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“O mais importante do Montijo é a capacidade e disponibilidade de horários”

Ao Publituris, Francisco Pita, CCO da ANA – Aeroportos de Portugal, reage às críticas ao aeroporto de Lisboa, sublinhando a importância do Montijo para manter o crescimento, inclusive da operação turística.

Inês de Matos
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“O mais importante do Montijo é a capacidade e disponibilidade de horários”

Ao Publituris, Francisco Pita, CCO da ANA – Aeroportos de Portugal, reage às críticas ao aeroporto de Lisboa, sublinhando a importância do Montijo para manter o crescimento, inclusive da operação turística.

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Ao Publituris, Francisco Pita, CCO da ANA – Aeroportos de Portugal, reage às críticas ao aeroporto de Lisboa, sublinhando a importância do Montijo para manter o crescimento, inclusive da operação turística.

Nos últimos anos, os aeroportos nacionais têm vindo a bater recordes. Este ano vai seguir essa tendência?
2019 voltou a ser um ano de crescimento muito significativo. Não é tão expressivo como aquele que tivemos nos últimos cinco anos, nota-se um ligeiro abrandamento, ainda assim é um crescimento saudável. A nossa expectativa é fechar o ano em linha com o crescimento do último trimestre e isso coloca a fasquia na ordem dos 6% a 6,5%. O maior crescimento em termos absolutos será em Lisboa, mas a nível percentual será no Porto, que é onde se estão a registar crescimentos mais fortes.

E para o futuro, qual é a expectativa da ANA, até porque os números do turismo também mostram alguma estagnação?
Vamos ter um crescimento de 6% a 6,5%, o que é diferente de 10%, mas não acreditamos que a tendência seja de estagnação, mas sim de moderação. As previsões valem o que valem, mas acreditamos que a nossa oferta já é reconhecida e, por isso, temos boas razões para nos mantermos otimistas. Aquilo que vemos é que a forma de trabalhar é adequada e que existem vários benefícios associados ao desenvolvimento da conetividade aérea. Por isso, vamos continuar a trabalhar com as regiões para um crescimento sustentável.
Nota-se que começam a existir discursos mais negativistas, mas não vejo as coisas assim, a conjuntura internacional traz um problema de procura, não de oferta e a nossa já é reconhecida. Já vivemos outros ciclos com conjunturas desafiantes, mas não tínhamos o reconhecimento de hoje. Essa é a grande diferença.

2019 ficou marcado pela abertura de rotas de importantes companhias internacionais, como a Qatar Airways, em Lisboa, mas também da Emirates, que começou a voar para o Porto. Que balanço faz a ANA da abertura destas rotas?
O balanço é muito positivo, são operações que surgem na sequência da estratégia dos aeroportos nacionais e que acontecem porque houve um trabalho que vinha de anos anteriores para posicionar os aeroportos neste tipo de segmento.
No caso específico de Lisboa, houve um trabalho que teve como principais alvos os mercados dos EUA e Médio Oriente, e também a China. Estas rotas são o resultado de uma estratégia bem sucedida. A abertura de uma rota é um processo demorado, envolve risco e obriga as companhias a terem disponibilidade de aviões. O nosso papel é entrar nos planos das companhias aéreas, posicionando o nosso ‘business case’ para que ele chegue ao fim com sucesso.
Ficámos muito satisfeitos com a entrada da Qatar Airways em Lisboa, é uma rota que vem diversificar o leque de oferta para o Médio Oriente, para onde já tínhamos a Emirates a voar duas vezes por dia. Isto é muito relevante porque são companhias que, depois, têm uma grande oferta na Ásia.
A entrada da Emirates no Porto também tem um sabor especial. Normalmente, estas grandes companhias focam-se na capital, principalmente em países mais pequenos, porque entendem que, assim, conseguem cobrir todo o mercado. Desde a abertura da rota da Emirates, começámos a trabalhar para mostrar à companhia o caso do Porto, porque é uma rota que cobre o Norte do país e a Galiza. Foi um projeto muito interessante e conseguimos levar estes ‘business case’ até ao fim.

Para o próximo ano, há novidades ao nível de rotas?
Neste momento, é prematuro falar em novas rotas, porque, apesar de serem processos longos, as companhias tomam a decisão no último minuto. Antigamente, havia a ideia que as rotas tinham que ser anunciadas vários meses antes para começar logo as vendas, mas, por vezes, há questões de oportunidade que podem fazer com que uma rota abra ou não. Portanto, prefiro não avançar nada, corria um forte risco de errar e também porque o trabalho que fazemos assenta numa confiança mútua. Muitas vezes, apresentamos um ‘business case’ idêntico a duas companhias, por isso, essa é uma relação de confiança que temos que garantir até ao último minuto. Costumo dizer que os aeroportos fazem o seu trabalho, mas as companhias aéreas é que abrem as rotas e devem ser elas a anunciá-las.
Fazemos um trabalho contínuo de procura de novos mercados, há oportunidades de desenvolvimento de novas rotas em Lisboa e no Porto, nomeadamente no longo curso, como o mercado asiático e o norte-americano. E não nos podemos esquecer que a TAP tem tido aqui um papel importante, com a aposta nos EUA, que está longe de estar no máximo do seu potencial.
Estamos focados no desenvolvimento de oportunidades no longo curso, em Lisboa e Porto, rotas que, a acontecerem, só chegam daqui a dois ou três anos, dificilmente antes e é preciso ter noção que, à medida que navegamos para mercados mais distantes, com os quais temos menores afinidades, torna-se mais difícil argumentar os nossos ‘business cases’. Temos o exemplo da companhia coreana Asiana, que está a fazer um voo de teste, para perceber qual é a reação do mercado. Quando se abre uma rota, não quer dizer que ela vá ficar para sempre, muitas vezes fecha porque não funciona. A rota da Beijing Capital Airlines é um bom exemplo, não resultou à primeira tentativa, fechou e voltou a abrir em outro modelo.

