aérea. Falou no mercado dos EUA, é muito importante, é já o primeiro mercado em Lisboa. Isso diz bem da importância desse mercado.

Mas não nos podemos esquecer que 80% da nossa procura externa está na Europa. Por isso, vamos reforçar a nossa presença nos mercados internacionais, não só porque vamos participar em mais feiras, mas também porque vamos dinamizar e participar em iniciativas internacionais. Vamos ter uma iniciativa em Londres, outra em Washington (EUA), com o Financial Times, no sentido de promover Portugal lá fora, para assegurar a nossa presença internacional.

A coesão territorial é um desígnio nacional e o turismo pode dar um contributo muito importante para a coesão territorial

E Portugal tem conseguido, de facto, diversificar a sua oferta relativamente a estas novas tendências que todos apontam, nomeadamente, esta preocupação com a sustentabilidade?
Este é um ponto muito importante. Nós hoje, de facto, temos um turista mais exigente, mais verde, mais ecológico, mais preocupado com as questões ambientais, que procura experiências mais desafiantes, mais autênticas e, portanto, quer um turismo mais customizado, mais personalizado. Nessa medida, esse é um desafio que se coloca hoje aos destinos e às empresas. Ir ao encontro dessas tendências do turismo, para um turista mais informado, porque também tem acesso a mais informação.

O turista quando visita um destino, já sabe o que procurar, tem pontuações, tem rankings, tem comentários, tem informação do destino, das empresas e dos sítios a visitar. Isso obriga à transformação dos próprios modelos de negócio, das próprias empresas e também na forma como trabalham os destinos turísticos.

E é por isso mesmo que o PRR e aquilo que é, por exemplo, a Agenda para o Turismo e os apoios do PT2030 estão direcionados para dar resposta a essas dimensões. Queremos as nossas empresas mais capacitadas do ponto de vista digital, queremos as nossas empresas com comportamentos ambientais mais sustentáveis, apoiando a sua eficiência energética, a gestão dos resíduos, a gestão da água e queremos também os nossos destinos com mais preservação e valorização dos nossos recursos turísticos. A base de sustentação da atividade turística é o nosso património natural e cultural. E se queremos ser competitivos e sustentáveis, temos de garantir a sustentabilidade destes nossos pontos turísticos.

A conectividade
Contudo, voltando à questão da conectividade, Portugal tem um problema, porque falando da infraestrutura que recebe mais turistas em Portugal, o aeroporto de Lisboa, está com a sua capacidade nos limites. Uma pergunta muito simples, conta ter uma decisão relativamente à nova localização do aeroporto de Lisboa até ao final deste ano?
Isso está a ser analisado por uma Comissão Técnica que foi nomeada, feito também em articulação com os vários parceiros e é por esse estudo que temos que acordar. Evidentemente, e não é matéria discussão, de uma nova solução aeroportuária. Acho que vale a pena ter presente que para o Aeroporto de Lisboa estão previstos, no plano de investimentos da ANA, melhorias para a atual infraestrutura aeroportuária.

Também dizer que no ano passado foram adotadas medidas muito importantes ao nível dos tempos de espera, a implementação de um novo sistema, mais rápido, mais ágil.

Se, por um lado, estamos a ter o respostas de curto prazo, está-se a trabalhar numa futura solução que tem de ser estudada, está a ser estudada para ser o mais consensual e se agir o mais rapidamente.

Mas teme que Portugal possa perder aqui alguma atratividade?
Portugal está num caminho ainda de crescimento, crescimento sustentável e de crescimento em valor. Temos uma rede de estruturas aeroportuárias muito capaz. Temos de melhorar, claramente, a questão de Lisboa e isso é o que está a ser estudado.

Não é a sua pasta, mas agregado ao facto de uma infraestrutura aeroportuária para Lisboa, também temos a questão da TAP e a privatização da TAP. Tem se falado muito em três possíveis interessados – Grupo Lufthansa, Grupo IAG e Air France KLM. Esse dossiê estará para breve ou a sua definição e concretização ainda demorará algum tempo?
Sobre esse dossiê em particular, como diz e bem, está noutra área governativa e, portanto, não quero pronunciar-me.

