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“Diálogo construtivo e trabalho sério são a linha estratégica da APAVT nos próximos três anos”

Os novos orgãos sociais da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) para o triénio 2018-2020 tomaram posse esta quinta-feira, dia 11.

Carina Monteiro
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“Diálogo construtivo e trabalho sério são a linha estratégica da APAVT nos próximos três anos”

Os novos orgãos sociais da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) para o triénio 2018-2020 tomaram posse esta quinta-feira, dia 11.

Carina Monteiro
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Foram muitas as caras conhecidas, incluindo deputados e ex-secretários de Estado do Turismo, que assistiram esta quinta-feira, dia 11, à tomada de posse da nova direcção da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) para o triénio 2018-2020, liderada pela terceira vez por Pedro Costa Ferreira.

Foi justamente pelo processo de eleição que o presidente da APAVT iniciou o seu discurso de tomada de posse. Sublinhando a ideia de que “o processo eleitoral existiu”, com a apresentação de “visões diferentes, com candidatos diferentes e com apoios diferentes”, no final “houve uma visão e um conjunto de candidatos que ganhou, de forma esmagadora e, por isso mesmo, clarificadora”, concluiu Pedro Costa Ferreira.

As palavras seguintes foram dirigidas à equipa que agora o acompanha nos órgãos sociais da APAVT, com um cumprimento, em primeiro lugar, a Tiago Raiano, o novo presidente da Mesa da Assembleia-Geral da APAVT, que Pedro Costa Ferreira considerou ser “a figura mais importante e mais representativa desta associação”.

O novo presidente da Mesa da Assembleia-Geral personifica “as novas abordagens no futuro, sem que tal signifique a incineração de tudo o que de bom foi feito no passado”. Pedro Costa Ferreira destacou ainda a importância de duas figuras nesta candidatura, Carlos Costa, da Club Tour, e Armando Ferraz, da Oásis. “Ambos me transmitiram, não apenas apoio, como disponibilidade para integrarem a nova lista; e não apenas disponibilidade para integrarem a nova lista, como, mais do que isso, disponibilidade para a integrarem em qualquer posição que fosse considerada a mais ajustada à vitória pretendida”.

Quanto aos desafios deste novo mandato, sem surpresas, o presidente da APAVT apontou os mesmos que já tinha identificado durante a campanha. São eles a desigualdade fiscal internacional no sector dos eventos em Portugal; as medidas de restrição à operação turística em Lisboa; o estrangulamento do aeroporto; o novo regulamento europeu de protecção de dados; mas também aquilo a que chama de “degradação das condições de venda das passagens aéreas, consequência de uma relação menos fácil com as companhias aéreas em geral e com a IATA”; e o acompanhamento da implementação da nova directiva europeia relativa às viagens organizadas.

Pedro Costa Ferreira garantiu que estes e outros desafios que surjam nos próximos três anos serão acompanhados pelos diferentes capítulos da associação “com a firmeza”, “seriedade” e “bom senso”.

“O diálogo construtivo, sério e aberto, de quem sabe que defende interesses legítimos, mas de quem tem consciência de que há mais interesses igualmente legítimos em presença, alguns conflituantes, será o nosso cartão-de-visita para a tutela, para membros da cadeia de valor, para sindicatos e para associações congéneres”, afirmou. “Diálogo construtivo e trabalho sério, que suportarão toda uma rede de contactos e linha estratégica da APAVT”, acrescentou.

Quanto ao relacionamento da associação com as outras entidades do sector e fora dele, o responsável deixou uma palavra às Regiões de Turismo, com quem quer continuar a desenvolver um “trabalho conjunto”, assim como com a Confederação do Turismo Português, com a ECTAA, organização europeia da qual a APAVT tem a vice-presidência, e com as congéneres da Europa.

Pedro Costa Ferreira também quer reforçar “as relações no âmbito da lusofonia” e “a Oriente”, tendo em consideração “o posicionamento absolutamente relevante de Macau e todas as oportunidades que se revelam e se revelarão naquela zona do globo”.

O responsável falou ainda da contribuição que a APAVT tem tido na afirmação e desenvolvimento da BTL, “não apenas enquanto espaço de exposição de Portugal enquanto destino turístico, mas também enquanto momento de dinamização dos negócios e comercialização de produtos”.

As últimas palavras foram de cooperação e colaboração para com a secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que assistia na plateia à tomada de posse; e para a direcção que agora dá início ao mandato. “A todos quero agradecer o tempo que vão dedicar aos vossos colegas e desejar um bom mandato”.

Pedro Costa Ferreira deixou ainda uma novidade para os agentes de viagens. O estudo encomendado ao escritório do Professor Augusto Mateus sobre a realidade e o peso do sector para a economia nacional será brevemente editado.

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Recuperação do turismo na Europa mantém-se desigual

As chegadas de turistas internacionais à Europa ficaram apenas 3,2% abaixo dos níveis de 2019, indicam os dados da European Travel Commission (ETC). No entanto, a recuperação continua desigual, com 65% dos destinos ainda abaixo dos níveis pré-pandémicos ao nível das chegadas de turistas estrangeiros, esperando a ETC uma recuperação total em 2024, um ano antes do esperado, apesar do contexto de inflação persistente e instabilidade geopolítica.

Victor Jorge

Após um Verão de forte procura turística, as chegadas de turistas internacionais à Europa estão apenas 3,2% abaixo dos níveis de 2019, e as noites diminuíram 1,3% no período de janeiro a setembro. A recuperação está a ser impulsionada pelas viagens intra-europeias resilientes e pelo afluxo de turistas dos EUA que beneficiam de taxas de câmbio favoráveis, revela a última edição do relatório trimestral “Tendências e Perspectivas do Turismo Europeu” divulgado, recentemente, pela European Travel Commission (ETC).

Os dados acumulados do presente ano mostram que cerca de 1 em cada 3 destinos reportados ultrapassaram os níveis de 2019 de chegadas estrangeiras. A recuperação da Europa foi impulsionada principalmente pelos destinos do Sul da Europa e do Mediterrâneo, nomeadamente Sérvia (+15%), Montenegro (+14%), Portugal (+11%), Turquia (+8%), Malta e Grécia (ambos +7%). No entanto, cerca de 65% dos destinos reportados ainda estão abaixo dos valores pré-pandemia. As recuperações mais lentas são, particularmente, evidentes entre os países da Europa de Leste vizinhos da Rússia e da Ucrânia, e aqueles que normalmente dependem de viajantes russos. Os países bálticos registaram as descidas mais acentuadas: Estónia (-27%), Letónia (-30%) e Lituânia (-33%).

