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Vítor Filipe, João Pombo, Atílio Forte e Pedro Costa Ferreira fotografados no DoubleTree by Hilton Hotel Lisbon

Agências

APAVT | Histórias do congresso contadas pelos presidentes

O convite aos presidentes da República, os discursos polémicos, as histórias de bastidores e como o congresso da APAVT se tornou um dos eventos mais mediáticos do turismo. São as histórias contadas pelos presidentes da APAVT.

Carina Monteiro

Vítor Filipe, João Pombo, Atílio Forte e Pedro Costa Ferreira fotografados no DoubleTree by Hilton Hotel Lisbon

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APAVT | Histórias do congresso contadas pelos presidentes

O convite aos presidentes da República, os discursos polémicos, as histórias de bastidores e como o congresso da APAVT se tornou um dos eventos mais mediáticos do turismo. São as histórias contadas pelos presidentes da APAVT.

Carina Monteiro
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Artigo publicado na edição de 8 de novembro (1405)

Quando o auditório do Savoy Palace, no Funchal, estiver completo no próximo dia 14 de novembro para a abertura de mais um congresso da APAVT, irá cantar-se o hino nacional como é tradição em todos os congressos da associação e já lá vão 45 edições. A formalidade da ocasião recomenda fato escuro como dress code. Nas primeiras filas estarão os membros da direção e os representantes do governo central e regional como manda o protocolo. Nos primeiros anos do congresso, a pompa e circunstância era ainda maior. No palco estavam os órgãos sociais vestidos a preceito. Nas cerimónias de abertura e de encerramento, sobretudo, era impensável ir sem gravata. Depois, por força do tempo, o protocolo foi aligeirado, em especial nas sessões, que deixaram de ter mesas corridas para passarem a ter confortáveis e modernos sofás. O congresso evoluiu não apenas na forma, como também no conteúdo, existindo pelo meio muitas histórias que alguns recordarão e que outros conhecerão pela primeira vez neste artigo. Foi para contar alguns desses episódios, que têm como protagonistas Presidentes da República, políticos, figuras da sociedade portuguesa, membros da associação e os seus associados que reunimos o testemunho dos vários presidentes da APAVT para que a memória do maior congresso de turismo não se perca. Carlos Luís, Atílio Forte, João Pombo, Vítor Filipe, João Passos e Pedro Costa Ferreira responderam ao desafio e as histórias são contadas nas próximas linhas.

Jorge Sampaio em Macau

Desde sempre que os presidentes da República e os Primeiros-Ministros são convidados para os congressos da APAVT. Desde Mário Soares a Cavaco Silva, passando por Jorge Sampaio. Mas o processo de convite nem sempre foi fácil, que o diga João Passos, presidente da APAVT entre 2006 e 2011. Em 2008, quando a APAVT organizou o congresso em Macau, o então presidente da associação recorda “a luta” para conseguir levar o presidente Jorge Sampaio ao congresso. Jorge Sampaio já não era presidente, mas João Passos tinha assumido o compromisso de conseguir levá-lo a Macau e desistir não era opção, embora estivesse quase a fazê-lo. “Foi muito complicado, de tal maneira que estive quase para desistir, mas conseguimos através do contacto de um amigo que conhecia a Dra. Maria José Rita”, recorda. Depois desse primeiro contacto, o processo tornou-se “facílimo”. “O presidente aceitou, mas na realidade andei, digamos que, com as calças na mão, porque estava a ver que não conseguia levar o presidente Jorge Sampaio que era um compromisso que tinha assumido”.

Embora tenha ido de propósito para o congresso da APAVT, Jorge Sampaio acabou por ter uma agenda própria em Macau. “Era uma figura idolatrada e como tinha sido há dez a entrega de Macau à China, feita por ele, tudo se conjugou. Ele teve uma intervenção espetacular na primeira sessão. Há boa maneira do presidente Jorge Sampaio”, recorda.

A relação com Bernardo Trindade

Mas esta não é a única história do congresso de Macau de 2008. Se há figura que não pode faltar ao congresso da APAVT é o secretário de Estado do Turismo. Na altura era Bernardo Trindade quem ocupava o cargo. A relação com o presidente da APAVT estava um pouco melindrada por algo que sucedeu no congresso do ano anterior, em Búzios. “Foi por causa das low-cost, na altura havia um barulho enorme dos operadores de receptivos, DMC’S, etc, por causa dos subsídios que eram concedidos às low cost para voarem para cá. A abordagem não caiu bem no Dr. Bernardo Trindade”, recorda João Passos. Ness discurso terá dito: “Por causa dos apoios às low cost há companhias de rede com larga tradição no nosso país que simplesmente deixaram de voar para Portugal, porque não tiveram os mesmos apoios que aquelas lograram obter, numa situação que na nossa opinião configura concorrência desleal, onde a transparência aparenta ser um conceito ignorado, tanto mais que estarmos a falar de subsídios em boa parte à custa do erário público.” Depois desse discurso criou-se um mal-estar, que depois terá sido agravado em Macau. “Em Macau fiquei muito aborrecido. Convidámos o SET e ele passou meteoricamente por Macau. Tínhamos montado uma reunião com compradores chineses e não sentimos o mínimo apoio. Naquele balanço que fazemos com os jornalistas no final do congresso, reagi”. “Sempre disse aquilo que pensávamos enquanto direção. Depois ficou tudo bem e o SET foi a todos os congressos”.

Scolari falha congresso

Antes de assumir a presidência da APAVT, João Passos colaborou na organização do congresso desde o tempo de Atílio Forte. Não consegue afirmar se o mais difícil era escolher o local ou os temas do congresso, mas tem uma certeza: o convite aos oradores “era o mais difícil de tudo”. “Queríamos ter sempre oradores e moderadores com algum peso no panorama político. Desde o início dos meus mandatos e já antes isso acontecia. O agente de viagens sempre foi o parente pobre do turismo. Queríamos através deste congresso, que se tornou indubitavelmente o congresso do turismo de Portugal, dar o maior peso possível ao setor”.

Se o convite aos oradores era um processo complexo, o que dizer de uma situação em que o orador cancela a sua participação? Foi o que aconteceu em 2007, no congresso de Búzios. O então treinador da seleção portuguesa, Luiz Felipe Scolari, tinha confirmada a presença como orador mas cancelou a participação. “Já estava em Búzios e recebi um telefonema dele em que me disse: ‘Sr. presidente o meu patrão não me deixa ir. Na altura ele estava a treinar a seleção. Tive que dar a cara e dizer não consegui ter o Scolari. Como também não consegui ter o treinador do Boavista, eu sou do Boavista. A coisa passou”, recorda João Passos.

Em 2001, no congresso no Porto, já tinha acontecido algo semelhante mas com um desfecho diferente. João Passos não era presidente mas recorda que estava tudo preparado para um painel com uma figura conhecida a nível nacional. “Estávamos no Hotel Porto Palácio e o orador não aparecia, felizmente que era cá do Porto. Liguei-lhe e ele estava a meio de uma aula. Tinha-se esquecido. Felizmente a coisa correu bem. Apanhei um susto. Eu e a pessoa que ia moderar, na altura era a Mafalda Bravo. Ela entrou em pânico. Acabou por chegar a horas”.
Para a história dos congressos em que João Passos foi presidente ficam também as conversas de painel que o próprio teve com diversos oradores, entre quais o professor José Hermano Saraiva. Foi no seu primeiro congresso como presidente, em 2006. “Com muita pena minha tive de o interromper ao fim de 46 minutos, mas ainda consegui fazer-lhe duas perguntas. O auditório estava cheio”. João Passos recorda ainda a conversa com Fernando Pinto em palco, no congresso de Búzios em 2007. “Ele estava como administrador da IATA, era um cargo rotativo, e eu andava doido por causa das garantias que as agências de viagens tinham de ter, enquanto que as companhias faliam e não tinham garantias nenhumas, ainda hoje se verifica. Tivemos uma conversa interessante. Mas ele deu a volta. É um homem que admiro bastante e com quem tive relações excelentes”.

