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O agente de viagens não vai “morrer” com a IA, mas atenção!

A Inteligência Artificial (IA) chegou também ao mundo das viagens, mas os especialistas garantem que o agente de viagens, mais uma vez, não vai “morrer”, pois soube sempre adaptar-se, ao longo dos tempos, às novas tecnologias. No entanto, há novos desafios que se colocam e a classe tem de estar atenta. Pela pertinência do tema, a própria Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) vai esmiuçar o assunto no seu 48.º Congresso, a realizar de 30 de novembro a 2 de dezembro, no Porto, porque quer entender o impacto da IA neste setor.

Carolina Morgado

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O agente de viagens não vai “morrer” com a IA, mas atenção!

A Inteligência Artificial (IA) chegou também ao mundo das viagens, mas os especialistas garantem que o agente de viagens, mais uma vez, não vai “morrer”, pois soube sempre adaptar-se, ao longo dos tempos, às novas tecnologias. No entanto, há novos desafios que se colocam e a classe tem de estar atenta. Pela pertinência do tema, a própria Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) vai esmiuçar o assunto no seu 48.º Congresso, a realizar de 30 de novembro a 2 de dezembro, no Porto, porque quer entender o impacto da IA neste setor.

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Esta não será a primeira vez que o Publituris aborda o tema das novas tecnologias nas viagens e turismo, assunto que também o setor da distribuição encarou sempre de frente. Os desafios que se colocam agora com a Inteligência Artificial (IA) têm vindo à baila e vários especialistas têm vindo a dar a sua opinião, com várias empresas a tomar medidas para colocar as ferramentas necessárias ao serviço deste setor.

O Publituris falou com alguns especialistas do setor para entender o que é isto de Inteligência Artificial e como é que o fenómeno pode ou não “mexer” com o setor da distribuição no turismo.

Miguel Quintas, considerado um especialista em matéria de novas tecnologias no nosso país afirmou que, no geral, os agentes de viagens “ainda não estão preocupados” com o impacto da IA, mas “estão a tomar consciência que está aí algo que afeta o seu negócio”, adiantando que o grande problema está “em saber o que fazer e como fazer”.

Realça que, para se tirar alto proveito da IA o know-how e investimento a realizar são grandes, em particular no que toca a integrar as ferramentas e os automatismos. “Este processo terá de ser realizado por grandes empresas tecnológicas ou através de consórcios empresariais devido ao elevado investimento necessário”. Até lá, “usamos manualmente o que amanhã estará facilmente automatizado”, disse.

Hoje CEO do Consolidador.com e Chairman da Airmet, mas que também já foi representante da Amadeus em Portugal, bem como de outras empresas que trouxeram novas tecnologias na área das viagens ao nosso país, Miguel Quintas aponta que “todos os momentos de disrupção tecnológica ou cultural que a humanidade tem vivido trazem consigo uma certeza que é, onde há riscos há oportunidades”.

Mas, “o agente de viagens não vai desaparecer e a IA pode ser um excelente auxiliar para o próprio, nomeadamente no apoio ao cliente, conhecimento de destinos ou informação de caráter generalista em tempo real”. Isto tudo combinado “com o conhecimento e inteligência humana e emocional que nós pessoas temos, são fatores que o cliente ainda vai necessitar, desejar e pagar por elas”.

O gestor está convicto de que “o desenvolvimento progressivo da Inteligência Artificial venha a ter um impacto tremendo no mundo ao nível das principais revoluções tecnológicas que assistimos nos últimos séculos” para destacar que “hoje mesmo já estamos a assistir ao princípio dessa revolução e dado o impacto direto no desenvolvimento da humanidade, ela é obrigatoriamente transversal a todos os setores económicos entre o quais se encontra o turismo e como consequência a sua distribuição”.

Por isso, da forma como a IA tem evoluído “acredito que os principais riscos no curto prazo serão retirar valor ao conhecimento de informação geral e detalhada que o agente de viagens proporciona ao seu cliente final, assim como na automação de alguns dos processos manuais ainda realizados pelo próprio agente”, disse.

No longo prazo “o risco coloca-se na perspetiva de como a IA pode dar ao viajante a solução imediata de chave-na-mão de todo o processo de inspiração, escolha, reserva e acompanhamento de uma viagem”. É possível acontecer, e “não estamos a muitos anos disso”, até porque “as oportunidades surgem justamente em tudo o que não é possível automatizar e essas estão essencialmente no campo da relação humana, da resolução de falhas técnicas, da segurança e legalidade e da especialização do conhecimento”.

O impacto prevê-se enorme
Miguel Quintas reconhece que “o impacto da Inteligência Artificial será enorme” e “estamos ainda nos primórdios do que pode ser”, mas considera que “estamos perante a quinta “revolução industrial” e hoje mesmo ela já nos afeta”. No entanto, “como não está regulada mundialmente não sabemos onde irá parar”. Deu como exemplo uma experiência pessoal: “As minhas férias familiares há semanas visitando um país ao qual nunca tinha ido. Todo o roteiro foi organizado via ChatGPT pelo meu filho de 18 anos. Tudo correu lindamente e de acordo com o esperado. O que falhou? O típico: Todos os procedimentos ainda não automatizados pela IA, o aconselhamento profundamente especializado do destino e alguém que me diga “tu não vais gostar disto e vais adorar aquilo”.

Por sua vez, Ricardo Correia, diretor Comercial da TravelGEA, está convicto que “o turismo adaptar-se-á, como sempre o fez”, sublinhando que “somos uma indústria de emoções e não vejo nos próximos tempos podermos substituirmos a emoção de viajar por um qualquer produto virtual. Durante a pandemia falamos muito em viagens virtuais, mas vemos qual a penetração de mercado desse produto. Assim que possível as pessoas voltaram a viajar fisicamente, porque nada o substitui”. Portanto, o que prevê acontecer é uma adaptação rápida de novos paradigmas, apontou.

