EasyJet volta a criticar multas por ausência de teste negativo e alerta que já há companhias a ameaçar cancelar operação
Diretor geral da easyJet em Portugal, José Lopes, considera que as palavras do primeiro-ministro sobre as multas às companhias aéreas que transportem passageiros para Portugal sem teste negativo à COVID-19 “foram injustas e não estão corretas”.

Inês de Matos
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O diretor geral da easyJet em Portugal, José Lopes, considerou esta quarta-feira, numa conferência de imprensa no Funchal, Madeira, que as palavras do primeiro-ministro, António Costa, sobre o aumento das multas previstas para as companhias aéreas que transportem passageiros para Portugal sem um teste negativo à COVID-19, “foram injustas e não estão corretas” e revelou que já há companhias aéreas a ameaçar retirar a operação do país.
“Algumas companhias estrangeiras escreveram ao Governo a dizer que estão a pensar cancelar, por exemplo, a operação em Faro. O Governo está a pedir às companhias que o substituam, deviam tratar as pessoas de forma positiva e com consciência. É isso que vamos continuar a fazer para que a normalidade possa retomar dentro do parâmetro da responsabilidade”, afirmou o responsável.
Para José Lopes, o primeiro-ministro estava “nitidamente mal informado” quando fez “declarações muito duras” sobre as companhias aéreas, que apelidou de irresponsáveis quando, a 25 de novembro, anunciou o regresso do estado de calamidade, assim como o aumento das multas para as companhias que transportem passageiros para Portugal sem um teste negativo à COVID-19.
“Julgo que, nitidamente mal informado, o primeiro-ministro fez declarações muito duras sobre a indústria da aviação que foram injustas e não estão corretas”, considerou José Lopes, que estranha mesmo o facto de ter sido o único player da aviação a falar publicamente sobre o tema, enquanto outros responsáveis de companhias aéreas se mantiveram em silêncio.
Segundo o responsável, as companhias aéreas têm “vindo a fazer um trabalho enorme”, em substituição do Estado, e defende que o problema não passa por qualquer irresponsabilidade das transportadoras, mas sim pelo facto de haver “certificados falsos a circular”.
“A easyJet contacta os seus passageiros para saber se têm o Passenger Location, se as pessoas têm testes, se estão vacinadas. Uma das coisas que alertámos é que há bastantes casos em que há certificados falsos a circular. As pessoas, depois, dizem que não foram controladas porque não podemos ficar com a cópia do documento que o passageiros apresentou”, resumiu.
Por enquanto, a easyJet ainda não teve de pagar qualquer multa, uma vez que, explicou José Lopes, sempre que é detetado um passageiro sem teste negativo à COVID-19, é levantado um processo de auto que segue para a autoridade nacional e ao qual a companhia pode, depois, apresentar a sua versão.
Apesar de ainda não ter sido obrigada a pagar qualquer coima por transportar passageiros sem teste negativo, José Lopes criticou também o valor das multas, considerando que as que existiam antes desta subida “já eram elevadas” mas “agora foram multiplicadas por 10”, o que “inviabiliza e tem um impacto brutal” nas companhias aéreas.
Recorde-se que, a 25 de novembro, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros que decidiu o regresso do estado de calamidade e de novas restrições, o primeiro-ministro anunciou também um agravamento das multas para as companhias aéreas que transportem para Portugal passageiros sem teste negativo à COVID-19, que vão agora dos 20 aos 40 mil euros, sendo que, no limite, as transportadoras aéreas podem mesmo perder a licença de voo para Portugal.