O congresso tratado por telefone

O processo de escolha do local do congresso parte muitas vezes do convite de países ou regiões que gostariam de receber o evento. Já esteve para acontecer em diversos locais fora de Portugal, mas por uma ou outra razão, isso não aconteceu. “Éramos contactados por Turismos internacionais, tanto o Brasil, sobretudo Salvador, e também a Madeira, estavam sempre disponíveis para receber o congresso”, conta João Passos.

Em 2010, quando o congresso se realizou na Madeira, o motivo principal foi o temporal que ocorreu em Fevereiro desse ano. Um acontecimento que despoletou uma onda solidária com a região e o congresso acabou por ser uma oportunidade para a promoção do destino após-temporal. Nesse ano, o congresso chegou a estar previsto realizar-se em Brasília. No ano a seguir, no qual João Passos conclui o mandato, chegou a falar-se em Fortaleza e em Buenos Aires, mas o evento acabou por acontecer em Viseu. “Não fazia sentido, em plena crise, estar a fazer congressos fora do continente. Não havia dinheiro para isso, estávamos todos a passar uma fase extremamente complicada. O congresso foi feito praticamente por telefone entre mim e o Pedro Machado, foi uma coisa do outro mundo”, recorda.

O maior congresso de sempre em Marrocos

“Do outro mundo” terá sido também o congresso em Marraquexe, em 1987, e com Carlos Luís como presidente da APAVT [foi presidente entre 1986 e 1991]. Além de ter sido o maior congresso da história da APAVT em termos de participação com 1300 pessoas inscritas, o evento teve inclusive uma missa celebrada pelo então Reitor do Seminário de Fátima, Luciano Guerra. Quem participou ainda hoje se deve lembrar da história curiosa desse congresso. Pouco habituados à culinária do Magreb, a maioria dos congressistas sucumbiu a um estado de enfermidade pouco simpática, digamos assim.

No período de vigência do mandato de Carlos Luís, os congressos alternavam entre Portugal e o estrangeiro. Dois anos depois de Marraquexe, o congresso realizou-se em Torremolinos, em Espanha, e fica para história como aquele em que a TAP assumiu o patrocínio de um dos jantares do programa. “No meu discurso, houve uma polémica de quem oferecia o último jantar. Falei com o nosso amigo Manuel Bastos, diretor comercial na altura da TAP, e ficou prometido que a partir dali o último jantar dos congressos seria sempre oferecido pela TAP”, recorda Carlos Luís.
Neste período, os programas do congresso “eram elaborados em reuniões de direção e era ajustado à atualidade turística. Sempre com um programa social. Nesse aspeto, as empresas gastavam mais dinheiro do que agora. Davam-nos muitas condições”, conta.

Os media e o peso político

Muito embora os congressos até à década de 90 tivessem tido sempre a participação de políticos, foi sob a presidência de Atílio Forte que se introduziu um painel com a participação dos partidos. Essa e outras medidas deram maior mediatismo ao congresso e, por conseguinte, ao turismo. “Estávamos em meados da década de 90 e o turismo, a nível mundial e também em Portugal, começava a conquistar um papel cimeiro do ponto de vista económico e social”, recorda Atílio Forte, que exerceu o cargo de presidente da APAVT entre 1995 e 1997. “Portugal não estava alheio a este factor. Mas, do ponto de vista da mentalidade, o país não estava preparado para este desenvolvimento e para dar relevância a este papel do turismo. Por ventura, terá sido a APAVT uma das associações que teve na linha da frente destas mudanças. Como tal, os congressos da APAVT, no nosso entendimento conjunto, começaram a traduzir isso”, começa por contar. Além dos temas, houve outros aspetos que ajudaram a que os congressos passassem ter mais visibilidade. “Recordo-me que no congresso em Ponta Delgada, em 1995, foi a primeira vez que houve um painel em que os políticos participaram. Depois durante muitos anos, esse painel continuou a existir”, lembra. Foi também a primeira vez que se utilizaram ecrãs gigantes no congresso da APAVT. “Nós, que organizávamos congressos, reuniões, incentivos, não estávamos a utilizar algumas das soluções que vendíamos aos nossos clientes”, conta. “O congresso da APAVT tinha a obrigação de ser impecavelmente organizado”, constata. Outro aspeto introduzido neste congresso foi o convite aos jornalistas. “Foram convidados para ir ao congresso da APAVT sem terem de pagar a inscrição e alojamento no congresso. Não só foram convidados os meios especializados como os generalistas, desde as televisões à imprensa escrita. Se queríamos ter voz, era preciso ter lá pessoas que transmitissem a mensagem para a opinião pública”.

Foi ainda durante o congresso de Ponta Delgada que Atílio Forte proferiu uma frase que ainda hoje é célebre e ficou na memória das pessoas e, obviamente, na sua. “No discurso dos Açores, em Ponta Delgada, tivemos a presença do primeiro-ministro recentemente empossado, António Guterres. Tinha acabado as duas maiorias absolutas do professor Cavaco Silva. Lembro-me que disse no meu discurso: Não queremos mais laranjas amargadas, mas também não queremos ser picados pelos espinhos das rosas, a fazer uma alusão clara aos símbolos dos dois partidos”, conta.

Reviravolta na lei das agências

Em 1996, no congresso organizado em Macau, o “verniz estalou” entre a associação e o governo. Tudo por culpa da nova lei das agências de viagens. “Tínhamos feito um acordo para a nova lei, ao fim de alguns meses de negociação com o ministro da Economia, o professor Augusto Mateus e com o Secretário de Estado do Comércio e Turismo, Jaime Andrez. Fomos para Macau dias antes do congresso e houve um Conselho de Ministros em que o diploma foi levado para aprovação, seria uma mera formalidade. Só que nesse Conselho de Ministros foram introduzidas inúmeras alterações e tudo aquilo que era deveras importante para a APAVT foi anulado e sofreu um grande revés. Mais, recebemos também a notícia que o ministro da Economia não iria estar presente em Macau mas em sua representação iria o SET. Isso levou a que tivesse que fazer um discurso bastante duro, que na altura fez manchete nos jornais portugueses. Mas tinha de ser feito perante aquele ‘volte face’ e retirar da palavra dada”, conclui.
Para a Atílio Forte, este período foi “um momento muito importante na afirmação da atividade turística, infelizmente de alguma forma conquistou-se muita coisa mas também se perdeu capacidade de intervenção. Mas há uma coisa que ficou, o turismo nunca mais foi olhado como era”.
Quanto a histórias que provocam risos, Atílio Forte recorda-se de uma: “A direção estava à porta para receber as entidades oficiais e, apesar de pedirmos aos congressistas que esperassem na sala, muitos decidiram também vir para a porta receber os órgãos de soberania. Na qualidade de presidente fui o primeiro a cumprimentar um alto dignatário do Estado Português que me disse que precisava de ir à casa de banho. Encaminhei-o, disse ao meu colega onde íamos para não virem todos atrás, mas as centenas de pessoas que se concentraram à porta foram atrás até à casa de banho. Quando viram que estávamos na casa de banho não arredaram pé”, conta.

O desenvolvimento do turismo no Brasil

Quando João Pombo chegou à presidência da APAVT não era propriamente um novato nas andanças do congresso. Foi vice-presidente na liderança de Atílio Forte e ‘herdou’ o congresso de Natal, em 1998, que já havia sido tratado pela anterior direção. Se dúvidas existissem sobre o papel que o congresso da APAVT tem na promoção turística de um destino, o Brasil é um bom exemplo, em particular Natal. “Quando fomos a primeira vez não havia voos diretos, a procura e a oferta de transporte aéreo acabou por crescer”, recorda João Pombo, que foi presidente da APAVT entre 1998 e 2001.

