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OMT: Turismo recupera em janeiro mas espera maior incerteza por causa da guerra na Ucrânia

Segundo a OMT, em janeiro, houve mais 18 milhões de turistas a viajar do que em janeiro de 2021, o que equivale ao crescimento registado ao longo de todo o ano passado. Por isso, a preocupação agora é com o impacto económico da guerra na Ucrânia.

Inês de Matos

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OMT: Turismo recupera em janeiro mas espera maior incerteza por causa da guerra na Ucrânia

Segundo a OMT, em janeiro, houve mais 18 milhões de turistas a viajar do que em janeiro de 2021, o que equivale ao crescimento registado ao longo de todo o ano passado. Por isso, a preocupação agora é com o impacto económico da guerra na Ucrânia.

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As chegada de turistas internacionais mais do que duplicaram em janeiro a nível global e registaram um aumento de 130% face a igual mês de 2021, indicam os mais recentes dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), que alerta, no entanto, para a ameaça da guerra na Ucrânia, que vem aumentar as incertezas relativamente à recuperação do setor.

Segundo a OMT, cujos dados relativos a janeiro foram divulgado esta sexta-feira, 25 de março, em janeiro, houve mais 18 milhões de turistas a viajar do que tinha sido registado em janeiro de 2021, quando grande parte do mundo voltou a viver em confinamento devido à COVID-19, o que equivale ao crescimento registado ao longo de todo o ano passado.

Apesar do bom desempenho em janeiro, a OMT realça que “o ritmo de recuperação em janeiro foi impactado pelo surgimento da variante Ómicron e pela reintrodução de restrições de viagem em vários destinos”.

Ainda assim, o crescimento registado não foi suficiente para ultrapassar os níveis de 2019, com a OMT a sublinhar que, “após o declínio de 71% em 2021, as chegadas internacionais em janeiro de 2022 permaneceram 67% abaixo dos níveis pré-pandemia”.

Por regiões, foi na Europa e Américas que se registou o desempenho “mais forte”, ainda que todas as regiões tenham evidenciado “uma recuperação significativa em janeiro de 2022, apesar dos níveis baixos registrados no início de 2021”.

No caso da Europa, as chegadas de turistas internacionais aumentaram 199%, enquanto nas Américas houve um aumento de 97%, ainda que, face a 2019, se continuem a observar quebras de 53% e 52%, respetivamente.

Já no Médio Oriente, as chegadas internacionais aumentaram 89% e, em África, a subida foi de 51%, mas também nestas regiões se continua a observar um desempenho mais fraco que em 2019, uma vez que ainda há quebras de 63% e 69%, respetivamente.

Na Ásia e no Pacífico, a situação também não foi muito diferente e, apesar da subida de 44% nas chegadas internacionais de janeiro, continua a existir uma quebra de 93% face aos níveis pré-pandemia, o que, indica a OMT, está relacionado com o facto de muitos destinos nestas regiões permanecerem ainda encerrados às viagens não essenciais devido à COVID-19.

Os resultados de janeiro deixam animada a OMT, que diz esperar que “o turismo internacional continue sua recuperação gradual em 2022”, até porque o número de destinos que está a levantar as restrições adotadas na sequência da COVID-19 está a diminuir.

“A 24 de março, 12 destinos não tinham restrições relacionadas com a COVID-19 e um número crescente de destinos estava a diminuir ou a suspender as restrições de viagem, o que contribui para desencadear a procura reprimida”, considera a OMT, que se mostra, no entanto, preocupada com o impacto da guerra na Ucrânia na atividade turística mundial.

Para a OMT, a guerra na Ucrânia “apresenta novos desafios ao ambiente económico global e corre o risco de dificultar o regresso da confiança nas viagens globais”, principalmente devido aos mercados dos EUA e asiático, que já estavam a retomar as viagens para a Europa, mas que, com o conflito militar, podem retrair a procura, uma vez que são mercados “historicamente mais avessos ao risco”.

Além do risco, a OMT considera que a guerra decorrente da invasão russa à Ucrânia é uma ameaça à recuperação turística devido ao encerramento do espaço aéreo ucraniano e russo, bem como à proibição de companhias aéreas russas na Europa, o que “está a afetar as viagens intraeuropeias”.

A guerra está também a provocar desvios nos voos de longo curso entre a Europa e o Leste asiático, o que, segundo a OMT, “se traduz em voos mais longos e custos mais altos”, que podem desmotivar algumas viagens, num problema que se deverá agravar à medida que o conflito militar se venha a arrastar.

“A Rússia e a Ucrânia foram responsáveis por um total combinado de 3% dos gastos globais em turismo internacional em 2020 e pelo menos 14 mil milhões de dólares em receitas globais de turismo podem ser perdidos se o conflito for prolongado”, indica a OMT, lembrando que “a importância de ambos os mercados é significativa para os países vizinhos, mas também para os destinos europeus de sol e mar”.

“O mercado russo também ganhou peso significativo durante a pandemia para destinos de longo curso como Maldivas, Seychelles ou Sri Lanka. Como destinos, a Rússia e a Ucrânia representaram 4% de todas as chegadas internacionais na Europa, mas apenas 1% das receitas de turismo internacional da Europa em 2020”, acrescenta a OMT.

Apesar de considerar que é cedo para saber se a guerra na Ucrânia vai ter um impacto real, a OMT admite que, na primeira semana após a invasão, houve uma desaceleração da procura de viagens, ainda que no início de março já se tenha registado uma recuperação.

O problema é, contudo, ao nível da degradação das condições económicas, que segundo a OMT já eram “desafiadoras”, o que pode contribuir para “minar a confiança do consumidor e aumentar a incerteza do investimento”.

“A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estima que o crescimento económico global pode ser mais de 1% menor este ano do que o projetado anteriormente, enquanto a inflação, já alta no início do ano, pode ser de pelo menos mais 2,5%”, alerta a OMT, que dá como exemplo os recentes aumentos do preço do petróleo e da inflação como variáveis que podem levar ao aumento dos preços do alojamento e transporte turístico, o que vai trazer uma “pressão extra sobre as empresas, poder de compra e economia do consumidor”.