Mas afeta o turismo?
Com certeza e percebo o alcance da pergunta e a pertinência da mesma. Creio que os colegas que estão com essa área podem responder melhor. Mas há uma coisa que lhe posso dizer, a TAP é uma empresa estratégica para o país por aquilo que é a sua ligação ao mundo, pela diáspora, pelo contributo que tem para o turismo do país.

Dito isto, sendo Portugal um dos destinos turísticos mais competitivos do mundo, um dos destinos mais fortes em termos mundiais na área do turismo, o nosso objetivo é reforçar a conetividade aérea e aumentar o número de companhias aéreas que escolhem Portugal para fazer ligações e para nos trazer mais pessoas.

Espero dar um contributo para que o legado coletivo de um mandato possa deixar um país ainda mais competitivo, mais reconhecido internacionalmente e mais coeso

Até porque hã a questão do hub de Lisboa que poderá, eventualmente, sofrer alguma transferência?
O tema está a ser estudado e muito bem estudado pela área governativa que acompanha esse dossier para garantir todos os interesses do Estado português. E isso estará seguramente acautelado. Quando digo o Estado português falo do país e, também, evidentemente, na sua dimensão turística.

E depois de um ano recorde?
Fechámos o ano de 2002. Como que espera chegar ao final de 2023?
As perspetivas procuro tê-las com base em, por um lado, relatórios ou estudos de previsão e, por outro, também aquilo que o mercado nos diz. E aquilo que o Banco Portugal nos diz é que teremos um crescimento de 8,6% nas exportações de turismo. Por outro lado, aquilo que nos diz o mercado, aquilo que são os sinais que temos das empresas, também eles são sinais positivos, sinais de confiança, de otimismo.

Evidentemente, há sempre um contexto em que não conseguimos prever o futuro face à incerteza externa. Mas os sinais que temos são positivos.

Eu olho para 2023 com confiança e com um otimismo moderado, por força daquilo que são as previsões do Banco Portugal e pelos sinais que as empresas nos dão.

Teme de alguma forma que o conflito que está a decorrer, infelizmente, possa influenciar ou impactar ainda mais o turismo em Portugal?
Esse é um conflito que a todos nos deixa muito tristes do ponto de vista humano e coletivo, enquanto sociedade. Evidentemente que tem também impacto na economia global e particularmente europeia. Mas creio que não é possível estar a fazer previsões face a contextos tão voláteis.

Na última edição do WTM, o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo considerava que os responsáveis, tanto nacionais como locais e tanto privados como públicos do universo do turismo, devem deixar um legado. Que legado é que o Nuno Fazenda gostaria de deixar no turismo?
É uma boa pergunta boa. Mas há um legado que queremos deixar, dar um contributo para que Portugal seja um país mais competitivo e mais coeso do ponto de vista turístico. Se no final conseguirmos ter um país que conseguiu fazer algumas transformações ao nível da sua competitividade em termos de destino sustentável, mais coesão, termos turismo em todo o país e ao longo de todo o ano, assente em padrões de sustentabilidade, acho que isso seria algo muito positivo.

Mas nestas coisas não há legados individuais, há legados coletivos. O que espero é poder dar um contributo para que o legado coletivo de um mandato possa deixar um país ainda mais competitivo, mais reconhecido internacionalmente e mais coeso.

Isso faz-se com muito empenho, com humildade, com tempo e com trabalho conjunto.

Como disse no início, resolver os problemas do presente, mas com os olhos postos no futuro e com uma marca que é concretizar.

 

 

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De acordo com o mais recente GBTA Business Travel Index Report a indústria global das viagens de negócios deverá ficar perto dos 1,4 biliões de euros, estimando-se que, em 2028, possa ultrapassar os 1,8 biliões de euros.

Em 2024, a indústria das viagens de negócios deverá atingir os 1,48 biliões de dólares (1,360 biliões de euros), um aumento em relação a 2019, ano que constituiu um recorde com 1,43 biliões de dólares (1,313 biliões de euros). O último GBTA Business Travel Index Report, da Global Business Travel Association (GBTA), assinala ainda que, até 2028, prevê-se que esta indústria ultrapasse os 2 biliões de dólares (ligeiramente acima dos 1,8 biliões de euros).

