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Transportes

Vinci dá primeiros passos para desenvolvimento dos aeroportos de Cabo Verde

O grupo Vinci acaba de dar o primeiro passo para o desenvolvimento dos sete aeroportos de Cabo Verde ao escolher a empresa portuguesa Quadrante para desenvolver, em consórcio, os estudos de arquitetura e engenharia para a primeira fase do programa.

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Vinci dá primeiros passos para desenvolvimento dos aeroportos de Cabo Verde

O grupo Vinci acaba de dar o primeiro passo para o desenvolvimento dos sete aeroportos de Cabo Verde ao escolher a empresa portuguesa Quadrante para desenvolver, em consórcio, os estudos de arquitetura e engenharia para a primeira fase do programa.

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O Governo cabo-verdiano concessionou o serviço público aeroportuário ao grupo Vinci, envolvendo a gestão por 40 anos dos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos, recebendo 80 milhões de euros, em julho.

O contrato de concessão irá permitir a expansão, modernização, manutenção e exploração de quatro aeroportos internacionais (nas ilhas do Sal, Santiago, Boa Vista e São Vicente) e de três aeródromos destinados a tráfego doméstico (ilhas do Fogo, São Nicolau e Maio) e “responder ao crescimento da economia de Cabo Verde, que tem registado um aumento do tráfego aéreo desde 2010, atingindo 2,7 milhões de passageiros anuais em 2018”, pode-se ler no comunicado.

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De acordo com o contrato, a primeira parcela, de 35 milhões de euros, deve ser entregue na data de início da concessão e os restantes 45 milhões de euros “no momento em que se registe a recuperação do tráfego registado em 2019 ou, no primeiro trimestre de 2025.

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O grupo Vinci terá ainda de pagar anualmente uma percentagem das receitas brutas ao Estado de Cabo Verde, de 2,5% de 2022 a 2041, de 3,5% de 2042 a 2051 e de 7% de 2052 a 2061.

Segundo o CEO da Quadrante, Nuno Costa, “esta é uma ótima oportunidade para reforçar Cabo Verde como destino turístico e até como um ‘hub’ regional, melhorando a sustentabilidade, a conectividade e performance operacional das infraestruturas aeroportuárias”, ao mesmo tempo que se contribuiu para oferecer uma “experiência de excelência” aos passageiros que visitam estes aeroportos.

“Para a Quadrante é também fundamental participarmos no roteiro para a neutralidade carbónica do grupo Vinci, uma vez que estas obras estão incluídas na meta de redução de 50% da pegada de carbono até 2030, com vista à neutralidade carbónica dos aeroportos até 2050”, destacou o executivo.

 

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Lusanova promove 10 destinos para 2025

O operador turístico Lusanova está a promover uma seleção de 10 destinos para 2025. Pensada para quem procura novas experiências, esta lista reúne desde culturas vibrantes e paisagens exóticas até cidades repletas de história. Japão, Índia, Itália, Albânia, Madeira, Marrocos, Canadá, Chile e Argentina, Egito e Islândia, são as sugestões.

No que diz respeito ao Japão, ao longo de nove dias, a Lusanova propõe explorar algumas das principais cidades nipónicas, como Osaka ou Nara, a mais antiga capital do Japão, berço da arte, técnica e literatura do país, ou Quioto, conhecida como a Cidade dos Samurais e capital do Japão Imperial até 1868, onde se pode explorar o Templo Kinkakuji ou o histórico Castelo de Nijo, antiga residência do Shogún Tokugawa. Avistar o emblemático Monte Fuji a partir do Vale Owakudani, ou experienciar os contrastes urbanos de Tóquio complementam esta viagem.

Quanto à Índia, a sugestão do operador turístico passa por conhecer as cidades de Deli, Jaipur, Amber e Agra, na qual encontramos um dos monumentos mais famosos do mundo – o Taj Mahal.

Do tirol italiano, à Costa Amalfitana ou às joias de Puglia, sem esquecer as cidades emblemáticas de Veneza, Roma, Milão, Florença, Bolonha, Itália tem sempre algo para nos encantar e o difícil é mesmo escolher.

Por sua vez, a programação para a Albânia inclui visitas à capital Tirana, a Berat a cidade das 1000 janelas, a Ksamil para admirar o “Olho Azul” ou à Riviera Albanesa. A sua proximidade a Montenegro ou à Macedónia do Norte permite combinar umas férias com estes destinos.

A Lusanova também não esquece a Madeira, a explorar a dois, com amigos ou em família, destino que reúne um conjunto de opções para atender a todos os gostos, com mais ou menos adrenalina, bem como Marrocos. Seja uma escapada de duas noites ou uma semana para explorar as maravilhas históricas, culturais e naturais de Marrocos, a Lusanova oferece uma seleção de programas cuidadosamente elaborados.

Canadá faz igualmente parte desta lista, com visitas a cidades cosmopolitas, como Montreal e Toronto, e paisagens naturais, como o fiorde de Saguenay e as Cataratas de Montmorency, combinadas com experiências autênticas como avistar baleias em Tadoussac, explorar as Mil Ilhas ou as magníficas Cataratas do Niágara.

Já a viagem para o Chile e Argentina é um convite para explorar os glaciares, saltos de água, lagos e lagoas da Patagónia, com destaque para Ushuaia e o Glaciar Perito Moreno. Conhecer o majestoso “Fim do Mundo” pode ser combinado com a energia histórica e cultural de Santiago do Chile e o charme de Buenos Aires.

Berço de uma das civilizações mais antigas do mundo, o Egito oferece uma imersão profunda pela história com monumentos emblemáticos e praias de águas cristalinas em Hurghada ou Sharm El Sheikh. A terra de Cleópatra está à distância de um voo direto desde Lisboa, que permite explorar as margens do rio Nilo e maravilhas históricas como Luxor, Assuão, Edfu a Kom Ombo.