No ano a seguir, o congresso realizou-se pela primeira vez em Cuba. Em 1999, o regime do presidente Fidel Castro estava numa fase de mudança, numa tentativa de abertura do regime e o turismo tinha uma força gigantesca. A APAVT também deu o seu contributo. “Da recolha de propostas, Cuba foi a melhor e estava em linha com desenvolvimento turístico que estava acontecer e que, de resto, veio a materializar-se. Sempre que uma associação de agentes de viagens faz uma coisa desta natureza, acaba sempre por ser um motor de venda”, considera. Mas não foi o único ponto de interesse deste congresso. “Foi um congresso muito interessante do ponto de vista do conteúdo, com oradores muito interessantes”, recorda. Contou com a participação do Professor Hernâni Rodrigues Lopes que acompanhou os dois mandatos de João Pombo, tendo este pedido que fosse consultor da APAVT. “Fomos co-autores do livro “Reinventando o Turismo em Portugal – primeiro quartel do século XXI”, lembra. Também a participação de Vítor Sevilhano Ribeiro foi notada, tendo este apresentado o primeiro estudo sobre o futuro das agências das viagens. Nesse congresso, a APAVT decidiu atribuir a medalha de prata a Carlos Cruz. “Foi quando Portugal ganhou a organização do Euro 2004, a APAVT distinguiu a pessoa designada pelo governo para liderar a equipa de candidatura”, recorda. Os quatro anos de mandato de João Pombo registaram vários acontecimentos marcantes para o país, como a Expo’98 e a conquista do Euro 2004, mas também fatídicos para o mundo como o 11 de setembro.
Em 2001, o congresso realizou-se em Portugal, concretamente no Porto, mas nada teve a ver com os atentados às Torres Gémeas. A decisão foi tomada em 1999. “A Dra. Manuela de Melo, que era vereadora da CM Porto, endereçou-nos um convite para que o congresso fosse no Porto coincidindo com o Porto Capital Europeia da Cultura 2001. Essa candidatura nem teve concorrência, porque entendemos que a APAVT tinha que estar ligada a um evento importantíssimo como este. Veja no que deu, essa coisa fantástica que é o destino Porto”, constata.
“A preocupação dos agentes de viagens entre 11 de setembro e final de novembro de 2001 foi tirar as pessoas que tinham nos EUA”, revela. Os atentados foram inevitavelmente tema do discurso de conclusões desse congresso. “Esta nova era, pós 11 de Setembro, que hoje estamos a viver, no sector das agências de viagens em particular, irá determinar uma grande reestruturação no sector, pois a dimensão da quebra de negócios e de actividade não tem qualquer paralelo com crises anteriores”, afirmou nesse discurso.

Outra das conclusões do congresso referia-se à figura do provedor do cliente. Foi constituído em 2000 por João Pombo, por sugestão pessoal e apresentado no congresso de Fortaleza, porque acreditava na auto-regulação.

Cancelamento do congresso na Tailândia

A organização do primeiro congresso de Vítor Filipe como presidente da APAVT foi tudo menos pacífica. Mas Vítor Filipe, que foi presidente entre 2002 e 2005, já tinha experiência na organização de congressos, uma vez que a sua entrada na APAVT aconteceu em 1998 na liderança de João Pombo. Traquejo e engenho foi o que precisou perante o episódio do cancelamento do congresso na Tailândia: “Ganhei muita experiência na organização dos congressos no tempo do João Pombo, era um dossier com o qual estava muito familiarizado. Consegui o apoio para fazer o congresso de 2002 pela primeira vez na Tailândia. Fechámos com o Turismo da Tailândia e fiz uma visita para reconhecer os locais. Entretanto, houve os atentados em Bali, na Indonésia e o governo português na altura liderado por Durão Barroso desaconselhou as viagens para a Ásia e tivemos que, em dois meses, refazer o congresso todo”. Este acontecimento trocou as voltas a Vítor Filipe, que estava habituado a organizar o congresso com muita antecedência. “Uma das minhas grandes preocupações era ter tudo organizado a tempo e horas e congressos de excelência. Mudámos tudo para o Funchal e tivemos o apoio do Governo Regional e do presidente, que nos deu o apoio total, na altura galardoámos o Dr. Alberto João Jardim, até porque a Madeira sempre foi um exemplo em termos turísticos para o país”. Vítor Filipe conta que foi “uma aventura” refazer o congresso em dois, três meses. “Sempre houve um cuidado extremo na organização do congresso. Anunciámos este congresso em 2001, no Porto. Foi necessário refazer alojamentos, inclusive houve algum prejuízo para a própria associação, já tínhamos sinalizado hotéis na Tailândia e, de alguns, não conseguimos reembolso”.

Vítor Filipe conta que no lançamento das inscrições para os associados, o programa do congresso já estava definido, com os painéis e respetivos oradores identificados. Em linha com a visão que tinha sido iniciada com a direção de Atílio Forte – dar mais visibilidade ao congresso -, eram convidados jornalistas do setor económico e político para a moderação dos debates. “Recordo o Nicolau Santos, o António Perez Metelo, Carlos Rosado de Carvalho, o Gomes Ferreira e Luís Ferreira Lopes”. E alguns dos painéis também foram mantidos. “Havia dois painéis que para mim eram fundamentais e que a partir de uma certa altura deixaram-se de se realizar. Primeiro, era o painel dos partidos políticos. Quando sai, deixaram de fazer esse painel. Era o painel que mais visibilidade tinha a nível de imprensa não especializada. Foi uma asneira terem acabado com ele. Também outro painel que deixou de se fazer, mas que felizmente vai voltar nesta edição, é a sessão reservada exclusivamente aos agentes de viagens. Penso que é um painel importante e que faz falta. Pessoalmente não me sinto confortável para discutir problemas da classe na presença de pessoas que não são agentes de viagens”.

Microfone com problemas?

De todas as histórias que Vítor Filipe podia contar sobre os congressos da APAVT, há uma que recorda em especial do congresso de 2003, em Salvador da Bahia, no Brasil. Foi no último jantar patrocinado pela TAP. “Estava em palco a fazer o meu discurso de agradecimento e, às tantas, começo a notar que a minha voz estava a sair distorcida, parecia que estava em câmara lenta. Quando termino, um colega diz-me: O que é que tens? Eu respondo: Este som está esquisito, não está? Ao que ele responde: quem está esquisito és tu”. “Estava tão cansado do esforço desenvolvido no congresso, que devia estar com um princípio de esgotamento. Mas depois recuperei rápido. As pessoas se calhar terão pensado que bebi uns copos. Mas não. Estava de tal forma cansado que falei muito lentamente. Afinal, não foi um problema de som”.

Há ainda outra história recordada por Vítor Filipe. Desta vez no congresso de Maputo, em 2005, no seu último do mandato. “Foi extraordinário realizar o congresso em Moçambique, porque tenho um grande carinho pelo país. Passei lá dois anos, na Guerra Colonial. Como tal, já tinha comentado que adorava fazer um congresso num dos PALOP’s. Quando o ministro do Turismo de Moçambique, o Dr. Fernando Sumbana Junior veio a Portugal, almoçámos juntos e decidimos avançar com o congresso. Fiz uma viagem de inspeção e o ministro deu-nos um apoio enorme. Na viagem de inspeção, tiveram a amabilidade de me levar às Quirimbas e a Pemba, ao meu antigo quartel”, conclui.