Portanto, é nos mercados dos EUA e asiático que a ANA está a insistir. Que tipo de promoção está a ser feita para divulgar os aeroportos nacionais?
Trabalhamos em parceria com o Turismo, com o Turismo de Portugal e com as associações regionais, mas há dois tipos distintos de promoção: a que fazemos junto das companhias, para promover os nossos ‘business cases’, onde é importante estarmos de braço dado com os Turismos, porque nos ajudam a passar a mensagem do potencial que as companhias podem esperar. Esse trabalho assenta num triângulo dourado: companhias aéreas, aeroportos e Turismo. Quando se consegue pôr esse triângulo a funcionar, há bons resultados. Portugal tem sido um exemplo nessa matéria, existe um bom nível de coordenação, o que nos permite apresentar às companhias as oportunidades de negócio de forma integrada. Isso é, claramente, um fator diferenciador.
Depois, a partir do momento em que as rotas abrem, há um trabalho de promoção turística e passa por garantir que existe visibilidade das operações. Esse é um momento em que, de forma coordenada, cada um tem o seu papel. O Turismo tem o papel de garantir que existe promoção dos destinos para dinamizar a procura e nós temos que garantir que as operações correm da melhor forma e que as pessoas que nos visitam, pelo menos na parte aeroportuária, têm uma experiência positiva.
Apesar de estarmos focados no longo curso, não abandonámos o mercado europeu e estamos a trabalhar na consolidação da operação e na identificação de oportunidades, mais em Faro, Madeira e Açores. É um mercado que continuamos a trabalhar, em paralelo com o longo curso.

Slots
É público que a Qatar Airways esteve vários meses à espera de conseguir slot em Lisboa. A abertura do Montijo, vai tornar mais célere esta resposta?
A Qatar Airways esteve algum tempo à espera porque o aeroporto de Lisboa está a entrar na sua capacidade teórica máxima. Continuam a existir slots, não são é nos horários que as companhias gostariam ou colocam um desafio operacional acrescido. No caso da Qatar Airways, existiam slots, mas não seriam os mais apetecíveis, mas foi possível encontrar uma solução.
Com a construção do aeroporto do Montijo e as intervenções na Portela, vamos aumentar a capacidade, e é por isso que estamos a investir nesta solução, exatamente para que tenhamos mais capacidade e para tornar mais fácil a operação das companhias aéreas.

Há também quem reclame uma revisão do modelo de atribuição de slots. Qual é a posição da ANA?
A revisão do modelo de alocação de slots não depende da ANA. A alocação de slots segue um conjunto de regras internacionais e europeias. Na génese dessas regras está a IATA e a coordenação é feita por uma entidade independente da ANA que, por questões históricas, está dentro da estrutura da ANA, mas tem que ser autonomizada. Já houve avisos da União Europeia, que veio alertar que o Estado português está numa situação de irregularidade, porque estas entidades devem ser independentes de aeroportos e companhias aéreas, para que a alocação seja feita de acordo com as regras e de forma transparente.
A questão é se as regras e a forma como é feita a alocação de slots está alinhada com as necessidades de hoje e há, atualmente, algumas reflexões a nível europeu sobre se, de facto, o sistema de regras é o que tem melhores resultados para o todo, não só para os aeroportos. Há vários estudos, inclusive do Airport Council International sobre essa matéria. Diria que, necessariamente, o sistema de alocação de slots já tem alguns anos e terá que ser repensado para fazer face àquilo que é, hoje, a realidade .

A questão dos slots tem motivado queixas da operação turística, que tem dificuldades para montar operações charter, nomeadamente no verão, e já houve necessidade de desviar operações para Beja. Que garantia pode deixar aos operadores que isso não se repete?
Os voos charter têm um processo de atribuição de slots diferente. No ano passado, foi necessário fazer operações a partir de Beja, mais uma vez porque, havendo slots, os horários não eram adequados.
Temos uma excelente relação com a APAVT e trabalhamos em parceria num conjunto de temas, porque o negócio deles é o nosso negócio e, no ano passado, esta decisão foi tomada em conjunto com a APAVT e com os operadores que tinham as operações. Este ano, isso não aconteceu e foi possível acomodar as operações, porque depende do perfil de cada operação. Ou seja, não é uma coisa linear e, por isso, é difícil dizer se vai voltar a acontecer ou não. Há dois anos, houve um efeito surpresa, ninguém estava à espera daquele crescimento, mas o importante é que nenhuma operação ficou por fazer.

Montijo
O Montijo é uma solução para quanto tempo? Com os sucessivos recordes em Lisboa, não corremos o risco de, em poucas décadas, voltarmos a ter um aeroporto esgotado?
O que a história demonstra é que o crescimento do tráfego não é linear, faz-se de ciclos, com crescimentos mais fortes ou mais moderados, o que está ligado à conjuntura. Ou seja, tem existido um crescimento constante, mas com picos mais fortes e outros mais lentos, e pontualmente decréscimos, que acontecem quando há crises internacionais. Mas não podemos confundir a tendência de crescimento médio do tráfego, a médio/longo prazo, com aquilo que são momentos pontuais de crescimento acelerado, como aconteceu em Lisboa. Se recuarmos cinco anos e olharmos uma década para a frente, percebemos que, em média, crescemos o mesmo, só que muito depressa nos primeiros cinco anos e um pouco mais devagar nos seguintes. Portanto, a previsão que temos para Lisboa é perfeitamente compatível com a solução proposta, a junção do aeroporto de Lisboa com o Montijo.
Nos últimos cinco anos, crescemos a dois dígitos, mas nunca alguém se manteve a crescer a 10% eternamente. Isso não existe, as coisas não funcionam assim. Quando fazemos previsões a longo prazo, temos que olhar para as tendências e as previsões dizem-nos que a solução do Montijo é adequada.