Finalmente, desde o Parque Nacional de Thingvellir e as erupções do gêiser Strokkur no “Círculo Dourado”, até ao glaciar Snæfellsjökull, que inspirou Júlio Verne a escrever o seu famoso romance “Viagem ao Centro da Terra, a Islândia revela-se um destino a não perder em 2025, podendo combinar natureza bruta e a tranquilidade das águas termais da Sky Lagoon em Reiquiavique.

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APAVT lança micro site “Viaje com Segurança com o Apoio do Provedor do Cliente”

Para o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, este micro site “é um passo importante para assegurar que os viajantes estão bem informados e protegidos em todas as etapas da sua viagem, contribuindo para uma experiência mais tranquila e confiante”.

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A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) acaba de lançar o micro site informativo, um espaço online que reforça a segurança e a confiança dos viajantes, e que pode ser acedido através do https://viajecomseguranca.provedorapavt.com/.

Este novo recurso foi criado, segundo a Associação, no âmbito do projeto “Viaje com Segurança com o Apoio do Provedor do Cliente”, com o objetivo de esclarecer dúvidas sobre esta entidade de resolução alternativa de litígios (RAL) e de promover o acesso a informações claras e úteis sobre os direitos dos viajantes.

O micro site integra informação prática e acessível sobre o Provedor do Cliente e os direitos dos consumidores, atualizações relevantes para ajudar os viajantes a planear as suas viagens com segurança e um canal direto de apoio, que garante acesso rápido e eficiente ao Provedor do Cliente.

A APAVT destaca ainda, na sua nota de imprensa, que a iniciativa reflete o seu compromisso em promover viagens mais seguras e informadas, garantindo que os clientes das agências de viagens suas associadas possam confiar em mecanismos de apoio sólidos e numa fonte de informação fidedigna.

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Turismo Residencial rendeu 15MM€ em receitas fiscais em nove anos

A Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts e a Nova School of Business and Economics concluíram que, apesar dos 15 mil milhões de euros recebidos em receitas fiscais, Portugal ainda apresenta uma das maiores cargas fiscais para aquisição de segundas habitações.

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O Turismo Residencial foi responsável, nos últimos nove anos, por receitas fiscais que ascenderam aos 15 mil milhões de euros, apuraram dois estudos realizados pela Nova School of Business and Economics, realizados em parceria com a Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts.

Divulgados esta segunda-feira, 9 de dezembro, estes estudos pretenderam “estimar a contribuição do setor para a economia portuguesa no período entre 2014 e 2023 e verificar como se compara Portugal em 2024, nos vários regimes fiscais que incidem sobre imóveis residenciais de segunda habitação com os seus demais concorrentes diretos”.

“Entre as principais conclusões destacam-se os 15 mil milhões de euros em receitas fiscais para o Estado que o setor gerou entre 2014 e 2023 e o facto de Portugal ser o país que em 2024 apresenta os maiores encargos fiscais sobre a aquisição de um imóvel residencial de segunda habitação entre os mercados analisados”, refere a Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts, em comunicado.

Impacto Macroeconómico no período 2014-2023

No estudo “Turismo Residencial: Impacto Macroeconómico”, o objetivo era apurar o impacto deste setor na economia nacional, concluindo-se que o turismo residencial gerou, entre 2014 e 2023, 130 milhões de dormidas e um impacto económico total de 184,5 mil milhões de euros.

No que diz respeito às receitas fiscais, o montante ascende aos 15 mil milhões de euros, incluindo 11 mil milhões de euros provenientes de IVA, sendo ainda de destacar os 96,9 mil milhões de euros em Valor Acrescentado Bruto (VAB), dos quais cerca de metade, 43.8 mil milhões de euros foram destinados a remunerações, o que reflete “a riqueza gerada pelo setor na economia e no emprego”.

Este estudo apurou ainda que, entre 2014 e 2023, foi criada uma média anual de 284.584 empregos a tempo completo e que o impacto dos não-residentes (que têm propriedades em Portugal) chegou aos 672 milhões de euros para a produção total da economia nacional, com estes atores a contribuírem para a “criação, em média, de 906 empregos e de 129 milhões de euros em remunerações, por ano”.

Portugal tem maior carga fiscal para aquisição de segunda habitação

Já o segundo estudo, denominado Turismo Residencial: Benchmarking fiscal, fez uma análise comparativa da carga fiscal em 2024 para aquisição de imóvel residencial de segunda habitação e concluiu que “Portugal apresenta a maior carga fiscal total na aquisição de imóvel residencial de segunda habitação nova (25,4%) entre os países analisados”.

Este estudo comparou a realidade portuguesa com a de outros países no Mediterrâneo, como Espanha, França, Itália, Grécia, Croácia, Chipre e Montenegro, e apurou também que “Portugal é o país que apresenta os maiores encargos fiscais sobre a aquisição de um imóvel residencial de segunda habitação usado, com encargos fiscais a rondar os 37 mil euros para um valor de venda 500 mil euros”.

“Do grupo de oito países analisados, apenas três – Portugal, Espanha e França – cobram imposto sobre patrimónios imobiliários de elevado valor e pelo total do património agregado. Os limites mínimos de isenção são menores em Portugal (600 000€) depois Espanha (700 000€) e finalmente França (1 300 000€)”, lê-se no estudo divulgado.

Relativamente à carga fiscal sobre as mais valias na ótica do investimento, Portugal é ainda “o segundo país da amostra com a carga fiscal mais elevada, logo a seguir à França, e por consequência o que apresenta a segunda menor rendibilidade quando consideramos o valor investido”.

“Os estudos agora apresentados relevam por um lado o enorme potencial do Turismo Residencial, o seu impacto positivo e o efeito multiplicador que o sector tem na economia, tanto a nível da atração de investimento e residentes estrangeiros, como a nível da criação de emprego. Por outro relevam a enorme carga fiscal a que está sujeita a compra de imóveis de segunda habitação em Portugal, esta elevada tributação pode desencorajar os investidores e reduzir o potencial de crescimento do setor”, considera Pedro Fontainhas, diretor Executivo da Associação Portuguesa do Turismo Residencial e Resorts .