Congressos em Portugal

Durante a presidência de Pedro Costa Ferreira, iniciada em 2012, somente um congresso foi realizado fora de Portugal, concretamente em Macau. Durante estes oito anos, o congresso já percorreu o país e as ilhas. “A primeira razão [para que isso tenha sucedido] tem a ver com fatores externos. A crise, nacional e internacional, aumentou a dificuldade de fazer os congressos fora de Portugal. Em segundo lugar, foi uma decisão nossa de, ao longo da crise, contribuirmos para a dinamização do turismo interno e, com isso, fazermos os congressos em Portugal”, começa por dizer Pedro Costa Ferreira. “Acabou por se tornar uma tradição que tem corrido bem. Vou fechar o meu terceiro mandato no próximo ano e sei que o próximo congresso vai ser em Portugal”, revela.

No início foi complicado, reconhece o atual presidente da APAVT. “Os meus primeiros anos de APAVT foram anos de crise e, claro, que era complicado formar adesão e manter a tradição. Julgo que se manteve e a prova disso é que, assim que saímos da crise, tivemos um dos momentos mais felizes de crescimento dos congressos. Este ano fechámos as inscrições porque ultrapassámos os 750 inscritos”.

Uma das características que tem marcado estes congressos tem sido a interação com o destino, que aumentou ao longo dos anos. “No último ano, fizemos mais uma inovação, com investimento em vídeos sobre a nova oferta do destino. Foi uma ação que correu muito bem, foram mostrados ao longo do congresso e oferecidos às empresas e ao Turismo de Portugal e vamos fazer o mesmo na Madeira”.

É mais difícil definir a localização do congresso ou os temas? Pedro Costa Ferreira não tem dúvidas. “Apesar de tudo, acho que é mais difícil escolher os temas e oradores. Este congresso tem uma alma, tem um significado grande para a APAVT e julgo que se tem mantido ao longo de todos os anos do meu mandato e julgo que herdei isso dos meus antecessores e que os sucessores provavelmente também herdarão”. Para Pedro Costa Ferreira, “o congresso é uma montra da capacidade de intervenção dos agentes de viagens na cadeia de valor. É um congresso organizado por agentes de viagens, mas não é um congresso de agências de viagens. Por causa disso, é difícil escolher o tema. Até pelo momento em que se faz o congresso, no final do ano, é suposto que o congresso marque uma análise do que tem sido o turismo no seu global e aponte o caminho para aquilo que queremos que seja no futuro”, defende.
“A construção do tema é aquilo que para mim tem mais responsabilidade e a escolha dos oradores vem com o tema, se escolhermos um grande tema e não escolhermos oradores de grande credibilidade não estamos a trabalhar bem o congresso”.

Nesta edição de 2019, vai haver uma sessão reservada apenas aos agentes de viagens, algo que já existiu no passado mas que Pedro Costa Ferreira explica como se vai proceder: “Já existiu no passado o Open Fórum que era para debater sem agenda os assuntos da associação, mas que tinha, em meu entender dois erros fundamentais: era um muro de lamentações, em que o presidente ia para o pelourinho e os associados atiravam tomates; e o segundo erro é que era feita à vista de todo o setor. Era qualquer coisa como um desentendimento entre o marido e a mulher que convidavam os vizinhos para assistir. Sempre estive contra isso e manifestei-me contra isso na altura. O que pretendemos neste encontro é que seja realmente só para agências de viagens e não será com uma agenda aberta. Aproveitando a extraordinária adesão de associados a este congresso, vamos fazer um ponto da situação da atividade da APAVT, explicar quais têm sido as nossas grandes preocupações e linhas de comunicação e atuação e ouvir os associados”.

Discursos polémicos: Fim de ciclo

Ao longo da história dos congressos, os discursos dos presidentes são momentos marcantes do evento. Foi assim que aconteceu e continuar a acontecer. “Acho que temos feito um esforço, que julgo que é visível, para tocar em algumas feridas do setor e colocar em cima do palco algumas opiniões mais livres. Veja-se o ano passado a forma relativamente isolada com que falámos de fim de ciclo e, sobretudo, a forma como não fomos compreendidos, desmentidos e diminuídos por causa disso”, recorda Pedro Costa Ferreira. Por outro lado, o presidente da APAVT relembra também os comentários que fez à plataforma clicktoportugal.com no discurso do ano passado: “Passado um ano, aquilo que dissemos foi exatamente o que aconteceu: tivemos um banho de dinheiro e tecnologia que está completamente obsoleta, não tivemos reservas significativas, e não se fez concorrência à booking.com e acabámos o ano a explicar a toda a gente que estamos dependentes de operadores turísticos como a Thomas Cook, mais do que estávamos há um ano”, defende. “É evidente que este tipo de abordagem traz sempre algumas feridas conjuntamente, porque não há forma de o fazer sem, de certa maneira, chocar com outros intervenientes. Temos tido a preocupação de tentar fazer perceber que ela é construtiva. Sublinhamos que as nossas relações com a AHP são boas e a nossa vontade de trabalhar é total. Tentamos balançar algumas ideias fortes com uma tentativa de compreensão que estamos a construir, mas confesso que estamos a fazer uma gestão na fronteira e que corremos riscos e que às vezes são mal compreendidos”.

Para concluir a conversa, Pedro Costa Ferreira falou ainda sobre a presença da TAP no congresso. Terá sido a decisão da TAP de não patrocinar um dos jantares um momento difícil do congresso? “Não, foi perfeitamente razoável. Aconteceu também num final de ciclo do nosso relacionamento e foi perfeitamente natural que isso acontecesse. Nem ficámos ofendidos, nem as relações ficaram diminuídas por isso. De certa maneira recebemos essa notícia como o corolário normal do que eram as relações na altura em que essa decisão foi tomada. Um jantar é uma responsabilidade grande para os dois intervenientes. É um acontecimento que deve acontecer apenas e quando as relações entre as duas instituições são absolutamente especiais”, responde Pedro Costa Ferreira, que revela ainda “que já houve conversas para voltar a ter o jantar da TAP na APAVT. Portanto, a ausência desse jantar não trouxe problemas acrescidos na relação. Apenas consideramos ambos que não estavam reunidas as condições para voltarmos a ter”.

Terminamos como começámos, a falar da presença de chefes de Estado no congresso. Marcelo Rebelo de Sousa foi convidado várias vezes, mas não tem agenda. “Não sei se virá alguma vez na minha presidência, é verdade que foi sempre convidado, é verdade que nunca teve agenda”, afirma.

Sobre o autorCarina Monteiro

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Dertur Campus Academy celebra 50ª edição em novembro e traz mais de 300 agentes de viagens alemães ao Algarve

O Epic Sana Algarve foi palco da apresentação do evento Dertour Campus Academy, que celebra este ano a sua 50ª edição. Este encontro, com data marcada para o próximo mês de novembro, irá reunir na região do Algarve mais de 300 agentes de viagens alemães, cuidadosamente selecionados.

A Associação Turismo do Algarve (ATA) avança nas redes sociais que, para além das sessões de training planeadas ao longo do evento, os participantes terão a oportunidade de descobrir o potencial turístico da região e explorar a vasta oferta deste destino turístico.

A Associação Turismo do Algarve/ VisitAlgarve assume o papel de patrocinador principal deste evento, e diz estar “confiante no impacto que terá no mercado a curto prazo, crucial para a região”.

Por sua vez, e ainda nas redes sociais, o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, realça que a região foi sempre um destino de eleição para os viajantes alemães e os números mais recentes comprovam que este interesse continua a crescer. Recorda que, em 2023, o mercado alemão registou um crescimento notável de 17,3% em número de hóspedes e de 14,7% em número de dormidas face ao ano anterior.

“Estes indicadores revelam que, ao longo dos anos, o Algarve tem sabido reinventar-se e acompanhar as preferências destes turistas, mantendo-se como um destino atrativo e competitivo, em linha com as tendências do mercado, sem nunca descurar a autenticidade, a hospitalidade e a riqueza da sua oferta, reconhecidos como traços diferenciadores desta região”, destacou.