O profissional avançou também que “todas os agentes de viagem estão conscientes da existência da IA”, mas hoje em dia “é uma buzz word, com imensa desinformação associada também. Há alguma preocupação a implementar de alguma forma a IA nos processos, o que também pode levar a algum atabalhoamento na forma e modelo de implementação”, alertando que “não podemos ser lentos a adaptarmo-nos, mas também não podemos tomar decisões sem informação e estratégia”.

O agente de viagens não vai desaparecer e a IA pode ser um excelente auxiliar para o próprio, nomeadamente no apoio ao cliente, conhecimento de destinos ou informação de caráter generalista em tempo real” – Miguel Quintas (Consolidador.com / Airmet)

Da mesma opinião é Ginés Martínez, CEO da Jumbo Tours, em recente entrevista a uma publicação espanhola: “A inteligência artificial é algo que definitivamente está dentro do nosso campo de aplicação e há equipas a trabalhar nisso há anos. É uma parte inerente das necessidades do negócio. Vamos ter de usar IA e de facto já estamos a usar para automatizar processos e melhorar o relacionamento com os consumidores. Principalmente na velocidade de resposta, para poder atendê-lo melhor e ter mais capacidade de assumir volumes de trabalho. Onde eu acho que ainda existe uma lacuna, que temos de preencher, é usar essa tecnologia para gerar conteúdo suficientemente atrativo para o cliente”.

E continua: “É verdade que se disser à IA que quero passar cinco dias em Roma, ela lhe dará uma rota completa. Isso é ótimo, acelera o tempo de pesquisa. Mas não podemos esquecer que o papel do agente de viagens e do operador turístico vai muito além. Isto porque, em primeiro lugar, um agente de viagens pré-seleciona tudo isso e tem uma compreensão profunda do que está a oferecer ao cliente. Mas também ajuda a chegar ao destino e nas melhores condições: reservando bem os produtos e serviços, aproveitando as melhores ofertas… Aqui o vejo como um substituto”, defendeu, mas contraria o evento Phocuswright Europe 2023, em que alguns especialistas dão como certo, que a inteligência artificial pode ser “o próximo agente de viagens, quase humano”.

Tudo depende da utilização
A conferência também passou a mensagem de que a AI pode se tornar no próximo escritório de informações turísticas. Mas “o valor dos escritórios de informações turísticas ou agentes de viagens não pode ser replicado com inteligência artificial. A IA é uma coleção de dados de diferentes fontes e, com as informações que o cliente pode fornecer, ela cria uma resposta. Mas o utilizador tem de saber muito bem como perguntar à AI para que a resposta seja adequada. Já o agente de viagens tem essa informação de quem é o seu cliente, o que quer, os seus gostos, perceções, experiências anteriores… Uma série de coisas que é impossível incluir, desde o início, numa consulta simples”, realçou.

Se já se pode falar da IA como o próximo agente de viagens quase humano, Ricardo Correia assume que “depende da utilização que dermos à IA. Se deixarmos o nosso fator humano de lado (porque não temos tempo, porque não nos apetece, porque não sabemos, por qualquer motivo), então sim, tornamo-nos interfaces tecnológicos e como disse, há alternativas bem melhores que isso”.

Entretanto, “se conseguirmos integrar as mais valias que a IA tem, no processamento de dados, geração de previsões, etc. com a capacidade de criação e de empatia do ser humano, então não creio que os agentes de viagens vão ser substituídos”, ou seja, possivelmente, o agente de viagens “terá que ser menos tecnológico e dedicar-se mais a conhecer o produto e o cliente”.

A IA na sua essência “dar-te-á o que é mais provável que aquela pessoa goste, mas a IA não consegue interpretar linguagem não verbal, não consegue sentir empatia, o que nos permite criar uma experiência de viagem única para aquele cliente”, frisou.

Novas tecnologias para empresas de turismo
Se os agentes de viagens em Portugal já se estão a preocupar com esta questão e a implementá-la, Paulo Dias, Senior Manager da Unidade de Indústria e Consumo da Minsait em Portugal, refere que, existe “um caminho a fazer, mas a preocupação já vem de longe e há já vários anos que a Minsait, uma empresa da Indra, trabalha com alguns clientes do setor em Portugal, na implementação de soluções inovadoras, que permitem melhorar a ocupação hoteleira e as viagens em Portugal”.

No entanto, em sua opinião, seria um pouco exagerado falar da IA como um agente de viagens. “Embora a IA permita ferramentas valiosas para melhorar a eficiência e a qualidade do atendimento ao cliente nas agências de viagens, será sempre importante a existência de uma presença humana para assistências mais complexas ou respostas mais personalizadas que exijam o conhecimento e a experiência de um agente de viagens”, disse.

Num artigo publicado pelo vice-presidente executivo da Amadeus Cytric Solutions, Rudy Daniello, ao que o Publituris teve acesso, diz sobre a matéria, que hoje “já existem alguns pontos-chave que podem ser afirmados com alguma certeza”. Desde logo refere que “os modelos GPT – e o campo mais amplo de ‘inteligência artificial generativa (IA)’ – todos têm possibilidades tremendas. A tecnologia, embora não seja nova, tem o potencial de transformar a vida cotidiana e, assim, criar um enorme apetite e preocupações”.

Explica que o chatbot (que já existe há algum tempo), ao compreender e gerar linguagem natural semelhante à humana de maneira tão impressionante, tornou-o amplamente adotado”, mas “o ChatGPT realmente conquistou o mundo, correndo para acumular 100 milhões de utilizadores ativos mensais em apenas 40 dias, com milhões a mais a inscreverem-se a cada mês”, frisando que a ferramenta é inovadora devido ao grande volume de dados com os quais foi treinada – supera os chatbots anteriores em ordens de magnitude”.

O turismo adaptar-se-á, como sempre o fez. Nós somos uma indústria de emoções e não vejo nos próximos tempos podermos substituirmos a emoção de viajar por um qualquer produto virtual” – Ricardo Correia (TravelGEA)

Este responsável da Amadeus indica que o ChatGPT 3 foi treinado com 17 mil milhões de parâmetros treináveis e 45 terabytes de dados, por exemplo. Para referência, o Telescópio Espacial Hubble gera 10 terabytes de dados por ano. Em outras palavras, o ChatGPT leu mais texto do que um milhão de pessoas lerão nas suas vidas juntas.

