Costa confirma que há companhias aéreas interessadas em adquirir 50% do capital da TAP
O futuro da TAP foi um dos temas em destaque no debate que opôs António Costa e Rui Rio esta quinta-feira, 13 de janeiro, no âmbito das eleições legislativas de 30 de janeiro.
Inês de Matos
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O primeiro-ministro e secretário-geral do Partido Socialista (PS), António Costa, confirmou esta quinta-feira, 13 de janeiro, que “há, felizmente, já outras companhias interessadas em adquirir” 50% do capital da TAP, que o Estado pretende alienar depois da reestruturação.
“A companhia estará em condições de, assim que possível, podermos alienar 50% do capital e há, felizmente, já outras companhias interessadas em adquirir”, afirmou António Costa, num debate com Rui Rio, presidente do Partido Social Democrata (PSD), no âmbito das eleições legislativas do próximo dia 30 de janeiro.
Confirmando que o Estado não vai injetar mais dinheiro na TAP, uma vez que “essa foi a garantia dada pela Comissão Europeia, que escrutinou o processo e reconheceu a viabilidade do plano de reestruturação”, António Costa confirmou que existem interessados em ficar com metade da companhia aérea nacional e aproveitou para garantir que não há razões para duvidar do sucesso do plano já aprovado por Bruxelas.
Já Rui Rio, que se mostrou muito crítico da forma como o atual governo conduziu o processo de nacionalização e reestruturação da transportadora, garantiu que, se for eleito primeiro-ministro, a TAP é para privatizar “o mais depressa possível” e acusou a companhia aérea de prestar um serviço “absolutamente indecente”.
“Não é amanhã, porque se não vende mal, não vou vender mal, mas isto não é sustentável, não é sério nem é competente”, criticou, dizendo que foram investidos na empresa 3,3 mil milhões de euros ,quando a receita anual do IRC no país é de 5,5 mil milhões.
Rio acusou a empresa de prestar um serviço “absolutamente indecente” até no aeroporto de Lisboa e de “não ligar nada ao resto do país”, dando como exemplo um voo Madrid – São Francisco, nos EUA, com escala em Lisboa, que custa “a um espanhol 190 euros”, enquanto os portugueses que apanhem o mesmo avião em Lisboa pagam 697 euros.
“É companhia de bandeira, mas é companhia de bandeira espanhola ou de outro país qualquer, isto é revoltante, isto é inadmissível”, criticou o presidente do PSD, defendendo que “a TAP não deveria ter sido nacionalizada”.
Já António Costa frisou que, se o Estado não tivesse readquirido 50% do capital da transportadora aérea nacional, a TAP teria “ido para o buraco”, uma vez que as várias empresas do acionista privado David Neeleman estavam a ir à falência.