Miguel Sanz, presidente da ETC, salienta que, “apesar dos persistentes desafios económicos e geopolíticos, é encorajador observar a recuperação contínua do turismo europeu. No entanto, devemos reconhecer que a verdadeira medida do sucesso do turismo vai além do número de visitantes e de noites passadas num destino. É essencial considerar e avaliar também o seu impacto na natureza, nas empresas locais e na população residente”.

Recuperação total do turismo está à vista, mas …
A recuperação das viagens na Europa permaneceu resiliente durante a época de Verão, mesmo no meio de desafios significativos colocados pelo aumento da inflação, pelos elevados custos de vida, pelos fenómenos meteorológicos extremos e pelas greves nas companhias aéreas.

A persistente instabilidade geopolítica continua a ter repercussões nas perspectivas do turismo na Europa. A guerra em curso na Ucrânia ainda afeta os números de chegadas na Europa de Leste e o conflito em desenvolvimento em Israel coloca riscos na época baixa, especialmente para destinos como França, Turquia e Roménia, que são populares entre os viajantes israelitas.

No entanto, espera-se que as chegadas de estrangeiros à Europa continuem a recuperar até ao final de 2023, embora a um ritmo mais lento, atingindo 91% dos níveis pré-pandemia durante todo o ano de 2023, avançam os dados da ETC.

As previsões sugerem que as chegadas de turistas internacionais à Europa atingirão os níveis de 2019 em 2024, um ano antes do inicialmente previsto. Entretanto, os aeroportos europeus estão perto de alcançar uma recuperação completa na procura de passageiros.

Com base no relatório de tráfego de agosto da ACI Europe, o tráfego de passageiros na rede aeroportuária europeia diminuiu apenas 3,4% em comparação com o mesmo período de 2019.

Sazonalidade esbatida
Apesar do aumento das pressões financeiras, os consumidores continuam a dar prioridade aos gastos com viagens em detrimento de outras despesas discricionárias. No entanto, devido aos preços elevados, os turistas estão agora a dar maior ênfase à relação qualidade/preço quando consideram produtos e experiências turísticas.

Em particular, um número crescente de turistas está a optar por destinos considerados mais acessíveis. Os preços mais baixos e as taxas de câmbio favoráveis estão a impulsionar a recuperação do turismo em destinos como a Turquia e a Bulgária, enquanto destinos populares de férias organizadas, como Portugal e Espanha, também registam uma elevada procura. Geralmente, os europeus estão a considerar uma gama mais ampla de destinos do que no período pré-pandemia, com a Turquia, o Montenegro, a Albânia e a Croácia a apresentarem os melhores desempenhos em termos de dormidas em relação aos níveis de 2019.

Além disso, os viajantes estão cada vez mais a utilizar uma série de táticas para reduzir o custo global das suas férias. Muitos estão a optar por reservar transporte e alojamento com bastante antecedência ou a considerar viagens fora das épocas de pico, optando pelas temporadas baixas. As férias organizadas também estão a aumentar em popularidade, uma vez que proporcionam ao viajante a confiança de que todos os custos essenciais já foram contabilizados.

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André Gomes, Presidente da Região Turismo do Algarve. Loulé, 22 Agosto 2023. FOTO: VASCO CÉLIO/STILLS

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Algarve ganha novas rotas para 2024

A região passa a ter, a partir de 2024, ligações com Ponta Delgada, Nova Iorque, Helsínquia, Southampton e Brest.

Victor Jorge

O Algarve continua a ser brindado com a abertura de novas rotas e ligações aéreas para a região, já a partir do próximo ano.

Os anúncios mais recentes foram feitos pela companhia Finnair, que, em outubro de 2024, regressa ao Aeroporto de Faro com dois voos diretos semanais a partir de Helsínquia (Finlândia). Além da companhia finlandesa, também a easyJet inaugurará, em junho de 2024, a ligação Southampton (Reino Unido) – Faro, com um voo semanal. A Volotea será outra companhia aérea a ligar Faro a uma nova rota, neste caso a Brest (França).

A estes voos somam-se ainda os novos pontos de conectividade com a América do Norte que a região conseguiu assegurar, através do reforço da oferta de voos da Azores Airlines entre os Açores (Ponta Delgada) e Faro, possuindo a capital açoriana de diversas ligações aéreas com destino a vários pontos da costa este dos EUA, além de ter sido já anunciado o primeiro voo direto entre o continente norte-americano e o Algarve, operado pela United Airlines, que vai ligar Nova Iorque/Newark a Faro a partir de maio de 2024.

Perante este cenário, as perspetivas para o próximo são muito positivas, referindo André Gomes, presidente do Turismo do Algarve que a região “é, cada vez mais, um destino turístico de excelência, reconhecido em todos os seus segmentos e produtos, e a prova disso é que a nossa região está cada vez mais ligada ao mundo”.

“Alcançar outros mercados e outros turistas e receber visitantes ao longo de todo o ano são, sem dúvida, grandes objetivos que fazem parte da nossa estratégia de promoção turística. Uma das nossas apostas para atingir essas metas passa pela promoção de novas rotas e pela captação de novos voos para o Aeroporto de Faro”, salienta André Gomes, frisando ainda que, “nos últimos tempos, a curiosidade em relação ao Algarve continua a crescer a olhos vistos”, concluindo que “este número tão expressivo de novas rotas mostra que está a ser feito um bom trabalho de promoção e vem comprovar todo o potencial do nosso destino”.

O presidente do Turismo do Algarve destaca ainda o facto de o Algarve estar a deixar de ser visto exclusivamente como um destino de sol e praia, conseguindo dar resposta a uma série de outras motivações que vão ao encontro do perfil do turista atual.

Exemplo disso é a rota agora anunciada pela companhia Finnair, que inclui o Algarve como um destino de destaque para a sua oferta de inverno do próximo ano.

As atividades de promoção da Associação Turismo do Algarve para a captação de novas ligações aéreas vão continuar, não só junto dos principais mercados emissores de turistas para a região, como de vários mercados de aposta. Por essa razão, a expectativa do Turismo do Algarve é a de que este interesse das companhias aéreas pelo destino se mantenha e que possam ainda vir a ser anunciadas mais novidades para 2024.

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Victor Jorge

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Distribuição

Nova Edição: 50 Anos Pinto Lopes Viagens, Portugal Footprints, inclusão nas viagens, Maurícia, Muthu Aviation e seguros

Meio século de história da Pinto Lopes Viagens fazem capa desta edição do jornal PUBLITURIS. Além disso, damos a conhecer uma nova DMC, a importância da inclusão nas viagens, Maurícia, uma nova companhia aérea em Cuba, e um dossier sobre seguros de viagem.