“A relativa estabilidade da economia global continuou a impulsionar o crescimento, o que, juntamente com a persistente procura reprimida, deu garantias aos CEO e CFO para que os seus colaboradores regressassem à estrada para reuniões de negócios”, lê-se no relatório da GBTA.

Muitos dos principais mercados de viagens de negócios em todo o mundo voltaram aos níveis anteriores à pandemia ou estão próximos deles, reforçando a dinâmica da recuperação e aumentando as despesas. No entanto, as perspectivas de crescimento económico e das viagens de negócios apresentam um equilíbrio entre potenciais fatores positivos e riscos negativos.

“Estamos a assistir à esperada recuperação do sector, refletindo a resiliência e adaptabilidade das empresas e o valor das viagens de negócios em todo o mundo”, referiu Suzanne Neufang, CEO da GBTA, na 16.ª edição do evento anual da GBTA. “Com as despesas projetadas que deverão continuar a aumentar até 2028, o futuro das viagens de negócios parece promissor. No entanto, devemos permanecer vigilantes e adaptados a potenciais ventos contrários neste período de estabilização, uma vez que fatores como a mudança das condições económicas, avanços tecnológicos e desenvolvimentos de sustentabilidade também irão moldar o sector no futuro.”

Prevê-se que as despesas globais com viagens de negócios aumentem 11,1% em 2024, após anos significativos em 2022 e 2023 de crescimento anual de 30% a 47%, estimando-se que o crescimento continue a moderar-se gradualmente, resultando numa taxa de crescimento anual composta de 6,95% de 2025 a 2028.

Em 2023, o setor das viagens de negócios havia recuperado aproximadamente 675 mil milhões de dólares (cerca de 620 mil milhões de euros) dos 770 mil milhões de dólares (perto de 643 mil milhões de euros) perdidos em 2020, de acordo com a análise GBTA BTI, atingindo 93% do pico pré-pandêmico de 1,43 biliões de dólares. no final de 2023.

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Porto recebe “Prides” europeus

De 13 a 15 de setembro o Porto Pride terá um programa diversificado que inclui conferências, atividades culturais e momentos de celebração, promovendo o encontro entre pessoas, instituições, empresas e ativistas.

A cidade do Porto volta a receber o Porto Pride, de 13 a 15 de setembro, num programa diversificado que inclui conferências, atividades culturais e momentos de celebração, promovendo o encontro entre pessoas, instituições, empresas e ativistas, encontrando-se a organização a desafiar as pessoas e agentes culturais da cidade a proporem e organizarem iniciativas durante os três dias do evento.

No primeiro dia, sexta-feira, 13 de setembro, o evento inicia com uma Conferência de Direitos Humanos – o Porto Pride Summit, a realizar-se durante a tarde na Porto Business School, com a presença de representantes governamentais, da EPOA – European Pride Organisers Association e de empresas parceiras do evento, com o intuito de promover locais de trabalho mais inclusivos para as pessoas LGBTI+.

De acordo com Diogo Vieira da Silva, coordenador geral do Porto Pride, “sempre que anunciamos as datas do evento, a quantidade de mensagens de pessoas internacionais que recebemos a questionar qual o melhor hotel ou a melhor forma de chegar ao Porto é avassaladora, principalmente dos nossos vizinhos de Espanha”.

O coordenador do Porto Pride, membro da European Pride Organisers Association (EPOA), a Unicorn Whisper – Associação Porto Pride, assinala que “o impacto socioeconómico do Porto Pride já não pode ser mais ignorado”.

Na edição de 2023, o Porto Pride contou com parceiros como IKEA, Durex, Lionesa, STCP, Revista LÍDER, Turismo do Porto e Norte, Rosário Duarte Associados, entre outros. Para a edição de 2024, já estão confirmados os seguintes: Porto Business School, Missão Continente, Blip.pt, Neva Films, The Queer Spot, entre muitos outros.

Embora a agenda completa ainda não esteja definida, as inscrições encontram-se abertas em https://forms.gle/mk9Q4XuTqkGULEfd8 e o novo website também já foi lançado, disponível em www.portopride.com.