Segundo o responsável, “Portugal tem todas as condições para ser um dos destinos líderes a nível mundial em turismo residencial, mas a competitividade fiscal é um fator que não pode ser ignorado”.

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Aviação

Lufthansa Technik abre fábrica para reparar motores e outras componentes de aviões em Santa Maria da Feira

A Lufthansa Technik vai abrir uma fábrica  de reparação de peças de motores e componentes de aviões em Santa Maria da Feira, num investimento que vai criar mais de 700 novos postos de trabalho e que deverá estar operacional no final de 2027.

Inês de Matos

A Lufthansa Technik vai abrir uma fábrica  de reparação de peças de motores e componentes de aviões em Santa Maria da Feira, num investimento que vai criar mais de 700 novos postos de trabalho e que deverá estar operacional no final de 2027.

“Pela primeira vez na história da empresa, estamos a construir e a abrir as nossas próprias instalações em Portugal. Estamos muito satisfeitos por estarmos a ser recebidos de braços abertos aqui em Santa Maria da Feira”, afirmou Harald Gloy, Chief
Operating Officer da Lufthansa Technik.

A unidade da Lufthansa Technik localiza-se no parque industrial Lusopark, em Santa
Maria da Feira, e vai ter uma área total de  54.000 metros quadrados, permitindo que a empresa continue a “crescer de acordo com a sua estratégia empresarial e expandir significativamente as suas capacidades de reparação de peças de motores e componentes de aviões”.

“A futura fábrica da Lufthansa Technik Portugal deverá estar concluída até ao final de 2027 e estará equipada com as tecnologias mais recentes no sector MRO (manutenção, reparação e revisão)”, refere a Lufthansa Technik, em comunicado.

Esta nova fábrica de reparação de peças de motores e componentes de aviões vai criar mais de 700 novos postos de trabalho, com a Lufthansa Technik a explicar que as candidaturas “vão abrir já no próximo ano”.

“A Lufthansa Technik tem objectivos de crescimento ambiciosos e queremos continuar a expandir a nossa posição de liderança como líder de mercado global no setor MRO no futuro. É por isso que já estamos a começar a ampliar as nossas capacidades, acrescentando localizações estrategicamente importantes à nossa rede global e garantindo assim que podemos continuar a satisfazer, no futuro, as expetativas dos nossos mais de 800 clientes internacionais da melhor forma possível”, acrescenta Harald Gloy.

Este investimento conta com o apoio da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal e da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, que deram “um grande apoio à Lufthansa Technik”, ao longo deste “processo muito intenso”.

“Este investimento significativo da Lufthansa Technik em Portugal, que irá criar mais de 700 postos de trabalho, é muito bem-vindo. É mais um passo para a reindustrialização do nosso país e representa a confiança nas nossas infraestruturas e na nossa mão de obra, especialmente nos nossos engenheiros altamente qualificados do setor da aviação. Mostra também que estamos no bom caminho para atrair investimento estrangeiro que ajudará a impulsionar a economia portuguesa”, considera Pedro Reis, ministro da Economia.

Já Ricardo Arroja, presidente e diretor Executivo da AICEP, considera que “a Lufthansa Technik é um líder mundial no setor aeroespacial”, motivo pelo qual este investimento ganha ainda maior importância.

“A indústria aeroespacial está a crescer em Portugal, uma vez que cada vez mais empresas de alto calibre se estão a instalar aqui, assegurando um ciclo de produção completo, desde o desenvolvimento à produção e à manutenção. A capacidade e o conhecimento especializado que a Lufthansa Technik está a trazer para Portugal com as suas novas instalações irão aumentar a competitividade do nosso país no setor aeroespacial na Europa e ajudar a fortalecer este grupo. A AICEP continuará a apoiar a Lufthansa Technik nas diferentes fases do projeto para que esta cooperação seja um êxito para todas as partes envolvidas”, acrescenta o responsável da AICEP.

Amadeu Albergaria, autarca de Santa Maria da Feira, considera ainda que este investimento representa também um compromisso “com o futuro da região e do
país, criando emprego especializado, reforçando a comunidade económica e acrescentando valor”.

“Continuamos disponíveis para acompanhar de perto este projeto de grande dimensão, pois estamos convictos de que será um motor de desenvolvimento económico e social
para a nossa região”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.

Além da fábrica de reparação de peças de motores e componentes de aviões, a Lufthansa Technik vai também criar um centro de formação em Santa Maria da Feira já no próximo ano para “formar os futuros colaboradores da Lufthansa Technik Portugal, para que a produção possa começar assim que as novas instalações de 54000 metros quadrados estiverem concluídas”.

“Os primeiros postos de trabalho para a nova localização serão anunciados online nas próximas semanas e incluem mecânicos, técnicos de eletrónica, engenheiros, gestores de processos e de recursos humanos (de todos os sexos, claro)”, refere ainda a Lufthansa Technik.

O recrutamento vai ser anunciado no website da Lufthansa Technik Portugal, disponível aqui, assim como através do Linkedin da empresa, aqui.

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Aeroporto de Lisboa foi o 8.º com mais passageiros na Europa em 2023

Em 2023, Portugal registou um crescimento de 19,4% no número de passageiros transportados, em linha com a média europeia, que foi de 19,3%. Já o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, foi o 8.º com maior movimento na União Europeia, segundo dados do Eurostat.

Inês de Matos

No ano passado, o número total de passageiros que realizaram viagens aéreas na União Europeia (UE) chegou aos 973 milhões, o que representa um aumento de 19,3% face ao ano anterior, avança o Eurostat, que divulgou esta sexta-feira, 6 de dezembro, os resultados do tráfego aéreo no espaço comunitário europeu ao longo do ano passado.

