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Entrevista | “O empresário é um sobrevivente e isso é péssimo”

António Marques Vidal, presidente da APECATE, fala sobre os desafios que se impõem à operação das atividades de Animação Turística e dos Eventos e Congressos.

Raquel Relvas Neto
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Entrevista | “O empresário é um sobrevivente e isso é péssimo”

António Marques Vidal, presidente da APECATE, fala sobre os desafios que se impõem à operação das atividades de Animação Turística e dos Eventos e Congressos.

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Raquel Relvas Neto
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António Marques Vidal, presidente da APECATE, fala sobre os desafios que se impõem à operação das atividades de Animação Turística e dos Eventos e Congressos.

À porta da época alta, em que a procura por atividades de animação turística também aumenta, que desafios a Associação Portuguesa de Empresas de Congressos Animação Turística e Eventos identifica na operação dessas no país?

Há um desafio na animação turística e não só, inclusive nos eventos também e, de certa maneira, que o Turismo em geral tem e que já vimos a falar há uns bons quatro anos: ordenamento. Portugal não está preparado para as mudanças sociais, económicas e culturais que se estão a passar, quer em termos globais, quer em termos específicos na dimensão do Turismo. E queremos um ordenamento que seja sustentável e não está a ser.

Continuamos a ter uma gestão extremamente setorizada, muitas vezes corporativa e esquecemo-nos que o Turismo tem uma dimensão global, não tem de todo fronteiras, não tem concelhos. Esquecemo-nos que toda a dinâmica social influencia o Turismo e vice-versa, e, portanto, quando tenho decisões extremamente particulares e setorizadas, que até podem parecer uma excelente solução para aquele problema em especifico, podem criar 50/70 entraves. Ou seja, o problema dos empresários da Animação Turística é que interagem muito proximamente com o espaço, que é de todos, e, a partir do momento em que o espaço não tem um pensamento organizacional, criam-se imensos problemas. O empresário é um sobrevivente e isso é péssimo, porque temos imensas licenças e taxas para isto e para aquilo, embora esteja dito na nossa lei que não pode haver taxas, mas estão sempre a criar taxas. Estão sempre a criar problemas.

Basta ver os recentes problemas que estão a acontecer em Sintra, onde uma autarquia fez um erro logo de início que foi criar um regulamento sem consultar os próprios públicos que são alvo desse mesmo regulamento. Quando faço algo sozinho tenho muitas probabilidades de fazer algo que não se adequa e, seguindo as regras democráticas e legais, nós contestámos e o juiz deu-nos razão. Quando a autarquia e as forças políticas, que apoiam essa decisão, dizem que o problema de Sintra é que foi apresentada uma providência cautelar, estão a enganar as pessoas. Isso é demagogia. O problema de Sintra é não querer trabalhar com os operadores e encontrar uma solução sustentável para essa mesma decisão. Devia-se pensar no bem comum. Sintra tem um excesso de carga, estamos todos de acordo; é necessário regular e reorganizar, estamos todos de acordo; não estamos é de acordo quanto à forma e esta tem de ser refletida e sustentável, quer na parte ambiental, social e económica. Depois, vão buscar um argumento, que é um argumento extremamente importante e que mais uma vez deve ser pensado quando pensamos no ordenamento, que é a questão da segurança, meramente com o objetivo de travar uma atividade económica. Não lhes preocupou a segurança para nada, só para travar aquela atividade económica por uma mera vingança. Para nós, isso não faz sentido porque estamos a desviar-nos da questão. A democracia existe e a participação existe e é essencial que todos oiçam o problema real.

A APECATE, neste caso concreto, muito antes do problema aparecer, pediu uma audiência à Câmara [de Sintra], que reuniu connosco e que disse que, basicamente, não quer saber. Estamos mal servidos nesse caso em específico. Infelizmente, não é o único. Temos problemas nas praias, nos espaços urbanos, nos espaços rurais, porque não há exatamente uma visão democrática do que deve ser o ordenamento e continuamos aqui a criar problemas. Devíamos ter o ordenamento minimamente estruturado e consistente. Depois de resolvida essa parte, temos o segundo problema que existe para os empresários da animação turística: a qualificação. Ainda temos muitos operadores que prestam serviços em vez de oferecer produtos. Isto é uma questão de qualificação, é sair de um mero serviço para ser realmente um operador turístico que oferece um produto.

Depois, tendo essas duas etapas feitas, é a questão da captação dos clientes e da venda para dar subsistência à atividade.

 

Esta questão de Sintra tem a ver com o acesso dos tuk tuks e da respetiva regulamentação?

Para já, não deve ser um problema de tuk tuks. Para nós, é um problema das viaturas afetas à atividade de animação turística, que são tuk tuks, carros antigos, carrinhas até nove lugares, carrinhas que estão a dar apoio a percursos de bicicleta ou a pé, é toda uma diversidade. Centralizou-se nos tuk tuks, porque estão numa fase que chama mais a atenção e que, de certa maneira, tomaram algumas atitudes menos concertadas, mais agressivas e isso provoca alarme social. O que reforça mais a questão de, depois de resolvermos o ordenamento, resolvermos a qualificação e, nomeadamente, o que é um prestador de serviço.

É muito simples, qualquer operador de animação turística tem de cumprir a lei. É óbvio que um operador de animação turística não pode apanhar clientes no meio da rua. Isso é serviço público, é serviço dos táxis e dos Uber, não é serviço da animação turística. Basta simplesmente cumprir o que está na lei. Mas temos, efectivamente, de querer cumprir a lei e qualificar as pessoas e tirar o problema dos tuk tuks. Os tuk tuks são uma parte da animação turística, existem e, para mim, têm direito a existir, têm é de cumprir regras.

É verdade que se tem de regular o acesso a Sintra ou o acesso à baixa de Lisboa. Tem que se trabalhar as motorizações (em Lisboa já está praticamente resolvido), em Sintra já existe muito, mas há soluções técnicas que permitem a eletrificação e, portanto, começar a fazer a mudança da motorização, que tem de ser progressiva dando capacidade aos empresários de prepararem investimentos e depois qualificar, porque é verdade que há muito mau serviço prestado por alguns operadores.