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Turismo da ONU avança na implementação da sua Agenda para África

O Turismo da ONU continua a avançar na implementação da sua Agenda para África e reuniu os membros da região em torno das prioridades de investimento, cooperação multilateral e educação.

A 67ª reunião da Comissão Regional de Turismo das Nações Unidas para África, que decorreu na capital zambiana, Livingstone, mobilizou líderes públicos e privados de toda a região. Os Estados-Membros reuniram-se num contexto de forte recuperação do setor do turismo no continente, indica o Turismo da ONU em comunicado. No primeiro trimestre de 2024, as chegadas aumentaram 5% em comparação com os níveis pré-pandemia. Isto coloca o continente em segundo lugar no mundo, à frente de todas as outras regiões, exceto o Médio Oriente.

No que toca ao investimento, o Turismo da ONU destaca que, em apenas 10 anos, a África atraiu mais de 160 projetos de instalações turísticas de raiz, representando um total de 10,7 mil milhões de dólares em investimentos e mais de 24 mil novos empregos potenciais. Tendo em conta esta tendência positiva, decorreu, no âmbito da reunião da Comissão, uma sessão ministerial especial dedicada às tendências globais no investimento turístico. Esta sessão lançou luz sobre as oportunidades a aproveitar para o desenvolvimento sustentável e sobre estratégias para atrair e obter investimentos para o setor do turismo.

Os pontos principais da discussão foram estratégias para o desenvolvimento sustentável do turismo, o reforço da competitividade de África no cenário turístico global e a inovação no marketing e na marca turística, deu conta o organismo.

O Turismo da ONU está igualmente atento à formação em África, tendo assinado, na ocasião, os memorandos de entendimento na reunião para a criação do Centro de Excelência para o Turismo em Livingstone, na Zâmbia, e da Academia de Artes Culinárias, no Zimbabué.

As academias irão contribuir para a crescente rede de centros de educação apoiados pelo Turismo da ONU, garantindo que os profissionais do setor tenham as competências adequadas para desempenhar, alimentando o crescimento económico e permitindo o progresso social. Zurab Pololikashvili, anunciou a concessão de 100 bolsas a cada país para frequentar os cursos de formação da ‘Academia Online de Turismo da ONU’.

O apoio técnico aos membros africanos e ainda uma aposta. Do total de 50 projetos de cooperação técnica realizados pela ONU Turismo em todo o mundo, 13 estão atualmente a ser implementados em 10 países africanos. Abrangem domínios como estatísticas do turismo, transformação digital e desenvolvimento de competências. Diferentes projetos de cooperação técnica estão a ser desenvolvidos na região, seguindo os cinco pilares da Agenda África: branding, conectividade, inovação, educação e investimentos. O Secretário-Geral do Turismo da ONU também confirmou que a organização trabalhará com os membros de toda a região para desenvolver e executar uma nova estratégia de comunicação, concebida para mostrar a singularidade dos destinos africanos.

Com vista a expandir o portfólio de atividades e aumentar a presença do Turismo da ONU no terreno, está atualmente em discussão a criação de um novo escritório regional em Marraquexe.

Olhando para o futuro, o Turismo da ONU realizará a primeira reunião conjunta dos seus departamentos regionais para África e as Américas, em Punta Cana (República Dominicana), de 3 a 5 de outubro deste ano. Os membros das duas comissões discutirão a cooperação Sul-Sul nas áreas de investimento, educação, raízes culturais, indústrias criativas e inovação.

 

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AEBB entra em projeto europeu para promover turismo náutico-cultural da bacia do Tejo

A Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB) é um dos oito parceiros ibéricos do novo projeto europeu “Rede CIFT- Cruzeiros Ibéricos Fluviais Transfronteiriços”, cujo objetivo é promover os itinerários náutico-culturais nos cinco rios da zona transfronteiriça de Espanha e Portugal.

