Trends & Dynamics: Turismo, financiamento, Europa e banca
O receio da banca em financiar projectos inovadores no Turismo e a necessidade em procurar novas fontes financiamento: daqui, nasceu a proposta de criação de uma Plataforma de Investimento para o sector.
Ângelo Delgado
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De que forma os investimentos da União Europeia (UE) podem chegar às entidades regionais de turismo? Como se poderão eliminar alguns passos desnecessários que a burocracia sempre apresenta para chegarmos a esse investimento?
Estas e outras perguntas foram colocadas em cima da mesa pela eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar, que reuniu, em Lisboa, vários representantes nacionais e europeus ligados ao turismo e à economia. A ver: Comissão Europeia, Banco Europeu do Investimento, Turismo de Portugal, Delloite, Confederação do Turismo Português, Associação da Hotelaria de Portugal, Associação da Hotelaria Restauração, e Similares de Portugal, entre outros.
A proposta de criação de uma Plataforma de Investimento para o sector foi a tónica do debate, ainda que os presentes tenham identificado outros grandes desafios, como a recapitalização das empresas. Carlos Abade, do Turismo de Portugal, abordou o assunto. “Apesar do crescimento do turismo no que diz respeito a receitas, dormidas e hóspedes, as empresas, hoje, estão mais descapitalizadas fruto do endividamento”. Como explicação para este facto, adiantou que “o acesso ao financiamento é mais complicado e projectos com algum risco para os bancos são, por norma, chumbados”.
Para, de alguma forma, dar a volta a este paradigma, diz Carlos Abade, “é necessário melhorar as competências de gestão das empresas, promover a transferência de conhecimento para as mesmas, eliminar custos de contexto, desenvolver instrumentos facilitadores em processos de reestruturação e actuar ao nível da fiscalidade”.
Já a anfitriã, Cláudia Monteiro de Aguiar, lembrou que “sozinhos e de costas voltadas não se alcançarão os objectivos pretendidos. As oportunidades de financiamento europeu existem e estão à disposição da economia, pelo que se deve identificar as necessidades do sector para alcançar, por exemplo, o Plano Juncker”.
A eurodeputada adiantou ainda que “a exemplo de outros países europeus, Portugal tem de saber encontrar as necessidades comuns ao sector e, em cooperação com outras nações e regiões, criar projectos em escala”, finalizando a sua intervenção dizendo que “as associações e as empresas nacionais devem trabalhar em estreita colaboração para que possam candidatar-se aos diversos programas com financiamento europeu”.
Carlos Corazza, da Comissão Europeia (CE), falou também sobre o financiamento da UE para o Turismo. “Nem sempre é fácil perceber, de forma clara e no meio de uma selva de projectos, qual o financiamento disponível e mais ajustado ao negócio em questão”, admitiu. Porém, o responsável frisou que “a CE está a atrair cada vez mais investimento, algo que é benéfico para a Europa”. E continuou: “Em 2017, o Turismo irá gerar mais 5 milhões de empregos. Não há como ignorar a vitalidade desta indústria para todo o sector económico no espaço europeu”.
Referir que o site do Turismo de Portugal disponibiliza, para consulta, o Guia Para o Fundo de Financiamento Turístico”.
Já Kim Kreilgaard, membro do Banco de Investimento Europeu (BEI), anunciou aos presentes que “estão disponíveis 909 milhões de euros para serem investidos em PME´s”, relembrando que “anualmente apoiam 450 projectos”. “Há fundos disponíveis, as empresas portuguesas devem ir atrás deles”, finalizou.