“Esta previsão está alinhada com a análise sobre as potenciais consequências do conflito na recuperação e crescimento económico global da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), que também baixou sua projeção para o crescimento económico mundial em 2022 de 3,6% para 2,6% e alertou que os países em desenvolvimento serão os mais vulneráveis ​​à desaceleração”, conclui a OMT.

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Nova erupção vulcânica na Islândia tem potencial para causar impacto nas viagens aéreas

A Islândia está à beira de uma nova erupção vulcânica, localizada perto de Grindavík, o que poderá ter impacto nas viagens aéreas nas próximas semanas, avançam os meteorologistas do AccuWeather.

A Islândia está à beira de uma nova erupção vulcânica, localizada perto de Grindavík, o que poderá ter impacto nas viagens aéreas nas próximas semanas, avançam os meteorologistas do AccuWeather, em comunicado.

Segundo os meteorologistas, os efeitos desta erupção devem variar consoante o momento em que ela ocorrer, estimando-se, contudo, que venha a causar impacto na Escandinávia, assim como em toda a Europa, especialmente no norte e centro europeus.

“O momento de qualquer potencial erupção vulcânica será muito importante para determinar os impactos nas viagens aéreas”, alerta Jonathan Porter, meteorologista-chefe do AccuWeather.

O especialista prevê que, caso a erupção aconteça até esta quarta-feira, os ventos poderão “direcionar quaisquer cinzas para o leste, em direção à Escandinávia ou mesmo para o norte da Escandinávia”.

Já se acontecer até sexta-feira, está previsto que aconteça uma queda substancial na corrente de jato na Europa, o que poderá “direcionar quaisquer cinzas elevadas para partes do norte e centro da Europa”.

Se a erupção se verificar no fim-de-semana, a previsão é que “qualquer cinza presente bem acima do solo poderá ser direcionada oeste ainda mais em toda a Europa”.

Além do impacto na aviação, a erupção vulcânica na Islândia deverá levar ainda ao risco de má qualidade do ar perto do local da erupção, devido ao aumento do teor de enxofre.

“Se uma erupção ocorrer no início da semana, a redução da qualidade do ar pode até ser um problema perto da capital, Reykjavik, já que o solo próximo os ventos serão do sul, o que pode direcionar o ar poluído para partes da área de Reykjavik”, refere ainda o comunicado do AccuWeather.

Já se a erupção ocorrer perto do final da semana, com as mudança de direção prevista nos ventos próximos ao solo, há um risco reduzido de redução da qualidade do ar na capital islandesa, “embora as preocupações com a qualidade do ar persistam perto do local da erupção”.

Recorde-se que, em 2010, a erupção do vulcão Eyjafjallajökull, também na Islândia, causou um forte impacto na Europa e parou a aviação durante várias semanas, provocando fortes prejuízos.

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Cidades icónicas, praias e destinos tropicais são as categorias Airbnb mais reservadas pelos portugueses

Aveiro, Portimão e Guarda estão entre os destinos domésticos mais procurados pelos portugueses, e quando toca ao estrangeiro, as preferências vão para cidades icónicas, praias e destinos tropicais, revela a Airbnb.

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A Airbnb, que acaba de revelar as tendências de viagem de inverno, indica que Aveiro, Portimão, Ferrel, Maia, Oliveira do Hospital, Lousã, Carcavelos, Vila Nova de Gaia, Bragança e Guarda são os destinos em Portugal mais procurados pelos hóspedes nacionais, enquanto Angra dos Reis, Vigo e Porto Seguro estão no topo dos destinos internacionais.

“Com os «Favoritos dos hóspedes», será mais fácil encontrar um lugar que se adapte às necessidades de cada pessoa. Esta coleção tem dois milhões de alojamentos que triunfam pelas suas classificações, comentários e fiabilidade, e estão localizados em todo o tipo de lugares, desde paisagens com neve a aldeias à beira-mar”, diz Monica Casañas, diretora geral da Airbnb Marketing Services SL.

A Airbnb destaca ainda que, a nível global, as reservas internacionais cresceram 17% no terceiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. À medida que as viagens internacionais continuam a recuperar, não é surpresa que os destinos ensolarados da América do Sul (com algumas das melhores praias do mundo) estejam entre as preferências para viagens internacionais nesta temporada de inverno.

Assim, fora de Portugal, os destinos como Vigo, Porto Seguro, Boston, Donostia-San Sebastián, Angra dos Reis, Brasília, Colmar (França), Cabo Frio (Brasil), Fortaleza, e Basel (Suíça) têm um crescimento mais rápido na plataforma.

A Airbnb considera, por outro lado, que os hóspedes portugueses estão a recorrer às categorias para descobrir grandes cidades ou desfrutar de atividades ao ar livre, como passeios em família em parques nacionais ou uma leitura relaxante na praia. As categorias Airbnb permitem que os hóspedes descubram uma miríade de lugares únicos para ficar em todo o mundo.

Para aqueles que ainda não escolheram um destino para os próximos meses e querem experimentar uma escapadinha de alta qualidade, a Airbnb revela algumas das vilas e cidades mais hospitaleiras de Portugal, de acordo com a maior concentração de avaliações de cinco estrelas na plataforma: Ponte de Lima, Amarante, Ponta do Sol (Madeira), Torres Vedras, Guimarães, Grândola, Arcos de Valdevez, Caldas da Rainha, Vila Franca do Campo (Açores), e Peso da Régua.

Mais de 80% dos hóspedes em Portugal que deixaram uma avaliação tiveram pelo menos uma estadia de cinco estrelas no ano passado. E desde o início da Airbnb, os hóspedes deixaram mais de 370 milhões de comentários sobre as suas estadias, permitindo que outros hóspedes escolham o alojamento certo.

 

 

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Receitas turísticas sobem 16,7% e voltam a atingir novo máximo em setembro

Em setembro, as receitas turísticas somaram 2.789,01 milhões de euros e cresceram 399,32 milhões de euros em comparação com setembro de 2022 e 762,03 milhões de euros face ao mesmo mês de 2019. No acumulado desde janeiro, este indicador também bate recordes e, pela primeira vez, soma mais de 20 mil milhões de euros até setembro.