 

Soluções

Para resolver estes desafios, nomeadamente do Ordenamento, qual é a sugestão da APECATE?

Julgo que de uma vez por todas, e isso é uma obrigação do Estado, embora a APECATE o ande a fazer dentro das suas competências e das suas limitações, devia-se criar a obrigatoriedade de todas as leis e regulamentos serem discutidos com as associações do setor. É impensável que dentro do Ambiente se continuem a fazer leis e projetos sem consultar quem vai usufruir. É impensável que se faça um regulamento para uma praia e não se tenha consultado [as associações do setor]. Em concreto, no Algarve, neste momento, vão fazer-se concursos que visam a renovação das concessões dos apoios de praia em que definiram como critério tratar todas as praias do Algarve por igual, o que é o primeiro erro. Segundo erro, introduziram critérios decisivos, ambientais, um que, por exemplo, tenta combater as atividades motorizadas que na sua essência têm algum sentido, mas na prática não posso tratar a Praia Verde da mesma forma que a praia de Albufeira. Tem de se perceber o que é Albufeira, quem é que habita em Albufeira, quem são os turistas que chegam a Albufeira. Não posso dar a esse turista o mesmo que dou ao turista que procura uma praia qualquer em Tavira ou numa ilha da Ria Formosa, que são turistas completamente diferentes. Se na Ria Formosa faz todo o sentido que o critério seja o que privilegie as canoas, ou o stand-up paddel, a vela, tudo o que não seja motorizado, depois chegamos a Albufeira e é completamente diferente. Numa altura em que andamos a sofrer com o Brexit, com dificuldade em continuar a captar mercados específicos, que são mercados que consomem uma coisa, mas depois chegam cá e dou-lhes uma canoa para andar. Voltam para Inglaterra e dizem que Portugal nunca mais, Algarve nunca mais pensar. O Estado tem que ter juízo, está a interferir com milhões, quer os milhões que estamos a gastar na captação de clientes, apesar do Brexit, quer na sustentabilidade económica de uma série de empresas e de famílias que vivem daquele negócio.

Defende uma comunicação mais transparente entre as várias entidades?

Tem que, pelo menos, haver diálogo. Outro critério foi o preço mais barato. Pergunto: estamos a falar de Turismo, de Economia ou estamos a falar de questões sociais? Então um critério onde a decisão é o operador turístico que fizer o preço mais barato ao cliente e que não pode alterar nos próximos dez anos a não ser à taxa de inflação? Isto é Economia? Estamos à procura do turista que cria valor, que investe em qualidade ou do turista que vem para aqui porque isto é tudo muito barato e faz o que quer? Não pode ser. Foi um dos critérios decisivos para as praias do Algarve. É claro que a praia tem de ser de todos e tem de dar acesso a todos, agora o que posso e tenho obrigação de fazer enquanto Estado é introduzir benesses sociais, possibilitanto que as pessoas também partilhem aquelas atividades. Agora o turista não tem que estar a ser financiado, o turista tem que financiar. Isto foi feito e anda a prejudicar Portugal e ninguém diz nada. Fazem o que querem e depois nada acontece. Colocava como obrigatório ouvir as entidades, registar claramente, discutir com o setor. Isto tem de ser muito claro para as pessoas, não podem continuar a fazer as coisas escondidos nos gabinetes. Não, temos que ver o que acontece e ter a obrigatoriedade de consultar as forças vivas, as entidades que estão diretamente implicadas. Depois também deve haver uma concertação nacional, sobretudo com o que vai acontecer agora por decisão da Assembleia da República e do Governo, em que as autarquias vão ficar com mais poderes. É uma decisão sobre a qual não vou opinar, mas considero que devia ser uma obrigação que as autarquias tivessem de seguir uma série de indicações de unidade nacional. Vou dar um exemplo que aconteceu com uma empresa que teve um projeto de um evento para fazer em 30 praias, o projeto é exatamente igual. No entanto, teve de fazer 30 projetos diferentes, pagou 30 taxas diferentes e teve de fazer 30 requisitos diferentes. Isto não faz sentido.

 

Ou seja, o Simplex não está a funcionar?

Não funcionou, no poder local e em muita parte do Estado. O Simplex no Turismo atuou e muito bem, foi uma das melhores medidas e julgo que a competitividade do Turismo, entre outras coisas, se deve muito ao Simplex, mas depois saímos daqui e é preciso o carimbo. Entramos no país do carimbo. Depois temos entidades, nomeadamente as entidades que fazem a gestão e a fiscalização das praias, que não funcionam no sentido da construção, funcionam só no sentido da punição. Também não é solução. É necessário mudar mentalidades do aparelho de Estado, a começar pelas autarquias e terminando no resto.

 

Futuro

Além de todos estes desafios, houve também um que foi o crescimento do Turismo em Portugal e, consequentemente, das empresas de Animação Turística. Com alguns indicadores a apontar um decréscimo no número de turistas, como fica a sustentabilidade atividade? Vai existir um processo de filtragem e algumas empresas vão encerrar?

Julgo que ainda não vai acontecer, mas no futuro, irá acontecer. Os mercados tendem a estabilizar, o que acredito também é que existe uma renovação do tipo de empresa. Há seis anos, ninguém sabia o que era um tuk tuk, entretanto apareceram imensas empresas e agora também já há muitas menos. Começou a haver mais concentração. Se no início os tuk tuks era muito de micro empresas, com uma, duas viaturas, que serviram para a sua auto-sustentação, apareceu na altura da crise e foi um bom meio social, hoje em dia já começa a haver empresas maiores. Mas aquilo que se falou prende-se com a questão que lhe disse: não há, hoje em dia, efetivamente, um excesso de turistas, há cargas excessivas em locais específicos. Por isso voltamos a falar que é necessário voltar a criar um modelo de ordenamento e de gestão. Tudo o resto não é novo, é preciso descentralizar e criar novos pontos de interesse, isso tem vindo a ser feito. Por exemplo, o Turismo de Natureza está a voltar. Como é lógico, a Natureza em si mesma tem uma carga muito importante e as empresas sabem, porque estas não abusam. E é preciso perceber aqui que a Animação Turística é muito diferente da hotelaria, da restauração, embora devam  e tenham de estar intimamente ligados, porque um produto turístico não existe sem uma destas três componentes. Em termos da animação, como é óbvio, as cidades têm de se reajustar, reorganizar para uma nova vivência, para turistas diferentes, porque o próprio turista mudou muito. A maneira como o turista chega ao seu destino e quer aquilo que quer também é muito diferente. Como disse, aparecem as empresas mais tradicionais e aparecem também outras, agora tem que haver um plano organizacional para a cidade, tem que haver um plano de gestão, havendo isso as empresas adaptam-se.

