Polónia adia recuperação de turistas portugueses por causa da guerra na Ucrânia
Apesar de garantir que é seguro visitar a Polónia, Agata Witoslawska, diretora do Turismo da Polónia para Portugal e Espanha, reconhece que, devido ao elevado número de refugiados ucranianos, neste momento pode não ser tão confortável viajar para o país e, por isso, admite que o turismo polaco não vai, este ano, ultrapassar os 65 mil turistas lusos que visitaram a Polónia em 2019.

Inês de Matos
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A diretora do Turismo da Polónia para Portugal e Espanha, Agata Witoslawska, admitiu esta terça-feira, 15 de março, que o país não vai conseguir ultrapassar os 65 mil turistas portugueses que tinha recebido em 2019, antes da pandemia da COVID-19, devido à guerra na Ucrânia, uma vez que, apesar de ser seguro viajar para o país, “pode não ser tão confortável como noutros tempos”, devido ao elevado número de refugiados ucranianos que a Polónia tem recebido.
“É uma situação muito difícil mas acredito que, quanto mais cedo o conflito terminar, mais cedo os europeus vão voltar a viajar. Mas, é claro que não vamos conseguir ultrapassar os números que tínhamos antes da pandemia este ano, isso não é possível”, afirmou a responsável, durante um pequeno-almoço com a imprensa, que decorreu na manhã desta terça-feira, 15 de março.
Garantindo que, apesar do conflito militar na Ucrânia, continua a ser seguro viajar para a Polónia, Agata Witoslawska explicou, no entanto, que o problema atual passa pelo elevado número de refugiados ucranianos que o país tem vindo a acolher e que, neste momento, enchem as estações de comboios e autocarros polacas, o que pode tornar menos confortável a experiência dos turistas.
“Tudo está aberto para o turismo, é seguro viajar para a Polónia, mas não é tão confortável. Por exemplo, viajar de comboio entre Varsóvia e Cracóvia tornou-se mais desconfortável porque há muitos refugiados ucranianos na Polónia. Este é o problema”, explicou a responsável, que admite que, por parte dos portugueses, também pode existir receio em viajarem para um país que é vizinho da Ucrânia, onde decorre atualmente o conflito militar decorrente da invasão russa.
Além do sentimento de insegurança face à guerra e desconforto em relação ao elevado número de refugiados, Agata Witoslawska mostra-se também preocupada com o impacto económico deste conflito militar, principalmente numa altura em que a inflação já estava a subir em muitos países ocidentais, o que também pode contribuir para desmotivar as viagens turísticas nos próximos tempos.
“Acredito que, mesmo que a guerra termine rapidamente, há outro problema que vai interferir, que é a inflação. Um dos problemas da guerra é também económico”, afirmou a responsável, que se mostra, no entanto, confiante que a solidariedade vai levar os turistas europeus a escolherem destinos próximos para as férias, incluindo a Polónia, de forma a que seja possível “recuperar e reconstruir as viagens na Europa, passo a passo”.
No caso do mercado português, Agata Witoslawska explica que, antes da pandemia, existia uma tendência de crescimento, ainda que moderado, o que se explica pelas viagens dos estudantes portugueses que escolhem a Polónia para fazer Erasmus, mas também com o aumento das viagens de negócios, que aumentaram depois de empresas portuguesas como o Millennium BCP ou a Jerónimo Martins terem entrado no mercado polaco.
“O número de turistas portugueses na Polónia antes da pandemia estava a crescer, era um crescimento ligeiro, mas estava a crescer porque também há muitas relações comerciais e empresariais entre Portugal e a Polónia”, explicou, revelando que, anteriormente, a maior parte das viagens dos portugueses para a Polónia tinha uma motivação religiosa, essencialmente ligada ao Papa João Paulo II, que era de nacionalidade polaca.
Por isso, e apesar de reconhecer que o mercado português tem uma importância limitada para o turismo da Polónia e que “a percentagem de Portugal é muito pequena”, a responsável garante que o Turismo da Polónia não vai parar as ações promocionais previstas em território nacional, ainda que a prioridade não sejam as campanhas promocionais que apelam diretamente à visita.
“Não temos planos para parar a promoção. Claro que não vamos fazer aquelas campanhas em que apelamos diretamente à visita, penso que isso não é responsável neste momento”, revelou, garantindo, contudo, que “é importante manter as campanhas de imagem, as campanhas corporativas”, para que os portugueses saibam que o Turismo da Polónia está “a trabalhar para que venham melhores tempos”.
“No fim de março, vamos participar no Roadshow do Publituris, um evento B2B, e estamos a pensar em algumas campanhas corporativas na internet, em que queremos atingir também os viajantes portugueses através do Facebook, até porque o número de seguidores que temos está a aumentar. Já as campanhas de media e aquelas em que apelamos diretamente à visita, vão ter de esperar”, indicou.
Neste pequeno-almoço com a imprensa, o Turismo da Polónia deu a conhecer alguns dos principais destinos e atrações turísticas do país, com destaque para as vertentes do turismo cultural e de natureza, sem esquecer também ofertas como os mercado de Natal, que costumam agradar aos portugueses, com Agata Witoslawska a considerar mesmo que a Polónia “pode ser uma boa alternativa” para quem procura destinos para férias de inverno com neve.