Inês de Matos

As receitas turísticas de setembro somaram 2.789,01 milhões de euros e subiram 16,7% face ao mesmo mês do ano passado, atingindo o valor mais elevado de sempre para o nono mês do ano, segundo os dados revelados esta sexta-feira, 17 de novembro, pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados divulgados esta sexta-feira mostram que as receitas turísticas de setembro, que se encontram pelos gastos dos turistas estrangeiros em Portugal, ficaram também acima do registado no mesmo mês de 2019, crescendo 37,6% face ao apurado em setembro do último ano antes da pandemia da COVID-19.

Ou seja, as receitas turísticas cresceram 399,32 milhões de euros em comparação com setembro de 2022 e 762,03 milhões de euros face ao mesmo mês do último ano antes da pandemia e que foi considerado um ano de recordes para o turismo nacional.

No comunicado que acompanha os números divulgados esta sexta-feira, o BdP realça que as exportações da rubrica Viagens e Turismo somaram “2789 milhões de euros, o valor mais elevado da série para um mês de setembro”, contribuindo decisivamente para que as exportações da Balança de Serviços tenham subido, em setembro, 11,7%.

Os resultados de setembro são históricos e tornam-se ainda mais positivos porque se seguem aos tradicionais meses de verão, nomeadamente julho e agosto, em que as receitas turísticas chegaram, respetivamente, aos 3092,00 e aos 3923,91 milhões de euros, evidenciando crescimentos de 9,2% e 10,7% face ao ano anterior. Em comparação com os mesmos meses de 2019, estes indicadores aumentaram 35,4% e 31,5%, respetivamente.

Tal como as exportações do turismo, também as importações, que correspondem aos gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, registaram um aumento, somando 685,36 milhões de euros, com um crescimento de 11,2% face aos 616,60 milhões de euros apurados no mesmo mês do ano passado.

Em comparação com setembro de 2019, antes da pandemia, o resultado é ainda mais positivo e traduz um aumento de 34,9%, uma vez que, nessa altura, este indicador estava nos 508,08 milhões de euros.

Tendência idêntica regista o saldo da rubrica Viagens e Turismo, que somou, em setembro, 2.103,65 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 18,6% face ao mesmo mês do ano passado e de 38,5% em comparação com setembro de 2019.

Acumulado até setembro já ultrapassa 20MM€

As receitas turísticas de setembro vêm também contribuir para o acumulado desde janeiro, montante que está já nos 20.187,64 milhões de euros, ultrapassando, pela primeira vez, o valor dos este  de euros no mês de setembro.

Face a 2022, as receitas turísticas acumuladas desde janeiro cresceram 20,3%, ou seja, subiram mais de 3,4 mil milhões de euros, enquanto numa comparação com o mesmo período de 2019 a subida vai já nos 37,5%, o que corresponde a um aumento de mais de 5,5 mil milhões de euros.

No que diz respeito às importações turísticas acumuladas, o resultado até setembro soma 4.855,61 milhões de euros, o que traduz um aumento de 14,5% face ao mesmo período do ano passado, enquanto em comparação com o acumulado de 2019 há um crescimento de 21,9%.

Já o saldo acumulado da rubrica Viagens e Turismo soma, no acumulado até setembro, 15.332,04 milhões de euros, o que equivale a um aumento de 22,3% face a igual período do ano passado e de 43,2% em comparação com o acumulado até setembro de 2019.

 

 

 

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Madeira confirma operação da TAP entre o Funchal e Caracas no próximo verão

Eduardo Jesus, secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira, confirmou esta quinta-feira, 16 de novembro, que a região vai contar com ligações aéreas diretas para Caracas, Venezuela, no próximo verão, numa operação realizada pela TAP, entre junho e outubro.

Inês de Matos

O secretário Regional do Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, confirmou esta quinta-feira, 16 de novembro, que a região vai contar com ligações aéreas diretas para Caracas, Venezuela, no próximo verão, numa operação realizada pela TAP, entre junho e outubro.

“Sim, vamos ter a ligação de Caracas de junho a agosto e de agosto a outubro, a TAP montou esta operação pensando no fluxo mais procurado, dado o histórico que existe”, afirmou o governante regional, em resposta a uma questão do deputado regional do PSD, Carlos Fernandes.

Segundo Eduardo Jesus, que interveio no debate setorial no âmbito do Programa do XIV Governo Regional da Madeira, “esta não é uma operação que se possa entender da mesma forma que as operações turísticas”, uma vez que “a permanência na região para um turista é completamente diferente da permanência de um madeirense que está emigrado”, neste caso, na Venezuela.

“A operação está montada desta forma, mas não está estanque, temos o compromisso da companhia de monitorizar permanentemente a procura e, aqui, é importante que essa procura aconteça, não só para justificar este desafio que foi lançado à companhia, mas também para viabilizar a operação, que é o que vai permitir a sua continuidade no tempo ou mesmo o aperfeiçoamento para que estas datas possam ser dilatadas”, explicou Eduardo Jesus.

Até ao momento, sabe-se apenas que estes voos vão ser operados pela TAP, que vai fazer escala na Madeira na rota Lisboa-Caracas-Lisboa, tendo a operação sido já aprovada pelas autoridades venezuelanas, depois de uma negociação que arrancou em maio e que terá decorrido ao longo de vários meses.

Na sua intervenção, Eduardo Jesus afirmou que a operação deve ser “viável, principalmente numa companhia que não pode apresentar uma rota que não dê esse contributo positivo” e defendeu que, se o mercado reagir “da melhor forma”, isso significa que a operação “foi bem idealizada” e que a Madeira tem “potencial para crescer” nesta rota.

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ACI Europe contradiz IATA e diz que tarifas aéreas europeias sobem muito acima da inflação

Depois de a IATA ter avançado que, em junho, as tarifas aéreas médias na UE registaram menor evolução que o índice médio de preços ao consumidor, a ACI Europe diz exatamente o contrário.

