O segredo deixou de ser a alma do negócio
É a maior rede de partilha de informação e conhecimento entre profissionais no sector da hotelaria e turismo, contando com mais de sete mil membros. Em entrevista, Ricardo Augusto, fundador da Rede-T, faz um balanço do projecto.
Carina Monteiro
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A história da criação da Rede-T é conhecida, aliás, está descrita no site do projecto. Ricardo Augusto precisava de esclarecer uma dúvida, enviou um e-mail a todos os seus contactos e a resposta chegou através de um contacto de alguém que Ricardo tinha contactado. “A partir desse momento percebi que este mecanismo poderia ser um instrumento de trabalho para todos os profissionais”, conta.
Quando foi idealizada pela primeira vez, em 2005, a Rede-T pretendia “criar uma rede de contactos com o objectivo de partilhar informação e saber”. Passados estes anos, Ricardo Augusto não tem dúvidas que continua a ser uma ‘rede’ para partilha de saber e conhecimento. “Podemos defini-la como uma ferramenta de trabalho para todos os profissionais ligados ao ramo do turismo, onde a rapidez de resposta em conjunto com a experiência adquirida em processos semelhantes é fulcral e essencial para um bom desempenho, quer a título individual, quer como conjunto”, começa por dizer. O que começou com um círculo de amigos e conhecidos é hoje um grupo “muito dinâmico e irreverente de profissionais”, afirma. Para tal, a Rede-T teve de evoluir tecnologicamente, ou seja, todo o processo de partilha de conteúdos é feito agora de forma automática. “Foram criados alguns campos de acesso unicamente através do site porque a certa altura tivemos noção de que o tráfego de certos conteúdos (envio de CV’s e ofertas de trabalho) era de tal forma intenso que bloqueava caixas de correio. Também a nível de documentação tivemos o cuidado de não permitir o envio de emails superiores a um mega – muitas vezes os membros queixavam-se de que ficavam com as caixas bloqueadas-, sendo agora o acesso aos mesmos feito, também, pela plataforma. No que concerne a algo mais do que a presença virtual, o responsável revela que o próximo passo é “criarmos eventos físicos” em conjunto com os parceiros. “Queremos criar algo único com muita irreverência, dinamismo e, sobretudo saindo das zonas de conforto. Queremos ‘chocar’ mentalidades”.
Alterar mentalidades
Neste momento, a Rede-T conta já com mais de 7.000 pessoas ligadas ao projecto, entre administradores de grupos hoteleiros, directores-gerais, directores de departamento, agentes de viagem, operadores, quadros médios, entre outros. “É interessante enviarmos um pedido de ajuda e recebermos respostas dos mais variados quadros do sector. Cozinheiros, empregados de mesa, governantas, guias, motoristas de turismo, chefes de sala, de compras, estudantes”, conta. Para Ricardo Augusto, as mais-valias da presença na Rede-T, actualmente, é “sem dúvida” a partilha de informação. “O facto de saber que “não estamos sós” e que do outro lado está sempre alguém disposto a vir ao nosso encontro e ajudar-nos é algo que nos dias de hoje não tem preço (…). Temos noção de que a Rede-T veio de uma forma geral alterar mentalidades e provar que a partilha [ao contrário do segredo] é a alma do negócio”, defende. Na plataforma estão disponíveis mais de 900 ofertas de trabalho, desde o lançamento do site online em Abril de 2012. “Numa base diária são lançados novos processos de recrutamento, o que só por si representa a aposta dos grupos hoteleiros neste “canal de distribuição”. Existem também mais de 1.000 curriculum vitae disponibilizados no site. Outra grande mais valia é, sem dúvida, a área para download de documentos onde os profissionais do sector poderão encontrar um leque vastíssimo de informação. Desde manuais específicos para as diversas áreas até estudos recentes sobre o sector, são já quase 100 documentos disponíveis para download”.