Publituris

A primeira edição do mês de novembro faz capa com os 50 anos da Pinto Lopes Viagens. Em entrevista ao jornal PUBLITURIS, Rui Pinto Lopes, CEO da empresa que tem passado de geração em geração, mantendo a mesma identidade – viagens culturais em grupo, mas também com os olhos postos no presente e, fundamentalmente, no futuro – contou-nos esta história de meio século.

Também na “Distribuição”; damos a conhecer uma nova Destination Management Company (DMC): Portugal Footprints. A dar os primeiros passos, tendo iniciado a operação em setembro deste ano, Inês Viegas, fundadora e diretora-geral da empresa, sabe bem o que quer e o foco será sempre na autenticidade e personalização.

A finalizar a “Distribuição”, num mundo cada vez mais diverso, ter atenção a aspetos como a inclusão, diversidade e/ou comunidades locais tornou-se fulcral para promover um destino ou uma viagem. Num estudo recente a operadores e agentes de viagem, a Expedia dá algumas indicações em como aproveitar algumas, senão muitas, das oportunidades que diversos segmentos de mercado/consumidores/viajantes disponibilizam.

A convite da Solférias, Emirates e Sunlife, o jornal PUBLITURIS viajou até à Maurícia, uma ilha de azul verde a perder de vista onde diferentes culturas se juntam para formar uma só.

O historiador Jorge Mangorrinha conta-nos a história da vila alentejana de Aljustrel, uma vila pacata que vive, essencialmente, da sua mina. Esta localidade começa a ser um ponto de estadia turístico e a inauguração do Flag Hotel Villa Aljustrel, acabou por ajudar a quem passa e a quem se recolhe.

Já o convite da MGM Muthu Hotels, levaram o jornal PUBLITURIS a Cuba. Foi na 5.º edição da Bolsa Destinos Gaviota, uma mostra da oferta turística, que decorreu em Cayo Cruz, ficámos a saber que a Muthu Aviation chega em dezembro para dar resposta à escassa oferta de voos domésticos num dos principais destinos turísticos das Caraíbas.

A edição do jornal PUBLITURIS fecha com um “Dossier” dedicado aos seguros. A pandemia da COVID-19 veio alertar os portugueses para a necessidade de contratar um seguro de viagem e, apesar da situação epidemiológicas estar mais calma, a procura por coberturas com assistência médica ou contra cancelamentos continua alta. Ainda assim, o futuro dos seguros de viagem não está isento de riscos e desafios.

Além do PULSE REPORT, numa parceria entre o PUBLITURIS e a GuestCentric, as opiniões pertencem a Francisco Jaime Quesado (economista e gestor) e Luiz S. Marques (investigador).

A versão completa desta edição é exclusiva para subscritores do Publituris. Pode comprar apenas esta edição ou efetuar uma assinatura do Publituris aqui obtendo o acesso imediato.

Para mais informações contacte: Carmo David | [email protected] | 215 825 43

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Procura externa deverá manter crescimento, mas interna cai, revela Barómetro do IPDT

Os prognósticos para o turismo nacional apontam para uma estabilização da dinâmica do setor, perspetivando-se, contudo, um crescimento do mercado externo, contra a diminuição do mercado interno. As previsões são avançadas na 70.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT.

Publituris

O nível de confiança médio no desempenho do turismo nacional atingiu, em outubro de 2023, os 81 pontos, correspondendo a um ligeiro decréscimo em relação ao valor apresentado na edição passada do Barómetro do Turismo do IPDT. Alguns membros do painel antecipam um período de estabilização para a dinâmica do setor do turismo, em resultado da instabilidade e insegurança causadas pelas atuais conjunturas, nacionais e internacionais, de crise.

Neste sentido o IPDT prevê que, nos próximos meses, os resultados dos indicadores turísticos se “mantenham” (procura externa, atividade do turismo, investimento privado e público, carga fiscal, rentabilidade e endividamento das empresas e número de pessoas empregadas), apontando como “exceção” a procura turística interna que deverá “diminuir, à semelhança do ano anterior”.

Relativamente à evolução dos mercados emissores, os resultados apontam para um crescimento mais significativo por parte dos mercados externos. 83% dos respondentes indicam que a procura turística externa deverá manter-se ou, mesmo, aumentar, esperando-se, assim, um crescimento do número de dormidas, receitas e RevPar com a chegada do Natal e fim de ano.

Mais de metade dos membros do painel que responderam a esta edição consideram que o mercado americano vai continuar a aumentar a procura por Portugal, em 2024. Recorde-se que, entre janeiro e agosto de 2023, o número de passageiros norte-americanos desembarcados no nosso país registou um acréscimo de 24%, em relação a 2022, segundo dados do Turismo de Portugal.

Relativamente à temática da sustentabilidade, mais de 50% dos membros que responderam afirmam que os turistas estão predispostos a adotar práticas sustentáveis, mesmo que estas impliquem a cobrança de uma taxa. “A promoção da sensibilização e a aposta na mobilidade verde são as principais soluções propostas para minimizar e colmatar alguns dos desafios impostos pelas alterações climáticas”, aponta o barómetro do IDPT.

António Jorge Costa, presidente do IPDT, refere que “os resultados globais desta edição comprovam, de um modo geral, um crescimento sustentado do setor, com boas perspetivas relativamente à procura turística externa, apesar de alguma preocupação derivada dos conflitos armados e das suas possíveis implicações para as viagens internacionais.”

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Transportes

Novo aeroporto internacional de Luanda com capacidade para 15 milhões de passageiros por ano

A nova infraestrutura aeroportuária de Luanda é inaugurada esta sexta-feira, 10 de novembro, e terá capacidade servir 15 milhões e passageiros por ano e pretende ser um hub na sub-região da África Austral.

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O novo Aeroporto Internacional Agostinho Neto, em Luanda, vai ser inaugurado esta sexta-feira, 10 de novembro, num investimento global de 2,5 mil milhões de euros.

A nova infraestrutura aeroportuária que servirá a capital de Angola terá capacidade para acolher 15 milhões de passageiros por ano e promete ser um hub para servir mais de 400 milhões de pessoas na sub-região da África Austral.

