IATA critica taxas ambientais e diz que vão levar à perda de postos de trabalho
Associação refere-se às medidas propostas por um movimento de cidadãos em França e diz que, em tempos de crise, são necessárias “políticas coerentes que salvem empregos e não políticas que os destruam”.

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A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) defende que as novas taxas ambientais propostas em França não vão cumprir o objetivo de descarbonizar o setor da aviação e considera que estas vão ser até prejudiciais, já que podem levar à perda de 150 mil postos de trabalho na aviação francesa.
A IATA refere-se às taxas ambientais que foram propostas pelo movimento de cidadãos Convention Citoyenne pour le Climat (CCC), que tem vindo a propor uma série de medidas com vista à descarbonização da aviação em França, a exemplo da criação de uma eco-taxa a aplicar aos bilhetes de avião à partida de território francês e que poderá gerar receitas na ordem dos 4,2 mil milhões de euros por ano.
“A França já impõe algumas das mais pesadas taxas sobre a aviação da Europa”, critica a IATA, num comunicado enviado à imprensa esta sexta-feira, 18 de setembro, e no qual defende também que as propostas do movimento CCC vão levar à perda de 150 mil postos de trabalho e custar entre cinco a seis mil milhões de euros à economia francesa.
Além dos custos económicos, as medidas “reduziriam as emissões em 3,5 milhões de toneladas por ano, o que é menos de 1% das emissões totais da França”, denuncia ainda a IATA.
“Estas propostas não podem ser levadas a sério. Não é tempo de adicionar seis mil milhões de euros e 150 mil postos de trabalho à destruição económica que já está a ser infligida ao setor da aviação francesa pela COVID-19”, acrescenta o diretor geral e CEO da IATA, Alexandre de Juniac, defendendo ainda que, nestes tempos de crise, são necessárias “políticas coerentes que salvem empregos e não políticas que os destruam”.
A IATA sublinha que a indústria global da aviação se comprometeu já a descarbonizar e lembra que, a partir de 2021, o setor vai começar a trabalhar num crescimento neutro em carbono e que as companhias aéreas vão trabalhar, até 2050, na redução para metade da sua pegada de carbono.
Na Europa, acrescenta ainda a associação, as companhias aéreas estão igualmente comprometidas com o sistema de comércio de emissões que existe para as operações intra-europeias.