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A cidade espanhola de Málaga acolheu, esta segunda-feira, a reunião de lançamento do projeto Interreg Espanha-Portugal da Rede de Cruzeiros Ibéricos Fluviais Transfronteiriços (‘Red CIFT’), cujo objetivo final é a criação de uma rede de destinos náuticos-culturais sustentáveis no ambiente transfronteiriço dos países que ocupam os cinco grandes rios: o Minho, o Lima, o Douro, o Tejo e o Guadiana.

Participam neste projeto oito parceiros, quatro espanhóis e quatro portugueses. Liderado pelo Cluster Marítimo-Marino de Andalucía (CMMA), envolve a Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho), a Associação para o Desenvolvimento do Baixo Guadiana (ODIANA), a Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve), representando as regiões norte, centro e sul de Portugal (Minho, Beira Baixa e Algarve). A estas juntam-se a Associação Galega de Atividades Náuticas (AGAN+), o Cluster Turístico da Extremadura (Cluturex) e a Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD). O orçamento total deste projeto, cofinanciado pela União Europeia através do Interreg Espanha-Portugal, ascende a 816 mil euros.

Os membros do projeto pretendem, de acordo com informação avançada pela AEBB, criar itinerários náutico-culturais (cruzeiros fluviais) que constituem a espinha dorsal do território fronteiriço, com uma abordagem inovadora e socialmente inclusiva, promovendo o turismo responsável e preservando o património natural e cultural de cada destino. Tem também como objetivo criar sinergias entre o turismo de cruzeiros fluviais e o turismo cultural, transferindo conhecimentos e experiências entre as regiões transfronteiriças.

O projeto pretende ter um impacto significativo nas regiões participantes. Os resultados esperados incluem o aumento do turismo fluvial, a criação de emprego e de oportunidades económicas, a preservação e a valorização do património cultural e natural, a melhoria da acessibilidade e a promoção da cooperação transfronteiriça. O programa contribuirá para o desenvolvimento sustentável das regiões envolvidas e reforçará a colaboração entre Espanha e Portugal, no domínio do turismo.

O projeto está estruturado em diferentes atividades que vão desde o planeamento estratégico à formação, certificação, coordenação e comunicação. Em termos de planeamento estratégico, serão realizados estudos para avaliar a viabilidade económica dos destinos náutico-culturais, bem como o planeamento da sua promoção e valorização, especialmente em termos de acessibilidade e sustentabilidade.

Para garantir a qualidade e o cumprimento das normas de turismo acessível, será considerada a certificação de boas práticas e a identificação de produtos turísticos de qualidade. Pretende-se ainda promover a transferência de conhecimentos e experiências no seio da ‘Red CIFT’, facilitando a colaboração entre os atores envolvidos e gerando um ambiente propício ao intercâmbio de ideias.

A formação a ministrar é fundamental e proporcionará aos participantes as ferramentas necessárias para desenvolver produtos turísticos ligados à rede. Serão gerados conteúdos adaptados e serão ministrados cursos para fomentar a inovação, a criatividade e a responsabilidade ambiental na criação de itinerários náutico-culturais.

Em termos de comunicação, será criado um Catálogo Digital, será desenvolvida a identidade corporativa do projeto e serão planeadas ações estratégicas de visibilidade.

No âmbito do projeto ‘Red CIFT’, a AEBB tem como objetivo promover o potencial turístico da bacia do rio Tejo e dos territórios circundantes, enquanto destinos náutico-culturais.

Com esta participação, a AEBB pretende criar um ambiente favorável ao desenvolvimento económico e à valorização do património cultural e natural destes territórios. Ao promover o rio Tejo como um destino fluvial atrativo para turistas nacionais e internacionais, o projeto visa não apenas atrair visitantes, mas também estimular a criação de emprego e oportunidades económicas para as comunidades locais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável dos territórios abrangidos pela bacia do rio Tejo.

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Britânicos procuram viagens de última hora

Uma análise recente da ABTA revela que muitos britânicos estão a considerar umas férias de última hora no estrangeiro este verão. Portugal, mais concretamente, o Algarve é um dos destinos referidos.

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A Associação Comercial para Operadores Turísticos e Agentes de Viagens no Reino Unido (ABTA) revela que o mau tempo que se fez sentir no Reino Unido até agora está a levar muitas pessoas a considerar umas férias de última hora no estrangeiro este verão.