O Aeroporto Internacional Agostinho Neto começou a ser projetado há 26 anos, na sequência de um estudo desenvolvido pelo Banco Mundial que apontava a necessidade de um novo aeroporto. Em 2005 foi apresentado um estudo de viabilidade, elaborado pela empresa norte-americana ‘Penkins & Will’ e, no ano seguinte, o Governo angolano procedeu à reserva dos terrenos destinados à construção do aeroporto. As obras de construção, a cargo do consórcio chinês para a aviação, a ‘Commercial Aircraft Company’, tiveram início em 2013, com o custo global da nova infraestrutura aeroportuária a ser totalmente suportados por fundos públicos.

O novo aeroporto fica a cerca de 40 quilómetros do centro de Luanda e está inserido numa área de 75 quilómetros quadrados que contempla a construção de uma cidade aeroportuária e possui duas pistas paralelas com capacidade para receber aeronaves do tipo B747 e A380, atualmente os maiores aviões comerciais. A pista Sul tem 4 mil metros de comprimento, por 60 de largura e já recebeu um voo experimental, um Boeing 777 da transportadora aérea angolana, TAAG.

O Ministério dos Transportes de Angola estima que dos 15 milhões de passageiros anuais, 10 milhões sejam passageiros internacionais. A placa de estacionamento tem 31 posições em manga, das quais 20 servirão voos internacionais e as restantes voos domésticos. Os passageiros vão dispor de seis ilhas com 94 balcões de check-in, 32 destinados aos voos domésticos.

Com o novo aeroporto, o Executivo angolano espera que Luanda se torne num hub que poderá servir várias ligações aéreas internacionais que beneficiam, aproximadamente, 415 milhões de habitantes da sub-região africana.

Para o Ministério dos Transportes de Angola, o novo aeroporto terá um “papel fundamental no aumento do turismo e na promoção de Angola junto de potenciais investidores internacionais”.

Os voos comerciais de passageiros no Aeroporto Internacional Agostinho Neto só terão, previsivelmente, início no 1.º trimestre de 2024, sendo que, nesta primeira fase, a infraestrutura só servirá voos de carga.

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Destinos

“Há companhias aéreas a quererem criar novas rotas a partir de novas cidades do Reino Unido para Portugal”

Com a maior participação de empresas – 108, mais as sete regiões – no World Travel Market (WTM) London, o mercado britânico continua a ser um dos, senão, o maior mercado para o turismo português. Com os dados a indicarem 2,1 milhões de hóspedes britânicos até setembro de 2023, Lídia Monteiro, membro do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, admitiu ao jornal PUBLITURIS, no WTM London, chegar aos 2,5 milhões no final do presente exercício.

Victor Jorge

Os dados internos do Instituto Nacional de Estatística (INE), até setembro, são animadores relativamente ao turismo proveniente do Reino Unido e com destino a Portugal. A ABTA – The Travel Association (Associação de Viagens e Operadores Turísticos do Reino Unido) divulgou uma análise referente às intenções de viagens dos britânicos para os próximos 12 meses e Portugal aparece bem posicionado, indicando que há mais de pessoas a planear viajar para o exterior (64% para 2024 contra 61% de 2023). Portugal sobe um lugar, passando de 7.º para 6.º lugar nas preferências dos britânicos, o que deixa Lídia Monteiro, membro do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, confiante para o futuro.

Os últimos dados dão conta que o mercado britânico está em crescendo. A mais recente análise da ABTA dá, no entanto, que o mercado britânico já não procura o destino Portugal somente para sol e praia. Além disso, revela, igualmente, que a procura já não está concentrada nos meses de verão (julho e agosto), mas antes para meses como maio e junho e setembro e outubro. Portanto está-se a esbater um pouco a sazonalidade, bem como os destinos dentro do próprio destino. O que é que Portugal tem feito e poderá fazer ainda mais para que se continue a esbater esta sazonalidade e destinos dentro do destino?
É verdade. O último relatório que foi publicado pela ABTA indica justamente isso, que o perfil e motivação do turista britânico que visita Portugal já não é maioritariamente Sol e Mar, tendo passado de primeiro para segundo lugar. A primeira motivação são os city-break e seguem-se um conjunto de outras motivações que refletem aquilo que nós também vemos na performance deste mercado emissor, que é o estar de facto espalhado por todo o país. Portanto, já não se trata de um mercado como destino ao Algarve, embora continue a ser o primeiro destino, mas os outros destinos regionais começam a ser e são interessantes para o mercado britânico.

Portanto, é um reflexo do trabalho que tem sido feito nos mercados externos?
Exatamente. O mercado britânico tem sido alvo de um excelente trabalho, um trabalho de proximidade com a operação turística, com os operadores que são relevantes, muito para o mercado nacional.

Para o mercado português temos feito muitas iniciativas, mais dirigidas ao consumidor e temos estado presentes em alguns eventos de cariz B2C e não tanto B2B.

A presença nestes eventos permite uma maior diversidade de segmentos. Este ano estivemos no Taste London como país convidado em que a gastronomia portuguesa referência. Também temos estado nos últimos anos no Financial Times Weekend numa partilha com um público mais exigente.

Exigente e sofisticado, com maior poder de compra?
Sim, mais sofisticado, mais exigente. Temos procurado apresentar novas motivações, novas ofertas turísticas e novos produtos turísticos que passam, por exemplo, pelo turismo literário, pelo enoturismo, pelo turismo cultural, no sentido da imersão cultural que o turismo cultural permite, de autenticidade da relação com as comunidades da natureza, do cycling, do walking. Portanto, um conjunto de ofertas turísticas e de produtos que o britânico tem vindo a responder muito positivamente.

Em função dos números que tem foram revelados até setembro, que números é que poderão ser atingidos no mercado britânico?
Neste momento, até setembro, tivemos 2,1 milhões hóspedes britânicos. Acreditamos que irá subir.

Subir até quanto?
Poderemos, eventualmente, chegar aos 2,5 milhões de hóspedes ou muito próximo disso, já quer ainda faltam os dados de um trimestre inteiro.

Sabemos da afinidade que existe entre do Reino Unido e dos Estados Unidos da América. O facto de o mercado português estar a registar um grande boom do mercado norte americano, pode ser visto também como um fator influenciador para o mercado britânico?
É provável que sim. Devo dizer que não tenho nenhuma evidência dessa questão. Porém, também sabemos da influência que têm os consumidores e pelo mimetismo que os próprios consumidores têm relativamente aos outros turistas. Aliás, todos sabemos a relevância que é para o turista quando um outro turista recomenda um determinado produto ou uma determinada oferta.

A promoção boca-a-boca ainda é muito relevante e tem um impacto muito maior na recomendação, bem como na decisão e todos sabemos da relação que existe efetivamente entre o mercado britânico e o mercado americano.