Paulo Dias sublinha que “as possibilidades oferecidas pela IA à indústria do turismo são inúmeras e não faltam exemplos do papel que ela já desempenha neste setor” para lembrar que “o contexto vivido pelo setor do turismo nos últimos anos acelerou a digitalização de processos e operações no turismo. A utilização maciça de canais digitais está a impulsionar novas tendências na oferta e no consumo de serviços, e agora o principal objetivo é proporcionar uma boa experiência ao cliente”.

Assim, “através da experiência e conhecimento do cliente (customer centric), graças à gestão de dados e à analítica avançada, os operadores turísticos devem personalizar as suas comunicações e conteúdos na Web para se aproximarem dos visitantes, de modo a poder responder às suas exigências em qualquer momento”.

O Senior Manager da Unidade de Indústria e Consumo da Minsait em Portugal, empresa da Indra especialista em transformação digital e tecnologias da informação, indica que as ferramentas de IA estão, cada vez mais, “ao alcance de todos e em particular se falarmos do ChatGPT. Sendo um modelo de linguagem avançado, ele pode ser um dos principais atores da IA neste setor, por exemplo, através de chatbots no atendimento ao cliente, no suporte a reservas, recomendações de viagens ou qualquer outra informação que o turista pretenda”, mas não obstante, “é preciso ter em conta que, como ferramenta, o ChatGPT não está atualizada ao instante e as informações podem não estar suficientemente atualizadas”.

O responsável aponta ainda que, as soluções baseadas em Inteligência Artificial e aprendizagem automática para a comunicação assistida pelo cliente “serão essenciais neste setor, que também contará como outras tecnologias como a realidade virtual, aumentada e mista que permite aos visitantes desfrutar de experiências imersivas e únicas e que os envolvem na arte e na cultura como mais do que meros espetadores passivos”.

Componente pessoal ainda acima de tudo
É aqui que Miguel Quintas é perentório, até porque também é um agente do setor. “O agente de viagens não vai “morrer”, e “ainda é muito cedo considerar que a IA é o próximo agente de viagens, até porque a componente pessoal, de segurança, de inteligência emocional, de resolução de problemas técnicos, etc. ainda estará na mão do próprio agente de viagens”, mas aponta que “vai ser um competidor em algumas franjas do trabalho do agente de viagens. Assim como, de igual forma pode ser um excelente auxiliar para o próprio agente, nomeadamente no apoio ao cliente, conhecimento de destinos, informação de caráter generalista em tempo real”, destacou em declarações ao nosso jornal.

A empresa que representa e o próprio Paulo Dias defendem que o turismo “é um dos setores que mais desafios apresenta às novas tecnologias pelo seu potencial de desenvolvimento a curto, médio e longo prazo”, por isso, o responsável acredita que o “crescimento do turismo nos últimos dois anos reflete bem o impacto que a Inteligência artificial, assim como outras tecnologias, está a ter neste sector”.

Para este responsável da Minsait em Portugal, quando se diz que “os dados são o novo petróleo”, pode parecer exagerado, mas hoje em dia, tudo está relacionado com os dados, a experiência do cliente e a integração do mundo físico e digital são a base para um turismo inteligente ao alcance de todos”.

Lembra que as cidades que mais investirem em soluções de Smart Tourism poderão ter mais facilidade na captação de visitantes, e que “estas Plataformas de Destino Inteligente devem ser concebidas como uma solução que inclua todas as dimensões do destino, com uma abordagem baseada na inteligência e na utilização de dados, na integração de todos os atores e sistemas através de soluções interoperáveis e abertas, num modelo de interterritorialidade e coesão interadministrativa, e que possa ser escalada através de parcerias público-privadas”.

Admite que, nos próximos tempos “assistiremos a investimentos significativos em áreas como a virtualização, a agregação de serviços em dispositivos pessoais, a interação homem-máquina em toda a cadeia de valor da hotelaria, a utilização da Inteligência Artificial para adaptar os serviços ao perfil do cliente e a melhoria da gestão dos ambientes para aumentar a segurança e a rentabilidade”.

Explicou ao nosso jornal que a análise das informações recolhidas já permite, por exemplo, “oferecer soluções personalizadas aos turistas assim como prevenir fenómenos que podem ter um impacto negativo na experiência turística”, assumindo que, na Minsait “estamos empenhados em criar uma Plataforma de Turismo Inteligente que possa responder aos desafios dos destinos de forma integrada e ajudar a criar destinos inteligentes, sustentáveis, seguros e resilientes”.

No relatório “Smart Tourism: A path to more secure and resilient destinations”, da Minsait e da SEGITTUR (que também se aplica a Portugal), defende-se a implementação de Plataformas Inteligentes de Destinos Turísticos que incluam todas as dimensões do destino, de modo a poder responder aos seus desafios de forma integrada. Entre as suas capacidades, integrariam uma gestão unificada através de sistemas orientados por dados que recorrem a modelos de inteligência distribuídos para extrair informação da forma mais qualitativa possível.

Na área de Hospitality, onde a tecnologia também tem um papel importante, a Onesait Travel, uma oferta global da Minsait para o setor do turismo, é, segundo disse, um exemplo destas tecnologias de ponta, que otimiza a gestão de hotéis e companhias aéreas para melhorar a experiência dos viajantes e adaptar as suas operações às novas exigências dos turistas. Esta oferta já geriu mais de 20 milhões de reservas em 33 países. Os sistemas da empresa já foram implementados em mais de 4.000 hotéis e entre os seus clientes, presentes na “Travel Summit”, incluem-se algumas das mais importantes cadeias hoteleiras do mundo, com referências na Europa, América e Ásia.

“Temos de avançar para o “turismo do futuro”: um novo modelo de turismo que seja sustentável e seguro, inclusivo e resiliente, que celebre as culturas e identidades locais, que proporcione benefícios económicos e sociais, que ajude a preservar o ambiente e que utilize as TIC e as tecnologias renováveis como principal motor do planeamento do Turismo de Destino”, é a proposta desta empresa.