Mais de um quarto dos inquiridos (27%) afirma que se sentiria tentado a reservar uma viagem para um local quente e solarengo se conseguisse um bom negócio, enquanto um em cada cinco (19%) afirma que reservaria apenas para fugir ao mau tempo no Reino Unido.

Em todos os países, os escoceses são os mais interessados em trocar a chuva por praias mais soalheiras, com 31% a dizerem que reservariam se conseguissem encontrar um bom negócio para um lugar quente e soalheiro e 27% a dizerem que reservariam apenas para escapar ao mau tempo.

Isto acontece depois de os números do Met Office mostrarem que o Reino Unido acabou de ter a sua primavera mais húmida desde 1986 e, apesar de um ou outro dia de melhor tempo aqui e ali, as previsões para agosto sugerem que os amantes do sol no Reino Unido não têm muito por que esperar.

Por outro lado, muitos dos destinos mais populares do Reino Unido na Europa estão preparados para receber sol diariamente durante a próxima semana, incluindo a Costa del Sol, o Algarve, a costa da Ístria, ilhas gregas como Rodes e Creta e estâncias na costa sul da Turquia.

A ABTA afirma que, “seja qual for a motivação, ainda há tempo para os viajantes conseguirem um bom negócio este verão, especialmente se puderem ser flexíveis quanto ao local para onde vão e à data de partida”, encorajando a associação as pessoas a falarem com o seu agente de viagens ou operador turístico local para verem “o que ainda está disponível”.

O diretor de Comunicações da ABTA, Graeme Buck, refere no comunicado da associação que “embora muitas pessoas já tenham férias de verão pela frente, os nossos dados sugerem que uma percentagem significativa poderá reservar uma viagem tardia, em especial se o verão chuvoso do Reino Unido continuar e se conseguirem encontrar uma escapadela a bom preço”.

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Portugueses isentos de visto para estadas de até 60 dias na Tailândia

Portugal passa, assim, a fazer parte de uma lista de 93 países e territórios aos quais a Tailândia concede agora a isenção de visto para estadas até 60 dias. Além disso, o recém-lançado visto de nómada digital oferece estadas até 180 dias.

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Os cidadãos portugueses passam a estar isentos de visto para estadas na Tailândia até 60 dias, fazendo esta medida parte de um novo pacote de políticas de vistos anunciado pela Tailândia, com o objetivo de impulsionar a economia do país através das viagens e do turismo. As novas medidas incluem a isenção de visto até 60 dias, o visto de destino (DTV) e vistos de estudante, que já estão em vigor.

Portugal faz parte dos 93 países e territórios aos quais a Tailândia concede agora a isenção de visto para estadas até 60 dias. Anteriormente, os cidadãos portugueses contavam com visto apenas para um período de até 30 dias no país. Os visitantes abrangidos por este regime passam a estar autorizados a permanecer no destino para fins turísticos e compromissos comerciais de curta duração por um período não superior a 60 dias, podendo este ser prolongado no Serviço de Imigração por outro período não superior a 30 dias.

Visto de Destino Tailândia (DTV)
A Tailândia encontra-se ainda a introduzir uma nova medida de vistos, o Destination Thailand Visa (DTV) para trabalhadores remotos, nómadas digitais e freelancers, bem como para participantes em atividades tipicamente tailandesas, como cursos de Muay Thai, aulas de culinária tailandesa, treino desportivo, tratamentos médicos, seminários e festivais de música. Os cônjuges e filhos dependentes de titulares de TVD também serão elegíveis.

Os estrangeiros que pretendam solicitar este visto devem ter um comprovativo de fundos ou uma garantia não inferior a cerca de 12.659€ (500.000 Baht) durante a sua estada. A taxa do visto é de cerca de 253€ (10.000 Baht).

Os titulares de TVD, em conjunto com os cônjuges e filhos a cargo, terão direito a uma estada de cinco anos com entradas múltiplas para estadas cumulativas não superiores a 180 dias, podendo ser prolongadas por mais 180 dias.