“Os dados mostram que em 2023, todos os países da UE registraram um aumento no número de passageiros transportados por transporte aéreo em comparação com 2022”, refere o comunicado do Eurostat que acompanha os números.

Em 2023, os países que registaram maior crescimento no número de passageiros transportados foram Malta (33,3%), Eslovénia (30,9%) e República Checa (29,4%), com o crescimento de Portugal a chegar aos 19,4%, em linha com a média europeia, que foi de 19,3%.

Já os crescimentos mais modestos em termos de passageiros transportados ao longo do ano passado foram para a Estónia (+7,9%), Grécia (+9,6%) e Lituânia (+12,3%), refere também o Eurostat.

Lisboa foi o 8.º aeroporto com mais passageiros da UE

A análise do Eurostat debruçou-se também sobre os aeroportos da UE e apurou que, no ano passado, todos as infraestruturas aeroportuárias do espaço comunitário “registraram aumentos significativos”, o que ditou que não houvesse grandes mudanças no ranking dos principais aeroportos europeus.

Desta forma, o aeroporto de Paris/Charles de Gaulle voltou a ser a infraestrutura da UE com maior número de passageiros, com um total de 67,4 milhões de passageiros e um aumento de 17,3%, seguindo-se o Aeroporto de Amesterdão/Schiphol, com 61,9 milhões de passageiros e um crescimento de 17,9%, e Madrid Barajas, que totalizou 60,1 milhões de passageiros e apresentou uma subida de 20,4%.

Já os aeroportos de Frankfurt/Main, com 59,3 milhões de passageiros e um aumento de 21,5%, bem como de Barcelona/El Prat, que registrou 49,8 milhões de passageiros e um aumento de 20,6%, figuram nas quarta e quinta posições.

O Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, ficou na oitava posição deste ranking, contabilizando um total de 33.636 milhões de passageiros e um aumento de 12,3% face ao ano anterior.

No caso do Porto, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro surge na 25.ª posição deste ranking do Eurostat, contabilizando um total de 15.183 milhões de passageiros, mais 13,8% do que em 2022.

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TravelGEA agrega novos produtos e serviços e Ricardo Correia passa a diretor operacional

Nos quatro pilares em que a GEA Portugal vai colocar acento tónico, um deles será o produto exclusivo, através do seu braço armado, a TravelGEA, que vai passar a agregar novos produtos e serviços, passando Ricardo Correia, o até agora seu diretor Comercial, para diretor operacional. Novidade é o lançamento da TravelGEA Rail em 2025.

Carlos Baptista, administrador da GEA Portugal, revelou aos jornalistas, no âmbito da 20ª Convenção do grupo, que decorreu em Troia, que em relação ao produto exclusivo, “fizemos algumas alterações de estrutura no sentido de melhor preparar a TravelGEA para o caminho que estamos a fazer”. Esta empresa da GEA Portugal, que até há pouco focava-se única e exclusivamente na componente aérea, segundo Carlos Baptista, “mais que duplicou seu volume de negócios em 2023, e tive também crescimentos interessantes em 2024”, para avançar que “Ricardo Correia, que incorporou a equipa em 2023 como diretor Comercial, vai agora assumir a direção operacional da TravelGEA, com maior responsabilidade no projeto, assumindo também toda a coordenação da equipa de suporte e fazendo a ponte com todos os outros intervenientes das diferentes áreas, seja financeira, ou ao nível do grupo Newtour com tudo o que trabalhamos ao nível macro em termos de aviação”.

Por sua vez, Ricardo Correia, que esteve presente na conferência de imprensa, esclareceu sobre algumas melhorias que têm vindo a ser implementadas na TravelGEA. “Aquilo que estamos focados para 2025 e posteriormente, passa pela rentabilidade de serviço e de informação, muito potenciado pelo efeito do grupo Newtour, que tem uma capacidade de negociação e de trazer mais-valias para dentro de portas através dos acordos que negoceia”.

Destacou igualmente algumas evoluções que foram alcançadas recentemente, tais como a integração da   Ryanair, através do Light Ticketing Amadeus, e do NDC da TAP, bem como as nossas integrações com tudo o que são NDC e low cost carries “que estamos a trazer para dentro da nossa plataforma de emissão é que vão permitir maior rentabilidade às nossas agências. O mesmo acontece em relação às tarifas de operador que temos carregadas em sistema e permitem que quando as nossas agências emitem, tenham acesso às mesmas. Portanto, esses são os pilares de rentabilidade que achamos que são muito relevantes”.

No fundo, de acordo com o administrador da GEA, “estamos a centralizar na TravelGEA todo o conteúdo da aviação, de forma que quem a procura encontre as melhores condições disponíveis no mercando, contando com dois GDS, 19 NDC, um agregador low cost, mais as integrações diretas com as low cost, e sete companhias aéreas com tarifas especiais carregadas”. Isto pressupõe, referiu, uma “série de desenvolvimentos tecnológicos que estamos a fazer, melhorias na interação das parcerias que temos com as companhias aéreas, o que se reflete no negócio que a TravelGEA está a obter”.

TravelGEA Rail vai ser uma realidade em 2025

O novo diretor operacional da TravelGEA anunciou que “a grande novidade que vamos ter para o próximo ano vai ser um primeiro passo na intermodalidade, ou seja, poder oferecer mais do que um meio de transporte dentro de uma viagem, neste caso ter oferta de comboios via a nova plataforma que vai ser lançada em janeiro, a TravelGEA Rail, em parceria com a benerail, muito focada dentro da Europa, mas conseguir disponibilizar, numa primeira fase, e de forma autónoma viagens e comboio, e mais tarde ter uma integração com outros meios de transportes que permita ter um produto único”. Ricardo Correia lembra que esta é uma forma mais económica de fazer uma viagem, muito mais flexível, e principalmente, muito mais ecológica e sustentável.