Quando se tomam decisões é sempre para proibir. É a primeira palavra que oiço em Portugal e isto sempre com base em chavões que valem muito e que não valem nada. O primeiro é a segurança. À custa da segurança proíbem-se não sei quantas coisas. É não perceber efetivamente o que quer dizer segurança. E muito mais do que segurança, quem fala de segurança tem de falar de uma coisa que se chama gestão de risco. Pergunto quem são essas pessoas que tomam decisões e que percebem o que é gestão de risco. Porque a segurança é uma mentira, o que existe sempre é um nível de insegurança e aumenta e diminui de acordo com as atitudes, os comportamentos, as decisões que tomamos. Não podemos falar que Portugal é um país seguro, podemos falar que Portugal é um país com um nível de insegurança muito mais reduzido do que outros países. Um técnico percebe isto, um cidadão comum não porque só falam em segurança, mas era obrigação do técnico perceber e inverter isso de uma maneira que se tornasse sustentada.

Tirando o chavão da segurança, outra é a qualidade. E a qualidade não se faz proibindo, faz-se qualificando. Se proibir, nunca vou ter qualidade, tenho é de qualificar e perceber como é que qualifico.

Estas são as questões, se conseguirmos dar a volta a isto, vamos continuar a ser um país muito forte no Turismo, porque a nossa maneira de ser e de estar, a nossa história e gastronomia, tudo isso já existe e não vamos destruí-las. Se resolvermos todos estes problemas, penso que vamos continuar a ser um país a ganhar troféus do Melhor Destino do Mundo muitas vezes, mas é preciso parar para refletir e realmente abordar estas questões.

 

Dentro dos subsetores que existem na Animação Turística, desde os parques de aventura, operadores de turismo cultural, operadores marítimo-turístico, operadores de turismo natureza, existem alguns desafios que são mais urgentes nestas sub-áreas?

Sim. Um setor que tem um enorme potencial e que está altamente constrangido ainda é o marítimo-turístico. Há um potencial enorme no mar, nas atividades de praia e de mar e que está altamente constrangido ainda por muitos regulamentos e leis, por muitas autoridades a mandar e que é um caminho.

Outra questão é, claramente, a dos parques naturais. Portugal é um país onde ainda temos um muito bom nível da Natureza, mas os parques em Portugal têm caraterísticas muito diferentes dos parques do outro lado do mundo, porque são feitos em cima de muita área particular, com muita atividade. Há coisas que têm de ser revistas. A gestão desses mesmos parques, como é distanciada das pessoas que vivem nesses parques, leva a que hajam conflitos de utilização. O Turismo, como disse há pouco, pode ser altamente sustentado e acrescentar valor, porque logicamente, o que todos procuramos é ter menos turistas e mais valor. Isso é que é a tal margem que possibilita ter serviços com mais qualidade, com mais integração de questões naturais. Julgo que aí também tem que ser feito um trabalho consistente, embora, volte a dizer a que questão do mar, e muita coisa está felizmente a ser feita, muita coisa falta ainda fazer. E agora esta mudança das autarquias que vão passar a ter a gestão das praias.

 

Não lhe traz boas perspetivas?

Nem boas, nem más. Considero que é uma oportunidade porque é uma mudança e qualquer mudança pode ser uma oportunidade ou um desastre. Faço é os alertas. Já tenho alguns indicadores que apontam que em certos sítios vai, efectivamente, correr melhor, mas em outros sítios já está a correr pior. Pode ser uma nova maneira de estar. Agora não podemos continuar a ter uma gestão das praias feita com leis avulsas e muitos interesses. Vou colocar uma questão paralela: Sabe com quantas entidades oficiais a animação turística, no seu global, tem que se dar? Dez. Como é que temos de trabalhar com dez entidades que mandam, põem e dispõem, que não falam umas com as outras, que fazem leis umas por cima das outras. Há aqui uma necessidade de articular, de congregar e de, efetivamente, perceberem o que é que implica uma coisa e outra. Porque, de facto, há bons e maus empresários em todo o lado. Os bons empresários são pessoas conscientes, têm a noção que se dermos cabo do património, da natureza, do nosso espaço, nomeadamente espaço urbano, vão abaixo, morrem. Nenhum empresário quer morrer, quer continuar com o seu projeto. Agora vai dar-me exemplos de muitos empresários, os chamados empresários paraquedistas, que existem e o Turismo também os tem. Posso dizer que houve uma classe de empresários que também já estão a ir, que a certa altura tinham alojamento local, Uber, tuk tuk e táxi. Faz parte, é um direito que têm, mas já estão a mudar de negócio. Mas os outros não, querem fazer coisas e a maior parte dos empresários quer cumprir, essa é que é a grande questão. Quando começa a querer cumprir, fica num caos. E não chegámos à questão dos IVA’s. Um empresário da animação turística tem o IVA normal a 23%, mas em algumas situações, como desportivas, pode ter a 6%, é um caos. Perguntando às próprias Finanças, uns dizem umas coisas, outros dizem outras.

 

Com todos estes desafios identificados pela APECATE, como vê a recetividade do Estado, neste caso da Secretaria de Estado do Turismo?