A ANA falou numa diferenciação de taxas para atrair as companhias para o Montijo. Que outros incentivos estão previstos?
O mais importante do Montijo é a capacidade e disponibilidade de horários. Quando abrir, o Montijo terá zero slots históricos e vai representar uma oportunidade única para as companhias que já operam na Portela e para aquelas que ainda não voam para Lisboa, inclusive para a operação turística. Vão ter à sua disposição horários que não encontram na Portela. Mesmo com as intervenções que se vão fazer, o crescimento dos horários mais ocupados será marginal comparado com o Montijo. Esse, para mim, é o principal incentivo que qualquer companhia pode ter para voar para o Montijo.
O segundo factor tem a ver com o tipo de aeroporto que se vai construir. Ao contrário daquilo que se diz, o Montijo não vai ser um aeroporto de segunda, vai ser um aeroporto focado em garantir eficiência para as companhias e uma experiência diferenciadora para passageiros. Isto também é um atrativo importante.
Depois, obviamente que as condições económicas são importantes e, por isso, anunciámos uma diferenciação de taxas entre os dois aeroportos, mas é cedo para dizer como o vamos fazer. Podemos falar de diferentes combinações, só com incentivos ou diferença tarifária, não está fechado.

A ANA manifestou surpresa pelas medidas de compensação ambiental pedidas pela APA para o Montijo. O que é que surpreendeu?
Há um processo em curso e estamos a analisar as medidas propostas, mas não nos ficaria bem estar a enviar respostas pela comunicação social, não tem sido essa a nossa postura. Todo o processo de impacto ambiental do aeroporto tem seguido o seu curso e julgo que deve continuar assim até ao fim.

Portela
Além da capacidade limitada, há muitas queixas sobre a atuação do SEF no aeroporto de Lisboa e isso afeta também a imagem da ANA. Como se ultrapassa o problema do SEF?
A boa notícia é que há, hoje, uma maior preocupação com o assunto, já ultrapassámos o ponto em que existia falta de perceção e se pensava que a culpa era da ANA. Creio que já estamos no ponto em que se percebe que a ANA tem um papel, enquanto disponibilizador da infraestrutura e coordenador das várias entidades que atuam na infraestrutura. Este é o papel da ANA e tentamos fazê-lo da melhor forma. Depois, cada entidade – SEF, alfândega ou PSP – tem que prestar o seu serviço dentro dessa infraestrutura e, de preferência, de forma coordenada com a ANA, que é quem tem a visão global do todo.
É importante referir que houve melhorias, talvez ainda estejam longe do desejado, mas houve melhorias. Parte dessas melhorias vêm deste conhecimento daquilo que compete a cada parte. Neste momento, a infraestrutura que a ANA disponibiliza ao SEF tem a capacidade necessária, mas ainda é preciso um esforço do SEF para dimensionar as equipas para estar ao nível do serviço que deve ser prestado. Quando aumentarmos a capacidade do aeroporto, teremos que aumentar a capacidade do SEF, porque aí ficaríamos nós em situação deficitária.

Até quanto vai aumentar a capacidade da Portela com as intervenções?
Aquilo que temos previsto é, no prazo da concessão, aumentar até 72 movimentos com o Montijo, mas será gradual, até porque não precisa de ser imediato, não teríamos procura, mas garantimos essa possibilidade. A primeira fase está agora a ser trabalhada, mas não depende só da ANA, é um trabalho interligado.

A ANA tem vindo a introduzir uma série de inovações tecnológicas, que também contribuem para reduzir os tempos de espera. Que novidades se seguem?
Acompanhamos de perto a evolução dessas tecnologias, é uma área que nos diz muito, por dois motivos: um é muito prático, está relacionado com os tempos que vivemos e passa por otimizar a utilização da capacidade. De facto, hoje, temos soluções que já estão instaladas em Lisboa e que nos permitem, dentro da capacidade disponível, melhorar a experiência do passageiro. A nova área de check-in em Lisboa é exemplo disso, consegue ter níveis de processamento muito mais rápidos que o check-in tradiconal, assim como as novas máquinas do controlo de segurança, que evitam que tiremos os líquidos e o computador da mala. Isso melhora a eficiência e a experiência do passageiro, se o passageiro tiver uma boa experiência aeroportuária, isso significa que os processos estão bem alinhados.

Há planos para introduzir a biometria em Portugal?
Um dos projetos que temos em estudo é exatamente um projeto de biometria. Vao permitir que os passageiros façam todo o processo de embarque apenas com o seu rosto. Contamos avançar em breve com um teste-piloto no Terminal 2.
Para dar uma ideia da importância que damos a esta questão, o aeroporto de Lisboa foi escolhido, entre os aeroportos da Vinci Airports, para ser um centro de excelência na gestão de fluxos. Isto quer dizer que, dessa rede de 46 aeroportos, é em Lisboa que vão ser testadas as inovações.

 Madeira e Faro
Na Madeira e em Faro tem existido diminuição de tráfego por causa da falência de algumas companhias aéreas. Esse tráfego já está a ser reposto?
É preciso perceber que Faro e a Madeira são os destinos da nossa rede onde a concorrência é mais forte e são os aeroportos mais expostos à conjuntura económica, porque são aeroportos turísticos.
Claramente as falências de algumas companhias aéreas nos últimos anos têm sido negativas, mas em conjunto com os parceiros regionais, temos conseguido minimizar o impacto dessas falências, o que evitou uma perda significativa de tráfego este ano. Obviamente, temos consciência que precisamos continuar a trabalhar para encontrar novas formas de diversificação de mercados.

Em Faro há ainda o problema da Ryanair, que chegou a anunciar o encerramento da base. Em que ponto está a situação?
A Ryanair já anunciou que decidiu não fechar a base, fechou quatro bases em Espanha, mas não fecha Faro. Há uma redução dos voos no Inverno, porque Faro tem uma enorme sazonalidade, é uma realidade, mas quando ponderou, a Ryanair decidiu manter a base, com uma operação importante no verão.

