Vacinação de “toda a região do Algarve deve ser prioridade”, considera AHP
Enquanto principal destino turístico nacional, cuja economia depende largamente do turismo, a Associação da Hotelaria de Portugal quer que seja dada prioridade a toda a população do Algarve no plano de vacinação.
Victor Jorge
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A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) considera que a região algarvia deverá ter prioridade no plano de vacinação contra a COVID-19, justificando tal proposta com o facto do Algarve ser o “principal destino turístico nacional cuja economia depende largamente da atividade”. A proposta apresentada pela AHP leva em conta não só os profissionais do turismo, mas toda a população, de forma a “garantir uma rápida retoma da atividade turística e manutenção de empresas e postos de trabalho”.
A associação recorda que o Algarve, enquanto principal destino turístico do país, é responsável por cerca de 33% das dormidas de estrangeiros em Portugal e proveitos globais superiores a 1.200 milhões de euros (dados do INE referentes a 2019).
Esta proposta da AHP foi, de resto, já apresentada à coordenação da “Task Force” do Plano de Vacinação contra a COVID-19.
Raul Martins, presidente da AHP, considera que “o avanço na vacinação dos residentes e profissionais do turismo da região portuguesa mais visitada por nacionais e internacionais terá seguramente um impacto positivo na procura, permitindo acelerar a recuperação da atividade e da economia da região, que assenta fundamentalmente no turismo: são milhares de empresas e postos de trabalho que dele dependem”.
“A concorrência com outros destinos, que é feroz” – Raúl Martins, presidente da AHP
A AHP recorda, de resto, o processo de vacinação dos profissionais de turismo na região da Madeira e que deverá estar concluído até ao final deste mês de maio, à semelhança de outros destinos como a Grécia e as Ilhas Maurícias que definiram estes profissionais como prioritários nos seus planos de reiniciar rapidamente a atividade turística e nas condições mais seguras.
A proposta da AHP vai, no entanto, mais longe, já que “a concorrência com outros destinos, que é feroz”, leva a associação a considerar que “é importante assegurar a segurança e proteção de toda a população com a maior brevidade, por um lado, e afirmar o Algarve como um destino seguro”.
Com uma população de 400 mil habitantes, a associação liderada por Raul Martins acrescenta que “deve ser dada prioridade a esta região”.
Recorde-se que, segundo dados do Eurostat divulgados o mês passado, o Algarve foi a região portuguesa que registou a maior taxa de desemprego em 2020, atingindo os 8,4%, seguida da Madeira e Área Metropolitana de Lisboa. Também o Observatório das Desigualdades, que publicou recentemente o estudo “Desemprego em 2020 – Impactos da Pandemia, Mapeamentos e Reflexões”, indica que o Algarve é a região do país onde a pandemia está a ter um impacto absolutamente desproporcional, explicado em grande medida pelo facto de a região ser muito dependente da atividade turística, com particular destaque para o concelho de Albufeira.