Com os três últimos Governos tivemos sempre uma excelente linha de comunicação com a respetiva Secretaria de Estado. Cada uma delas, de acordo com as suas políticas, investiu mais numas áreas do que em outras. Como é lógico, nunca estamos contentes. Mas posso dizer, claramente, que tivemos excelentes relações com os três, somos ouvidos, nem sempre conseguimos que eles se mobilizem para resolver as nossas questões, mas em geral, os três últimos secretários de Estado do Turismo fizeram um excelente trabalho em prol do Turismo. Agora, em prol de algumas questões específicas, nomeadamente a nível de ordenamento, cada vez se torna mais grave e consideramos que deviam também investir mais, pois julgo que é necessário apanhar este problema de frente. A atual Secretaria de Estado [do Turismo], e o Turismo de Portugal, têm feito um excelente trabalho na promoção de Portugal, na captação de novos mercados, na abertura ao mundo, e todos estamos a beneficiar disso. Agora, na questão fundamental desta questão específica que está a começar a ser um problema, e com esta passagem de competências para as autarquias que vai ainda avolumar mais o problema, julgamos que é altura de também fazer um esforço maior. É necessário haver uma maior preocupação com essa parte.

 

Eventos e Congressos

No vosso congresso, que decorreu no início do ano na ilha do Faial, falaram da necessidade de um registo de empresas desta área. É um dos desafios na área dos Eventos e Congressos? E a questão do IVA?

A questão do IVA afeta-nos a todos dos eventos, congressos e animação turística. Uns mais do que os outros. A questão do IVA em comparação com os nossos vizinhos espanhóis põe-se mais nos congressos. Nos eventos, não é só a questão do IVA, é que quando há um grande evento, os nossos amigos espanhóis mobilizam-se em termos de entidades oficiais, das empresas, temos as empresas de animação turística, as autarquias, todos juntos a concorrerem como um bloco. Cá, se quero captar um evento, faço o esforço todo. Isto não é só responsabilidade do Governo, é responsabilidade de uma cultura dos empresários portugueses que ainda não perceberam que têm que se unir para fazerem blocos fortes para conseguir captar [eventos, congressos]. A guerra passa por aí. Por exemplo, Lisboa continua sem ter um centro de congressos para grandes eventos, uma parte é responsabilidade do Governo, mas a outra parte é dos empresários que não se unem. Não estou muito por dentro, mas a última noticia que li, vale o que vale, é que a Câmara de Lisboa andava com um diferendo com a Associação Industrial de Lisboa, porque não conseguem chegar a acordo sobre o local onde vão fazer o centro de congressos. Julgo que há alturas em que há valores que falam mais alto. Não é às entidades que compete. Muitas vezes a mudança de mentalidade dos próprios empresários é que é determinante. Temos, por um lado, a capacidade de resolução de problemas, criatividade, as agências portuguesas de eventos são das mais criativas do mundo. Cada vez vez que fazemos um micro ou grande evento fazemos bem, mas depois falta-lhes esta capacidade de saber trabalhar em parceria. Considero que esse é o grande desafio para o setor dos eventos na sua dimensão comercial. Falta saber e aprender a trabalhar em parceria, não só com as entidades oficiais e estas connosco, como também entre os próprios empresários.

Resolvendo essa questão, surge ainda a questão em que julgo que é urgente haver uma maneira de saber o que é isto dos eventos. Temos uma definição minimamente acordada do que devem ser os eventos, e é muito importante porque tenho que saber quanto vale o setor. Ouço o poder político dizer que a hotelaria vale isto, a restauração aquilo, a animação turística isto e os eventos? Não sabem. É algo em que a Secretaria de Estado não nos deu abertura. Consideramos que o registo é uma maneira simples de começarmos a ter acesso [a esta informação]. Diz-se que com o INE se sabe, mas não se sabe porque os nossos CAE são múltiplos. É uma medida simples, que nos ia dar uma noção de setor, que nos ia dar dados para fazermos uma gestão mais organizada e realista. Por outro lado, as próprias empresas de congressos e eventos começavam também a perceber quem é o seu setor. E uma coisa leva à outra, como é que se qualifica o setor, como é que se definem mercados, como é que se juntam para ganharem os tais concursos. Consideramos que é benéfico, porque os eventos são um setor extremamente competente, mas muito disperso.

 

Tendo em conta a importância e apoio financeiro que o Governo dá a um único evento que Portugal vai receber nos próximos dez anos, qual é a opinião da APECATE sobre este apoio e que impacto tem na operação de outros eventos?

A decisão de apoiar um evento e de não apoiar outro, é uma decisão política, compete a quem está no Governo. Há outras maneiras, certamente há. Há outras estratégias, certamente há. Julgo que cabe a quem de direito decidir. Posso sempre colocar muitas questões, agora há uma questão de base: é importante ter eventos de visibilidade mundial em Portugal? Sim. Porque é importante continuar a marcar mundialmente a agenda. Aliás, uma das grandes revoluções que aconteceu nestes últimos 12 anos, foi que saímos daquela promoção tradicional, da feira, para apostarmos no digital e com muito êxito, mas depois também tivemos eventos como a Expo98 ou o Euro 2004, que foram notícia mundialmente. Como já dizia alguém, a dificuldade é eles aterrarem em Portugal, depois de estarem cá um dia ou outro, já percebiam o que é isto e voltariam. Nessa lógica, se tinha que ser com a Web Summit ou com qualquer outro evento, não vou discutir. Julgo que é importante que produza notícias mundialmente. Numa lógica de mercado, o mercado do digital e da web está em grande crescimento e preponderante, portanto, um evento nessa área também não me parece que seja mau. É óbvio que gostava que o Estado apoiasse, mesmo a própria APECATE já teve alguns eventos de dimensão mundial e teve os apoios que teve, se queria ter tido mais? Claramente que sim. Existe uma verba, alguém para decidir, é votado, está lá, decide, não questiono muito.

Espero que continue a ser um evento marcante para os próximos dez anos, que isso é que é importante, porque senão não devia ser tantos anos. Julgo que é importante preparar para depois se poder rentabilizar, para não acontecer o que sucedeu com o Euro 2004, em que temos alguns estádios que não têm utilidade. Houve aí, claramente, um erro de planeamento. Se nos próximos dez anos, criarmos infra-estruturas e conseguirmos ir captando outros grandes eventos que sirvam para nos situar nesse nível de negócio, acho que sim.