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A ACI EUROPE refutou as alegações feitas pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (International Air Transport Association, IATA, sigla em inglês) de que o aumento das tarifas aéreas na Europa está abaixo da inflação, enquanto as taxas aeroportuárias teriam aumentado acima dos níveis da inflação.

Embora a IATA afirme que as tarifas aéreas na Europa aumentaram apenas 16% em junho deste ano em comparação com 2019, dados independentes e oficiais da RDC mostram que esse aumento se situa na verdade em 38% durante os meses de pico do verão (3.º trimestre) – quase duas vezes o aumento do índice médio de preços ao consumidor (+20,8%2).

De resto, a ACI Europe refere que outubro “confirmou esta tendência, com as tarifas aéreas a aumentar ainda mais em 47% quando reservadas com três meses de antecedência”.

A afirmação da IATA de que as taxas aeroportuárias “têm aumentado continuamente acima da inflação também não resiste a um exame minucioso, uma vez que se baseia em dados errados de apenas dois aeroportos”, afirma a ACI Europe, em comunicado.

Assim, a ACI Europe avança que “as taxas aeroportuárias na Europa aumentaram este ano 13,6%4, muito abaixo das pressões inflacionistas que atingem os aeroportos, e muito menos que as tarifas aéreas.

Olivier Jankovec, diretor-geral da ACI Europe, refere que, “confrontados com dados imprecisos e enganosos, é crucial esclarecer a forma como as tarifas aéreas e as taxas aeroportuárias realmente evoluíram. As companhias aéreas não só conseguiram refletir as pressões inflacionistas no que cobram aos consumidores, como também conseguiram exercer um poder de fixação de preços significativo graças às pressões da oferta e à disciplina de capacidade”.

Por outro lado, Jankovec considera que “muitos aeroportos ainda não refletiram totalmente as pressões inflacionistas nas suas taxas de utilização, com os reguladores muitas vezes alheios a estas pressões e à forma como a dívida acumulada através da COVID está a prejudicar as suas capacidades de investimento.”

Além disso, frisa que “é também intrigante ouvir a IATA afirmar que a recuperação do mercado europeu da aviação está a trazer condições ainda mais competitivas, com mais companhias aéreas e mais rotas por onde escolher, contrapondo que, na realidade, “a conectividade aérea recuperou a um ritmo mais lento do que o volume de passageiros”.

Assim, os dados da ACI Europe revelam que, em junho, a conectividade aérea dos aeroportos europeus permanecia 17% abaixo dos níveis pré-pandemia (2019), enquanto o tráfego de passageiros se situava em -5,9%.

Por isso, Jankovec assinala que, “além de pagarem tarifas aéreas muito inflacionadas, os consumidores tendem a ter menos opções de escolha”.

O diretor-geral da ACI Europe conclui que o mercado “mudou estruturalmente durante a pandemia e a recuperação, sendo crucial que os decisores políticos e os reguladores vejam agora estas mudanças e o que está por vir”

E destaca, em particular, “a aceleração da consolidação das companhias aéreas, juntamente com o facto de os aeroportos atingirem limites de capacidade que desafiará o nosso mercado único europeu da aviação e a evolução da conectividade aérea. É aqui que os reguladores económicos deveriam recuar, uma vez que o domínio atual das companhias aéreas torna obsoleta a regulação de preços dos aeroportos. É também aqui que a regulamentação da UE sobre faixas horárias nos aeroportos, com 30 anos de existência, exige uma revisão urgente.”

Foto crédito: Depositphotos.com
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Viagens de negócios na Europa deverão ultrapassar os 415 MM€ em 2027

Os gastos esperados com viagens de negócios em toda a Europa continuam a aumentar de forma constante devido à procura reprimida, aos ambientes de trabalho híbridos, ao regresso das viagens e reuniões e às condições económicas mais estáveis, de acordo com a análise regional do GBTA Business Travel Index Outlook. Assim, em 2027, a Europa deverá ultrapassar os 415 mil milhões de euros.

Victor Jorge

Após uma recuperação regional mais lenta ao longo dos últimos anos, espera-se que os gastos com viagens de negócios na Europa ultrapassem o nível pré-pandemia de 391,9 mil milhões de dólares (cerca de 360 mil milhões de euros) atingido em 2019, atingindo, em 2025, 414,9 mil milhões de dólares (cerca de 382 mil milhões de euros), avança o relatório 2023 GBTA Business Travel Index Outlook (BTI) publicado pela Global Business Travel Association em colaboração com a Visa.

Numa análise global, o mesmo relatório prevê que a recuperação global das viagens de negócios deverá atingir 1,5 triliões de dólares (1,4 biliões de euros), em 2024, e crescer para quase 1,8 triliões de dólares (cerca de 1,7 biliões de euros), em 2027.

Em 2021, a Europa foi a única região onde os gastos com viagens de negócios diminuíram. No entanto, as despesas com viagens de negócios na Europa recuperaram o terreno perdido em 2022, crescendo para 93,5% face ao ano anterior, alcançando a taxa de crescimento mais elevada de qualquer região do mundo. As perspetivas variam consoante a região, sendo a Europa Ocidental responsável por 88% das despesas com viagens de negócios na Europa. Esta percentagem tem crescido à medida que a guerra na Ucrânia continua a afetar a Europa emergente.

Enquanto a Europa Ocidental recuperou 71% dos seus gastos com viagens pré-pandemia no ano passado, a Europa emergente apenas recuperou para 57%.

“Os gastos com viagens de negócios na Europa continuam a crescer a um ritmo constante e prevê-se que atinjam 449,9 mil milhões de dólares (cerca de 415 mil milhões de euros) em 2027. Mas as organizações, os viajantes de negócios e programas também estão a adaptar-se às novas mudanças. O ambiente de trabalho híbrido trouxe consigo novos desafios. À medida que as empresas e os colaboradores apreciam os benefícios das ligações presenciais, vemos cada vez mais viagens relacionadas com reuniões internas e fins de formação. Além disso, as opções de viagens sustentáveis continuam a ser um fator-chave e as viagens multimodais representam agora quase um terço das viagens de negócios recentes. Como região, a Europa está na vanguarda na oferta de soluções alternativas e mais sustentáveis”, refere Catherine Logan, vice-presidente regional senior da GBTA, EMEA e APAC.