Visto de estudante (ED Plus de não imigrante)
A Tailândia está também a prolongar a permanência de estudantes estrangeiros do ensino superior por mais de um ano após a conclusão do seu curso. Estes podem ainda encontrar trabalho durante este período e, se empregados localmente, podem alterar o tipo de visto para Não-Imigração B sem terem de sair da Tailândia.

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Moldávia passa a liderar o Conselho Global de Turismo Médico

A República da Moldávia, representada pela Medical Tourism Association, foi eleita para ocupar a presidência do Global Medical Tourism Council (GHTC) para os próximos dois anos, (2024-2026). Esta posição, decidida na Assembleia Geral do GHTC, significa a crescente influência da Moldávia na indústria global deste segmento de turismo.

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Competindo contra a Alemanha e a Arábia Saudita, a Moldávia garantiu a maioria dos votos de mais de 50 países participantes, refletindo sua proeminência emergente neste setor.

“A posição é um passo importante na promoção do turismo médico na República da Moldávia, mas também no aumento da visibilidade do país em nível internacional”, enfatizou Andrei Revenco, diretor executivo da Associação de Turismo Médico da Moldávia.

Nos próximos dois anos, a associação concentrará em melhorar a gama de serviços médicos disponíveis no país. As principais áreas de desenvolvimento incluem cirurgia ortopédica, oftalmologia e balneoterapia. A Moldávia ostenta uma rica tradição em balneoterapia, mas são ainda necessários investimentos significativos para atender aos padrões europeus.

A jornada da Moldávia no turismo médico começou em 2009. Em 2018, o setor havia crescido significativamente, com turistas estrangeiros a representarem mais de 35% do número total de pacientes em clínicas moldavas. Os visitantes mais frequentes vêm da Roménia, Rússia, Ucrânia, Turquia, Bulgária e Israel. As principais atrações são os tratamentos médicos de alta qualidade e custo-efetivos, clima favorável e alojamento acessível.

A Moldávia oferece uma variedade de opções de turismo médico, incluindo serviços de diagnóstico e bem-estar. O país adere aos padrões médicos internacionais, garantindo diagnósticos precisos e tratamentos eficazes.

Os setores ​​que atraem pacientes internacionais incluem Estomatologia, tratamento para Hepatite C, Oftalmologia, Cirurgia Plástica e Planeamento Familiar (tratamentos de fertilidade).

A infraestrutura de turismo médico da Moldávia inclui mais de 300 clínicas e centros médicos privados somente em Chisinau. Essas instalações oferecem uma ampla gama de serviços, desde cuidados odontológicos até cirurgias complexas.

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Macau recebe mais de 2,55 milhões de visitantes em junho

Em junho, Macau recebeu 1.316.114 de excursionistas e 1.235.204 turistas, números que subiram 25,8% e 6,1%, respetivamente, face a mês homólogo de 2023, segundo um comunicado da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau, citado pela Lusa.

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No passado mês de junho, Macau contabilizou mais de 2,55 milhões de visitantes, numa subida de 15,5% face a igual mês do ano passado, avança a Lusa, que cita um comunicado da Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) de Macau.

Em junho, Macau recebeu 1.316.114 de excursionistas e 1.235.204 turistas, números que subiram 25,8% e 6,1%, respetivamente, face a mês homólogo de 2023, ainda que, em termos mensais, se tenha registado “um decréscimo de 5,2%, face a maio de 2024”, segundo o mesmo comunicado.

Recorde-se que, entre janeiro e junho, o número de visitantes em Macau totalizou 16.719.983, o que representa um aumento de 43,6% face ao período homólogo do ano passado.

A DSEC indica ainda que, no primeiro semestre do ano, a maioria dos visitantes de Macau era proveniente da China, num total de 11.537.999 turistas e excursionistas, o que representa um aumento de 52,9% face ao mesmo período do ano passado.

 

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Receitas turísticas sobem 256M€ e estabelecem novo recorde para maio

As receitas turísticas somaram, em maio, um total de 2.444,50 milhões de euros, valor que ficou 256,2 milhões de euros acima do apurado em igual mês de 2023, traduzindo um crescimento de 11,7% e um novo recorde para o mês de maio, segundo dados do Banco de Portugal (BdP), divulgados esta sexta-feira, 19 de julho.