Ao nível de hotelaria já não há alojamento para aquela data, agora também não concordo que se vão fazer alojamentos de propósito para dar resposta, isso é um erro. O que temos é que criar uma melhor mobilidade e ir beneficiando as áreas adjacentes. Se estiver alojado em Fátima e chegar numa hora a Lisboa, é ótimo. Se me meter num comboio e sair no Parque das Nações, estou dentro do congresso, isso é ótimo. Os comboios têm é de funcionar. Julgo que é importante ter estes eventos desde que não seja uma festa, desde que sejam projetos que criem a chamada sustentabilidade, que tenham o efeito de onda para além do próprio evento em si, que provoque desenvolvimento. Se for só para fazer o evento, mandar uns foguetes, por favor não.

 

Que iniciativas se podiam concretizar para ajudar a dinamizar o setor dos congressos?

Continuo a achar que o setor precisa de identidade, precisa de saber quem é, o que é que faz e precisa de ter mais candidaturas concertadas. Aí, o modelo ainda é uma associação ou uma empresa que vai sozinha captar o congresso, faz tudo sozinha. Isso, julgo, é uma fragilidade. Considero que a grande aposta é exatamente dar valor ao setor para começarmos a fazer candidaturas mais fortes, porque é um bom mercado e estamos bem posicionados. Outra questão era pensar a mobilidade para tornar, por exemplo Viseu, um bom destino de congressos internacionais. Não o é porque ao nível de acessibilidade só há auto-estrada e pouco mais, não há transportes, não há interfaces, não há ligações. É este tipo de concertação que é necessário para nos tornarmos imbatíveis em relação a destinos como Barcelona, como Valência, como Paris, porque temos armas para o ser.

Sobre o autorRaquel Relvas Neto

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Albufeira promove sessões de esclarecimento sobre aplicação da taxa turística

A taxa turística em Albufeira começa a ser aplicada a partir do dia 21 de maio, mas antes disso, a Câmara Municipal vai levar a cabo ações de esclarecimento para os detentores dos cerca de nove mil alojamentos locais e responsáveis pelas cerca de 150 unidades hoteleiras existentes no concelho. Ao todo serão seis ações, divididas pelos dias 10 e 14 de maio.

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O município de Albufeira agendou seis sessões de esclarecimento para os dias 10 e 14 de maio, acerca da taxa turística que começa a ser aplicada no concelho a 21 de maio, nomeadamente quanto à forma de cobrança e pagamento da mesma, anuncia a autarquia em comunicado.

As ações da manhã arrancam às 11h00 e decorrem até à 13h00, para os responsáveis pelos hotéis. À tarde, os responsáveis pelos alojamentos locais serão divididos em dois grupos, um para a sessão das 14h00 às 16h00 e outro das 18h00 às 20h00, todas no Auditório Municipal de Albufeira.

As sessões de esclarecimento são gratuitas, mas carecem de inscrição para efeitos de organização, pelo que a autarquia solicita a confirmação e escolha do dia e hora da sessão através do email: [email protected].

O regulamento da taxa turística do município de Albufeira visa, conforme avança nota publicada no site oficial da Câmara Municipal, assegurar que os recursos necessários ao desenvolvimento do turismo no concelho sejam também assegurados pela própria atividade turística, através da contribuição dos próprios turistas, assegurando uma base de proporcionalidade, ponderação e equilíbrio, com o objetivo de preservar a competitividade do município no contexto nacional e internacional de destinos turísticos de referência.

De acordo ainda com o regulamento, a taxa tem um valor de dois euros entre 1 de abril e 31 de outubro (época alta) e será cobrada até ao máximo de sete noites seguidas a todos os hóspedes com idade igual ou superior a 13 anos.

Refira-se que foi publicado em Diário da República, de 30 de abril, que a entrada em vigor da taxa turística seria no dia 2 de maio, contudo, no que concerne a Albufeira, “encontra-se suspensa até ao dia 20 de maio, dado terem surgido alguns constrangimentos na utilização da aplicação informática de pagamento, prevendo-se como data de início da cobrança, o dia 21 de maio”, esclarece o presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo.

Segundo o autarca, embora o turismo promova o desenvolvimento económico e social, “ele implica também uma sobrecarga da atuação pública e na própria prestação de serviços municipais, pelo que se torna essencial termos uma capacidade de resposta na medida do crescimento da procura, bem como assumir as melhores estratégias para permitir o desenvolvimento de um ambiente sustentável, adequado e infraestruturado”.

José Carlos Rolo adianta que Albufeira pretende investir em projetos referentes às seguintes áreas de atuação: acessibilidades e valorização da orla costeira, ações no âmbito das alterações climáticas, sustentabilidade e mobilidade, apoio às forças de socorro e emergência, apoio à saúde, património cultural e promoção de atividades culturais e desportivas, promoção turística, ações de valorização turística, manutenção e conservação de infraestruturas em zonas turísticas e desenvolvimento de novos produtos turísticos.

 

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A cidade de Guimarães voltou a candidatar-se a Capital Verde Europeia 2026, depois de, no ano passado, ter sido uma das cidades finalistas para a edição de 2025.

“O município reforça assim o seu empenho e compromisso em atingir o objetivo, através da aposta contínua no desenvolvimento sustentável do território”, refere a autarquia, num comunicado enviado à imprensa.

Na informação divulgada, a Câmara Municipal de Guimarães recorda que, em 2023, a cidade foi uma das três finalistas a representante em 2025, mas o título acabaria por ser atribuído à cidade de Vilnius, na Lituânia.

Este ano, a short-list com as três cidades finalistas deverá ser conhecida no próximo mês de junho, sendo a vencedora anunciada em outubro.

“Guimarães tem realizado, nos últimos anos, um trabalho de excelência no que respeita ao ambiente, sendo atualmente uma referência a nível mundial nesta área”, sublinha Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães.

De acordo com o autarca, além dos vários projetos em curso, a cidade tem vindo também a apostar num “processo de sensibilização, com o objetivo de unir toda a população e colocar os cidadãos no centro deste caminho de futuro ambientalmente sustentável”.