Europa emergente penalizada pela guerra na Ucrânia
Dissecando os dados do relatório da Global Business Travel Association, no geral, as despesas com viagens de negócios na Europa recuperaram para 69% dos níveis pré-COVID (2019) e prevê-se que recuperem para 90% até ao final do ano (2023), estimando-se ainda que a Europa Ocidental atinja 94% e a Europa emergente, 67% dos níveis de 2019.

A recuperação nas viagens de negócios continua a variar consoante a região e o país. A Europa Ocidental foi a região que mais cresceu a nível mundial em 2022, aumentando 109%, para 236 mil milhões de dólares (cerca de 217 mil milhões de euros), impulsionada pelo regresso das reuniões e eventos presenciais e pela recuperação da capacidade e dos volumes de viagens de negócios internacionais. A Europa emergente continua atrasada na sua recuperação, desafiada pela guerra na Ucrânia.

A Europa Ocidental continua a ser a terceira maior região de viagens de negócios do mundo, com 23% dos gastos globais em viagens em 2022, e prevê-se que permaneça neste nível em 2023. Seis países − Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Espanha e Países Baixos − representou três quartos das despesas da região em 2022.

A recuperação das despesas com viagens de negócios difere consoante o mercado, com alguns dos maiores mercados de viagens de negócios nesta região a cair abaixo da taxa de recuperação a nível europeu. A Alemanha atingiu 65%, o Reino Unido 57% e a Itália 68% em 2022. Por outro lado, a França com 75%, a Espanha com 86%, os Países Baixos com 87% e a região nórdica (Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia) com 74% também mostraram recuperações mais fortes.

Em 2023, prevê-se que os gastos com viagens de negócios na Alemanha atinjam 89% dos níveis de gastos de 2019, no Reino Unido 82% e na Itália 97%. A França deverá atingir 96%, a Espanha 103%, os Países Baixos 107% e a região nórdica 95%.

Olhando para os principais mercados globais em termos de gastos totais com viagens de negócios, a Alemanha permanece na terceira posição, com um crescimento anual de 38% previsto em 2023 versus 2022. Para o mesmo período, prevê-se que o Reino Unido passe para a quinta posição (crescimento de 43%), à frente da França e da Itália (crescimento de 28% e crescimento de 43%, respectivamente).

A recuperação da indústria também difere na Europa. Os setores que mostram maior resiliência e retorno aos gastos com viagens de negócios em 2023 versus 2019 incluem as categorias da indústria de Alojamento e Serviços de Alimentação, Artes, Recreação e Entretenimento e Serviços Públicos. No mesmo período, os setores menos recuperados em termos de gastos com viagens de negócios incluem Mineração e Pedreiras, Comércio Retalhista, Comércio Grossista e Transporte e Logística.

Embora se espere uma recuperação promissora, existem vários fatores que poderão influenciar as previsões a longo prazo da indústria, apontando o relatório os geopolíticos e desafios económicos persistentes, destacando-se ainda um maior foco em iniciativas de sustentabilidade, a adoção generalizada de tecnologias, o crescimento da força de trabalho remota e o aumento das viagens combinadas são potenciais fatores de mudança no futuro das viagens de negócios.

Os principais pontos
No inquérito feito para BTI da GBTA a 1.176 viajantes de negócios em toda a Europa, 82% relataram que as viagens de negócios valeram muito ou moderadamente para alcançar os seus objetivos de negócios. Três quartos (78%) realizaram uma a cinco viagens de negócios nos últimos 12 meses e um terço (31%) reservou uma passagem aérea para a sua última viagem de trabalho através de canais de gestão. Apenas 19% estendem uma viagem de trabalho a lazer, em comparação com a média global de 42%.

As viagens com “propósito” são uma prioridade na Europa, com os viajantes de negócios desta região a demorarem, em média, 3,51 dias por viagem de negócios. Os motivos citados para viajar incluem seminários/formações, reuniões externas e internas, consultoria e serviços profissionais.

As viagens multimodais são mais proeminentes nesta região; 32% utilizaram transporte ferroviário na sua última viagem de negócios (contra 18% globalmente), 36% utilizaram viagens aéreas (42% globalmente) e 29% utilizaram um carro pessoal (31% globalmente).

Em média, os viajantes de negócios na Europa gastaram 888 dólares (815 euros) por pessoa (incluindo despesas geridas e não geridas) na sua última viagem de negócios, sendo o alojamento responsável por 366 dólares (337 euros) destas despesas. Em seguida vêm alimentos e bebidas (145 euros), viagens aéreas (137 euros), terrestres (112 euros) e despesas diversas (87 euros). O gasto médio é menor na Europa do que na América do Norte (gasto médio de 1.219 por pessoa, o que equivale a cerca de 1.120 euros) ou na Ásia-Pacífico (gasto médio de 1.038 por pessoa, cerca de 955 euros).

Os gastos médios com viagens de negócios em toda a região são relativamente consistentes, com exceção dos países nórdicos, onde o custo médio de viagem por pessoa atingiu 1.155 euros, e da Espanha, que tem um custo de viagem por pessoa mais baixo, de 580 euros.

A frequência das viagens de negócios na Europa reflete as tendências globais. Dois terços (67%) dos europeus acreditam que viajarão com a mesma frequência ou com mais frequência em 2023, em comparação com 2019. Cerca de um em cada três (29%) pensa que viajarão com menos frequência, uma conclusão comparável à da América do Norte e da média mundial.

A maioria dos viajantes de negócios europeus possui um cartão de crédito corporativo. Mais de dois terços (69%) dos viajantes de negócios afirmam que o seu empregador lhes fornece esse cartão, no entanto, apenas 12% utilizam o seu cartão corporativo para todas as despesas de viagem.

