Governo vai disponibilizar Património Público para investimento hoteleiro
Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, anunciou aos investidores portugueses a disponibilização de, numa primeira fase, 30 edifícios públicos para valorização turística.
Raquel Relvas Neto
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O Governo vai disponibilizar, em breve, uma lista de 30 edifícios públicos espalhados pelo País, que são Património Nacional, para investimento hoteleiro.
O anúncio aos investidores portugueses foi feito pelo ministro da Economia, esta terça-feira, durante o almoço mensal da Associação de Hotelaria de Portugal, o primeiro de Raul Martins como presidente da associação. Manuel Caldeira Cabral adiantou que, numa primeira fase, vai ser divulgada uma lista com 30 “espaços únicos” que possam servir para “investimento de qualidade”. O responsável explicou que “a valorização do património é um dos eixos muito importantes de apoio à actividade turística”. Neste sentido, esclareceu, o Governo tenciona “abrir mais o Património aos turistas que nos visitam, mas também aos portugueses que cá vivem, e valorizar algumas peças de Património Nacional que estão ao abandono como forma de acolherem unidades hoteleiras”, em regime de concessão. Apesar de ser um projecto que não é novo no mercado turístico português – a utilização de património histórico público para fins hoteleiros -, o responsável considera que existe ainda muito património espalhado pelo País que “está ao abandono, muitas vezes em degradação e que tem enorme valor”.
Até este dossier estar fechado, Manuel Caldeira Cabral indicou que tem que ser trabalhado com muito cuidado com o Ministério da Cultura para que “sejam respeitados os valores do Património e também os interesses dos investidores que podem querer aceder a este Património”. “O que queremos é que haja mais investimento no Turismo em Portugal e que seja um investimento de qualidade que permita a quem nos visita desfrutar do muito que Portugal tem para oferecer”, salientou.
No que refere ao facto de existirem críticas quanto à reabilitação de edifícios para a construção de mais unidades hoteleiras, como é o caso da cidade de Lisboa, o Executivo foi peremptório: “O que faz sentido é que dentro da reabilitação urbana, que é uma das apostas deste Governo, é incluir também unidades hoteleiras. Não se trata de construir muito mais hotéis, trata-se de valorizar possibilidades de hotelaria ou de outras utilizações turísticas em espaços históricos utilizando isso como uma forma de reabilitar o nosso património e as vidas nas nossas cidades”.
O responsável aproveitou a ocasião para apresentar este desafio aos investidores portugueses, mas esta lista de edifícios vai ser também apresentada aos investidores internacionais. “Vamos colocar isso no mercado para quem quer fazer investimento de médio, longo prazo, com a perspectiva de valorizar e diferenciar a oferta portuguesa”, referiu.
O ministro da Economia admitiu que “esta é uma aposta muito forte, que pode ser polémica, mas em que estamos empenhados, porque o que não queremos ver mais é Património que pode ser valorizado ao abandono, em vez de ser trazido para a economia e criar uma mais-valia na sociedade portuguesa”.