Refere ainda, que “aqui, no Algarve, em novembro, 300 agentes de viagem alemães terão a oportunidade de vivenciar algumas das experiências únicas que o nosso destino proporciona, tendo sempre como imagem de fundo as nossas belas paisagens naturais e a nossa arte inata de bem receber”.

Na sua página oficial nas redes sociais, André Gomes dirige, um apelo aos parceiros locais: “O sucesso deste evento depende também da vossa participação ativa e do vosso empenho em promover o Algarve como um destino diferenciador”, acrescentando que “o vosso contributo é essencial para tornar esta nossa estratégia de promoção ainda mais forte e eficaz e para, em conjunto, conseguirmos alcançar grandes conquistas para o turismo da região”.

O presidente do Turismo do Algarve dirige um agradecimento especial, Raquel Oliveira e Cristina Rosa, que sem os seus empenhos e profissionalismo “não seria possível captar e operacionalizar este evento que, não obstante ter lugar na nossa região, contempla ainda pré tours em todas as regiões de Portugal, continente e ilhas”.

 

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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Azores Airlines com prejuízo de 25,6M€ no 1.º trimestre de 2024

Apesar de ter aumentado o números de passageiros e as receitas, a Azores Airlines manteve um resultado liquido negativo nos três primeiros meses de 2024, fruto dos aumentos dos custos.

Inês de Matos

A Azores Airlines registou, no primeiro trimestre de 2024, um resultado liquido negativo de 25,6 milhões de euros, valor que traduz uma deterioração de 2,9 milhões de euros face ao período homólogo, apesar da companhia aérea ter apresentado uma “trajetória de crescimento sustentável e consistente” com o registado em 2023.

Num comunicado divulgado esta terça-feira, 30 de abril, o Grupo SATA indica que a Azores Airlines, a companhia aérea do grupo de aviação açoriano que realiza os voos internacionais, registou receitas de 47,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, o que representa um crescimento de 31,5% (+11,3 milhões de euros), em comparação com o período homólogo, e de 115,5% (+25,3 milhões de euros) quando comparado com o período pré-pandemia (2019).

Estes números, acrescenta o grupo, vêm comprovar “a tendência de forte crescimento da atividade da companhia, alicerçada no aumento de capacidade em rotas core, mais ligações e a introdução de novas rotas”.

A evolução das receitas, lê-se também no comunicado divulgado, foi sustentada pelo número de passageiros transportados nos três primeiros meses de 2024, quando a Azores Airlines transportou 286 mil passageiros, num aumento de 29,1% ou 64 mil passageiros face ao primeiro trimestre de 2023, assim como pela melhoria da yield.

Já o número de voos realizados ascendeu a 2.095 representando, igualmente, um incremento face a 2023 e 2019, de +18% e de +65%, respetivamente, enquanto o load factor melhorou 7,7 p.p. face a 2023, tendo ascendido a 78,5% no primeiro trimestre de 2024.

O Grupo SATA destaca também o facto de a Azores Airlines ter recebido, no primeiro trimestre de 2024, duas novas aeronaves A320 NEO, que fazem parte do plano de renovação da frota da companhia aérea e contribuem para oferecer uma melhor experiência aos passageiros.

No entanto, a par das receitas, também os custos operacionais aumentaram 24,6%, totalizando 55,6 milhões de euros, o que traduz um aumento de 11 milhões de euros face ao período homólogo.

O Grupo SATA diz que o aumento dos custos operacionais se ficou a dever ao crescimento dos gastos com irregularidades, que subiram 116,6% ou 1,1 milhões de euros, assim como aos ACMIs, que aumentaram 112,3% ou 0,4 milhões de euros; às comissões/GDS, que registaram um acréscimo de 79% ou 2,7 milhões de euros; ao handling, que também aumentou 52,6% ou 2,1 milhões de euros; e ainda à manutenção, cujos custos subiram 45,2% ou 1,2 milhões de euros.

“O aumento de custos superior ao aumento das receitas impactou o EBITDA, que ascendeu a -8,5 milhões de euros e que compara com os -8,8 milhões de euros do primeiro trimestre de 2023”, explica o grupo de aviação açoriano.

Já o EBIT registou uma deterioração de 1,9 milhões de euros quando comparado com o primeiro trimestre de 2023, o que foi impactado não só pelo EBITDA, mas também pelo “aumento das depreciações relacionadas com as aeronaves provocado pelo aumento de duas aeronaves quando comparado com 2023 e um incremento de gastos com manutenções estruturais”.

SATA Air Açores também mantém tendência de crescimento

Tal como a Azores Airlines, também a SATA Air Açores, a companhia aérea que realiza voos entre as ilhas açorianas, apresentou, no primeiro trimestre do ano, uma tendência de crescimento e de recuperação de resultados.

No entanto, o Grupo SATA explica que também esta companhia aérea registou “uma forte pressão sobre os custos, nomeadamente com manutenção de aeronaves cujo reflexo nas contas se vai acentuar ao longo de 2024”.

Até março, a SATA Air Açores realizou 3.210 voos, o que traduz um aumento de 67 voos ou mais 2,1% face a 2023, enquanto o número de passageiros transportados foi de 162 mil, representando um “acréscimo de 8,9% face ao período homólogo, o que se traduz num aumento do load factor de 6 p.p. para 74,9%”.

Já as receitas totais da SATA Air Açores atingiram os 21,7 milhões de euros, numa melhoria de 10,5% face ao período homólogo ou mais 2,1 milhões de euros.

Já o EBITDA atingiu um valor negativo de 0,8 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma melhoria de 0,4 milhões de euros face a igual período de 2023, enquanto o EBIT, apesar de negativo, apresentou igualmente uma melhoria de 0,5 milhões de euros, atingindo um valor negativo de 3,4 milhões de euros.

E também na SATA Air Açores os custos aumentaram, com os custos comerciais a subirem 27%, enquanto os custos com manutenção cresceram 9% e os custos com pessoal aumentaram 8%.

“De notar que a SATA Air Açores está a levar a cabo um conjunto de manutenções estruturais e de reparação de motores dos aviões da sua frota, num montante estimado de cerca de 25 milhões de euros em 2024, cujo impacto nas depreciações se acentuará ao longo de 2024 e anos seguintes, sendo, contudo, o impacto financeiro e de exigência de capital imediato. Até à data foram pagos cerca de 4,5 milhões de euros referentes a essas manutenções”, refere o grupo açoriano.

Na SATA Air Açores, o resultado liquido melhorou 2,3 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024 face ao período homólogo, tendo sido “impactado, sobretudo, pelos melhores resultados operacionais e pela redução dos encargos com financiamentos em resultado da liquidação antecipada do empréstimo obrigacionista de 60 milhões de euros em setembro de 2023”.

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Turismo do Alentejo e Ribatejo, 25 de abril, Inatel e cruzeiros na edição 1510 do Publituris

A nova edição do jornal Publituris faz capa com uma entrevista ao presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos, que faz um balanço dos primeiros meses do atual mandato e perspectiva o futuro das duas regiões. O 25 de abril, Inatel e um dossier dedicado aos cruzeiros também constam desta edição.

Publituris

A nova edição do jornal Publituris faz capa com uma entrevista ao presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos, que faz um balanço dos primeiros meses do atual mandato e perspectiva o futuro das duas regiões.

Nesta edição, publicamos também uma análise ao impacto do 25 de abril de 1974 no turismo nacional, através dos “Cadernos de Turismo”, que contêm informação estatística dessa altura, compilada pelo economista António Paquete, colaborador do jornal Publituris desde 1984.

A atividade do Inatel também está em destaque nesta edição, que conta com uma entrevista a Francisco Madelino, presidente do Conselho de Administração da Fundação Inatel. O responsável fala sobre a importância do turismo para esta instituição, que usa as receitas provenientes deste setor para fazer política social.