Para viajantes de negócios com cartão corporativo, dois terços (69%) carregaram o cartão numa carteira móvel. Embora a Europa tenha a maior taxa de adoção de carteiras móveis de qualquer mercado, os viajantes de negócios europeus utilizam as suas carteiras móveis com menos frequência. Quase 85% dos viajantes de negócios europeus que carregaram o seu cartão corporativo numa carteira móvel utilizam-no em pelo menos 10% das suas transações comerciais.

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Alojamento

Alojamento turístico ultrapassa os 23 milhões de hóspedes e proveitos ficam perto dos 5 mil milhões de euros no acumulado de 2023

O mês de setembro registou, mais uma vez, evoluções no que diz respeito ao alojamento turístico, com os números do INE a indicaram 3,2 milhões de hóspedes e 8,2 milhões de dormidas, gerando 707,0 milhões de euros de proveitos totais. Já no acumulado do ano, o número de hóspedes ficou bem perto dos 23,5 milhões, enquanto as dormidas ultrapassaram 61 milhões.

Publituris

Em setembro de 2023, o setor do alojamento turístico registou 3,2 milhões de hóspedes (+9%) e 8,2 milhões de dormidas (+6,7%), gerando 707,0 milhões de euros de proveitos totais (+15,7%) e 550,9 milhões de euros de proveitos de aposento (+17,0%), revelam os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Comparando com setembro de 2019, os números mostram uma continuação de “aumentos mais expressivos”, indicando o INE um crescimento de 41% nos proveitos totais e 43,9% nos relativos a aposento, refletindo também os aumentos dos preços dos serviços prestados.

No 3.º trimestre de 2023, as dormidas cresceram 3,2% (-4,4% nos residentes e +7,2% nos não residentes), a que corresponderam aumentos de 11,8% nos proveitos totais e 12,9% nos relativos a aposento (+39,5% e +41,7%, respetivamente, comparando com o mesmo período de 2019).

No período acumulado de janeiro a setembro de 2023, as dormidas cresceram 11,3% (+1,7% nos residentes e +16,1% nos não residentes), a que corresponderam aumentos de 21,3% nos proveitos totais e 22,5% nos relativos a aposento (+38,8% e +41,6%, respetivamente, comparando com o mesmo período de 2019).

Considerando a generalidade dos meios de alojamento (estabelecimentos de alojamento turístico, campismo e colónias de férias e pousadas da juventude), registaram-se 25,6 milhões de hóspedes e 68,1 milhões de dormidas no período acumulado de janeiro a setembro de 2023, correspondendo a crescimentos de 13,6% e 10,9%, respetivamente. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas aumentaram 8,2% (+6,5% nos residentes e +9,2% nos não residentes).

Já no que diz respeito aos estabelecimentos de alojamento turístico (tirando parques de campismo, colónias de férias e pousadas da juventude), nos primeiros nove meses de 2023, os proveitos totais cresceram 21,3% e os relativos a aposento aumentaram 22,5%. Neste período, os proveitos atingiram 4,8 mil milhões de euros no total e os relativos a aposento ascenderam a 3,7 mil milhões de euros. O número de hóspedes, neste período, ficou muito perto das 23,5 milhões, enquanto as dormidas ultrapassaram as 61 milhões. Comparando com igual período de 2019, continuaram a observar-se aumentos mais expressivos, 38,8% e 41,6%, respetivamente, refletindo também o aumento generalizado dos preços.

Todas as regiões com proveitos em alta
Em setembro, Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos, totais e de aposento (30,3% e 31,8%, respetivamente), seguida pelo Algarve (29,1% e 28%) e pelo Norte (16,4% e 17%). Os maiores crescimentos, contudo, ocorreram nos Açores (+25% nos proveitos totais e +27,1% nos de aposento), no Norte (+22,6% e +23,8%, pela mesma ordem) e no Centro (+19,7% e 21,6%, respetivamente).

Face a setembro de 2019, continuaram a destacar-se os Açores (+74,5% nos proveitos totais e +79,3% nos de aposento), a Madeira (+61% e +75,2%, pela mesma ordem) e o Norte (+57% e + 60,2%, respetivamente).

Já no período acumulado de janeiro a setembro de 2023, os maiores crescimentos nos proveitos totais e de aposento ocorreram em Lisboa (+28,8% e +30,4%, respetivamente), nos Açores (+28% e +29,5%), no Norte (+25,9% e +27,1%) e na Madeira (+25% e +28,4%). Comparando com igual período de 2019, os maiores aumentos nos proveitos totais e de aposento verificaram-se nos Açores (+60,2% e +62,3%, respetivamente), na Madeira (+56,9% e +69,3%), no Norte (+49,2% e +51,6%) e no Alentejo (+47,2% e +52,4%).

Norte e Lisboa com máximos no RevPAR
Analisando o conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 87,9 euros em setembro, registando um aumento de 12,5% face a igual período de 2022 (+6,6% em agosto) e de 32,7% em comparação com setembro de 2019.

Os valores de RevPAR mais elevados foram registados em Lisboa (129,6 euros) e no Algarve (97,2 euros), seguindo-se a Madeira (87,1 euros) e os Açores (85,1 euros). Os maiores crescimentos ocorreram nas regiões autónomas (+17,7% em ambas), seguindo-se o Norte (+16%) e o Centro (+15,9%).

Algarve ainda penalizado face a 2019
Em setembro de 2023, do total de 8,2 milhões de dormidas (+6,7%) nos estabelecimentos de alojamento turístico, 73,1% concentraram-se nos 23 principais municípios.

O município de Lisboa concentrou 17,7% do total de dormidas em setembro (8,7% do total de dormidas de residentes e 21,3% de não residentes), atingindo 1,5 milhões. Comparando com setembro de 2019, as dormidas aumentaram 9,4% (+9,5% nos residentes e +9,3% nos não residentes).

Albufeira (peso de 11,2%; 8,3% do total de dormidas de residentes e 12,4% de não residentes) registou 923,1 mil dormidas e continuou abaixo dos níveis registados em 2019 (-10,2% no total; -23,4% nos residentes e -5,8% nos não residentes).

No Porto, registaram-se 619,8 mil dormidas (7,6% do total), representando um acréscimo de 31,2% face a setembro de 2019 (+10,9% nos residentes e +34,6% nos não residentes).