Nós temos estado a crescer de uma forma muito significativa no mercado americano e também com esta particularidade de ser um turista que viaja por todo o país, viaja ao longo de todo o ano, com estadias mais longas e interesses muito alargados.

Isso é muito interessante para, justamente, podermos dinamizar o turismo e levá-lo a todo o território e ao longo de todo o ano.

Esta é a maior participação de empresas portuguesas no WTM London?
Sim estão presentes 108 empresas mais as regiões turísticas de Portugal. É a maior presença de sempre no WTM ficando somente atrás da FITUR.

Isso revela ou dá-vos garantias que, de facto, o mercado britânico é e continuará a ser importante para o os agentes portugueses?
Sim, sem dúvida. Torna evidente que as empresas portuguesas continuam a apostar neste mercado e que os britânicos continuam a apostar no destino Portugal. E é muito interessante até ver no relatório que referiu que Portugal aparece como o sexto mercado preferencial para os britânicos em 2024.

Portanto, Portugal sobe nas preferências?
Sim, exatamente. Portugal passa do 7.º para o 6.º lugar.

Este país é, de facto, muito relevante, tendo em conta que é um mercado maduro para Portugal. E nesse sentido, é fácil que existe cansaço relativamente ao destino, mas não é isso que acontece.

O mercado britânico continua a gerar e a ter interesse em Portugal. Mas isso também significa que as empresas portuguesas têm continuado a gerir, inovar e a criar novas ofertas e novas oportunidades. E os novos territórios também estão a acrescentar valor e diversificação a este portfólio de oferta que temos estado a apresentar no Reino Unido.

Mas sabemos que os tempos também não estão fáceis no mercado britânico, com a situação económico-financeira das famílias britânicas a não ser a mais favorável. Isso assusta-vos de alguma forma?
A incerteza nunca é positiva e claro que existe uma preocupação. Mas a análise da ABTA também aponta indicadores que os próprios operadores nos têm transmitido. Apesar de a confiança global do ponto de vista da economia no mercado ser naturalmente baixa, não o é no que diz respeito às viagens. Portanto, os britânicos continuam a colocar as viagens como uma das prioridades e vontades.

Mas pode baixar no que diz respeito ao gasto durante a estadia?
Pode, mas a informação que temos recebido dos operadores é que a vontade para viajar é alta e Portugal está em 6.º lugar como destino preferido.

Portanto, aparentemente as viagens não são influenciadas por essa incerteza económica que existe no Reino Unido.

Durante a pandemia Portugal diversificou a sua oferta, com uma forte contribuição das várias regiões que deram a conhecer produtos que até o próprio mercado interno desconhecia.
A questão é que o consumidor, o turista quer sempre coisas nova. Que capacidade tem Portugal para inovar e criar mais produtos diferentes?

O turismo é um setor de atividade que depende, justamente, da criatividade, da inovação, da capacidade de fazer diferente.

Além da autenticidade e propostas diferentes e inovadoras que Portugal tem vindo a apresentar, há algo onde não precisamos de inovar muito que é na capacidade natural de receber bem. Portanto, esta nossa forma de receber, esta nossa capacidade de cuidar de quem vem ao nosso país é desde logo uma oferta inigualável.

Os destinos, as empresas, os operadores, as pessoas os lugares pequenos, todos eles apresentam ofertas criativas inovadoras. Mas todas elas com um cariz de autenticidade, que é isso que torna, de facto, Portugal num destino onde se pode encontrar experiências únicas. E isso é muito importante para o mercado britânicos.

A conectividade já não é uma questão com e para o mercado britânico?
Temos uma conectividade muito forte, mas continuamos a crescer e continuamos há companhias aéreas a quererem criar novas rotas a partir de novas cidades do Reino Unido para Portugal e para diferentes aeroportos em Portugal.

Isso revela o interesse que existe em todo o Reino Unido pelo destino Portugal e alarga a possibilidade e atratividade de conexões mais rápidas e fáceis para os britânicos nos visitarem.

Portugal irá ter, em 2024, um novo stand para estar presente em feiras. Já há data para essa estreia?
Este stand tem um prazo de validade que decorre do próprio contrato. Um breve iremos entrar num processo de concurso público, o que é normal no Turismo de Portugal como entidade pública que é.

Portanto o concurso será lançado brevemente, não conseguindo dizer a data exata, mas queremos o novo stand em 2024. está. Quando é que esse, portanto, será lançado brevemente? Exatamente a data, mas não. Durante este ano para que em 2024, para o final não.

Será para estrear aqui no WTM 2024?
Possivelmente. Como sabe, os concursos públicos são processos dinâmicos. O contrato termina agora, mas o que posso afirmar é que o novo stand seguirá um conceito que refletirá o mais pertinente que Portugal terá para oferecer ao turismo do mundo.

 

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WTM: Turistas abandonam praia e preferem novas experiências

Cada vez mais turistas estão a abandonar a praia em favor da natureza, de experiências gastronómicas e de bem-estar. Esta realidade foi apresentada no World Travel Market (WTM) London 2023, revelando o WTM Global Travel Report, em parceria com a Oxford Economics, “uma procura crescente por experiências únicas, autênticas e personalizadas” enquanto as pessoas estão de férias.

Victor Jorge

O WTM Global Travel Report, apresentado no primeiro dia do WTM London, revela que a procura por experiências únicas, autênticas e personalizadas está a aumentar em comparação com as habituais férias de sol e praia, salientando que “as atividades experienciais como bem-estar, natureza e turismo gastronómico aumentaram mais de 10% em comparação com 2019”.

“Entretanto, as atividades tradicionais, como sol e praia, foram menos importantes nas motivações dos viajantes em comparação com 2019”, afirma o relatório.

A análise apresenta observa, igualmente, como as pessoas “desejam mais oportunidades para se reconectarem” num mundo cada vez mais digital, com experiências pessoais mais significativas “tornando-se esta rapidamente a razão de ser das viagens”.

Além disso, as alterações climáticas parecem destinadas a desempenhar um papel mais importante na escolha dos destinos e épocas de férias dos consumidores, salientando o estudo que esta realidade está a “influenciar os padrões de viagem após sucessivos verões quentes na Europa”.

Em 2023, dados da European Travel Commission concluíram que a popularidade dos destinos no Mediterrâneo caiu 10% em comparação com 2022, o que foi influenciado, pelo menos em parte, pelas perceções referentes às condições meteorológicas dos destinos, afirmando ainda o estudo que “a crise climática tem outras influências nas tendências de consumo e nas políticas governamentais”.