No que diz respeito ao pilar de serviços “estamos muito empenhados em estudar e adaptar a TravelGEA às necessidades dos clientes, com investimentos fortes em toda a parte do atendimento, a nossa equipa está e vai continuar a crescer e vamos dar um melhor nível de serviço. Por exemplo, o nosso horário normal de atendimento vai ser alargado, terminava nos dias úteis às 18.30, vai passar para as 20 horas, para que os clientes poderem fazer as suas reservas, emissões e reemissões de forma mais vantajosa para a agência”, destacou ainda Ricardo Correia.

Sobre esta questão ainda, Carlos Baptista reforçou que “estamos também a melhorar o nível de autonomia das agências de viagens com toda a interação com a TravelGEA, nomeadamente ao nível de pagamentos, para que não sinta, mesmo fora dos horários de atendimento, tenha qualquer limitação, bem como processos de interação administrativa e financeira com as nossas agências, ou seja, focados na automatização de todos os processos, para que elas percam menos tempo e consigam entregar mais valor aos seus próprios clientes”, enalteceu.

A TravelGEA aposta igualmente na formação. Em 2024 foram realizadas duas formações certificadas, exclusivamente sobre o aéreo, sete ações presenciais e 15 webinares com companhias aéreas. Para 2025, “a nossa ideia é incrementar o nível de formação às nossas agências, simultaneamente, reestruturar toda a informação interna via intranet GEA, até mesmo a questão da Inteligência Artificial para, às agências ser mais fácil contactar e encontrar informação relevante em relação à aviação”, esclareceu o diretor operacional.

No entanto, a TravelGEA já não é só o aéreo, “tem muito mais componentes”, segundo Ricardo Correia. “Lançámos, em março de 2024, uma plataforma de reservas hoteleiras, ou seja, a TravelGEA conseguiu, com uma série de integrações, disponibilizar às nossas agências uma única plataforma com integrações negociadas pela TravelGEA. As duas grandes mais-valias é que é uma ferramenta feita por agentes para agentes, e tem maior rentabilidade devido à integração que temos, por ter feito uma boa negociação com os fornecedores” disse o responsável da empresa do grupo GEA. Um dos exemplos foi a integração direta com a Expedia.

Refira-se que este ano, no aéreo e em termos globais (rede GEA), Ricardo Correia indicou que “estamos a crescer acima do BSP Portugal, valores acumulados de janeiro a outubro. O BSP Portugal está a crescer cerca de 3,5% e nós a subir cerca dos 8%, enquanto na TravelGEA o crescimento ronda os 5%, de forma consolidada”, concluiu.

 

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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Transportes

Tráfego internacional de passageiros representa 81,5% nos aeroportos portugueses no 3.º trimestre

Os aeroportos portugueses movimentaram mais de 21,5 milhões de passageiros, correspondendo a uma subida 3,1% face a igual período de 2023. O tráfego internacional superou os 17,5 milhões de passageiros.

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De acordo com os dados mais recente do Instituto Nacional de Estatística (INE), os aeroportos portugueses movimentaram, no 3.º trimestre de 2024, mais de 21,5 milhões de passageiros, representando uma subida de 3,1% face aos primeiros nove meses de 2024. Nos meses julho, agosto e setembro, o oitavo mês de 2024 foi o que mais passageiros movimentou, com 7,4 milhões (+3,1%), seguindo-se julho com 7,2 milhões (+2,6%) e setembro com quase 7 milhões (+3,6%).

No 3.º trimestre, o tráfego internacional registou mais de 17,5 milhões de passageiros (81,5% do tráfego total), representando uma subida de 3,4% face a período homólogo de 2023, com o mês de agosto a liderar com mais de 6 milhões (+3 4%), seguindo-se julho com quase 5,9 milhões (+3,1%) e setembro com perto de 5,7 milhões (+3,9).

Já a nível doméstico, o tráfego de passageiros ficou muito perto dos 4 milhões, significando uma evolução de 1,5% relativamente aos três meses em análise de 2023. Também aqui, agosto lidera com perto de 1,4 milhões de passageiros (+1,7%), seguido de julho com 1,3 milhões (+0,6%) e setembro com 1,3 milhões (+2,3%).

No 3.º trimestre de 2024, o aeroporto de Lisboa concentrou 46,4% do movimento total de passageiros (cerca de 10 milhões), registando um aumento de 2,9% (+5,1% no 2.º trimestre de 2024). O aeroporto do Porto registou o segundo maior volume de passageiros movimentados do país (22,1% do total; +3,4%), atingindo 4,8 milhões. No aeroporto de Faro, registou-se o movimento de 3,7 milhões de passageiros (17% do total; +0,7%). O volume de passageiros movimentados no aeroporto do Funchal correspondeu a 1,3 milhões de passageiros (+3,9%). O movimento de passageiros no aeroporto de Ponta Delgada aumentou 12,7% face ao 3.º trimestre de 2023, tendo atingido cerca de 1 milhão de passageiros.

O peso do movimento internacional ascendeu a 94,9% em Faro (3,5 milhões de passageiros; +0,6%)), 88,4% em Lisboa (8,8 milhões de passageiros; +3,3%) e 87% no Porto (4,2 milhões de passageiros; +4%).

A nível interno, Lisboa foi o aeroporto que mais passageiros movimentou, com quase 1,2 milhões de passageiros (+0,1%), seguindo-se Ponta Delgada com pouco mais de 700 mil passageiros (+5,7%), Porto com quase 620 mil passageiros (-1%) e Funchal com 589 mil passageiros (-0,1%).

Outro dos dados avançados pelo INE refere-se às aeronaves, indicando que no 3.º trimestre aterraram nos aeroportos nacionais 73,8 mil aeronaves em voos comerciais (+0,3% face ao trimestre homólogo de 2023; +2% no 2.º trimestre de 2024).