Alguns exemplos já em prática
O recente aparecimento do ChatGPT veio mostrar a projeção que a inteligência artificial (IA) tem tanto para as empresas como para os utilizadores particulares, bem como para o setor das viagens. “A inteligência artificial vai revolucionar absolutamente tudo”, diz Amuda Goueli, fundador e CEO da agência de viagens online Destinia, que a incorporou ao seu processo de reservas para melhorar e personalizar a experiência do utilizador.

Amuda Goueli lembra que “há anos começamos com big data. Existiam grandes servidores onde eram armazenadas muitas informações, mas não havia máquinas ou programas para processá-las”. Mais tarde, foram incorporadas ferramentas como o blockchain ou bots, mas estes “ficaram aquém porque as respostas são programadas. Agora, com a inteligência artificial, essa dinâmica muda, não tem programador envolvido”.

Nesse sentido, a Destinia desenvolveu a Desta, que ainda está em fase de teste, e focada num único produto: reservas de hotéis. Ainda não se encontra aberto no site da OTA, mas os consumidores que o pretendam utilizar apenas têm de se registar e começar a interagir até efetuarem as suas reservas.

“A diferença entre um agente de viagens tradicional e a máquina é que um agente não conhece todos os destinos do mundo. É impossível ter tanta informação em tão pouco tempo, mas a máquina, sim”, explica o CEO da Destinia, para acrescentar que “o buscador tradicional como conhecemos está a tornar-se obsoleto. A IA veio para ficar e devemos aproveitar todos os seus benefícios para melhorar a vida das pessoas. Graças à inteligência artificial, conseguimos implementar uma ideia que tínhamos imaginado para um muito tempo, muitos anos. Esse futuro chegou e veio para ficar “, referiu Amuda Goueli.

Dos safáris em Uganda à descoberta das paisagens da Islândia, a plataforma de viagens Worldface já usa inteligência artificial e criou o avatar Petra, um especialista em viagens virtuais, capaz de responder às solicitações individuais dos utilizadores, e recomendar os destinos mais cativantes com base no período e nas preferências do cliente.

“O valor da IA e do Petra, neste caso específico, consiste na capacidade de ser empático, de ser multilíngue e de responder tanto na forma escrita quanto oral – diz Veronica Del Priore, especialista em Comunicação da QuestIT – Justamente por isso é capaz de se comportar como um verdadeiro consultor de viagens em carne e osso”.

Prós e contras
Não há dúvida que a IA está cada vez mais presente nas nossas vidas, mas sobretudo na área do turismo. A Hosteltur deu, recentemente, três exemplos. Várias vezes citamos a Hosteltur neste artigo porque, em Espanha, o assunto da IA no setor das viagens tem vindo à baila todos os dias, e o jornal espanhol tem estado muito atento.

A plataforma francesa de viagens com vários produtos Digitrips lançou um serviço intuitivo de assistente virtual baseado em ChatGPT, oferecendo aos viajantes conselhos sobre viagens e destinos em 11 idiomas. A nova funcionalidade, desenvolvida pela sua subsidiária de soluções móveis mTrip, está a testar no seu aplicativo MisterFly e em breve estará disponível para clientes B2B através da versão white label do aplicativo.

Por sua vez, a Ciceroneai.com é a IA espanhola que fala 95 idiomas. Ciada pela startup de Málaga iUrban.es, ajuda a organizar uma viagem em segundos como se fosse um local, personalizando a resposta graças ao ChatGPT. Mas também está conectado aos sites de organizações oficiais de turismo para fornecer informações verdadeiras em todos os momentos e, assim, evitar respostas incorretas. Basta escolher o destino e o planner personaliza a viagem do turista de acordo com o número de dias de estadia, interesses e perfil do viajante (família, companheiro, trabalho, etc.), criando um roteiro com os elementos a visitar, atividades e eventos com o preço mais barato, e no seu idioma, podendo fazer alterações em tempo real e propor sugestões adaptadas ao turista. Tem ainda um chatbot gratuito ligado ao ChatGPT para esclarecer qualquer dúvida, como um posto de turismo aberto 24 horas por dia.

A Ciceroneai já está disponível em Madrid, Barcelona, Valência e Palma; cidades às quais se somarão Málaga, Sevilha, Granada e Bilbao, com o objetivo de chegar a vinte em Espanha até o final do ano e 50 internacionalmente.

Por sua vez, a AI Trips, já operacional em mais de 15 países, usa algoritmos avançados que analisam e processam uma ampla gama de dados em tempo real, graças à combinação de 12 tecnologias desenvolvidas pelo Travel Compositor. Assim, desde as preferências do utilizador à informação sobre destinos, meteorologia, acontecimentos locais, etc., permite que cada viagem seja única e personalizada, oferecendo respostas e resultados adaptados às necessidades individuais do viajante e permitindo-lhe avançar em poucos cliques de uma única pergunta para a próxima reserva de viagem.

Estamos empenhados em criar uma Plataforma de Turismo Inteligente que possa responder aos desafios dos destinos de forma integrada e ajudar a criar destinos inteligentes, sustentáveis, seguros e resilientes” – Paulo Dias (Minsait)

O motor já foi implementado em sites de empresas como a espanhola OTA Central de Vacaciones, a portuguesa Interpass, as operadoras de turismo italianas Amareitalia e Orizzonti, as mexicanas Es viajar e Viajes Lili, as argentinas TipTravel e Delfos, a jordana-turca Trave One, a rede pan-europeia de agentes de viagens Evolution Travel, e o recetivo italiano Acetours, entre outros.

A IA impactará o setor nos próximos cinco anos, segundo 97,8% dos executivos recentemente entrevistados pela Euromonitor International.

Em cinco anos, veremos um boom no uso de ferramentas de inteligência artificial como o ChatGPT pelos viajantes para planear os seus itinerários, de acordo com o estudo realizado pela Euromonitor International “Voice of the industry: travel survey”. A sua disponibilidade 24 horas por dia, 7 dias por semana e acessibilidade de qualquer lugar do mundo, simplesmente com uma conexão à Internet e de qualquer dispositivo, estão por trás deste aumento maciço do seu uso, como destacou a sua responsável de Pesquisa de Viagens e Turismo, Caroline Bremner .