“Isto poderá significar menos viagens de longo curso, mas potencialmente mais longas, e mais viagens locais de curta distância”, acrescenta, observando uma procura crescente de voluntariado e de interação com as comunidades locais.

“As viagens lentas, que envolvem viagens mais longas, mas potencialmente menos, também podem tornar-se uma tendência cada vez mais popular”, conclui o relatório.

“À medida que determinados países se tornam mais ricos, mais pessoas podem pagar viagens de lazer, gerando novas tendências com diferentes demografias e preferências culturais”, salientando ainda o relatório que “a ‘classe viajante’ na China deverá quase duplicar nos próximos 10 anos”.

“No entanto, isto representa apenas uma parcela muito pequena dos cidadãos chineses (2,3%), o que destaca um enorme potencial para crescimento futuro. Existem também oportunidades de crescimento semelhantes na Índia e na Indonésia, para citar apenas algumas”, refere o estudo apresentado no WTM.

Além disso, o relatório regista um ressurgimento da procura de agentes de viagens, à medida que os consumidores procuram ajuda para aproveitar ao máximo o seu tempo de férias.

Juliette Losardo, Exhibition Director do WTM London, salienta que “os turistas parecem mais determinados a aproveitar ao máximo o seu precioso tempo fora – em vez de apenas tomar banhos de sol. Querem criar memórias, reservando experiências e excursões para conhecer o destino, para explorar culturas, gastronomia e natureza”.

“Após o confinamento, também registamos o desejo crescente de desfrutar do ar livre e de nos conectarmos com outras pessoas – mas de uma forma cada vez mais sustentável”, conclui Losardo.

*O jornal PUBLITURIS é Media Partner do World Travel Market (WTM) London 2023

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WTM: “Luxo acessível” cada vez mais popular, apesar de orçamentos mais reduzidos para férias

O “luxo acessível” está a tornar-se cada vez mais popular para quem deseja viajar e gozar umas férias, apesar do aperto nos orçamentos de muitos turistas, refere o World Travel Market London 2023.

Victor Jorge

Apesar do apertar de cinto de muitas famílias e de orçamentos para férias impactados pela crise e inflação, os consumidores continuam determinados a sair de férias e muitos ainda estão a dar prioridade a opções de luxo, conclui o WTM Global Travel Report, apresentado em parceria com a Oxford Economics, durante o WTM London 2023.

O relatório explica que esta área de crescimento nas viagens se alinha com uma tendência mais ampla de os consumidores procurarem experiências novas e únicas nas férias.

“Depois da pandemia e das restrições às viagens, muitos querem melhorar a sua experiência, à medida que os consumidores recuperam proativamente as experiências turísticas perdidas”, refere o relatório.

Parte desta procura pode ser o resultado da continuação da procura reprimida e das poupanças acumuladas durante os confinamentos, bem como de taxas de desemprego relativamente baixas na maioria dos países.

“Os consumidores não afetados pelas crises económicas, provavelmente, continuarão a optar por destinos de luxo”, observa o estudo.

Contudo, o estudo admite, igualmente, que “aqueles que pertencem a grupos de rendimentos mais baixos poderão sentir cada vez mais o impacto dos rendimentos pessoais reduzidos e procurar opções de viagem mais económicas ou reduzir as suas viagens em geral”.

O relatório alerta também para alguns dos impulsionadores da procura de viagens pós-pandemia que podem ter “revertido nos últimos meses”, representando um risco para a expansão contínua.

Aponta para “custos persistentemente elevados” e para a recuperação da libra esterlina e do euro, o que está a “enfraquecer o poder de compra do dólar americano na Europa”.

Por outro lado, o preço do combustível de aviação está significativamente mais elevado do que no início do ano, pressionando as tarifas aéreas.

Entretanto, a indústria das viagens continua a enfrentar problemas do lado da oferta, no meio de acontecimentos geopolíticos como a invasão da Ucrânia pela Rússia, o conflito no Médio Oriente, bem como a escassez de pessoal que ainda afeta muitos mercados, frisando que “um grande número de trabalhadores mudou para outros setores de atividade durante a pandemia”.

O rendimento pessoal disponível dos consumidores também está sob pressão à medida que o seu próprio transporte e outros custos de vida aumentam.

Apesar destes ventos contrários, o relatório observa que “os custos mais elevados ainda não foram um impedimento significativo ao crescimento e os viajantes parecem dispostos a pagar preços mais elevados”.

Dave Goodger, diretor-geral EMEA da Tourism Economics, referiu na apresentação do relatório, que “a análise mostra como os consumidores têm uma procura aparentemente insaciável por viagens, apesar de um cenário económico complexo”.

*O jornal PUBLITURIS é Media Partner do World Travel Market (WTM) London 2023
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WTM: Ministros do Turismo discutem educação e formação e admitem que, sem atrair juventude, a indústria não tem futuro

Na 17.ª conferência dos Ministros do Turismo, no âmbito do World Travel Market (WTM) London 2023, que abordou a importância da formação e educação na indústria, os responsáveis pelas respetivas pastas dos 38 países presentes admitiram que “a juventude é o futuro do turismo”, reconhecendo, contudo, que o turismo “não é o futuro para a juventude”.

Victor Jorge

Na conferência dos Ministros do Turismo mais participada nas 17 edições já realizadas no World Travel Market (WTM) London, foi destacada a importância da educação e formação para o futuro da indústria do turismo.

Sob o lema “You have the power to change travel. And travel has the power to change the world”, Natalia Bayona, responsável pela inovação, educação e investimento estratégico na Organização Mundial do Turismo (OMT), começou por salientar uma realidade: “existem 1,2 mil milhões de jovens com idades entre os 15 e 24 anos”.

Contudo, segundo a responsável da OMT “existe muito mercado para atingir”, mas que o turismo “não está na mente dos jovens quando questionam a sua formação”, questionando a razão por que o turismo não é atrativo para a juventude. De resto, frisou, a indústria do turismo não aparece no Top 3 numa análise realizada pela Google com enfoque nas indústrias mais atrativas para a juventude em termos de emprego.

Natalia Bayona salientou que 80% das formações existentes no mundo do turismo estão centradas na “gestão hoteleira”, admitindo que o turismo “é muito mais do que isso”. Por isso, frisou, “temos de definir os pilares de desenvolvimento para o turismo”, destacando que “a formação e educação é, sem dúvida, um deles”.

Julia Simpson, CEO e presidente do World Travel & Tourism Council (WTTC), repetiu, de certa forma, a mensagem dias antes no Global Summit da entidade, realizada no Ruanda de 1 a 3 de novembro, e que passa por identificar “para onde é que a indústria do turismo quer ir nos próximos anos. “Sem desenvolvimento não damos garantias à juventude e são essas garantias que a juventude procura”.