Recorde-se que Guimarães tem vindo a promover a sustentabilidade e ações ambientais, através do seu ecossistema de governança integrador, participativo e multidisciplinar, conhecido como Guimarães 2030.

“Este modelo, coordenado pelo município em conjunto com o Laboratório da Paisagem, envolve universidades, empresas, associações sem fins lucrativos, o Governo, decisores políticos e cidadãos. O objetivo é tornar o território climaticamente neutro até 2030, com foco na investigação, educação e sensibilização ambiental”, acrescenta a autarquia.

A Capital Verde Europeia, iniciada em 2010 pela Comissão Europeia, promove cidades sustentáveis, reconhecendo anualmente uma cidade líder nos padrões ambientais e metas ambiciosas de sustentabilidade urbana e combate às alterações climáticas.

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A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) anunciou que, no ano passado, o enoturismo do Alentejo cresceu 27% face ao ano anterior, num crescimento que foi impulsionado por turistas nacionais, mas também provenientes do Brasil e EUA.

“O mercado nacional lidera o ranking de visitantes, representando 50% do total de interessados pelos vinhos da região”, destaca a CVRA, explicando que os brasileiros e americanos fecham o Top3.

Além destes principais mercados, também o número de turistas provenientes de outras nacionalidades tem vindo a subir, com destaque para a Suíça, Espanha, França, Bélgica e Reino Unido.

A CVRA refere, no entanto, que, no ano passado, “o Canadá foi a nacionalidade que registou um maior aumento, na ordem dos 75%”.

“O enoturismo é uma referência para o turismo no Alentejo, que potencia não só a vinda de turistas à região como contribui para a dinamização da economia alentejana. A tradição vitivinícola é milenar, com vinhos de qualidade e reconhecidos internacionalmente, sendo os programas de atividades diversificados, algo que atrai cada vez mais turistas interessados em conhecer a região, a cultura, a gastronomia e as gentes alentejanas”, salienta Francisco Mateus, presidente da CVRA.

As visitas guiadas às vinhas, às adegas e às caves, as provas de vinhos, os workshops e cursos vínicos, as sessões de vinoterapia, os passeios a pé, de bicicleta e, até, a cavalo pelas vinhas são algumas das atividades mais procuradas.

“Estas atividades constituem experiências únicas e enriquecedoras a todos os visitantes, permitindo que conheçam de perto a produção dos vinhos e que descubram os aromas e paladares tão peculiares que tornam os Vinhos do Alentejo Únicos por natureza”, acrescenta a CVRA.

Os turistas que procuram o enoturismo no Alentejo podem também realizar algumas rotas, concretamente a Rota de São Mamede (Distrito de Portalegre), Rota Histórica (Distrito de Évora) e Rota do Guadiana (Distrito de Beja), sendo que a Rota Histórica é, segundo a CVRA, aquela que “apresenta o número mais elevado de “enoturistas””, ainda que o maior crescimento se tenha verificado na Rota do Guadiana, que cresceu 44% face ao ano anterior.

 

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Living Tours volta a pagar 15.º mês de salário aos colaboradores

Segundo a Living Tours, a decisão de pagar o 15.º mês de salários aos colaboradores deve-se aos “resultados positivos de faturação e expansão de infraestruturas” que a empresa alcançou em 2023.

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A Living Tours anunciou que, pelo segundo ano consecutivo, vai pagar o 15.º mês de salário aos seus colaboradores, decisão que se deve aos “resultados positivos de faturação e expansão de infraestruturas”.

“A completar 20 anos desde a sua fundação, o grupo destaca o período de crescimento excecional alcançado em 2023, ano em que registou 16 milhões de euros em vendas, um aumento de 50% face ao ano anterior, e uma equipa composta por 200 colaboradores”, refere a Living Tours, num comunicado enviado à imprensa.

Segundo Rui Terroso, CEO da Living Tours, a empresa testemunhou, no ano passado, um crescimento que além das “metas iniciais”, pelo que o pagamento do 15.º mês de salário é “uma forma de reconhecer o esforço de todos os que contribuíram para estes resultados e incentivar o desempenho coletivo da Living Tours”.

“Estamos animados para continuar este trajeto ascendente, sendo que o nosso objetivo atual passa não apenas para manter, mas também acelerar o ritmo de expansão e inovação com a digitalização que estamos a implementar em toda a empresa”, acrescenta o responsável.

No comunicado divulgado, a Living Tours explica ainda que o pagamento do 15.º mês de salário será realizado “de forma proporcional ao tempo de trabalho de cada colaborador que acompanhou e permaneceu na Living Tours durante 2023”.

“Esta é uma das medidas que reafirma o compromisso da empresa com o desenvolvimento de cada colaborador, que inclui a promoção do envolvimento das equipas no programa de responsabilidade social “Livingtourianos com Causa””, lê-se ainda na informação divulgada.

 

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Turismo do Alentejo e Ribatejo, 25 de abril, Inatel e cruzeiros na edição 1510 do Publituris

A nova edição do jornal Publituris faz capa com uma entrevista ao presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos, que faz um balanço dos primeiros meses do atual mandato e perspectiva o futuro das duas regiões. O 25 de abril, Inatel e um dossier dedicado aos cruzeiros também constam desta edição.

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A nova edição do jornal Publituris faz capa com uma entrevista ao presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, José Santos, que faz um balanço dos primeiros meses do atual mandato e perspectiva o futuro das duas regiões.

Nesta edição, publicamos também uma análise ao impacto do 25 de abril de 1974 no turismo nacional, através dos “Cadernos de Turismo”, que contêm informação estatística dessa altura, compilada pelo economista António Paquete, colaborador do jornal Publituris desde 1984.

A atividade do Inatel também está em destaque nesta edição, que conta com uma entrevista a Francisco Madelino, presidente do Conselho de Administração da Fundação Inatel. O responsável fala sobre a importância do turismo para esta instituição, que usa as receitas provenientes deste setor para fazer política social.