A Expedia anunciou em abril passado a sua colaboração com a OpenA. Desta forma, oferece recomendações personalizadas como um assistente virtual, fornecendo resultados relevantes em buscas de hotéis e dicas do que fazer no destino.

A Kayak e a OpenTabl, ambas integrantes da Booking Holding, assim como TripAdvisor, GetYourGuide e Klook, também apostaram em novidades com o ChatGPT. O Trip.com integrou ao TripGen o seu chatbot de IA recém-lançado que oferece planeamento e assistência de itinerário em tempo real, além de conselhos sobre reservas antes da viagem.

Mais integrações inevitavelmente se seguirão, de modo que as fases de planeamento e reserva da viagem sejam perfeitamente intercaladas, dependendo do acesso em tempo real à funcionalidade de reserva. A IA generativa, conforme aponta o Euromonitor, “está apenas no início da sua jornada, oferecendo aos consumidores o que o Airbnb chama de “o melhor concierge”.

No entanto, a segurança e a proteção do consumidor devem estar acima de tudo. Líderes de tecnologia como Elon Musk recentemente pediram uma pausa no desenvolvimento da IA para evitar riscos à humanidade, incluindo a possível extinção da superinteligência, alegando que a corrida da IA estava fora de controlo e era necessário tempo para permitir que a política dos governos se atualizasse.

Nesse sentido, o especialista lembrou que “os agentes de viagens enfrentaram uma grande disrupção devido ao boom das reservas online há três décadas, que provocou o encerramento massivo de pontos de venda e a perda de postos de trabalho. Agora, o setor está pronto para mais interrupções, pois a IA generativa acelera a automação de tarefas em todas as etapas da jornada do cliente – antes, durante e depois”.

Como sempre, concluiu o especialista, “as empresas de turismo enfrentarão os efeitos mais complicados para enfrentar esta nova fase da transformação digital com uma abordagem test-and-learn”, mas apenas aqueles que mantêm o toque humano de viagens irão prosperar.”

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Allianz Partners regista crescimento em todos os segmentos de negócio

Em 2023, a Allianz Partners registou um desempenho recorde, com crescimento em todos os segmentos de negócio. A área dos seguros de viagem registou um aumento de 8,0%, com 3,297 mil milhões de euros de receitas em 2023.

A Allianz Partners acaba de apresentar os resultados financeiros de 2023, registando 9,3 mil milhões de euros em receitas totais e um lucro operacional de 301,2 milhões de euros. Este é o desempenho financeiro mais forte da história da Allianz Partners. Todas as linhas de negócio registaram um crescimento sustentado, impulsionado pelo aumento das viagens internacionais, crescimento de dois dígitos em mobilidade e assistência e crescimento recorde de 23,4% no negócio de saúde da Allianz Partners. Quase 73 milhões de casos de assistência foram tratados globalmente em 2023, o equivalente a 200 mil casos por dia.

A área dos seguros de viagem registou um aumento de 8,0%, com 3,297 mil milhões de euros de receitas em 2023. Esta evolução significativa foi impulsionada pelo crescimento na Ásia-Pacífico, América do Norte e Europa. A recuperação do setor das viagens na Austrália e na Nova Zelândia impulsionou o crescimento das viagens, na sequência do fim de todas as restrições à entrada e saída de viajantes. O desempenho das viagens na América do Norte manteve-se, contribuindo para um novo aumento dos canais offline e do negócio B2C. O crescimento europeu foi impulsionado principalmente pelo setor dos serviços financeiros no Reino Unido, juntamente com as companhias aéreas e as agências de viagens em França. Com o recente lançamento da aplicação móvel Allyz, a Allianz Partners continua a sua expansão e investimento em plataformas digitais para clientes.

 

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Azul celebra mais de 191 mil passageiros no primeiro aniversário da rota para Paris

A Azul abriu a rota para Paris a 26 de abril de 2023 e, ao longo do primeiro ano de operação, realizou 308 voos e transportou mais de 191 mil passageiros para a capital francesa.

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras está a assinalar esta sexta-feira, 26 de abril, o primeiro aniversário da rota para Paris-Orly, França, período ao longo do qual a transportadora aérea realizou 308 voos para a capital francesa e transportou mais de 191 mil passageiros.

“Os resultados do nosso voo para Paris superaram todas as expectativas, mesmo sendo uma das cidades mais turísticas do mundo. Construímos as nossas operações com base na conectividade, aproximando regiões que antes estavam isoladas, e hoje estamos mais próximos da Europa. Desde o início deste mês, passamos a operar mais uma frequência semanal para garantir ainda mais opções para os nossos clientes”, congratula-se André Mercadante, diretor de Planeamento da Azul.

A Azul começou a operar a rota para Paris com seis voos por semana, número que passou, entretanto, para sete voos semanais, que partem do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo, pelas 17h50, chegando à capital francesa às 10h20. Em sentido inverso, a partida de Paris decorre às 12h50, chegando em Campinas às 19h50.

A Azul é atualmente a única companhia aérea brasileira que voa diretamente para Paris, cidade que vai receber, este ano, os Jogos Olímpicos, aos quais a Azul também associou, sendo patrocinadora oficial da seleção brasileira e assinalando o evento com menus especiais a bordo dos seus voos.

 

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Octant Hotels promove-se nos EUA

A Octant Hotels apresentou as suas oito unidades em dois eventos nos EUA que passaram por Chicago e Boston, entre 16 e 18 de abril, e nos quais foram também dados a conhecer os pilares da marca.

A Octant Hotels promoveu, entre 16 e 18 de abril, um evento promocional nos EUA, que serviu para dar continuidade à estratégia de apresentação dos hotéis da marca no mercado internacional e que passou pelas cidades de Chicago e Boston.

Num comunicado enviado à imprensa, a Octant Hotels explica que “esta aproximação ao mercado estadunidense permitiu demonstrar a hospitalidade portuguesa e destacar as várias regiões e tradições de Portugal”.  