As novidades dos parques temáticos nacionais também estão presentes nesta edição, num artigo que detalha a oferta de alguns dos melhores parques nacionais, assim como de Espanha e França, onde se localiza ainda a “rainha da magia”, a Disneyland Paris, que lançou já em Portugal a campanha “Verão Mágico”.

Nesta edição, o dossier é dedicado aos Cruzeiros, que já recuperaram por completo da pandemia da COVID-19 e atravessam um momento positivo, com vendas em alta para o verão e boas perspectivas também para o próximo inverno.

Além do atual momento positivo que vivem os cruzeiros, conheça também algumas das novidades previstas e os novos navios que estão a chegar e saiba, através de uma entrevista a Fernando Santos, proprietário e diretor-geral da GlobalSea, agência de viagens especializada em cruzeiros, quais são as principais dúvidas que tanto clientes como agentes de viagens ainda têm relativamente a este tipo de férias.

A edição 1510 do Publituris conta ainda com a rubrica “Histórias do Turismo” dedicada ao 25 de abril de 1974, com o Check-In e com as opiniões de Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Pedro Rodrigues Catapirra (Cluster General Manager Lisboa da Highgate Portugal) e de António Paquete (economista e consultor de empresas).

Boas leituras.

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APAVT destaca “papel principal” da associação na promoção de Macau no mercado europeu

No dia da abertura da 12.ª edição da MITE, Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, destacou o papel da associação no posicionamento de Macau no mercado europeu. A organização do congresso da APAVT e cimeira da ECTAA, ambas em 2025, são consideradas boas plataformas para a promoção junto dos diversos mercados da Europa.

Victor Jorge

A 12.ª edição da MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau – serviu para o anúncio da cimeira da ECTAA, bem com de Macau como “Destino Preferido” para 2025.

Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), referiu, no discurso de abertura e deste anúncio que se trata de uma “grande oportunidade de juntar um importante mercado de origem – Europa – e os destinos turísticos de Macau, fazendo essa extensão lógica a toda a China”.

Na realidade, a APAVT, que realizará o 50.ª congresso precisamente em Macau, em 2025, teve “o papel principal”, segundo o presidente das APAVT, no que será a realização da cimeira da ECTAA em Macau, frisando Pedro Costa Ferreira que “tivemos a ideia, colocámo-la primeiramente a Macau, tentando perceber se havia interesse, e havendo todo o interesse, colocámo-la ECTAA que respondeu, desde logo, de forma positiva”.

“Sentimos que existe um estreito laço de confiança entre a APAVT e o Turismo de Macau que, como todos os laços de confiança que são fortes, demorou algum tempo a reformar-se, mas que parece estar hoje no ponto fortalecer-se”.

De resto, Pedro Costa Ferreira salientou que a relação próxima entre a APAVT e Macau passa, justamente, por “Portugal constituir uma porta de entrada para a China, mas também Portugal ser visto como porta de entrada para a Europa. Se olharmos para a China enquanto mercado emissor, é só o primeiro mercado emissor mundial. Portanto, todos terão interesse em implementar este tipo de relação”.

Quanto ao que poderia aumentar o número de turistas portugueses em Macau, o presidente da APAVT é lacónico: “comunicação, comunicação, comunicação e, depois, estruturação de oferta”.

“A comunicação é fundamental porque a verdade é que Macau, apesar de tudo, quando se fala do Oriente, não está no top of mind dos portugueses”, considera Pedro Costa Ferreira. “Depois é preciso conhecimento e não foi por acaso que apostámos [APAVT] no e-learning”, até porque, de acordo com o presidente da APAVT, “os agentes de viagens costumam vender o que conhecem e sentem-se confiantes a vender o que conhecem. Portanto, sem conhecer fica mais difícil” e, por isso, a vinda de agentes de viagens à MITE “ajuda a conhecer a oferta existente”.

Já no que toca à estruturação de produto, “Macau não deve ser visto como um destino per si para o mercado emissor europeu, nem mesmo para o português”, admite Pedro Costa Ferreira, salientando que “o português pode ter um tempo médio de estadia um pouco mais prolongado em Macau, mas o que faz sentido é juntar Macau com outras realidades, sejam elas de pura praia, quer realidades mais culturais e mais recentes do ponto de vista das tradições do turista europeu, que é a própria China”.

Para isso, é, no entanto, necessária conectividade, assinalando Pedro Costa Ferreira que “um voo direto [Portugal – Macau] ajudaria imenso”.

*O Publituris viajou para a MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau – a convite da APAVT. 
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Transavia abre vendas para o inverno e aumenta capacidade entre Portugal e França em 5%

A companhia aérea low cost do grupo Air France-KLM vai operar 16 rotas de Portugal para França, Países Baixos e Bélgica durante o próximo inverno, incluindo 39 voos/semana a partir do Porto e 32 voos/semana a partir de Lisboa para Paris-Orly.

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A Transavia abriu esta quarta-feira, 24 de abril, as vendas para a temporada de inverno, que vai contar com um aumento de 5% na capacidade entre Portugal e França.

Segundo um comunicado enviado à imprensa, a companhia aérea low cost do grupo Air France-KLM vai operar 16 rotas de Portugal para França, Países Baixos e Bélgica, incluindo 39 voos/semana a partir do Porto e 32 voos/semana a partir de Lisboa para Paris-Orly.

“Sempre atentos às expetativas dos nossos clientes de lazer e de negócios, especialmente os que voam de/para Portugal, um dos nossos mercados mais estratégicos, temos o prazer de propor diversas opções para que estes possam planear com antecedência as suas viagens de inverno. No total, vamos oferecer opções adicionais de viagem neste inverno através das nossas 16 rotas entre Portugal, França, Países Baixos e Bélgica”, afirma Nicolas Hénin, vice-presidente executivo de vendas e marketing da Transavia France.

A Transavia explica que a rota Porto – Paris será a mais beneficiada com o aumento de oferta previsto par ao próximo inverno em Portugal, uma vez que vai contar com mais sete voos por semana, num total de até 39 ligações por semana, seguida de Lisboa – Paris, com 32 voos semanais.

Nos Países Baixos, a Transavia voa desde Portugal para Amesterdão, Eindhoven e Roterdão, disponibilizando, no caso de Amesterdão, dois voos por dia desde Faro , cinco voos semanais desde o Funchal, na Madeira, duas ligações diárias para Lisboa e mais um voo por dia desde o Porto. Para Eindhoven, a Transavia vai operar um voo por dia desde Faro e cinco ligações por semana desde Lisboa, enquanto Roterdão conta com um voo por dia desde Faro e três por semana desde Lisboa.

No caso de França, a operação da companhia aérea conta com ligações para Nantes e Paris-Orly, com a Transavia a realizar, para Nantes, quatro voos por semana desde Lisboa e dois desde o Porto, enquanto o Funchal também vai contar com uma ligação por semana. Já para Paris-Orly estão previstos um voo por dia desde Faro, dois por semana desde o Funchal, bem como até 32 ligações aéreas por semana desde Lisboa e 39 por semana desde o Porto.

No próximo inverno, a Transavia liga também Faro a Bruxelas, na Bélgica, numa operação com até seis ligações aéreas por semana.

As vendas de bilhetes da Transavia para o próximo inverno abriram esta quarta-feira, 24 de abril, e os bilhetes podem ser adquiridos aqui.

 

 

 

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Companhias low cost vão continuar a aumentar quota de mercado até 2030, estima Bain&Company

O mais recente relatório ‘Air Travel Forecast to 2030’ da Bain&Company diz que a “procura de viagens aéreas continua no bom caminho para ultrapassar este ano o total de 2019”, com as perspectivas para 2030 a permanecerem inalteradas face ao trimestre anterior.

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As companhia aérea low cost vão continuar a aumentar a sua quota de mercado até 2030, prevendo-se que atinjam uma quota de mercado de 48% nos voos de curta distância até 2030, principalmente na Europa e na Ásia, estima a consultora Bain&Company.