Nos aeroportos do Continente aterraram pouco mais de 58 mil aviões, representando uma descida de 0,9% face aos mesmos três meses de 2023, contrariando os Açores e a Madeira esta variável com subidas de 7,2% e 0,9%, respetivamente, totalizando 10,5 mil aviões e 4,8 mil aviões, pela mesma ordem.

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Destinos

Setores ligados ao Turismo entre os que mais recuam na constituição de novas empresas

Segundo o relatório Informa Business by Data, até final de novembro, a criação de novas empresas nos Transportes e Alojamento e restauração desceu 23% e 3,3%, respetivamente, numa tendência que foi acompanhada por mais de metade dos setores económicos.

Inês de Matos

Os setores ligados ao Turismo, nomeadamente os Transportes e o Alojamento e restauração, estão entre os que mais recuaram na constituição de novas empresas até novembro, avança a Informa D&B, que diz a criação de novas empresas nestes setores desceu 23% e 3,3%, respetivamente, comparativamente ao mesmo período de 2023.

Os dados do relatório Informa Business by Data, mostram que, até novembro, foram criadas 47.117 novas empresas em Portugal, o que corresponde a uma descida de 2,8% (-1.348 empresas) face ao mesmo período do ano passado.

“Este é o quarto mês em que a constituição de empresas recua consecutivamente”, indica a Informa D&B, explicando que novembro veio confirmar uma “tendência de abrandamento neste indicador”, que revelou descidas em mais de metade dos setores.

Nos setores ligados ao Turismo, os Transportes foram onde o número de novas empresas constituídas mais desceu, numa descida que chegou aos 23% e representou menos 1.292 constituições de empresas face a igual período do ano passado, com a Informa D&B a sublinhar que a quebra neste setor “só por si justifica a quase totalidade da descida global do indicador”.

Além dos Transportes, também o Alojamento e restauração viu serem constituídas menos empresas que em período homólogo do ano passado, apresentando uma descida de 3,3%, equivalente à constituição de menos 161 empresas.

O setor Grossista (-11%; -247 constituições de empresas) e a Agricultura e outros recursos naturais (-8,5%; -130 constituições de empresas) estiveram também entre os setores com menores constituições de empresas.

Em sentido contrário estiveram setores como a Construção, que registou o maior aumento na constituição de novas empresas (+7,2%; +388 constituições de empresas) e manteve a forte tendência de subida verifica nos últimos nove meses, mas também os Serviços empresariais (+1,7%; +132 constituições de empresas); os Serviços gerais (+0,4%; +30 constituições de empresas); as Tecnologias da informação e comunicação (+0,2%; +5 constituições de empresas) e as Atividades imobiliárias (+0,3%; +15 constituições de empresas).

O relatório da Informa D&B diz ainda a região Centro e as Regiões Autónomas da Madeira e Açores foram as únicas a registar “aumento no número as constituições de empresas no acumulado dos 11 meses”, com aumentos de 3,5%, 14% e 20%, respetivamente.

Encerramentos descem mas insolvências aumentam

O relatório Informa Business by Data mostra ainda que, até final de novembro, foram registados 11.480 encerramentos de empresas, o que corresponde a um decréscimo de 6,9% face ao período homólogo.

Nos últimos 12 meses, acrescenta a Informa D&B, houve 14 513 encerramentos, representando uma descida mais ligeira de 5,1% relativamente aos 12 meses anteriores, que foi transversal a “quase todos os setores de atividade”.

Já os setores dos Transportes (+15%; +115 encerramentos de empresas), TIC (+6,9%; +56 encerramentos de empresas) e Energias e ambiente (+38%; +25 encerramentos de empresas) foram “os únicos cujo número de encerramentos aumentou na comparação a 12 meses”.

No que diz respeito às insolvências, verificou-se que, até final de novembro, houve 1.910 empresas que iniciaram um processo de insolvência, o que traduz um aumento de 5,9% (+107 empresas com processos de insolvência) face ao mesmo período do ano passado.

A Informa D&B diz que esta subida foi “transversal a mais de metade dos setores de atividade”, ainda que tenha sido mais visível no “setor das Indústrias (+25%; +107 empresas com processo de insolvência), sobretudo nas Indústrias de Têxtil e Moda (+30%; +69 empresas com processo de insolvência) e em especial no distrito do Porto (+63%; +48 indústrias de têxtil e moda com processos de insolvência)”.

 

 

 

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TAP quer chegar aos mil milhões de euros na manutenção

Com as receitas da manutenção da TAP a aproximarem-se dos 200 milhões de euros, Luís Rodrigues, CEO da TAP, avançou que está a ser desenhado um plano para atingir os mil milhões de euros, frisando que esse objetivo não está dependente da localização do novo aeroporto. Quanto à privatização, “é uma pergunta a fazer ao acionista”, esclareceu Luís Rodrigues.

Victor Jorge

Com as receitas provenientes da manutenção a terem registado um crescimento de 48% no 3.º trimestre de 2024, face a igual período de 2023, e 39,8% no acumulado do ano, passando as receitas desta alínea de 118,4 milhões de euros, em 2023, para 165,5 milhões de euros, em 2024, o CEO da TAP, Luís Rodrigues assumiu que um dos objetivos é “quadruplicar esse valor para ficar próximo dos mil milhões de euros anuais”.

No habitual almoço de Natal com a imprensa, Luís Rodrigues admitiu que o tema da manutenção é “uma grande oportunidade que temos para crescer”, revelando que, depois do Governo ter escolhido uma localização para o novo aeroporto de Lisboa, que, segundo o mesmo, “não acontecerá antes de 2034”, “nesse espaço de tempo, vamos ter de sair para um sítio qualquer”. De resto, Luís Rodrigues frisou que a manutenção da TAP “não tem necessariamente de ser no novo aeroporto. Motores é uma coisa que é facilmente descentralizável e é a maior área de crescimento potencial no futuro”, acrescentou.