Além de dar a conhecer as unidades da marca, o evento serviu também para apresentar os dois pilares da Octant Hotels, concretamente o localismo e a liberdade, contando ainda com um momento gastronómico a cargo do chef Paulo Leite, chef executivo do Octant Ponta Delgada.   

O evento contou com a participação Luís Mexia Alves, CEO da Discovery Hotel Management (DHM); Filipe Bonina, diretor de Marketing da DHM; e Gonçalo Mexia Alves, Head of Sales da DHM.

“Cada hotel Octant é único e irrepetível e traz uma oferta inovadora, com experiências autênticas e singulares, pois não existem dois Octant iguais, pela sua localização, a sua história, as tradições e as suas gentes. Ter dado a  conhecer os nossos pilares de localismo e liberdade num mercado tão importante como o do Estados Unidos, permitiu uma aproximação às nossas raízes e à cultura portuguesa”, refere Filipe Bonina, diretor de Marketing da DHM.

Recorde-se que a Octant Hotels conta atualmente com oito unidades hoteleiras que oferecem 539 quartos em Portugal, localizando-se de norte a sul do país, incluindo a ilha de S. Miguel, nos Açores.   

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“A promoção na Europa não pode ser só Macau”

Depois de anunciar a cimeira da ECTAA em Macau, em 2025, Maria Helena de Senna Fernandes, diretora da DST de Macau, admitiu que a promoção de Macau terá de passar por uma maior complementaridade de destinos e não limitar-se somente a Macau”.

A promoção de Macau na Europa é uma realidade e a parceira com a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) tem contribuído para esta evidência. Maria Helena de Senna Fernandes, diretora da Direção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau, explicou isso mesma durante a abertura da MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau, ao frisar que “a APAVT foi um grande parceiro durante muitos anos, mesmo antes da transferência [da soberania de Macau de Portugal para a República Popular da China em 20 de dezembro de 1999] até agora e ajudou-nos, para além de Portugal, a abrir a porta para a Europa”.

A vinda do congresso da APAVT e da cimeira da ECTAA para Macau, em 2025, é, por isso, vista por Senna Fernandes como “um passo importante e que temos vindo a realizar em parceria com a APAVT tanto nas iniciativas em Portugal [Roadshow e BTL] como em Espanha [FITUR]”.

Quanto às possíveis melhorias de conectividade entre Portugal e Macau, Senna de Fernandes admitiu que “esse é o nosso grande sonho”, revelando que “ainda não há muitos avanços a este nível, mas passo a passo, espero que as ligações melhorem”.

A caminho pode estar, no entanto, um voo da Air Macau com ligação a Istambul (Turquia) que a diretora da DST espera que possa acontecer “ainda este ano de 2024” e que é considerado como “mais um passo em frente”. “Estamos sempre de braços abertos, mas claro que as companhias aéreas têm os seus cálculos e nós percebemos esta situação”.

A melhoria, ou melhor, a facilidade de ligação de Hong Kong a Macau também foi assinalada como mais um passo para atrair os turistas a visitar Macau, além de Senna Fernandes considerar que “a forma como Macau está a promover-se na Europa também terá de ser integrada com outros destinos”.

“A promoção na Europa não pode ser só Macau, porque quem faz uma viagem de longo curso não está só à procura de um destino, também quererá visitar a China, Hong Kong, a Grande Bahia, por exemplo”, concluiu a diretora da Direção dos Serviços de Turismo de Macau.

*O Publituris viajou para a MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau – a convite da APAVT. 
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APAVT destaca “papel principal” da associação na promoção de Macau no mercado europeu

No dia da abertura da 12.ª edição da MITE, Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, destacou o papel da associação no posicionamento de Macau no mercado europeu. A organização do congresso da APAVT e cimeira da ECTAA, ambas em 2025, são consideradas boas plataformas para a promoção junto dos diversos mercados da Europa.

A 12.ª edição da MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau – serviu para o anúncio da cimeira da ECTAA, bem com de Macau como “Destino Preferido” para 2025.

Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), referiu, no discurso de abertura e deste anúncio que se trata de uma “grande oportunidade de juntar um importante mercado de origem – Europa – e os destinos turísticos de Macau, fazendo essa extensão lógica a toda a China”.

Na realidade, a APAVT, que realizará o 50.ª congresso precisamente em Macau, em 2025, teve “o papel principal”, segundo o presidente das APAVT, no que será a realização da cimeira da ECTAA em Macau, frisando Pedro Costa Ferreira que “tivemos a ideia, colocámo-la primeiramente a Macau, tentando perceber se havia interesse, e havendo todo o interesse, colocámo-la ECTAA que respondeu, desde logo, de forma positiva”.

“Sentimos que existe um estreito laço de confiança entre a APAVT e o Turismo de Macau que, como todos os laços de confiança que são fortes, demorou algum tempo a reformar-se, mas que parece estar hoje no ponto fortalecer-se”.

De resto, Pedro Costa Ferreira salientou que a relação próxima entre a APAVT e Macau passa, justamente, por “Portugal constituir uma porta de entrada para a China, mas também Portugal ser visto como porta de entrada para a Europa. Se olharmos para a China enquanto mercado emissor, é só o primeiro mercado emissor mundial. Portanto, todos terão interesse em implementar este tipo de relação”.

Quanto ao que poderia aumentar o número de turistas portugueses em Macau, o presidente da APAVT é lacónico: “comunicação, comunicação, comunicação e, depois, estruturação de oferta”.

“A comunicação é fundamental porque a verdade é que Macau, apesar de tudo, quando se fala do Oriente, não está no top of mind dos portugueses”, considera Pedro Costa Ferreira. “Depois é preciso conhecimento e não foi por acaso que apostámos [APAVT] no e-learning”, até porque, de acordo com o presidente da APAVT, “os agentes de viagens costumam vender o que conhecem e sentem-se confiantes a vender o que conhecem. Portanto, sem conhecer fica mais difícil” e, por isso, a vinda de agentes de viagens à MITE “ajuda a conhecer a oferta existente”.

