As propostas do candidato da CDU, João Ferreira, para o turismo de Lisboa
As propostas de João Ferreira, candidato da CDU, para o turismo de Lisboa.

Victor Jorge
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Que importância possui o turismo para a cidade de Lisboa?
Se considerarmos que ao setor do Turismo corresponde (dados 2019, último ano “normal” antes da pandemia) 8,5% do VAB nacional, se no quadro nacional o concelho de Lisboa regista 15% da capacidade total de alojamento, gera 20% do total de dormidas e 24% do total dos proveitos nos estabelecimentos de alojamento turístico, não será difícil concluir da importância económica que a atividade turística em Lisboa, nos seus variados segmentos, assume, quer ao nível da cidade, quer ao nível nacional e com uma dimensão macroeconómica.
Deve ainda ser reconhecido o efeito positivo que a dinâmica turística tem tido na modernização e na inovação do próprio setor hoteleiro, bem como semelhantes efeitos de inovação e de modernização, designadamente, no aparelho comercial e da restauração, bem como nos serviços de apoio ao turismo o que tem contribuído para uma inquestionável afirmação da cidade de Lisboa no mapa turístico das cidades europeias.
Deve destacar-se, ainda, o papel social do turismo no efeito que tem na promoção de relações de amizade e de paz entre populações e povos: a promoção de um clima de tolerância e valorização da diferença, a promoção e a valorização do conhecimento e da descoberta “do outro”. Este é um lado da questão.
Que medidas merecem a sua aprovação e o que foi feito que, sob a sua liderança, não seria realizado? O que teria feito de diferente durante este período pandémico e como antevê o regresso à tão desejada “normalidade” do turismo na cidade de Lisboa e quais os principais desafios esperados? Questões como a sustentabilidade, overtourism, segurança, digitalização e mobilidade, estão na ordem do dia no turismo. Que propostas tem para estes pontos (e outros) em concreto?
Entramos no outro lado da questão. Se o Turismo é uma atividade económica que tem um potencial impacto positivo sobre, neste caso, as economias das cidades, o impacto real não é, contudo, indiferente ao modelo de desenvolvimento do setor promovido, nomeadamente, pelas opções de política de gestão urbana. A pandemia demonstrou à exaustão, mas já antes da pandemia era muito evidente o carácter insustentável, do ponto de vista social e territorial, que o desenvolvimento do turismo na cidade de Lisboa atingiu.
E esta dimensão de insustentabilidade social e territorial tem nos resultados preliminares dos Censos de 2021 uma expressão que é uma síntese perfeita do problema: as freguesias que registaram níveis máximos de desenvolvimento do turismo, isto é, as freguesias do centro histórico, são as freguesias que na última década viram a respetiva população diminuir numa dimensão bastante significativa, evidenciando uma relação de causa-efeito que nos parece inquestionável: a freguesia da Misericórdia perde, numa única década, 26% da sua população, Santa Maria Maior, 22% e São Vicente 10%.
Tomando estes dados como a síntese da questão, parece-nos evidente que o modelo de desenvolvimento turístico que tem sido prosseguido, nas suas várias dimensões, está em claro conflito com os interesses da cidade e dos lisboetas.
As dificuldades que queremos destacar são as dificuldades relacionadas, por um lado, com o encerramento das empresas e do emprego do setor hoteleiro e de todos os setores que formam o sistema empresarial de suporte e dinamização do turismo: comércio, restauração, cultura, transportes. Por outro lado, destacamos também o impacto que a pandemia teve na vida social dos bairros, designadamente, dos bairros históricos.
Esperamos que o regresso “à normalidade” não seja um regresso ao passado recente. O modelo de desenvolvimento do turismo deve ser seriamente reequacionado e consequentemente revisto. Neste sentido, consideramos que este é o tempo oportuno para dar sequência à proposta com vista à elaboração de um diagnóstico e avaliação de impactos do turismo ao nível local, principalmente nas freguesias centrais de Lisboa, com o objetivo de elaborar uma ‘Carta do Turismo de Lisboa’ e introduzir um adequado conceito de “Capacidade de Carga Turística”.
O que falta fazer na cidade de Lisboa no que diz respeito ao turismo e que já deveria estar ou ter sido feito? Eleito presidente, quais as primeiras e principais medidas a tomar em benefício do e para o turismo da cidade de Lisboa?
A questão central constitui, de facto, o desafio que se coloca à cidade nos próximos anos neste domínio.
Um desafio que passa pela promoção de um desenvolvimento turístico urbano que reequilibre a economia urbana através da geração de dinâmicas e atividades novas, potenciando a regeneração urbana em várias dimensões da vida social urbana, mas mitigando os impactos negativos introduzidos nas comunidades de destino. Na cidade de Lisboa, este desafio implica a integração equilibrada do turismo com outros setores da economia e sociedade urbanas em geral, mas, sobretudo, exige que as políticas para o turismo urbano sejam concebidas e integradas no quadro de uma política de desenvolvimento urbano sustentável, equilibrado e que garanta uma cidade para todos.