“Vamos agora olhar para as oportunidades e as localizações e os espaços temporários, os investimentos necessários que podem ser considerados”, assumindo que “é um projeto que queremos deixar para os potenciais compradores como uma grande oportunidade que obviamente vai ser valorizada pela companhia e pelo seu acionista, refletindo-se nas condições nas quais a privatização poderá vir a ser feita”.

Sem definir um horizonte temporal para atingir este objetivo, Luís Rodrigues frisou que “começamos agora o exercício, temos esse sonho e essa visão e é por aí que começa. E agora vamos atrás desse exercício. Temos oportunidades na área de manutenção, temos uma enorme capacidade técnica e conhecimento dentro da companhia, temos capacidade para explorar e utilizar cada vez mais” reconhecendo, ainda, atingir esse objetivo é, também, “criar em Portugal um polo de aviação extraordinário”.

“Reestruturação nunca está concluída”
Já quanto à privatização, Luís Rodrigues não quis alongar-se, respondendo que esta “é uma pergunta que tem de ser feita ao acionista”. Contudo, admitiu que ”a TAP está sempre preparada para aquilo que o acionista vai entender. A TAP registou resultados positivos em 2022, resultados positivos em 2023 e daquilo que publicámos nos resultados dos 9 meses, tudo indica que vai publicar resultados positivos em 2024”. Por isso, destacou, “esse continuado de resultados positivos é a maior garantia que podemos dar”.

Relativamente à relação com o atual Executivo, tendo Luís Rodrigues sido nomeado para CEO da TAP pelo anterior Governo do PS de António Costa, o responsável pela companhia aérea deixou claro que “está ótima, sempre foi ótima, sempre será ótima do nosso lado e do lado do Governo também”. No que concerne uma possível recondução no cargo, frisou que “estamos tranquilamente a fazer o nosso trabalho e acreditamos que esse tema será resolvido”.

Para as contas do atual exercício, Luís Rodrigues assumiu que “não nos pronunciamos sobre previsões futuras e também não estamos à procura de recordes. Estamos à procura de sustentadamente garantir rentabilidades operacionais. O que é mais importante neste momento é garantir mais um ano bom, não é mais um ano recorde”.

No que diz respeito à reestruturação, o CEO da TAP reconheceu que esta “nunca está concluída, principalmente num setor como a aviação”, referindo que “nunca podemos perder de vista a pressão sobre os custos, porque estão sempre a aumentar, e não podemos perder de vista a necessidade de gerar mais receitas. Por isso, no dia em que eu disser que a reestruturação está concluída, receio que o futuro não vai ser o melhor. Prefiro dizer que ela nunca está concluída, porque há sempre a oportunidade de fazer coisas melhores”, explicou.

O tema da renegociação com a Airbus também foi referida, admitindo Luís Rodrigues que “as negociações continuam”, indicando que “ao longo dos últimos dois anos, os produtores de aviões têm tido muitas vicissitudes, têm tido muitos percalços com qualidade”, reconhecendo que o “recebimento da frota que foi comprada derrapa por situações que, às vezes, estão completamente fora do controlo dos próprios produtores de aviões, obrigando-nos a estar sempre em contato. Por isso, tal como a reestruturação, esse tema nunca está fechado”.

Até porque, avançou Luís Rodrigues, “há sempre desenvolvimentos tecnológicos, há sempre alterações que é preciso fazer à configuração dos aviões que foram originalmente encomendadas”.

Com o contributo do turismo a resultar em melhores resultados para a TAP, Luís Rodrigues reconheceu que “há, ultimamente, uma conversa acerca de excesso de turismo que não faz sentido nenhum. O que precisamos fazer é gerir o turismo. Porque se o turismo não fosse o que fosse, não teríamos as cidades vibrantes que temos hoje”, admitindo, no entanto que, “há temas pontuais a tratar”.

Preço da sustentabilidade
Com a sustentabilidade a ser tema no setor da aviação com as companhias aéreas a serem obrigadas a usar 2% de SAF nos aviões, em 2025, Luís Rodrigues apontou baterias a “imposições regulatórias” que obrigam a medir 260 critérios. “É impensável medir 260 critérios com a mesma estrutura que temos hoje” e reportando à obrigação dos 2% de SAF, o CEO da TAP pergunta: “Como é que isso vai ser medido? Quem vai medir? Quem tem o ónus de fazer a prova de que usamos 2%?”. “Os aeroportos não o vão fazer, os fornecedores de combustível não o vão fazer. Vamos ter de ser nós a fazê-lo de acordo com as novas legislações que foram impostas”.

E se essa obrigação pode ter impacto nos preços, Luís Rodrigues admitiu que “sim”, deixando, no entanto claro que “não vamos cobrar dentro de portas”, ou seja, “Lisboa, Porto, Faro e ilhas”. Contudo, para voos na Europa, Américas e outros destinos, Luís Rodrigues reconheceu “tipicamente é isso que acontece”, referindo-se à aplicação de uma sobretaxa ambiental a cobrar aos passageiros.

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Instabilidade geopolítica e meteorológica, regulação e gestão do espaço aéreo apontados como desafios pelo CEO da TAP

No habitual almoço de Natal da TAP com a imprensa, Luís Rodrigues, CEO da companhia aérea, não avançou com quaisquer previsões para os próximos tempos, deixando, contudo, três desafios com os quais a TAP se confronta.

Victor Jorge

Luís Rodrigues, CEO da TAP, enumerou esta quarta-feira, 5 de dezembro, durante o almoço de Natal com a imprensa, alguns dos desafios com que a companhia aérea nacional se vê confrontada. Segundo o responsável, a TAP “está num processo de transformação que vai demorar bastante tempo”, salientando que a aviação é “um negócio extremamente exigente”, reconhecendo que “os ciclos de comportamento e iniciativas demoram sempre muito tempo a produzir impacto”, sem deixar, contudo, de admitir que “este é um ano extremamente positivo”.