Foi uma decisão só da companhia ou houve algum incentivo?
As decisões são sempre das companhias, mas obviamente houve um envolvimento forte da ANA e do Turismo de Portugal, para perceber de que forma poderíamos trabalhar com a companhia para ultrapassar a situação. Um destino turístico como o Algarve não pode ficar de braços cruzados com uma notícia destas, seríamos irresponsáveis se não tivéssemos reagido. Não quero resumir isto aos incentivos, porque, em conjunto, conseguimos demonstrar à companhia aérea que o encerramento não seria a melhor solução.

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Soltour Travel Partners quer oferecer em Portugal muito mais que destinos de Sol & Praia

Também em Portugal, o objetivo da Soltour Travel Partners “é proporcionar às agências de viagens um portefólio mais amplo e não só de destinos de Sol & Praia que caracterizam o operador turístico”, declarou ao Publituris, o delegado da empresa no nosso país, Luís Alexandrino. E acrescentou que “com a Soltour Travel Partners, as agências de viagens vão poder beneficiar de um conjunto de soluções que será muito interessante tendo em conta os novos partners já anunciados.

Após um ano de 2022 considerado positivo, destacando-se os destinos das Baleares e Canárias, o delegado da Soltour Travel Partners em Portugal, Luís Alexandrino declarou ao Publituris que, “em 2023 esperamos superar os números de 2019, crescer e oferecer um portefólio completo de serviços aos nossos clientes, que são agências de viagens”.

O responsável avançou que “já temos toda a programação charter delineada e se consideramos os acordos que a Soltour Travel Partners, tem vindo a anunciar com os novos partners é um compromisso verdadeiramente ambicioso na operação turística”.

O que não se sabe, disse, “é como a venda se vai comportar face à escalada do custo de vida, e também não podemos ignorar que temos uma guerra na Europa, fatores estes que poderão condicionar a procura de viagens”.

Luís Alexandrino explica que depois de dois anos limitados pela pandemia, 2022, “foi o ano que nos permitiu fazer uma aposta mais ambiciosa nas operações das ilhas espanholas que foi um verdadeiro êxito. Tanto Maiorca como Menorca, houve necessidade de reforçar a operação dada a elevada procura. Operamos praticamente um charter diário, entre Porto e Lisboa”.

No que se refere ao longo curso, designadamente, Caraíbas, o delegado no nosso país do operador turístico de origem espanhola destacou que “primamos pela rentabilidade e não pela cota de mercado. Oferecemos às agências de viagens o preço justo e real que lhes permitiu obter mais benefício em comprar o produto Soltour tendo em conta o preço médio praticado”.

Operação de verão com novidades
Para este verão, a programação da Soltour à partida de Portugal é vasta e traz algumas novidades. Segundo Luís Alexandrino “retomamos a operação charter em voo direto de Lisboa para Samaná com a companhia  World2Fly, todas as sextas-feiras de 30 de junho a 08 de setembro, será um destino exclusivo Soltour”. Conta ainda que, como estreia, “temos o destino de Albânia com companhia Air Albânia onde operaremos de Lisboa e Porto, uma frequência semanal aos domingos de 25 de junho a 10 de setembro. Também retomamos a operação de Almeria do Porto às quartas-feiras de 01 de julho a 10 de setembro”.

Em relação às ilhas espanholas, entre Lisboa e Porto, “iremos operar com companhia Air Nostrum/Air Horizont as seguintes frequências:  Maiorca, contamos com nove frequências semanais; Menorca, com sete frequências semanais, Ibiza, três frequências semanais; Tenerife quatro frequências semanais e uma frequência semanal para destino Gran Canária, Lanzarote e Fuerteventura”.

Em 2023 esperamos superar os números de 2019, crescer e oferecer um portefólio completo de serviços aos nossos clientes, que são agências de viagens”

E há mais: O destino de Cabo Verde, será operado pela companhia Smartwings, para ilha do Sal de Lisboa e Porto às quartas-feiras de 28 de junho a 12 setembro e a Ilha da Boa Vista do Porto às terças-feiras de 27 de junho a 12 de setembro, enquanto o destino de Saidia será operado com três frequências semanais com a companhia Air Nostrum de Lisboa e Porto com início a 4 de junho a 24 de setembro.

Em relação às Caraíbas, “temos a operação exclusiva de Samaná de Lisboa e os destinos de Punta Cana e Riveira Maya de Lisboa e Porto, bem como Varadero de Lisboa com a transportadora aérea Wold2fly (partilhado) a partir de abril até final de outubro”, destacou ainda o responsável.

No entanto, a Soltour oferece ao mercado uma programação que se desenrola durante todo o ano. Neste caso, conforme sublinhou Luís Alexandrino, estão “os destinos das Caraíbas à partida de Lisboa e Porto com charter, e regular via Madrid. Contamos também com as cinco frequências semanais de Lisboa para Cancun em voo direto da TAP, onde temos lugares em garantia”.

Entre os destinos mais procurados pelo mercado português constam as ilhas espanholas. O delegado da Soltour em Portugal dá conta que “entre Baleares e Canárias, transportamos aproximadamente 30 mil passageiros. É certo que ainda não atingimos os números de pré pandemia, mas temos como objetivo este verão superar os números de 2019”.

Novas parcerias beneficiam Portugal
Se a empresa em Portugal vai beneficiar das novas parcerias recentemente anunciadas pela Soltour Travel Partners, Luís Alexandrino realça que “em 2021 anunciamos o partner  Smytravel que pelas razões conhecidas deixou de fazer parte da Soltour Travel Partners, onde os resultados foram francamente positivos. Agora a estratégia é dar continuidade ao projeto Soltour Travel Partners e como foi recentemente anunciado contamos com a Guest Incoming, WebBeds, Europamundo e Luxtours”.

Assegurou que a Soltour vai passar a oferecer ao mercado português todo esse conjunto de novo produtos. “O objetivo é proporcionar às agências de viagens um portefólio mais amplo e não só de destinos de Sol & Praia que caracterizam a Soltour. Com a Soltour Travel Partners, as agências de viagens vão poder beneficiar de um conjunto de soluções que será muito interessante tendo em conta os novos partners já anunciados”.