Já no que toca à estruturação de produto, “Macau não deve ser visto como um destino per si para o mercado emissor europeu, nem mesmo para o português”, admite Pedro Costa Ferreira, salientando que “o português pode ter um tempo médio de estadia um pouco mais prolongado em Macau, mas o que faz sentido é juntar Macau com outras realidades, sejam elas de pura praia, quer realidades mais culturais e mais recentes do ponto de vista das tradições do turista europeu, que é a própria China”.

Para isso, é, no entanto, necessária conectividade, assinalando Pedro Costa Ferreira que “um voo direto [Portugal – Macau] ajudaria imenso”.

*O Publituris viajou para a MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau – a convite da APAVT. 
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Comitiva portuguesa visita MITE a convite da APAVT

Segundo a APAVT, esta missão internacional a Macau visa “promover o intercâmbio entre as agências e operadores turísticos portugueses e as suas congéneres em Macau”, no âmbito do programa «Macau: Destino Preferido da APAVT 2024».

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A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) está a promover uma missão internacional a Macau, que conta com  o apoio do Turismo de Macau e que vai passar pela MITE-Macau International Travel Exhibition, que decorre entre 26 e 28 de abril.

Segundo um comunicado divulgado pela associação, esta missão internacional a Macau conta com uma comitiva de associados e líderes da distribuição europeia e visa “promover o intercâmbio entre as agências e operadores turísticos portugueses e as suas congéneres em Macau”, no âmbito do programa «Macau: Destino Preferido da APAVT 2024».

“Pela primeira vez, e por iniciativa da APAVT, a comitiva incluirá também representantes da nossa congénere espanhola, a CEAV, bem como da ECTAA-Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos, num esforço conjunto para promover o desenvolvimento das relações turísticas entre Macau e o mercado europeu. A comitiva é composta por um total de três dezenas de profissionais do setor, especialmente convidados por Macau”, detalha a APAVT.

Além da visita à feira de turismo de Macau, os participantes nesta missão internacional contam com um “intenso programa que inclui encontros B2B e outras iniciativas que visam reforçar as relações bilaterais e estabelecer novas parcerias estratégicas, com vista ao incremento do volume de turismo, nos dois sentidos”.

“É conhecida a proximidade entre a APAVT e Macau, proximidade construída através de trabalho conjunto contínuo, sempre com o objetivo de incrementar os fluxos turísticos entre Portugal , Macau e a China em geral. A atual comitiva é um passo em frente muito significativo neste trabalho conjunto, ao alargar o esforço de aproximação a duas comunidades internacionais que integramos e muito prezamos – a Aliança Ibérica, constituída pela APAVT e a espanhola CEAV, e a ECTAA”, afirma Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT.

*O Publituris foi um dos convidados pela APAVT para integrar esta missão empresarial a Macau, sobre a qual vai ser possível saber mais nas próximas edições do jornal Publituris.

 

 

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Royal Caribbean International abre primeiro Royal Beach Club em Nassau em 2025

O primeiro Royal Beach Club da Royal Caribbean International vai ficar localizado na Paradise Island, nas Bahamas, contando com uma das “praias mais idílicas da ilha” e, quando estiver concluído, deverá receber uma média 2.000 turistas.

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A Royal Caribbean International já deu início à construção do seu primeiro Royal Beach Club, um clube de praia privado localizado em Nassau, nas Bahamas, que vai contar com 68 797 m² e tem inauguração prevista para 2025.

“O início da construção foi comemorado no local, onde o Presidente e CEO do Grupo Royal Caribbean, Jason Liberty, e o Presidente e CEO da Royal Caribbean International, Michael Bayley, que se juntaram ao Primeiro-ministro das Bahamas, Philip Davis, e ao Vice-Primeiro-ministro I. Chester Cooper”, indica a companhia de cruzeiros, num comunicado enviado à imprensa.

O primeiro Royal Beach Club da Royal Caribbean International vai ficar localizado na Paradise Island, nas Bahamas, contando com uma das “praias mais idílicas da ilha”, entre várias outras valências.

“O novo Clube de praia combina a beleza ao espírito das Bahamas com a assinatura da Royal Caribbean em toda a sua experiência, serviço e design. Esta é uma parceria público-privada única na qual a comunidade local das Bahamas detem até 49% do capital”, adianta a companhia de cruzeiros.

Além da praia, o Royal Beach Club Paradise Island vai contar com piscinas, bares aquáticos e cabanas privadas, quatro locais para refeições rápidas e pratos locais, além de experiências com artesãos locais e música ao vivo.

Quando estiver operacional, o primeiro Royal Beach Club deverá receber uma média 2.000 turistas, prevendo-se que os visitantes sejam transportados até ao clube de praia através de pequenas embarcações do porto de cruzeiros de Nassau, regressando pelo centro histórico de Nassau, perto do conhecido Straw Market.

“Marcando mais do que o início do processo de construção, o evento inovador de hoje simboliza parceria, impulso e desenvolvimento económico contínuo para tantos empresários das Bahamas e toda a comunidade”, disse Jason Liberty, Presidente e CEO do Grupo Royal Caribbean.

A construção deste clube de praia também envolve o Governo das Bahamas e as autoridades locais, até porque também envolve a “restauração do habitat nativo, que ajudará a proteger a vida selvagem durante a construção e por muitos anos”.

 

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Viagens mantêm-se entre principais gastos de portugueses e europeus, diz estudo da Mastercard

Um recente estudo da Martercard sobre intenções de consumo apurou que as viagens continuam a estar nas principais intenções de compra para este ano de 67% dos portugueses e 59% dos europeus.

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As viagens continuam a estar nas prioridades dos portugueses e dos europeus, apurou um recente estudo da Martercard sobre intenções de consumo, segundo o qual as viagens continuam a estar nas principais intenções de compra para este ano de 67% dos portugueses e 59% dos europeus.

O estudo da Mastercard foi realizado em 24 países, incluindo em Portugal, com o objetivo de compreender a mudança nas preferências de mais de 16.000 consumidores ao nível das experiências e respetivos gastos na Europa, um dos maiores polos turísticos globais e que em 2023 atraiu uns impressionantes 700 milhões de turistas.

