“Nem oferecida de graça eu quereria a TAP”, diz CEO da Ryanair
E se a Lufthansa não entrar no capital da TAP? Será que a Ryanair estaria interessada? Michael O’Leary deu a resposta em Lisboa: “nem se fosse oferecida de graça”.

Victor Jorge
Em dois meses, esta foi a segunda conferência de imprensa de Michael O’Leary, CEO do grupo Ryanair, em Portugal e serviu, novamente, para criticar a TAP.
Para o responsável máximo da companhia low-cost irlandesa, a questão das ajudas do Governo português foi, claro, abordada e com o mesmo “entusiasmo”, O’Leary salientou que o Executivo de António Costa continua, ou melhor, “prefere mandar dinheiro pela sanita em vez de investi-lo em escolas e hospitais”.
Quanto a uma possível parceria ou entrada da alemã Lufthansa no capital da TAP, realidade que o próprio Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou ter estado “praticamente” certa, não fosse a pandemia, e um hipotético interesse por parte da Ryanair, Michael O’Leary foi perentório: “Nem que fosse oferecida eu quereria a TAP”.
De resto, para O’Leary, uma possível entrada da Lufthansa seria desastrosa, até porque “estamos a falar da companhia aérea mais endividada da Europa com ajudas do Governo alemão que somam 13 mil milhões de euros”, disse. “E se julgam que uma entrada da Lufthansa seria benéfica, enganem-se, pois o que os alemães fariam, era desviar o tráfego para Munique e Frankfurt”.
Até porque, segundo O’Leary, “não há forma de o Governo português manter o controlo da TAP daqui a cinco anos”. Por isso, se a solução encontrada for a Lufthansa, “terei pena dos portugueses”.
Por isso, o CEO da Ryanair viria com “melhores olhos” uma parceria com o International Airlines Group (IAG), do qual fazem parte a British Airways e a Iberia, “até porque existe uma maior ligação à Península Ibérica.