A responsável pelo WTTC frisou, de resto, que o setor do turismo é “um setor de crescimento”, deixando a mensagem de que “temos de mudar a perceção que existe relativamente a trabalhar no turismo”.

No fundo, o que Julia Simpson quis dizer foi que “temos de passar a mensagem que trabalhar no turismo é positivo e que, fundamentalmente, proporciona uma carreira a quem entre na indústria, algo que as tecnológicas conseguem fazer”.

Já a perceção de alguns ministros que falaram nesta conferência foi ao encontro do que as duas executivas referiram na abertura do evento, frisando ministro para os Media, Turismo e Indústrias Criativas, que “há que mostrar à juventude que o turismo é um criador de carreiras. Isso não é mostrado”.

Patricia de Lille, ministra do Turismo da África do Sul, destacou, por sua vez, a importância dos setores públicos e privados trabalharem em conjunto para ultrapassar este desafio que passa por atrair a juventude para o setor do turismo. “As necessidades do turismo estão a mudar e a indústria tem de acompanhá-las”, admitindo que “isto não está a acontecer”.

“Há que saber o que será necessário dentro de cinco a 10 anos e ajustar as formações e educação no turismo a esta realidade futura”, salientou de Lille, frisando ainda que “há novos skills, mas há um desalinhamento com a indústria do turismo”. Por isso, destacou, “há que aproveitar o interesse das novas gerações em tudo o que tem a ver com tecnologia”.

As Parcerias Público Privados foram outro tema destacado por todos os ministros do turismo presentes nesta conferência, embora o ministro do turismo do Egito, Ahmed Issa, tenha apontado a “baixa produtividade da indústria relativamente a outros setores”.

O ministro do turismo da Jordânia, Markam Al-Queisi, frisou, novamente, o facto da educação e formação da juventude estar “demasiado focada na gestão hoteleira, esquecendo-se de outras atividades que são tão ou mais importantes que a hotelaria”, dando como exemplo os guias turísticos, motoristas de táxis e de autocarros, restauração, entre outros. Além disso, frisou Markam Al-Queisi, “é fundamental formar a juventude nas mais diversas línguas, já que se queremos proporcionar experiências adaptadas aos vários públicos, temos de saber falar a língua desses turistas”.

Outra das questões destacadas por vários ministros foi a questão da relação custo/investimento. Clayoton Bartolo focou este ponto, referindo que “para muitos agentes na indústria, a educação é vista como um custo e não como um investimento”, admitindo que a formação na juventude é “o maior investimento que se pode fazer para qualquer país e economia”.

O ministro do Turismo da Indonésia, Kemenparekraf RI, por sua vez, ressaltou que “se quisermos que o setor do turismo cresça, esse crescimento será impossível obter sem apostar fortemente na educação e formação da juventude”.

“Há que ter a noção de que o setor do turismo mudou com a COVID tanto a nível da procura como da oferta e isso não está a ser tido em conta. Parece que queremos fazer as coisas como eram feitas como nos tempos pré-COVID e isso está errado. Se não evoluirmos, não conseguiremos atrair novos talentos para o nosso setor”.

Uma das questões deixadas pelo ministro do turismo da Jamaica foi: “Alguém da indústria já perguntou a quem é formado que tipo de formação pretende e procura quando se interessa pelo nosso setor?”.

O ministro das Maurícias, Louis Steven Obeegadoo, colocou a tónica na necessidade de “flexibilidade e mobilidade dos recursos humanos”, sem, contudo, esquecer que é “preciso manter a identidade e autenticidade do local”.

No final, o ministro do turismo da Indonésia voltou ao ponto das PPP, admitindo que “falta um ‘P’ nesta equação e esse ‘P’ são as ‘Pessoas’”.

*O jornal PUBLITURIS é Media Partner do World Travel Market (WTM) London 2023
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Britânicos aumentam interesse em viajar para os próximos 12 meses

Depois de, em 2022, os britânicos terem mostrado um crescente interesse em viajar, dados da ABTA mostram que essa vontade é reforçada para os próximos 12 meses. Contudo, a análise também mostra que a Primavera ganha ao Verão nas intenções de viagens dos britânicos.

Victor Jorge

A ABTA – The Travel Association (Associação de Viagens e Operadores Turísticos do Reino Unido) divulgou uma análise referente às intenções de viagens dos britânicos para os próximos 12 meses.

Apesar da volatilidade do ambiente económico, os britânicos mantiveram-se resilientes no que toca as viagens, com 84% das pessoas a fazer férias nos últimos 12 meses, tirando, em média, 3,4 dias de férias por pessoa.

Segundo os dados, o número de britânicos a fazer férias no exterior passou de 45%, em 2022, para 52%, em 2023. Ao observar os padrões dos últimos 10 anos, o número de férias gozadas parece estar em linha com os níveis anteriores, embora ainda atrás dos números de 2019, revelam os dados da ABTA.

Assim, é possível registar um padrão semelhante com o número de férias no exterior (1,4 por pessoa em média), com pouco mais de dois terços (68%) das pessoas a tirarem férias domésticas quebrar, representando um aumento em relação ao ano passado, mas uma ligeira queda no número de férias no Reino Unido gozadas por pessoa. Ou seja, em vez das 2,4 férias por pessoa, em 202, no ano 2023 esse valor baixa para duas férias por pessoa, refletindo, dessa forma, o aumento das férias no Reino Unido tiradas durante a pandemia.

Os dados da ABTA mostram que foram os jovens (18-24 anos) e as famílias os viajantes mais prolíficos, indicando, também, um número crescente de viagens ao exterior, com um aumento particular entre os jovens e as famílias com crianças mais velhas.

60% dos jovens escolheram o estrangeiro para fazer férias nos últimos 12 meses (acima dos 56% do ano passado), e 58% das famílias jovens foram para o exterior (acima dos 56%), tal como fizeram 57% das famílias mais velhas (contra 50% em 2022).

Na realidade, os mais jovens (com idade entre 18 e 24 anos) também foram os que mais frequentemente passaram férias no exterior, tendo feito mais viagens que no ano anterior (até 2,7 viagens em média contra as 2,2 viagens de 2022).

Já as famílias, aquelas com filhos mais novos saíram de férias para o estrangeiro com mais frequência do que aquelas com crianças mais velhas. Assim, as famílias jovens fizeram, em média, 2,3 viagens, enquanto as famílias mais velhas fizeram, em média, 1,7 viagens nos últimos 12 meses.