Quanto aos desafios que a TAP enfrenta, Luís Rodrigues começou por referir a “instabilidade geopolítica” a que junta a “instabilidade meteorológica”. “Desde a Segunda Guerra Mundial nunca enfrentámos um momento, um ciclo da história do mundo ocidental ou do mundo na generalidade, onde tivéssemos tantos conflitos armados e tão severos como têm sido até agora”, começou por referir.

A estes conflitos geopolíticos, Luís Rodrigues juntou fatores meteorológicos, admitindo que estes “condicionam tremendamente”, frisando que, em primeiro lugar, “cria ansiedade na procura e, por isso, há muita gente que altera os seus voos, os seus planos de férias ou de viagem; condiciona a oferta, porque temos de ser extremamente cautelosos com os sítios para onde vamos”, já que, “com as análises de risco que fazemos, isso gera, obviamente, mais custos”, e “condiciona a cadeia de abastecimento, porque em qualquer momento as peças para qualquer avião, para qualquer motor, para qualquer serviço que queiramos fazer, podem vir de um lado do mundo, e estarem num barco que está preso”, recordando quatro exemplos que, em 2024, espelham bem essa instabilidade meteorológica: Tel Aviv, Valência, Porto Alegre e agora mais recentemente Maputo.

Em segundo lugar, Luís Rodrigues apontou, igualmente, “o aumento do contexto da pressão regulatória, porque blocos, países, protegem-se criando regulações”, bem como o facto de o regulador “estar sempre atrás da tecnologia, com a necessidade de acomodar todo um conjunto de novos desenvolvimentos e novos investimentos que trazem cada vez mais regras a cumprir e o custo de fazer o negócio está a tornar-se cada vez mais insuportável”.

O terceiro grande desafio apontado pelo CEO da TAP, retirando da equação o aeroporto, prende-se com “a gestão do espaço aéreo na Europa, que está muito difícil” e que levou, inclusivamente um responsável de uma companhia independente – uma das maiores companhias da Europa – “a fazer uma petição pública para os cidadãos europeus se insurgirem contra a gestão do espaço aéreo, porque isso causou atrasos em milhares de voos este verão, gerando enormes custos para as companhias”.

Frota moderna contraria “estudos pouco credíveis”
Além destes três grandes eixos – instabilidade geopolítica e meteorológica, pressão regulatória e gestão do espaço aéreo na Europa – Luís Rodrigues apontou, igualmente o tema de sustentabilidade e utilização de combustíveis alternativos (Sustainable Aviation Fuel – SAF), criticando alguns “relatórios de fontes pouco credíveis sobre o ranking da TAP”. Neste ponto, o CEO da TAP fez questão de referir que “há factos que são facilmente verificáveis”, frisando que a TAP “tem a frota mais nova da Europa e que consome menos combustível por quilómetro voado. Portanto, dizer que a TAP está muito mal no ranking das companhias sustentáveis é completamente incoerente com estes factos que são facilmente comprováveis”, destacando ainda uma avaliação a que a companhia esteve sujeita no ano passado e este ano e que, segundo Luís Rodrigues, “dizia que, neste momento, somos a companhia aérea com o melhor rating de sustentabilidade na Europa”.

Ainda no tema dos combustíveis alternativos, o CEO da TAP admitiu que as companhias aéreas estão “preparadas para usá-los na totalidade, porque tecnicamente está provado que são tão bons como outros quaisquer”, mas “economicamente não estamos preparados, porque o custo que estamos a enfrentar é três ou quatro vezes mais do que o custo do combustível normal”.

Desafio adicional, reconheceu, é a “mão de obra qualificada. A pandemia levou as pessoas a questionarem o seu papel na aviação. Houve milhares que saíram e milhares que não voltaram. E como a aviação é um negócio muito exigente, obriga que as pessoas permaneçam muito tempo até conseguirem dominar na totalidade o tema. E quando elas não estão cá, a coisa torna-se muito mais complicada”, admitiu ainda.

Contudo, o encontro com a imprensa não serviu somente para apontar desafios, mas também oportunidades. “Uma delas é comercial”, referindo Luís Rodrigues que “há um esforço para vender cada vez mais e melhor, com ferramentas novas, com know-how novo”, frisando que “esse trabalho está a ser feito e está a fazer um caminho, não rápido, não imediato, mas está a ser feito”.

Também a área de serviço ao cliente que durante bastantes anos foi “sacrificada” foi apontada como oportunidade, explicando o CEO da TAP que “estamos a recuperar e a trilhar um bom caminho. A qualidade daquilo que fazemos a bordo, da nossa Portugalidade que é aquilo que nos distingue e da simpatia das tripulações que voam connosco, que trabalham connosco, conjugam-se para proporcionar ao cliente um serviço cada vez melhor”.

A área de eficiência da operação, onde, segundo Luís Rodrigues, a TAP “já atingiu níveis de capacidade de execução significativos e que comparam extremamente bem com qualquer dos nossos concorrentes” é reconhecido como outra oportunidade.

O CEO da TAP frisou também, o trabalho que tem sido efetuado no que concerne a pontualidade, destacando o papel não são da TAP, como, igualmente, da NAV, ANA e ANAC, no sentido de “eliminar os constrangimentos e facilitar o processamento”, reivindicando o lugar de “companhia aérea mais pontual no aeroporto de Lisboa”, desejando “garantir esse ranking, essa posição no futuro próximo, não só em Lisboa, mas nos aeroportos de todos os pontos de voo”.

Finalmente, Luís Rodrigues fez ainda referência às rotas estreadas recentemente – Florianópolis e Manaus, no Brasil; e Los Angeles, Boston e São Francisco – “mercados que estão a dar-nos extremamente bom feedback sobre a operação que estamos a levar e que está a ser encorajador”.

Por isso, concluiu que “estamos no bom caminho e preparados para enfrentar os desafios que temos pela frente”.

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