No Funchal, as dormidas cresceram 23,4% (+48,5% nos residentes e +20,3% nos não residentes) face a setembro de 2019, registando 573 mil dormidas (quota de 7%).

Face a setembro de 2022, Ourém (1,8% do total de dormidas) continuou a destacar-se, registando o maior crescimento de dormidas (+27,6%), principalmente de não residentes (+35% e +14,8% nas dormidas de residentes). Em sentido contrário, Lagoa (2,4% do total de dormidas) registou o maior decréscimo (-10%; -30,4% nas dormidas de residentes e -3,5% nos não residentes).

No acumulado de janeiro a setembro de 2023, face a igual período de 2019 e entre os principais municípios, Vila Nova de Gaia continuou a destacar-se com um crescimento de 34,4% (+23,8% nos residentes e +41,7% nos não residentes), seguindo-se o Porto (+28,7%; +18,6% nos residentes e +30,7% nos não residentes). Em sentido contrário, os maiores decréscimos registaram-se em municípios do Algarve, Vila Real de Santo António (-16,8%; -17,3% nos residentes e -16,4% nos não residentes) e Albufeira (-10%; -19,2% nos residentes e -7,2% nos não residentes).

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Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, com os agentes de viagens portugueses que participaram no Festuris

Aviação

TAP admite que cresceria mais no Brasil com novas rotas e mais aviões

De acordo com Carlos Antunes, diretor da TAP para as Américas, a companhia aérea de bandeira nacional, que vai crescer 14% no Brasil no próximo verão, poderia crescer muito mais se abrisse novas rotas e tivesse mais aviões.

Inês de Matos

O diretor da TAP para as Américas, Carlos Antunes, admitiu na semana passada que a companhia aérea de bandeira nacional, que vai crescer 14% no Brasil no próximo verão, poderia crescer muito mais se abrisse novas rotas e tivesse mais aviões.

“O crescimento é todo por rotas existentes, não vamos inaugurar nenhuma nova rota. Considerando que estamos a usar os mesmos aviões nas mesmas rotas, posso dizer que há um aumento de 14%, mesmo que haja atualização de equipamento, vai ser de 15%. Não temos onde ir buscar equipamento e, por isso, está a crescer 14%”, explicou o responsável aos jornalistas, à margem da 35.ª edição do Festuris, a feira de turismo de Gramado, no Rio Grande do Sul, que decorreu entre 9 e 12 de novembro.

Carlos Antunes admitiu o interesse da TAP em cidades brasileiras como Florianópolis ou Curitiba, que ainda não são servidas por voos internacionais com destino à Europa e que poderiam ser interessantes para dar continuidade à estratégia da companhia aérea de bandeira nacional no país.

“Saiu na comunicação social aqui no Brasil que há um namoro entre a TAP e Florianópolis. Temos conversas, é um destino interessante, mas também conversamos com Curitiba, por exemplo, que são cidades que não estão servidas por voos internacionais para a Europa e onde poderíamos continuar a desenvolver a nossa estratégia, que são destinos principais e secundários de uma ponta e, do lado de lá, também tem as grandes cidades e destinos secundários. Isso dá-nos um diferencial competitivo interessante”, defendeu.

No entanto, o responsável da TAP para as Américas reconhece que a companhia aérea está limitada pelo plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia no que diz respeito ao número de aviões na sua frota e explica que, se tivesse mais aviões, a TAP abriria novas rotas no Brasil.

“O que temos vindo a fazer é trocar alguns aviões de menor capacidade por aviões maiores, os narrow body pelos wide body para conseguirmos fazer esta operação intercontinental mas sem aviões novos não conseguimos lançar novas rotas. Temos vindo a reforçar as rotas existentes”, acrescentou.

Carlos Antunes admitiu também que, se a TAP não abrir novas rotas, pode vir a ser prejudicada e a perder quota de mercado para a concorrência, até pelo chamado ‘paradoxo da procura’, isto apesar do responsável continuar a realçar que a TAP continua a ser a “principal companhia aérea internacional no Brasil”, principalmente a nível europeu.

“Onde há procura e não há oferta, alguém vai por essa oferta. Mas, hoje, somos a principal companhia aérea internacional no Brasil, a principal europeia, e com a nossa cobertura e com a rede de parceiros de codeshare – Azul e GOL – temos uma cobertura ainda maior. Não temos voo direto nem para Curitiba nem para Florianópolis, que são dois pontos importantes, mas conseguimos extrair os passageiros de lá para Brasília, Belo Horizonte ou para Porto Alegre através dos nossos parceiros”, explicou.

Recorde-se que, no próximo verão, a TAP vai disponibilizar a maior oferta de sempre em ligações aéreas entre o Brasil e a Europa, num total de 91 voos por semana, o que representa um aumento de 11 ligações semanais face ao último verão.

Recife e o Rio de Janeiro são os destinos no Brasil que vão receber o maior aumento de oferta da TAP, uma vez que a capital do estado de Pernambuco passa de sete para 10 voos por semana, enquanto a cidade do Rio de Janeiro vai ter mais duas ligações por semana, passando de 10 para 12 ligações semanais.

Além destas duas cidades brasileiras, a TAP vai também aumentar a operação para São Paulo, Belém, Brasília, Natal, Maceió, Porto Alegre e Salvador, que passam a contar com mais um voo semanal de e para Portugal.

*A jornalista viajou a convite da TAP Air Portugal.

Sobre o autorInês de Matos

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Distribuição

Mais de 600 agências de viagens em Portugal já confiam nos produtos da TTS

O objetivo da TTS – Travel Technology & Solutions em Portugal é não só manter, mas também fortalecer a sua posição como um parceiro tecnológico “confiável e inovador para as agências de viagens”, afirmou em entrevista ao Publitutis, João Santos, Head of Sales da empresa de tecnologia especializada no desenvolvimento de soluções de software como serviço para a indústria das viagens, que quer ser a primeira escolha para soluções tecnológicas avançadas no setor, “servindo desde as agências mais tradicionais até às mais inovadoras”.