Da mesma forma, a nova linha de negócio das costas espanhola e Algarve “vai-nos permitir crescer substancialmente o produto de só hotel nas Costas espanholas e Algarve e oferecer as agências de viagens um produto mais amplo e competitivo”, concluiu.

Acordos e alianças com diferentes parceiros do setor

Durante os últimos meses do ano passado, a Soltour Travel Partners dedicou grande parte dos seus esforços à assinatura de novos acordos e alianças com diferentes parceiros do setor, a fim de oferecer os melhores produtos e serviços às agências de viagens. Com estas alianças, a empresa alargou o seu catálogo de produtos e melhorou a qualidade dos mesmos.
Com a WebBeds, última das parcerias que, desde o ano passado têm sido anunciadas pela Soltour Travel Partners, prevê a criação de um fornecedor de alojamentos com o objetivo de proporcionar uma maior cobertura de hotéis a todas as agências.
Com este acordo, a Soltour considera que aumentará exponencialmente a sua capacidade comercial para oferecer uma vasta gama de hotéis a partir de 2023.
De referir que a WebBeds é um dos principais fornecedores mundiais de serviços de alojamento e distribuição de produtos terrestres para a indústria de viagens, diferenciando-se pela escala global.
A empresa fornece serviços B2B através de mais de 430 mil hotéis distribuídos por todo o mundo, em mais de 16 mil destinos. Desta forma, a WebBeds tem contratos diretos com mais de 31 mil hotéis independentes e mais de 62 mil hotéis que fazem parte de cadeias globais. Trabalha atualmente com mais de 44 mil clientes e mais de 1.500 profissionais de viagens em mais de 50 países do mundo inteiro.
Pouco antes, e com vista a diversificar ainda mais a sua oferta de destinos, proporcionando maior competitividade às agências de viagens com as quais trabalha, a Soltour Travel Partners tinha anunciado a sua associação à Luxotour, operador de viagens com mais de 40 anos de experiência especializado em Marrocos, mas que trabalha outros destinos em vários continentes, como Egito,
Jordânia, Israel, Turquia, Cabo Verde, Senegal, Maldivas, Peru, Argentina e Canadá, entre outros, e tem a sua própria DMC em Marrocos e Tunísia.
Criada em 1980, a Luxotour disponibiliza programas turísticos completos com circuitos, estadias com voos, transferes, excursões e todo o tipo de produtos para mais de 100 destinos diferentes. Conta ainda com um departamento para grandes viagens, um para grupos e um terceiro para viagens de incentivos, disponibilizando os seus produtos exclusivamente através de agências de viagens.
Com a Europamundo, a empresa aliou-se para promover as viagens em circuitos internacionais. A Europamundo, que faz parte do Grupo JTB, fundado no Japão há mais de 110 anos, tem circuitos próprios em todos os continentes, exceto na Antártida, com 1.972 tours diferentes em 2022, 142 mil passageiros por ano (provenientes de 83 países) e 1.200 pontos de venda na Península Ibérica, permitindo aos viajantes descobrir a essência e a cultura de cada lugar de uma forma mais pessoal e exclusiva.
Este operador de circuitos internacionais se caracteriza por oferecer produtos flexíveis com viagens de três a 36 dias, dependendo das preferências de cada viajante, recorrendo à sua própria tecnologia que tem sido remodelada e melhorada ao longo dos anos.
Da mesma forma, a Soltour Travel Partners estabeleceu uma parceria com a Guest Incoming para lançar uma nova linha de negócios costeira especializada em sol e praia, que inclui as costas espanholas e o Algarve. A agência de viagens para o Mediterrâneo, que conta com contratação direta de cerca de dois mil hotéis, é considerada líder em serviços e novas tecnologias.
Costa Brava e Costa de Barcelona, assim como Costa Dorada, Costa Blanca (Benidorm-Gandia), Murcia, Costa del Sol (Torremolinos, Benalmadena, Fuengirola), Costa de la Luz (Matalascañas) e o Algarve são as zonas incluídas na nova linha de negócio. Na sequência do acordo com a DMC nasce o Soltour powered by Guest Incoming.

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Nova Edição: O balanço de 2022 e as perspectivas para 2023 no turismo, os segredos da Allways, autocaravanismo e dossier tecnologia

A primeira edição de 2023 do Publituris tem com tema principal o balanço de 2022 e as perspectivas para 2023 feitas por alguns ‘stakeholders’ do setor do turismo. Além disso, a edição revela os segredos do “luxury” da Allways Unique Travel Designers, o segmento do autocaravanismo e um dossier sobre tecnologia no turismo.

Publituris

A primeira edição do jornal Publituris faz capa com um balanço de 2022 e as perspectivas para o ano que agora se inicia. Para o efeito, o jornal Publituris ouviu vários intervenientes do setor que antecipam um ano incerto em, por isso, com um otimismo moderado.

A crescente inflação, subida das taxas de juros, menor rendimento disponível por parte das famílias, além da guerra na Ucrânia foram os problemas mais apontados por Francisco Calheiros (CTP), João Fernandes (Turismo do Algarve), Pedro Machado (Turismo do Centro), António Marques Vidal (APECATE), Luís Araújo (Turismo de Portugal), Berta Cabral (Turismo dos Açores), Vítor Costa (Turismo de Lisboa), Eduardo Jesus (Turismo da Madeira), Vítor Silva (Turismo do Alentejo), Eduardo Santander (ETC), Julia Simpson (WTTC), Pedro Costa Ferreira (APAVT), Adriano Portugal (Mercado das Viagens), Álvaro Vilhena (Viajar Tours), Luís Henriques (Airmet), Tiago Encarnação (Lusanova), Amaro Correia (Iberobus), Eduardo Cabrita (MSC Cruzeiros), Paulo Pinto (Europcar), Francisco Teixeira (Melair Cruzeiros), Joaquim Robalo de Almeida (ARAC), José Lopes (easyJet), Marie-Caroline Laurent (CLIA) e Paulo Geisler (RENA).