As novidades dos parques temáticos nacionais também estão presentes nesta edição, num artigo que detalha a oferta de alguns dos melhores parques nacionais, assim como de Espanha e França, onde se localiza ainda a “rainha da magia”, a Disneyland Paris, que lançou já em Portugal a campanha “Verão Mágico”.

Nesta edição, o dossier é dedicado aos Cruzeiros, que já recuperaram por completo da pandemia da COVID-19 e atravessam um momento positivo, com vendas em alta para o verão e boas perspectivas também para o próximo inverno.

Além do atual momento positivo que vivem os cruzeiros, conheça também algumas das novidades previstas e os novos navios que estão a chegar e saiba, através de uma entrevista a Fernando Santos, proprietário e diretor-geral da GlobalSea, agência de viagens especializada em cruzeiros, quais são as principais dúvidas que tanto clientes como agentes de viagens ainda têm relativamente a este tipo de férias.

A edição 1510 do Publituris conta ainda com a rubrica “Histórias do Turismo” dedicada ao 25 de abril de 1974, com o Check-In e com as opiniões de Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Pedro Rodrigues Catapirra (Cluster General Manager Lisboa da Highgate Portugal) e de António Paquete (economista e consultor de empresas).

Boas leituras.

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Pour Suisse Tourisme, le nouveau logo “Switzerland” – exclusivement en anglais – “constitue la base logique pour la marque de la destination de vacances et de voyage qu’est la Suisse”.

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Turismo da Suíça ganha novo logotipo depois de quase 30 anos

Depois de quase 30 anos sob a bandeira da flor dourada, o Turismo da Suíça apresentou o seu novo logotipo esta segunda-feira em Genebra. Assim, a organização deixará de apenas promover o destino, passando a “acompanhar o turista ao longo da sua viagem, desde a inspiração até ao planeamento”.

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O novo logotipo “Switzerland” – exclusivamente em inglês – “forma a base lógica para a marca do destino de férias e viagens Suíça”, escreve o Escritório Nacional de Turismo da Suíça (ONST). Em vez da letra T, uma cruz suíça simboliza a origem confiável e o otimismo do destino suíço. Mas esta cruz simbólica vai muito além de uma simples bandeira nacional: foi ampliada e decorada com um monocromático de cinco tons que oscila entre o vermelho e o rosa, sinais de modernidade, diversidade e autonomia.

A imagem da Suíça turística hoje conhecida no imaginário coletivo foi criada em 1995 sob a égide de um novo logotipo: a flor dourada.

Durante muitos anos, não só o Suisse Tourisme, mas também uma série de organizações sectoriais e destinos promoveram a sua oferta turística com este logotipo. A flor dourada é hoje associada à Suíça turística pela população e por muitos visitantes.

A Suisse Tourisme (ST) revelou que a sua nova identidade digital está em sintonia com os tempos, o novo universo da marca simboliza a promessa turística de longa data da Suíça: natureza, hospitalidade e fiabilidade.

Hoje, quase 30 anos depois, as exigências impostas a uma marca são completamente diferentes das dos anos 90. É por isso que a ST decidiu criar um novo universo de marca digital tão único quanto reconhecível. O caminho iniciado em 1995 é assim continuado de forma consistente, mas a um nível mais elevado. Pela primeira vez na história da promoção turística suíça, uma simples sigla é transformada num universo completo de marca.

A transição completa para o novo universo da marca deve demorar alguns meses.

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Património cultural da Madeira promove-se em 30 vídeos informativos

A Associação de Promoção da Madeira e a Secretaria Regional de Turismo e Cultura, em colaboração com a Direção Regional da Cultura, acabam de lançar o projeto AP_ARTE, iniciativa destinada a divulgar e promover o rico património cultural da Região, numa série de 30 vídeos.

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O projeto AP_ARTE, consiste numa série de 30 vídeos de curta duração produzidos pela Vinco Films. Cada vídeo destaca uma peça de arte única encontrada em sete espaços culturais distintos na Madeira, incluindo o Convento de Santa Clara, o Museu de Arte Contemporânea da Madeira, o Museu Etnográfico da Madeira, o Universo de Memórias, o Museu de Fotografia da Madeira, a Casa – Museu Frederico Freitas e o Museu Quinta das Cruzes.

Estas peças de arte foram selecionadas com base na sua importância histórica e patrimonial, bem como na sua relevância para a identidade cultural da Madeira. Cada vídeo, para além de descrever a obra de arte em destaque, proporciona, também, uma visão única sobre os espaços culturais onde a mesma está alojada, destacando a sua contribuição para a riqueza cultural da região.

O objetivo do projeto AP_ARTE é não só divulgar o vasto património cultural da Madeira, mas promover, igualmente, a educação orientada para a cultura e incentivar a descoberta e a valorização do mesmo. Através desta iniciativa, os espetadores são convidados a explorar e apreciar a diversidade do património madeirense, enriquecendo, assim, a sua experiência cultural.

 

 

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Turismo de Marrocos com olhos postos no Mundial de Futebol 2023

O Ministério marroquino do Turismo e Artesanato estabeleceu a meta de atingir 17 milhões de chegadas internacionais em 2026 e 12 mil milhões de euros de receitas e prevê planos ainda maiores para 2030, ano do Campeonato do Mundo de Futebol.

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A perspetiva de co-organizar o Mundial de Futebol em 2030 com Portugal e Espanha e sugere muitos desafios para o destino, mas também “uma imensa oportunidade para o turismo. Estamos a preparar-nos investindo em infraestruturas de alojamento, mas também em estradas e aeroportos”, disse Fatim-Zahra Ammor, ministra do Turismo e Artesanato de Marrocos, durante um fórum na cidade de Rabat, citada pelo jornal francês Tourmag.

Refira-se que a Federação Internacional de Futebol (FIFA) anunciou em outubro passado que a edição de 2030 do Campeonato do Mundo seria organizada conjuntamente por estes três países. No entanto só deve ratificar oficialmente esta decisão no final de 2024.

“O turismo não é um setor entre outros. É um pilar fundamental da nossa economia e da nossa cultura. Este setor representa 7% da nossa economia e 800 mil empregos”, realçou a ministra.