De acordo com o mais recente relatório ‘Air Travel Forecast to 2030’ divulgado por esta consultora, as transportadoras aéreas low cost contavam, em 2015, com uma quota de mercado acima dos 36% e dos 40% em 2019 nos voos de curta distância, numa percentagem que deverá continuar a aumentar.

“As companhias aéreas low-cost, que tiveram um desempenho um pouco melhor do que as grandes transportadoras durante a pandemia de Covid-19, continuam a aumentar a sua quota de mercado. Prevemos que estas companhias de baixo custo atinjam uma quota de mercado de 48% nos voos de curta distância até 2030, acima dos 36% em 2015 e dos 40% em 2019. Grande parte desta expansão acontecerá na Europa e na Ásia, em particular na China e na Índia”, lê-se na informação divulgada pela consultora.

As conclusões da Bain&Company indicam também que a “procura de viagens aéreas continua no bom caminho para ultrapassar este ano o total de 2019”, com as perspectivas para 2030 a permanecerem inalteradas face ao trimestre anterior, apesar de vários fatores terem contribuído “para alterações significativas nas previsões para regiões e países específicos”.

A exceção, assinala a Bain&Company, é a América do Norte, onde “o desempenho mais fraco do que o esperado no trimestre anterior e uma queda nas previsões macroeconómicas reduziram as perspetivas de procura até 2030 para viagens intrarregionais”, numa queda superior a dois pontos percentuais, o que equivale a uma redução na receita de 3 mil milhões de dólares nas yields de 2023.

Na Europa, as perspetivas de procura intrarregional aumentaram mais de cinco pontos percentuais, o que equivale a 5 mil milhões de dólares em receitas, segundo a consultora.

“No entanto, numa base relativa, o nosso modelo prevê taxas de crescimento mais baixas nas viagens regionais outbound para vários dos maiores pontos de venda da Europa (Reino Unido, Alemanha e Itália) face a outros, como Espanha, Turquia e Polónia”, acrescenta o relatório da Bain&Company.

Já na Ásia, a consultora diz que continua a “antecipar um crescimento significativo da procura intrarregional”, num aumento de 59% entre 2019 e 2030.

O relatório fala ainda do impacto das iniciativas de descarbonização, que a Bain&Company considera ser “notável”, prevendo que o crescimento das viagens intraeuropeias a partir dos países nórdicos entre 2019 e 2030 “diminua consideravelmente devido ao aumento dos custos associados aos compromissos desses países no que respeita aos combustíveis para a aviação sustentáveis (SAF, da sigla em inglês)”.

“A Suécia poderá inclusive assistir a um declínio no volume total anual de passageiros”, especifica o relatório da Bain&Company.

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Transportes

Mais de 1,5 milhões de passageiros sofreram atrasos nos aeroportos portugueses no 1.º trimestre de 2024

A TAP e o Aeroporto de Lisboa voltaram a apresentar os piores desempenhos, ainda que, segundo a AirHelp, o número de voos e passageiros tenha descido face ao 1.º trimestre de 2022, o que ditou menos perturbações.

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No primeiro trimestre do ano, mais de cinco milhões e 700 mil passageiros apanharam um voo a partir de um aeroporto em Portugal, dos quais mais de 1,5 milhões viram as suas ligações sofrer algum atraso, avança a AirHelp, que diz que, contudo, este número baixou relativamente ao mesmo período de 2023.

“Em 2024, o número de perturbações apresentou melhorias com os voos atrasados ou cancelados a diminuírem”, indica a AirHelp, num comunicado divulgado esta segunda-feira, 22 de abril, onde a empresa de defesa dos direitos dos passageiros aéreos diz que, face a igual período do ano passado, também o número de passageiros aéreos e de voos diminuiu.

A empresa de defesa dos direitos dos passageiros aéreos acrescenta que, neste período, descolaram dos aeroportos nacionais cerca de 44 mil voos, 72% dos quais foram efetuados à hora prevista.

No entanto, e apesar da AirHelp também referir que, na maioria dos casos se tratasse de atrasos menores que não implicam uma compensação financeira, “mais de 67 mil passageiros ficaram aptos a receber uma indemnização seja devido a um atraso do seu voo superior a três horas, ao cancelamento do seu voo ou à perda de uma ligação causada pelo atraso do primeiro voo”.

A análise da AirHelp detalha as perturbações de cada mês e apurou que Março foi o mês de maior destaque, uma vez que, no terceiro mês do ano, “foram realizados mais de 15 mil voos e registados quase dois milhões de passageiros”, pelo que, diz a empresa, é “natural que se tenham registado mais perturbações com 35% dos voos a sofrer perturbações, bem como 35% dos passageiros a lidar com algum problema no seu voo”.

“Com estes dados, podemos concluir que Portugal continua o seu caminho de recuperação para os níveis pré-Covid, facto que nos agrada uma vez que contamos com um verão agitado e, por isso mesmo, com um aumento natural de voos e passageiros durante este período” refere Pedro Miguel Madaleno, advogado especialista em direitos dos passageiros aéreos e representante da AirHelp em Portugal.

Por companhias aéreas, a TAP  voltou a ser a transportadora que maior número de passageiros transportou e que, por isso, registou também o maior número de perturbações, contabilizando mais de dois milhões de passageiros em 16 mil voos, dos quais 33% dos passageiros sofreram algum tipo de perturbação no seu voo (cancelamento, atraso ou overbooking).

Em relação aos aeroportos, a AirHelp diz que o “panorama mantém o registo habitual, com o Porto a destacar-se pelo seu bom desempenho e Lisboa a encontrar-se no polo oposto”.

A análise da AirHelp mostra que, no Aeroporto do Porto, apenas 18% dos passageiros aéreos sofreu algum tipo de perturbação, enquanto, por outro lado, no Aeroporto de Lisboa, este número chegou aos 34%.

Tal como o Aeroporto do Porto, também os Aeroportos de Faro, Porto Santo e Graciosa apresentaram baixos níveis de perturbações, que afetaram 19% dos passageiros no Porto Santo, 18% em Faro e 25% na Graciosa.

Os restantes aeroportos dos Açores – Horta, Ponta Delgada e Pico -, assim como o Aeroporto da Madeira e o de Lisboa ficaram, em sentido contrário, entre os que apresentaram maiores perturbações.

“40% dos passageiros sofreu alguma perturbação em Santa Cruz; 33% sofreu alguma perturbação no Aeroporto da Horta (o mesmo número em Lisboa); 29% no Aeroporto de Ponta Delgada; e, por fim, 26% no Aeroporto do Pico”, lê-se na informação divulgada pela AirHelp.

“Os aeroportos portugueses melhoraram o seu desempenho durante o primeiro trimestre de 2024, com menos interrupções de voos, o que é uma boa notícia para os passageiros aéreos. Esperamos que este melhoramento seja constante”, acrescenta Pedro Miguel Madaleno.

 

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Destinos

Receitas turísticas voltam a crescer em fevereiro e somam mais 181M€

Em fevereiro, as receitas turísticas somaram 1.421,86 milhões de euros, 14,6% ou 181,44 milhões de euros acima do registado em igual mês do ano passado, o que veio estabelecer um novo recorde para o segundo mês do ano, segundo o Banco de Portugal (BdP).

Inês de Matos

As receitas provenientes da atividade turística somaram, em fevereiro, 1.421,86 milhões de euros, valor que ficou 14,6% ou 181,44 milhões de euros acima do registado em igual mês do ano passado, estabelecendo um novo recorde para o segundo mês do ano, segundo os dados divulgados esta quinta-feira, 18 de abril, pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados do BdP indicam que, face ao mesmo mês de 2019, antes da pandemia da COVID-19, as receitas turísticas apresentam um crescimento ainda mais robusto, numa subida que chega aos 69,8%, o que indica que foram arrecadados mais 584,17 milhões de euros com os gastos dos turistas estrangeiros que visitaram Portugal no segundo mês do ano.