Espanha foi, mais uma vez, o destino favorito dos viajantes do Reino Unido (33%), seguido por França (20%), Itália (16%) e EUA (15%), que trocam de lugar em relação ao ano passado, com o top 5 a ser completado pela Grécia (12%) que aparece com a mesma percentagem da Alemanha.

Portugal aparece em 7.º lugar, mantendo a posição do ano anterior, e com uma procura de 10% e à frente de destinos como a Turquia, Países Baixos e Chipre.

Nesta análise, a ABTA olhou, pela primeira vez, para os tipos de viagens mais populares realizadas por todos os viajantes e comparou-os com aqueles preferidos por pessoas que optaram por um pacote férias nos últimos 12 meses.

No geral, as city-breaks recuperaram o primeiro lugar aos destinos de praia como o tipo de viagem preferido dos britânicos, tendo crescido significativamente em popularidade nos últimos 12 meses.

Os viajantes que optaram por um pacote de férias nos últimos 12 meses foram quase o dobro dos que escolheram viagens com tudo incluído ou em cruzeiro, mostrando ainda os dados da ABTA que, no geral, as viagens para vários destinos e o aluguer de casas particular também estiveram em alta, quase duplicando em popularidade quando comparado ao ano passado.

Já a percentagem de pessoas que reservaram as viagens numa agência manteve-se relativamente estável nos últimos anos, com mais de um terço das pessoas (35%) a reservar férias no exterior com um profissional de viagens nos últimos 12 meses. Este número aumenta significativamente entre famílias com crianças mais velhas (45%), aquelas que fizeram um pacote de férias no último ano (49%), e aquelas que viajaram de férias com tudo incluído (50%) ou cruzeiro (50%).

Ao inquirir os britânicos por que reservaram junto de uma agência de viagem, a ABTA diz ver “um foco muito mais forte no valor (dinheiro) em comparação com o ano passado (aumento de 12 pontos percentuais), o que talvez reflita as pressões sobre as finanças das pessoas, mas também uma maior apreciação pela facilidade de reserva nesta forma, tempo economizado e acesso à ajuda e aconselhamento especializado “.

Próximos 12 meses são animadores
Analisando os próximos 12 meses, apesar da situação económica, os dados obtidos pela ABTA indicam que há mais de pessoas a planear viajar para o exterior (64%, acima dos 61% do ano anterior), bem como fazer uma pausa doméstica (58%, acima dos 57% ano passado).

Olhando para os planos entre diferentes faixas etárias, enquanto os viajantes com mais de 55 anos têm a mesma probabilidade de ir para o exterior como tirar férias no Reino Unido, uma proporção mais alta de jovens de 18 a 24 anos planeiam fazer férias no estrangeiro do que férias domésticas.

Embora no top 5 não se registem mudanças, continuando a liderança a pertencer a Espanha, Itália passa a ocupar a 2.ª posição, trocando com França, ficando EUA e Grécia nas posições seguintes.

Contudo, denota-se uma quebra nas percentagens indicadas pelos turistas britânicos, com todos os países desse top 5 a registar descidas (Espanha -4p.p.; Itália -1 p.p.; França – 5 p.p.; EUA -1 p.p.; Grécia mantém igual).

Portugal sobe uma posição (de 7.º para 6.º), mas perde um ponto percentual nas indicações de escolha dos turistas britânicos (passa de 10% para 9%). A grande descida dá-se com a Alemanha, que ultrapassada por Portugal, vê ainda cair 5 p.p.. A Turquia também mantém o mesmo lugar, mas cai 4 p.p..

As maiores surpresas dão-se com o aparecimento da Irlanda e Japão neste top 10. A Irlanda aparece no 9.º lugar, com 4% de procura, enquanto o Japão subiu 23 lugares, para ocupar o último lugar do top 10 com 4% nas intenções de procura por parte dos britânicos, justificando a ABTA esta realidade com o facto do país nipónico ter estado fechado até há pouco tempo.

Uma das maiores surpresas está no período escolhido pelos britânicos para realizaram as suas ferias e viagens. Pela primeira vez nesta pesquisa, a ABTA perguntou aos britânicos quando planeiam fazer as suas férias no próximo ano, com a conclusão a indicar uma tendência para viagens durante todo o ano com números semelhantes de pessoas que planeiam viajar para o exterior durante o Outono e a Primavera como no Verão.

De facto, 48% dos britânicos indicaram a Primavera como estação preferida, seguida pelo 46% do Verão e 45% do Outono, com o Inverno a captar somente 28% do interesse.

“Se as intenções das pessoas se tornarem realidade, então maio e junho serão os meses mais populares para férias no exterior no próximo ano, apenas um pouco à frente do pico tradicional meses de julho e agosto”, salienta a ABTA.

Dito isto, julho é extremamente popular entre jovens de 18 a 24 anos, com quase um terço (30%) a planear viajar no sétimo mês. Outubro é também um dos meses mais populares para viajar, refletindo, talvez, a oportunidade de apanhar um pouco de sol tardio durante férias escolares.

Quanto aos gastos, metade das pessoas afirma que não haverá alterações nas suas férias, pretendendo gastar o mesmo que no ano anterior. No entanto, o número que planeia gastar mais (28%) está à frente dos que querem gastar menos (21%).

A principal razão para gastar mais, é tirar mais férias, garantindo mais tempo no destino preferido para comemorações especiais, ou fazer a viagem da sua vida.

As atuais pressões económicas são claramente na mente de muitas pessoas. Cerca de 34% das pessoas dizem que gastarão mais porque o custo das férias está a aumentar, enquanto 48% das pessoas concordam que gastarão menos por causa do aumento do custo de vida, e 29% planeiam gastar menos devido ao aumento do pagamento de hipotecas ou alugueres.

Finalmente, as questões da sustentabilidade nas viagens são variadas – desde bem-estar animal aos direitos humanos, emissões de carbono para abordar a perda de biodiversidade. “O setor está a trabalhar para abordar essas questões essenciais, com a colaboração de toda a indústria, destinos e governos para poder para fazer progressos reais”, diz a ABTA.

Quando questionados sobre o que os preocupa sobre o impacto das suas férias, o bem-estar animal está novamente no topo, como tem acontecido desde que a ABTA colocou esta questão pela primeira vez aos consumidores em 2019. As seis principais respostas permanecem quase inalteradas: lixo com plásticos, preservação da cultura e património, conservação da natureza, impacto do overtourism, impacto das alterações climáticas, e a forma como as comunidades locais são impactadas.

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