Na “Distribuição”, damos a conhecer (alguns) segredos da Allways Unique Travel Designers, uma marca do grupo Travelstore, que atua no segmento “luxury”.

O dossier desta edição é dedicado à Tecnologia. Tendo a pandemia realçado a relevância da tecnologia e digitalização para a recuperação e o avanço da indústria das viagens, esta veio demonstrar a necessidade de acelerar os processos.

Além de ouvidas várias opiniões de quem está no terreno, também damos a conhecer algumas das soluções implementadas pela HiJiffy, Paraty Tech, Amadeus, Mastercard, Travelport, Roiback, Google, Optigest, XLR8RM, CLEVER/HOST e Vasco.

Para fechar, fazemos uma análise ao mercado do autocaravanismo que, depois de ter sido um dos segmentos turísticos com maior aumento de procura durante a pandemia, continua em alta e revela expectativas positivas para o futuro.

Além do Check-in, as opiniões pertencem a Jaime Quesado (economista e gestor), Dana Dunne (eDreams ODIGEO) e António Paquete (economista e consultor de empresas).

Boas leituras!

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W Algarve contrata novo diretor de marketing e comunicação

Henrique Pires é a nova aposta do W Algarve para dirigir o departamento de marketing e comunicação da unidade hoteleira, como anunciado em comunicado.

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Com 11 anos de experiência no setor hoteleiro, o profissional setubalense começou o seu percurso profissional no Pine Cliffs Hotel, passou pelo Waldorf Astoria Ras Al Khaimah e fez carreira na cadeia Minor Hotels, onde foi responsável pelas áreas do marketing e comunicação dos Anantara Hotels & Resorts e dos Tivoli Hotels & Resorts, em Portugal.

Chega agora ao recém-aberto W Algarve, onde irá desempenhar funções como diretor de marketing e comunicação.

“Estou muito contente e entusiasmado por me juntar à fantástica equipa do W Algarve e abraçar este novo desafio. É um grande orgulho para mim trazer as minhas ideias e visão para um hotel que abriu há cerca de meio ano e que já conquistou tanto terreno na região”, garante Henrique Pires.

O W Algarve marca o primeiro Hotel da marca W a abrir em Portugal. Situado no topo das icónicas falésias do sul de Portugal, o recém-aberto W Algarve junta-se à família de W Escapes, oferecendo “uma mistura de descontração à beira-mar com uma energia exuberante”, como referido em comunicado.

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Grupo Onyria duplamente nomeado nos European Excellence Awards 2022

O Grupo Onyria está duplamente nomeado para os European Excellence Awards 2022, onde está a concorrer em shortlist nas categorias Travel & Tourism e Internal Communications.

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O Onyria, grupo de gestão hoteleira com mais de 30 anos, detém o hotel de cinco estrelas Onyria Quinta da Marinha, onde foi desenvolvido o projeto de comunicação interna “Trading Places” (Inverter os papéis) – que valeu as duas nomeações do grupo para este concurso.

O projeto consistiu na ideia de inverter os papéis dos colaboradores do Onyria Quinta da Marinha Hotel, tornando-os hóspedes por um dia.

A iniciativa surgiu no seguimento dos dois anos de pandemia, como forma de compensar a resiliência da equipa. Os colaboradores “transformaram-se em clientes de luxo e carregaram energias para o verão de 2022, o momento de regresso à normalidade”, como o grupo indica em comunicado.

“Não há sucesso em hotelaria sem talento humano e esta foi uma forma de celebrarmos o nosso talento, numa altura decisiva para o turismo em Portugal. Estas nomeações são muito positivas porque vêm demonstrar o nosso empenho para fazer um trabalho de excelência, não só de forma externa, como interna”, afirma o diretor do Onyria Quinta da Marinha Hotel, João Pinto Coelho.

Os vencedores serão conhecidos a 9 de dezembro.

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O futuro das acessibilidades em debate no Congresso da AHRESP

O futuro do aeroporto, não só de Lisboa como das restantes vias aéreas portuguesas, marcou a sessão paralela, onde ainda houve tempo para falar das questões da ferrovia nacional e os problemas de ligação a Espanha.

Carla Nunes

O futuro das acessibilidades em Portugal esteve em debate numa das sessões paralelas do Congresso da AHRESP, que começou esta sexta-feira, 14 de outubro, no Convento de São Francisco, em Coimbra.

A sessão começou com um aviso por parte de Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP): “Se não tivermos rapidamente infraestruturas de mobilidade que respondam às necessidades das pessoas, principalmente um novo aeroporto, mais moderno e em condições de receber mais volume [de pessoas], podemos mais tarde ou mais cedo começar a perder turistas para outros destinos”.

Num discurso pautado pela necessidade de que “não podemos perder mais tempo” em relação ao futuro do aeroporto de Lisboa, Francisco Calheiros coloca os números em cima da mesa.

“Não canso de o dizer: segundo um estudo apresentado pela CTP, a não decisão sobre o novo aeroporto terá no mínimo um custo de quase sete mil milhões euros, menos 28 mil empregos e uma perda de receita fiscal de 2 mil milhões por ano”, frisa.

Os intervenientes da sessão, que contou com a participação de Eugénio Fernandes, CEO da euroAtlantic Airways, José Luís Arnaut, presidente do Conselho de Administração da ANA – Aeroportos de Portugal e Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT procederam desta forma a debater as várias possibilidades para o aeroporto, com Luís Arnaut a referir-se em tom jocoso à procura de localização de aeroportos como “um desporto nacional”.

Para Pedro Costa Ferreira, “uma das poucas cosias que nos aproxima da realidade” passa pela realização de obras no aeroporto da Portela, por considerar que “nesta década não vamos ter solução”.

Lembra ainda que “as acessibilidades aéreas não são só em Lisboa”, reportando-se aos aeroportos de Porto Santo – que afirma não ter condições e precisar de obras – e o da Madeira, “com restrição de operacionais que foram definidas em 1964”.