O BdP explica que a rubrica viagens e turismo foi fundamental para o incremento das exportações de serviços, que aumentaram 10,7% em fevereiro.

“O incremento nas exportações reflete, sobretudo, o contributo das viagens e turismo (+181 milhões de euros), que totalizaram 1.422 milhões de euros, o valor mais elevado da série para um mês de fevereiro”, lê-se no comunicado divulgado.

Tal como as exportações do turismo, também as importações, que se encontram pelos gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, cresceram em fevereiro e chegaram aos 319,29 milhões de euros, num aumento de 6,1% ou mais 18,3 milhões de euros face ao mesmo mês do ano passado.

Em comparação com o mesmo mês do período pré-pandemia, o aumento das importações turísticas é ainda mais visível, pois este indicador cresceu 19%, o que traduz um aumento de 50,95 milhões de euros.

Positivo foi ainda o saldo da rubrica Viagens e Turismo, que somou 1102,57 milhões de euros, valor que subiu 17,4% face ao mesmo mês do ano passado e 93,7% em comparação com o mesmo mês pré-pandemia.

Acumulado já ultrapassa os 2,8MM€ 

Os dois primeiros meses do ano foram positivos em termos de receitas turísticas arrecadadas, de tal forma que, em janeiro e fevereiro, as receitas acumuladas chegam já aos 2.833,37 milhões de euros, valor que compara com os 2.509,45 milhões de euros arrecadados nos dois primeiros meses do ano passado, num aumento de 12,9%.

Tal como as receitas, também as importações do turismo cresceram no acumulado dos dois primeiros meses do ano e somam já 635,97 milhões de euros, quando em igual período do ano passado se ficavam pelos 595,13 milhões de euros, o que traduz um aumento de 6,7%. Face aos dois primeiros meses de 2019, a diferença é ainda mais significativa e chega aos 17,5%.

O acumulado até fevereiro é ainda positivo no saldo da rubrica Viagens e Turismo, que soma 2.197,4, valor que fica 14,7% acima dos 1.914,32 milhões de euros apurados nos dois primeiros meses do ano passado. Em comparação com 2019, o aumento deste indicador chega aos 80,4%

 

 

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10.ª edição do “Vê Portugal” aposta nos desafios futuros das ERT e na paz para o turismo

A realizar de 3 a 5 de junho, em Torres Vedras, a 10.ª edição do “Vê Portugal” – Fórum de Turismo Interno, centrará os temas à volta dos desafios futuros das ERT, mas também no papel da segurança e da paz para captar turismo e desenvolver territórios. No fundo, como espelha o tema do fórum, será um evento para “gerar entendimentos”.

Victor Jorge

A 10.º edição do “Vê Portugal” – Fórum de Turismo Interno pretende debater “pontes para gerar entendimentos”. Assim, de 3 a 5 de junho, o evento da Turismo do Centro (TdC) ruma a Torres Vedras onde, segundo Jorge Sampaio, membro da Comissão Executiva da TdC, “o objetivo da 10.ª edição do evento é a mesma da 1.ª edição: discutir o turismo interno nas suas mais diversas vertentes”.

Segundo o mesmo, “não queremos discutir o presente, mas sim o futuro” e “o Centro quer estar sempre na frente da inovação quando se fala de turismo”. De resto, Jorge Sampaio não deixou de notar que “ainda falamos de pandemia, mas esta já acabou, alterando o paradigma de como o turismo é visto pela procura e pela oferta”.

O responsável na Comissão Executivo deixou, aliás, claro que “não há outra forma de inovar sem discutir o turismo, já que se trata de uma atividade responsável por cerca de 20% do nosso Produto Interno Bruto (PIB)”, admitindo mesmo que se trata das atividades que mais evoluiu e mais inovação trouxe à economia”.

No que diz respeito ao programa do “Vê Portugal” de 2024, Sílvia Ribau, chefe de Núcleo de Estruturação, Planeamento e Promoção Turística na Turismo Centro de Portugal, frisou que o evento tem como objetivo “trabalhar mais a aproximação aos agentes profissionais”. Daí a 10.ª edição do evento da Turismo do Centro arranque com reuniões B2B, no dia 3 de junho, onde os operadores turísticos e as agências de viagens nacionais ficarão a conhecer a oferta turística da região Centro de Portugal, com especial incidência na sub-região do Oeste, e poderão assim estabelecer oportunidades de negócio para o futuro.

“Queremos contribuir para a facilitação da venda dos produtos e serviços que a região oferece”. Assim, a aposta passa por “valorizar, inovar, qualificar o produto, perspectivar caminhos para essa qualificação e determinar a procura.

Jorge Sampaio admitiu mesmo que, “durante anos, o turismo foi visto pela procura. Agora será mais pelo lado da oferta”, considerando que, por isso, “há que estruturar a oferta, qualificá-la, de forma a podermos oferecer mais por mais valor e transformar território em destinos turísticos”.

Também Laura Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, anfitriã do evento, considera que “é importante a escolha de cidades intermédias e não só as grandes cidades para a realização deste tipo de eventos”.

“Nesta região e, mais especificamente, nesta sub-região, há facilidade em atrair pessoas residentes como não residentes”, disse Laura Rodrigues, fazendo referência aos 20 quilómetros de costa, qualificada como “Quality Coast”.

Quanto ao debate que deverá levantar algumas questões referentes ao futuro funcionamento das Entidades Regionais de Turismo, Jorge Sampaio deixou o recado: “gostava que o país tivesse juízo”, considerando que “não podemos ter o turismo, que representa 20% do nosso PIB a mudar de estratégia de quatro em quatro anos”, mostrando-se “confiante “ que o novo secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado [antigo presidente da ERT do Centro de Portugal] “vai ter essa estratégia para os próximos 10 ou 15 anos”.

No final ficou a indicação de que o “Vê Portugal” de 2024 terá na paz e na segurança uma das mensagens principais, até porque, segundo Adriana Rodrigues, chefe do núcleo de Comunicação, Imagem e Relações Públicas da Turismo do Centro, “o turismo é um fator para se aumentar pontes de entendimento. E a paz é fundamental para o conseguir”.

As inscrições na 10.ª edição do Fórum “Vê Portugal” são gratuitas e o programa já está disponível e pode ser consultado aqui.

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Transportes

easyJet corta voos para Israel até outubro

Dado o atual clima de instabilidade e insegurança no Médio Oriente, a easyJet decidiu cancelar os voos até outubro deste ano.

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A easyJet suspendeu os voos para Telavive (Israel) durante os próximos seis meses na sequência do recente ataque com mísseis e drones do Irão contra Israel.

A companhia aérea informou que suspenderá os voos até 27 de outubro, dada a “situação em Israel”, depois de ter retomado recentemente os voos para Telavive, na sequência do ataque do Hamas a Israel no ano passado, que desencadeou uma guerra na Faixa de Gaza.

A companhia informa que os clientes com reservas para voar nesta rota até esta data estão a receber opções que incluem um reembolso total.

“Em resultado da contínua evolução da situação em Israel, a easyJet tomou a decisão de suspender os seus voos para Telavive durante o resto da época de verão, até 27 de outubro”, refere a companhia que operava cerca de quatro voos por semana para Telavive.

Várias companhias aéreas suspenderam os voos para Israel e outras partes do Médio Oriente na sequência dos recentes acontecimentos, outras reencaminharam os voos para evitar o espaço aéreo israelita ou iraniano, o que pode aumentar o tempo dos voos.

A 27 de outubro, a easyJet lançará a sua nova operação de inverno, altura em que reavaliará a situação do mercado israelita.

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