Foi originalmente fundada em Portugal, em 2011, onde ainda mantém escritórios em Lisboa e São Miguel (Açores) mas a TTS – Travel Technology & Solutions tem atualmente a sua sede nos EUA. Hoje, a empresa de tecnologia especializada no desenvolvimento de soluções de software como serviço (SaaS) para a indústria das viagens tem mais de 14 mil clientes em 126 países, e em Portugal, mais de 600 agências confiam nos seus produtos.

A empresa foi criada por Pedro Barata e Rui Figueiredo. Pedro Barata, entre outras posições de destaque, foi diretor geral da Galileo/Travelport em Portugal e Senior Vice President para a Europa do Sul na BCD Travel.

Rui Figueiredo exerceu funções como diretor de IT na WorldTravel BTI em Portugal e mais tarde como Senior Director de IT para a EMEA na BCD Travel, ambos com mais de 25 anos de experiência no setor.

Em entrevista ao Publituris, João Santos, Head of Sales da TTS, explicou que “todas as nossas ferramentas estão disponíveis e são amplamente usadas em Portugal”, destacando-se a TTS Corporate, TTS Consolidator, Travelport Mobile Agent (TMA) e a TTS WebAgent.

Segundo o responsável, “as nossas soluções são modeladas para oferecer o melhor valor. O TTS Corporate é disponibilizado de forma gratuita devido à nossa parceria com a Travelport. O TMA é cobrado a 17,5€ por mês e o TTS WebAgent a 23,75€ por mês. O TTS Consolidator é uma solução com preço ajustado ao volume do cliente”.

Vantagem – aumento de produtividade
Quanto aos benefícios, “as agências que utilizam as nossas soluções notam consideráveis aumentos de produtividade”, esclareceu o chefe de Vendas, adiantando que “o nosso novo motor de pesquisa pode encontrar até 30% mais opções de voos e melhores preços. Além disso, a nossa abordagem de SaaS permite às agências terem acesso às melhores tecnologias sem a necessidade de investimentos iniciais, pagando apenas pelo que usam”.

A mobilidade é, segundo João Santos, outro ponto forte, já que as agências evitam inúmeras deslocações ao escritório, podendo gerir tudo através dos seus dispositivos móveis.

“A integração entre as nossas soluções também é um grande diferenciador, permitindo às agências otimizarem os seus processos e tirarem o máximo proveito de cada ferramenta”.

*Pode ler a entrevista na íntegra na edição 1496 do jornal PUBLITURIS

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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Transportes

Tarifas aéreas na UE crescem menos que a inflação, diz IATA

Com o índice médio de preços ao consumidor na União Europeia a aumentar 20%, face ao período pré-pandémico, a IATA diz que as tarifas aéreas médias na UE, em junho, registaram uma evolução de 16%.

Victor Jorge

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (International Air Transport Association, IATA, sigla em inglês) divulgou dados que mostram que os viajantes na Europa estão a beneficiar de tarifas aéreas que estão a reduzir a inflação, à medida que o mercado continua a sua recuperação pós-COVID.

Os números mais recentes do tráfego aéreo mostram que as transportadoras europeias estão apenas 3,6% abaixo do pico de 2019, indicando que os europeus continuam a viajar, apesar do ambiente inflacionário, frisando que, em junho, “as tarifas aéreas médias na Europa eram cerca de 16% mais elevadas do que antes da pandemia”. No entanto, isso está aquém do índice médio de preços ao consumidor da UE, que em junho se situava em 20% em relação à pré-pandemia.

“As viagens aéreas europeias continuam a recuperar fortemente e estão no bom caminho para ultrapassar o valor de referência de 2019 em 2024. A competitividade do mercado de transporte aéreo europeu mantém a inflação das tarifas aéreas em 16% – quatro pontos percentuais (p.p.) abaixo dos aumentos que temos visto no índice amplo de preços ao consumidor”, refere Willie Walsh, diretor-geral da IATA.

Walsh admite, ainda, que, considerando “a extrema volatilidade dos preços dos combustíveis de aviação e os aumentos nos salários da força de trabalho, esta é uma conquista significativa e contrasta com os preços continuamente crescentes que são cobrados pelos nossos fornecedores de infraestrutura”.

Recentemente, a Autoridade da Aviação Civil do Reino Unido (Civil Aviation Authority, CAA, sigla em inglês) aprovou um aumento de 56% nas taxas no aeroporto de Heathrow, em Londres, e um aumento de 26% para o NATS, o fornecedor de serviços de navegação aérea do Reino Unido, apesar da falha do seu serviço neste Verão. Entretanto, nos Países Baixos, o aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, que também sofreu falhas de serviço, obteve um aumento de 37%.

Os reguladores desempenham um papel crucial na criação das condições sob as quais a concorrência das companhias aéreas tem sido capaz de prosperar. Assim, considera a IATA, “os reguladores europeus podem receber o crédito por garantirem uma regulamentação leve do consumidor, que permitiu às companhias aéreas criar uma enorme escolha e flexibilidade para o consumidor, ao desagregar o pacote de viagem”.

A IATA salienta ainda que a regulamentação europeia sobre slots “criou um equilíbrio entre horários consistentes, ao mesmo tempo que aumentou a acessibilidade para novas companhias aéreas participantes”.

É igualmente importante que os reguladores reconheçam onde podem melhorar as condições competitivas, indicando duas áreas principais de atuação: Regulamentação mais forte dos fornecedores monopolistas de infra-estruturas, para reduzir os encargos; e Reforma do regulamento de proteção do consumidor EU261, para garantir uma aplicação mais consistente dos seus objetivos e uma partilha mais justa da responsabilidade em toda a cadeia de valor da aviação.

“A recuperação do mercado europeu de transporte aéreo está a trazer consigo condições de mercado ainda mais competitivas”, refere Willie Walsh, adiantando ainda que “os consumidores verão isso com mais rotas e mais companhias aéreas para escolher”.

“No total, no ano passado nasceram 20 novas companhias aéreas na Europa. Isto é importante porque um mercado de transporte aéreo mais competitivo tornará a Europa um local mais competitivo para fazer negócios”, concluiu Walsh.

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