“A tecnologia melhorou no âmbito da pista [do aeroporto da Madeira], a pista foi aumentada, melhorou nos aviões, melhorou na formação, [mas] mantém-se os mesmos limites, e julgo que é o único aeroporto internacional no mundo em que os limites não são recomendatórios, mas são mandatários. Ninguém toca nisto, e isto fere a região”, explica.

Quanto à solução de aproveitar a infraestrutura de Beja, Eugénio Fernandes lembra que esta “peca por pequenas coisas: não tem abastecimento de combustível, fecha ao fim de semana, não tem serviço 24 horas e se quisermos aterrar passageiros que não são do espaço Schegen, não há SEF”.

Por essa razão, e dada a logística adicional desta opção, o CEO da euroAtlantic Airways defende que “o que for mais rápido é o melhor” – neste caso, “do ponto de vista teórico e sonhador”, uma solução rápida de Portela +1, que sabe “que agora não será possível, estamos num contexto diferente”.

Quanto à opção de Santarém, Pedro Costa Ferreira é taxativo ao assegurar que esta representa “mais 24 anos de diálogo”.

“Se estivermos à procura de uma decisão que não tenha vozes contrárias, não vamos ter mais aviões em Portugal. Fazer políticas é fazer escolhas. Assusta-me que seja necessário um consenso para o aeroporto”, declara.

“O fenómeno do entroncamento”

E porque, como Pedro Costa Ferreira lembra, “os problemas das acessibilidades não são só aéreas” a ferrovia também foi discutida na sessão, tendo sido caracterizada pelo presidente da APAVT como o “fenómeno do entroncamento” dadas as 8h40 necessárias para chegar de Lisboa a Madrid – incluindo, também, uma passagem pelo Entroncamento.

Afirma ainda que “do ponto de vista de sustentabilidade, os voos de curta duração vão ser muito atacados” e que nos encontramos “muito dependentes dos voos curtos nalguns mercados muito importantes para [o país]”. Aliás, José Luís Arnaut precisa que 94% dos turistas que visitam Portugal vêm de avião.

“Somos um país periférico, é obvio que temos de fazer um trabalho grande e estamos atrasados décadas na ligação com comboios rápidos com Espanha”, afirma Arnaut.

A encerrar o tema da ferrovia, Eugénio Fernandes acredita que “se houver uma conectividade grande a Madrid, e uma conectividade boa internamente, vamos conseguir desenvolver muito o turismo e o Interior”.

Numa nota final, reportando-se ao tema do congresso, Francisco Calheiros defende que esta não é “uma questão nem de utopia, nem de sobrevivência, é sim uma necessidade cada vez mais atual que as empresas devem ter em conta”.

“Continuamos a viver tempos desafiantes. O turismo, porém, continua resiliente. É praticamente unânime que se não fossem as receitas do turismo a receita seria muito menor”, termina o presidente da CTP.

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AHRESP revela programa do próximo congresso em Coimbra

O congresso terá cerca de 60 oradores, 12 sessões paralelas e cinco workshops de parceiros, além de duas sessões plenárias.

Carla Nunes

O próximo Congresso da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), que decorre de 14 a 15 de outubro no Convento de São Francisco, em Coimbra, já tem um pré-programa definido.

Sob o tema, “Sustentabilidade: utopia ou sobrevivência?”, o congresso terá cerca de 60 oradores, 12 sessões paralelas e cinco workshops de parceiros, além de duas sessões plenárias.

A primeira sessão plenária, a cargo de Luís Marques Mendes, abre com o tema “Que conjuntura política e social teremos em 2023?”. Já a segunda sessão plenária vai consistir numa conversa entre a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, com as jornalistas Rosário Lira e Rosália Amorim, que serão também moderadoras em várias sessões paralelas.

De destacar ainda a sessão de abertura, que conta com a presença de Carlos Moura, presidente da direção da AHRESP, Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro de Portugal, António Costa e Silva, ministro da Economia e do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A sessão de encerramento, onde serão lidas as conclusões do congresso, ficará a cargo da Secretária de Estado do Turismo, Congresso e Serviços, Rita Marques.

Ao longo dos dois dias de congresso, as sessões paralelas tratarão temas como o futuro das acessibilidades em Portugal, a sustentabilidade económica e ambiental, a influência do digital na vida das empresas, entre outros assuntos, que podem ser consultados no programa disponível no website da AHRESP.

“O Congresso AHRESP surge no momento em que a recessão bate à porta da Europa, o que pode não deixar ninguém imune – nenhum país e nenhuma atividade – nem mesmo aquela que teve indesmentível recuperação no verão, mas insuficiente para fazer face aos desafios que se colocam à economia nacional como um todo e, em casos muito concretos, aos diversos setores da atividade turística”, refere a associação em comunicado.

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Hospitality Talks
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“Hospitality Talks” reúnem hoteleiros e empresas tecnológicas para mitigar escassez de mão-de-obra no setor

A iniciativa conjunta da HiJiffy, RM hub, Climber RMS e OTA Insight vai juntar “cerca de uma centena de gestores hoteleiros”.

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A 11 e 13 de outubro, em Lisboa e Porto, respetivamente, hoteleiros e especialistas em tecnologia vão reunir-se nas “Hospitality Talks” para discutir formas de mitigar a falta de trabalhadores no setor.

A iniciativa conjunta da HiJiffy, RM hub, Climber RMS e OTA Insight vai juntar “cerca de uma centena de gestores hoteleiros” com o objetivo de identificar “os contextos em que a adoção de soluções tecnológicas e de revenue management podem funcionar como um trunfo na mitigação desta problemática”, indica a HiJify em comunicado.

As conclusões das Hospitality Talks serão incluídas num plano estratégico, “posteriormente disponibilizado aos diferentes stakeholders”, desde players da indústria, até decisores políticos. O intuito passa por “catalisar um compromisso conjunto no sentido de converter Portugal num exemplo de sucesso a nível a europeu”.

