INE: Movimento de passageiros recupera no 3.º trimestre mas níveis continuam “muito baixos”
Os aeroportos nacionais processaram 5,4 milhões de passageiros, número que traduz uma descida de 71,5% face a igual período de 2019, mas ainda assim mais baixa que a registada no trimestre anterior.
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No terceiro trimestre, os aeroportos nacionais processaram 5,4 milhões de passageiros, número que traduz uma descida de 71,5% face a igual período de 2019, mas ainda assim mais baixa que a registada no trimestre anterior, o que leva o Instituto Nacional de Estatística (INE) a sublinhar que houve “alguma recuperação, mas mantendo níveis muito baixos comparativamente com o período homólogo”.
“Analisando o número de aeronaves aterradas e o número de passageiros desembarcados diariamente no 3º trimestre de 2020, e comparando com o período homólogo, mantém-se visível o impacto da pandemia COVID-19 e das medidas adotadas ao nível do espaço aéreo. Os valores registados no 3º trimestre de 2020 encontram-se significativamente abaixo dos registados no período homólogo, apesar da ligeira recuperação no mês de agosto”, aponta o INE, nas estatísticas divulgadas.
De acordo com os dados revelados esta quarta-feira, 2 de dezembro, pelo INE, a quebra de 71,5% registada entre julho e setembro é, no entanto, mais moderada do que a do semestre anterior, quando o movimento de passageiros nos aeroportos nacionais tinha descido 97,4%.
Entre julho e setembro, os aeroportos nacionais receberam um total de 32,1 mil aeronaves em voos comerciais, o que representa uma variação homóloga negativa de 52,9%, o que traduz igualmente uma melhoria face ao trimestre anterior, quando a descida no número de aeronaves tinha chegado aos 91,1%.
Por aeroportos, o destaque foi para o aeroporto de Lisboa, que foi responsável por 39,7% do movimento total de passageiros, o que corresponde a 2,1 milhões de passageiros, ainda assim diminuindo a sua expressão em 9,3 p.p. face ao trimestre homólogo.
O movimento de passageiros no aeroporto lisboeta registou um decréscimo de 76,9%, decréscimo que compara com a quebra de 97,1% que tinha sido registada na infraestrutura durante o segundo trimestre do ano.
Já o aeroporto do Porto, registou o segundo maior volume de passageiros movimentados do país, num total de 1,4 milhões de passageiros, o que correspondeu a 26,1% do total e traduz um crescimento de 5,3 p.p. na expressão da infraestrutura face ao período homólogo, ainda que o total de passageiros tenha 64,2% abaixo de igual período de 2019. Ainda assim, a quebra foi menor que no trimestre anterior, quando o movimento de passageiros desceu 97,5%.
O aeroporto de Faro recebeu ainda um milhão de passageiros, o que corresponde a 19,3% do total, e traduz uma redução de 70,1%, que compara com o decréscimo de 98,8% que tinha sido registado no trimestre anterior.
Os aeroportos de Ponta Delgada e do Funchal também não fugiram às quebras e apresentaram decréscimos de 65,1% e 69,4%, respetivamente, também com melhoria face ao trimestre anterior, quando as descidas tinham sido de 96,1% e 98,8%.
Do total de passageiros contabilizados nos aeroportos nacionais, 4,1 milhões passageiros corresponderam a tráfego internacional, o que indica uma descida de 73,2%, quando no trimestre anterior esta quebra tinha sido de 97,5%. O tráfego internacional correspondeu a 77,4% do tráfego total registado nos aeroportos nacionais.
“O peso do movimento internacional ascendeu a 95,4% em Faro, 89,0% no Porto e 83,8% em Lisboa”, acrescenta ainda o INE nas estatísticas divulgadas esta quarta-feira.
Por mercados, a França, o Reino Unido e a Alemanha foram, respetivamente, os países de origem da maioria dos passageiros que chegaram aos aeroportos nacionais no terceiro trimestre do ano, com o INE a destacar que “o Reino Unido registou os maiores decréscimos (-76,3% e -77,1%, enquanto origem e destino, respetivamente)”.
Tal como o transporte aéreo, também o transporte ferroviário, “apesar da recuperação, manteve o registo negativo”, diz o INE, que aponta uma descida de 40,3% no terceiro trimestre, o que correspondeu a 27,6 milhões de passageiros, depois de no trimestre anterior se ter registado uma descida de 70,5%.
“O tráfego internacional, que esteve praticamente interrompido no trimestre anterior, voltou a registar movimento em agosto e setembro, embora sem expressão significativa, tendo sido transportadas 1,7 mil pessoas (-97,7%)”, aponta o INE.