Inês de Matos

As receitas turísticas somaram, em maio, um total de 2.444,50 milhões de euros, valor que ficou 256,2 milhões de euros acima do apurado em igual mês de 2023, traduzindo um crescimento de 11,7% e um novo recorde para o mês de maio, de acordo com os dados revelados esta sexta-feira, 19 de julho, pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados do BdP mostram que, face a maio de 2019, o crescimento das receitas turísticas – que se encontram pelos gastos dos turistas estrangeiros em Portugal – é ainda mais expressivo, já que este valor subiu 884,22 milhões de euros comparativamente ao mesmo mês no período pré-pandemia, o que representa uma subida de 56,7%.

O BdP destaca o papel das Viagens e Turismo para o aumento das exportações de serviços, explicando, no comunicado que acompanha os números, que “o incremento das exportações reflete sobretudo o contributo das viagens e turismo (+256 milhões de euros)”.

Segundo o BdP, a subir estiveram também as importações do turismo, que resultam dos gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, que totalizaram 611,95 milhões de euros em maio, o que traduz um aumento de 57,67 milhões de euros ou uma subida de 10,4%.

Quando comparado com maio de 2019, o crescimento das importações provenientes do turismo foi ainda mais pronunciado, num aumento que chega aos 32,1% e que representa mais 148,81 milhões de euros face aos 463,14 milhões de euros apurados nessa altura.

Em maio, também o saldo da rubrica Viagens e Turismo registou um forte incremento e totalizou 1.832,55 milhões de euros, subindo 12,4% ou 201,54 milhões de euros face a maio do ano passado, bem como 67% ou 735,41 milhões de euros comparativamente a mês homólogo de 2019.

Cinco meses de subidas consecutivas

Os dados do BdP mostram que, no acumulado desde maio, as receitas turísticas totalizam já 9.273,61 milhões de euros, valor que compara com os 8.273,01 milhões de euros apurados em igual período do ano passado, o que traduz um aumento de 12,1% ou mais 1.000,6 milhões de euros.

Tal como as receitas turísticas, também o acumulado das importações turísticas está a subir e, até maio, somou 2.179,29 milhões de euros, valor que ficou 7% acima do registado em igual período do ano passado e que traduz um aumento de 142,17 milhões de euros.

Já o saldo da rubrica Viagens e Turismo ficou, nos primeiros cinco meses de 2024, nos 7.094,32 milhões de euros, o que representa uma subida de 858,44 milhões de euros face a igual período do ano passado, num aumento de 13,8%.

 

 

 

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Japão recebe mais de 17,7 milhões de turistas no primeiro semestre de 2024

O Japão recebeu 17,7 milhões de visitantes no primeiro semestre de 2024, batendo o recorde histórico do país em número de turistas, anunciaram as autoridades nipónicas.

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O organismo do turismo japonês JNTO indicou que o valor de 17.777.200 visitantes, atingido no final do primeiro semestre de 2024, é superior em mais de um milhão ao anterior recorde para o mesmo período de 2019, ano anterior à pandemia da covid-19, quando o país implementou restrições rigorosas nas fronteiras.

Junho também registou um novo recorde mensal no número de visitantes estrangeiros mensais com 3.135.600, num aumento homólogo de 51,2%.

Estes números acompanham a tendência dos últimos quatro meses em que o número de visitantes estrangeiros por mês no país asiático ultrapassou os três milhões.

Em junho, o maior número de turistas no Japão chegou da Coreia do Sul (703.300 visitantes) seguida da China (660.900), Taiwan (574.500), EUA (296.400) e Hong Kong (250.600).

O Japão enfrenta um ‘boom’ turístico face ao qual começam a ser implementadas medidas em várias regiões do arquipélago, como o aumento dos preços para os turistas em alguns estabelecimentos ou taxas de entrada nessas zonas, e num contexto de críticas crescentes ao excesso de turismo por parte da população local.

O arquipélago japonês espera atrair 60 milhões de visitantes estrangeiros por ano até 2030 e planeia elaborar diretrizes para abordar os problemas associados ao turismo excessivo até ao final deste ano.

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