De acordo com a pesquisa, 88% dos viajantes europeus e internacionais planeiam gastar o mesmo ou mais em experiências em 2024, comparativamente a 2023, num ano marcado por múltiplos eventos desportivos de projeção global, digressões musicais e festivais de cinema.

O estudo revela que o desejo de desfrutar de novas experiências está a impulsionar as viagens, com 31% dos portugueses a referirem que tencionam planear uma viagem para desfrutarem de uma experiência em particular, e quase metade (49%) a afirmar que viajariam para outro país, ou continente, apenas para desfrutar de uma experiência que desejam concretizar.

Além das viagens, para os portugueses também os concertos de música ao vivo (48%), escapadelas relacionadas com o bem-estar (40%), experiências em família ou gastronómicas (39%) e experiências ao ar livre (36%) estão nas prioridades de gastos em 2024.

A nível europeu, o resultado foi semelhante ao apurado em território nacional, uma vez que a prioridade dos consumidores europeus também vai para as viagens (59%), seguido de festivais e concertos (34%), experiências ao ar livre (34%), gastronómicas (33%) , seguidas das experiências associadas ao bem-estar (32%).

“O benefício ‘intangível’ das experiências é referido pela maioria dos consumidores nacionais e europeus como o principal motivo para darem prioridade a este tipo de gastos”, destaca a Mastercard, num comunicado enviado à imprensa esta quarta-feira, 24 de abril.

Relativamente às experiências, mais de quatro em cinco (85%) dos portugueses disseram que este tipo de gastos geralmente, ou quase sempre, vale a pena, em contraste acentuado com os 2% que acham que raramente ou nunca vale o investimento, e com 30% dos consumidores a afirmarem que poupam uma parte do seu orçamento familiar para poder gastar em experiências.

O facto de as experiências proporcionarem as melhores recordações (49%), ajudarem a ver o mundo sob uma nova perspectiva (41%) ou o facto de encontrarem nas experiências partilhadas com outros um enriquecimento profundo (40%) para a sua vida pessoal estão entre os principais motivos apontados pelos portugueses para manterem os seus planos de gastos.

“Além disso, o principal fator determinante na decisão de investirem numa experiência é o facto de poder ser única (41%) refletindo a vontade de criar memórias para toda a vida”, refere ainda o estudo.

Segundo Raja Rajamannar, Chief Marketing & Communications Officer da Mastercard, “não é de admirar que os europeus estejam a dar cada vez mais prioridade às experiências. Além da vibrante herança cultural desta região e dos locais incríveis que a tornam um cenário ideal para memórias que duram uma vida, também é palco de eventos desportivos e musicais sem paralelo”.

“Esta investigação ajuda-nos a perceber as prioridades das pessoas para este ano e de como podemos trazer mais alegria às suas vidas”, acrescenta o responsável.

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Álvaro Aragão assume direção-geral do NAU Salgados Dunas Suites

Nos seus 25 anos de carreira no setor hoteleiro, Álvaro Aragão desempenhou vários cargos de direção, nomeadamente enquanto assistente de direção de hotel, diretor residente, diretor de hotel e diretor-geral,

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A Highgate Portugal contratou Álvaro Aragão para assumir a direção-geral do hotel NAU Salgados Dunas Suites.

Desta forma, o profissional fica encarregue da gestão da operação diária da unidade, planeando e gerindo o orçamento financeiro, além de assumir a liderança da equipa do hotel

Com 25 anos de experiência no setor hoteleiro, o currículo de Álvaro Aragão soma quatro anos como responsável do departamento de alimentação e bebidas no Porto Palácio Hotel e no Pestana Alvor Praia. O profissional assumiu ainda cargos de direção em unidades hoteleiras como o São Rafael Atlântico Hotel, São Rafael Suite Hotel, Quinta do Lorde Resort, Marriott Praia D´El Rey Beach & Golf Resort e Casa da Calçada Relais & Châteaux.

Antes de integrar o NAU Salgados Dunas Suites, Álvaro Aragão desempenhou o cargo de Deputy General Manager no Savoy Palace.

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Lusanova e Air Baltic lançam “Escapada ao Báltico” com voos diretos

A “Escapada ao Báltico” é uma seleção exclusiva de pacotes turísticos para os destinos do Báltico que conta com voos diretos da Air Baltic, companhia aérea de bandeira da Letónia.

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A Lusanova e a Air Baltic uniram-se para lançar a “Escapada ao Báltico”, uma seleção exclusiva de pacotes turísticos para os destinos do Báltico e que conta com voos diretos da companhia aérea de bandeira da Letónia.

Estes pacotes destinam-se essencialmente às cidades de Riga, na Letónia, e Vilnius, na Lituânia, duas das principais capitais bálticas e que contam com uma vasta história e um rico património arquitetónico.

“Os pacotes “Escapada ao Báltico” em voos diretos com a companhia aérea parceira vão das três às cinco noites e incluem visitas em privado às cidades de Riga, na Letónia, e Vilnius, na Lituânia, estadas em hotéis de quatro estrelas em regime de alojamento e pequeno-almoço, assim como transferes e transporte entre ambas as cidades”, destaca a Lusanova, num comunicado divulgado esta quarta-feira, 24 de abril.

Segundo a Lusanova, uma das características desta parceria “é a atenção dedicada à experiência gastronómica a bordo dos voos da Air Baltic”, onde os passageiros têm ao dispor uma larga variedade de opções culinárias (mediante pagamento).

Estes pacotes aproveitam também as novas ligações aéreas da transportadora da Letónia, que passou a voar entre o Funchal e Riga, assim como entre Lisboa e Vilnius.

“Estas novas conexões ampliam as possibilidades de exploração do Báltico, permitindo aos passageiros portugueses descobrir a riqueza cultural e histórica da região”, acrescenta o operador turístico.

Paralelamente, a Lusanova conta também com escapadas a Riga e a Vilnius isoladamente, que permitem descobrir ambas as cidades com maior liberdade.

Todas as propostas de viagens do operador turístico Lusanova para esta região da Europa podem ser consultadas aqui.

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