“É fundamental esclarecer que a adoção de soluções tecnológicas não visa eliminar a componente humana, muito pelo contrário. O objetivo passa antes por automatizar tarefas repetitivas e de baixo valor acrescentado, maximizando a eficiência de processos”, sublinha Tiago Araújo, CEO da HiJiffy, no respetivo comunicado.

A mesma mensagem é reforçada pelo CEO da RM Hub, Rudi Azevedo, que explica que “a tecnologia permite que as empresas possam canalizar esforços para as áreas operacionais, podendo desta forma direcionar o seu esforço para melhorar a experiência do cliente externo e interno”.

Evento limitado a 50 participantes por edição

Os hoteleiros interessados em fazer parte das Hospitality Talks devem formalizar a inscrição gratuita na edição de Lisboa, que terá lugar a 11 de Outubro, no NEYA Lisboa Hotel, às 9h00, através deste link.

Por sua vez, os interessados em participar na edição do Porto, que decorre a 13 de outubro no Selina Navis Cowork, às 14h00, poderão fazê-lo gratuitamente através deste link.

O evento será limitado a 50 participantes, “por forma a assegurar um envolvimento ativo de todos os presentes”. No entanto, a HiJiffy sublinha que ainda existem vagas disponíveis.

Além das conclusões resultantes dos diferentes painéis de discussão, os hoteleiros serão também chamados a participar num inquérito final. Todos os insights serão depois plasmados num documento que visa funcionar como um plano estratégico.

“Com a iniciativa ‘Hospitality Talks’ procuramos trazer não só os dados e tendências mais relevantes e atuais do mercado hoteleiro, mas também partilhar dicas de como trabalhar com a falta de staff e manter uma estratégia de sucesso”, remata Joanna Tomaszkiewicz, responsável da OTA Insight.

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Hotel Vila Raia
Alojamento

Idanha-a-Nova recebe nova unidade de três estrelas

O verão é visto pelo General Manager do Hotel Vila Raia como “a época de eleição para atrair clientes”, devido aos atrativos da zona.

Carla Nunes

A zona da Raia acabou de ganhar mais quartos com a abertura do Hotel Vila Raia, em Idanha-a-Nova, Castelo Branco. A unidade de três estrelas acrescenta assim 26 quartos à região, num investimento que já superou um milhão de euros.

Os quartos, todos com twin bed, “seguem um modelo muito utilizado em Espanha, podendo-se juntar as camas sempre que o cliente desejar”, como explica Jorge Humberto, General Manager do Hotel Vila Raia.

Ao alojamento juntam-se valências como uma piscina exterior, sauna e jacuzzi, bem como uma sala de reuniões e estacionamento próprio. O edifício da unidade encontrava-se fechado há oito anos, pelo que foi necessário proceder a restauros, pinturas e à impermeabilização da piscina, de acordo com o General Manager.

O responsável aponta que esta unidade “será mais procurada pelo cliente que  quer fugir da agitação das grandes cidades e procura um sítio calmo e sossegado para carregar baterias”. O verão é visto como “a época de eleição para atrair clientes”, dados os atrativos da zona.

“Temos praias fluviais, aldeias históricas e boa gastronomia perto do hotel. Estamos inseridos numa região rica em eventos e que atraem muita gente de fora”, justifica Jorge Humberto.

Por se tratar de um novo hotel, o responsável afirma que não têm “qualquer historial em que possamos basear a nossa perspetiva [de reservas futuras]”. No entanto, mantém-se otimistas, dadas as reservas realizadas “na primeira e segunda semana de abertura e para a última semana de setembro”.

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Carrís Porto Ribeira contrata Simão Cruz para direção de vendas

O profissional conta com várias experiências na vertente hoteleira, somando passagens pelo Grupo Tivoli e pela Blue & Green Hotels.

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A Carrís Hoteles contratou Simão Cruz para assumir o cargo de diretor de vendas do Carrís Porto Ribeira.

O profissional conta com várias experiências na vertente hoteleira, somando passagens pelo Grupo Tivoli, onde assumiu funções de Corporate Account Manager, e pela Blue & Green Hotels, onde desempenhou o cargo de Iberian Market Manager em todas as vertentes de negócio – Corporate, MICE e Leisure. Posteriormente, Simão Cruz foi responsável pela planificação e reposicionamento do Santa Luzia ArtHotel, em Guimarães, enquanto Sales & Marketing Manager.

A Carrís Hoteles é uma cadeia hoteleira com unidades hoteleiras distribuídas pela Galiza e o Norte de Portugal. Atualmente, dispõe de seis hotéis localizados no Porto (Carrís Porto Ribeira), A Coruña (Carrís Marineda), Ferrol (Carrís Almirante), Santiago de Compostela (Carrís Casa de la Troya e Monte do Gozo) e Ourense (Carrís Cardenal Quevedo).

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Marta Paixão assume funções como Events Manager no Lisbon Marriott Hotel

A profissional iniciou a sua carreira como Groups & Events Coordinator / MICE no Sana Metropolitan Hotel, em 2014.

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O Lisbon Marriott Hotel contratou Marta Paixão para ocupar o cargo de Events Manager na unidade.

Licenciada em Direção e Gestão Hoteleira no ESHTE – Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, bem como mestranda em Ciências Empresariais pelo Instituto Superior de Economia e Gestão em Lisboa (ISEG-UTL), a profissional iniciou a sua carreira como Groups & Events Coordinator / MICE no Sana Metropolitan Hotel, em 2014.

Posteriormente, desempenhou funções como Groups & Events Coordinator na Continental Hotels Portugal, em 2016.

“É com imenso entusiasmo que abraço este novo desafio. Ingressar na Marriott International, a maior cadeia hoteleira a nível mundial, é de facto uma realização profissional. O nosso compromisso será, em conjunto com as equipas operacionais, garantir que o sucesso dos eventos seja uma constante”, afirma Marta Paixão em comunicado.

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