Em 2022, Marrocos registou 11 milhões de visitantes estrangeiros, alcançando 84% dos níveis de 2019. Em 2023, os níveis pós-Covid são ultrapassados ​​com 14,5 milhões de turistas, marcando “um recorde absoluto” de 10 mil milhões de euros de receitas.

“Continuamos a progredir”, acentuou a governante, com um aumento de 13% no final de março, face a 2023. Este sucesso, conforme lembrou, “é o resultado de uma estratégia clara. Foram investidos 600 milhões de euros pelo governo, é um compromisso sem precedentes no setor do turismo em Marrocos”, avança o mesmo jornal.

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Líderes mundiais das viagens e turismo desenvolvem parceria histórica em nome da natureza

O Conselho Mundial de Turismo de Viagens (WTTC), o Turismo da ONU e a Aliança de Hospitalidade Sustentável unem forças para apoiar o turismo positivo para a natureza.

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Os principais intervenientes do setor das viagens e turismo a nível mundial publicaram um relatório que define o seu plano conjunto para ajudar a travar e reverter a perda de biodiversidade.

Desenvolvido em colaboração com a consultoria especializada Animondial, o relatório é a promessa do setor de apoiar a implementação do Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal (GBF), o Plano de Biodiversidade da ONU.

Apresenta mais de 30 estudos de caso de ações inspiradoras e progressivas de todo o mundo, envolvendo grandes e pequenas empresas, agências governamentais nacionais e locais, grupos da sociedade civil e parcerias intersetoriais.

Ao oferecer orientações e conhecimentos práticos, este relatório não só destaca a ligação intrínseca entre a biodiversidade e a resiliência do turismo, mas também capacita as empresas para se tornarem guardiãs da natureza.

Segundo Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, “esta parceria histórica com pesos pesados ​​do setor de viagens e turismo é um passo significativo na nossa jornada coletiva em direção a um setor mais sustentável e responsável”, para realçar que “este relatório não é apenas uma publicação, mas um movimento em direção à integração ambiental a gestão no centro das experiências de viagem”.

Por sua vez, Zurab Pololikashvili, secretário-geral do Turismo da ONU, reconheceu o papel de vanguarda da organização que lidera na integração do turismo na agenda mais ampla da biodiversidade da ONU, incluindo o apoio ao trabalho do Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). “Esta nova colaboração crucial entre os principais intervenientes globais estabelece um quadro robusto para práticas sustentáveis ​​que não só geram um impacto significativo, mas também exemplificam o poder dos esforços unidos na conservação da biodiversidade”.

Para Zurab, “este relatório é um testemunho do que podemos alcançar juntos para a preservação da natureza. inspirando um movimento global em direção a um turismo mais sustentável e resiliente.”

Finalmente, Glenn Mandziuk, CEO da Sustainable Hotel Alliance, disse que “este relatório é um marco para as viagens e turismo, representando o nosso compromisso como indústria de proteger e conservar a natureza. A Aliança tem orgulho de contribuir e colaborar neste processo perspicaz e de ação. A natureza sustenta a nossa sociedade, as economias e, na verdade, a nossa própria existência”.

Reconhecendo que o setor tem um papel crítico a desempenhar na proteção e conservação da biodiversidade, a abordagem do Turismo Positivo para a Natureza foi concebida para ser uma pedra de toque para mudanças viáveis. Centra-se em equipar o setor com as ferramentas e conhecimentos necessários para nutrir e proteger os destinos dos quais depende.

O compromisso da parceria de trabalhar no sentido de “resultados positivos para a natureza” baseia-se em amplas consultas com especialistas de empresas, governos, universidades e sociedade civil, incluindo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e a Comissão Mundial de Áreas Protegidas (WCPA).

 

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Miradouro do Zebro é nova atração turística no concelho de Oleiros

A requalificação do Miradouro do Zebro, no concelho de Oleiros, que acaba de ser inaugurado, torna o espaço um atrativo turístico não apenas local, mas também regional e internacional, impulsionando assim a economia local através da visita de turistas.

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O Miradouro do Zebro, situado na Freguesia de Estreito-Vilar Barroco (concelho de Oleiros), foi requalificado com projeto desenhado pelo arquiteto Siza Vieira e é o único miradouro em Portugal com a sua assinatura.

Na inauguração estiveram presentes o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, e a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Isabel Damasceno.

Na ocasião, conforme avança nota publicada na página oficial da Câmara Municipal de Oleiros, o secretário de Estado do Turismo destacou a notável influência da “marca global” de Siza Vieira, apontando-a como uma referência, que tem os seus seguidores”, por ser um dos mais premiados arquitetos do mundo, galardoado pelo prestigiado Prémio Pritzker.

Pedro Machado salientou, ainda, que a obra em questão “surge num território improvável, no meio da natureza”, atraindo não apenas estudantes de arquitetura, mas também entusiastas de todo o mundo.

A presidente da CCDRC, Isabel Damasceno considerou que a infraestrutura “é uma mais valia para esta região, que tem características naturais ímpares e é agora um local de visita obrigatório”.

A atração de visitantes a Oleiros foi o objetivo que sustentou a ideia do anterior presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Fernando Jorge, que convidou em 2021, o arquiteto a visitar o miradouro e a estudar a sua requalificação. Reforçou que se as pessoas “quiserem ver este que é o único miradouro desenhado por Siza Vieira, terão de vir a Oleiros”.

Já o atual presidente da autarquia de Oleiros, sublinhou que “temos um concelho com locais com vistas maravilhosas” e está a ser estudada “a criação de outros miradouros e um deles está para breve”.

O autarca demonstrou o orgulho que é Oleiros passar a figurar no circuito de obras mundiais de Siza Vieira, lado a lado com outras cidades. Miguel Marques salientou que “se sermos rurais é estarmos aqui, naquilo que é mais genuíno e autêntico, naquilo que é o bem-receber, então podem-me chamar rural que eu fico e ficamos todos muito satisfeitos”.

Refira-se que o miradouro é composto por uma plataforma de planta circular, de 15 metros de diâmetro, fixada na rocha, com vista panorâmica, instalada a 30 metros do solo e a 150 metros desde o fundo do vale.

 

 

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