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Cabo Verde: 4 milhões de euros vão requalificar a Cidade Velha

O governo cabo-verdiano vai investir cerca de 4 milhões de euros na requalificação de Cidade Velha de modo a transformá-la num ponto de passagem obrigatória de todos aqueles que queiram visitar e conhecer a cultura cabo-verdiana.

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Cabo Verde: 4 milhões de euros vão requalificar a Cidade Velha

O governo cabo-verdiano vai investir cerca de 4 milhões de euros na requalificação de Cidade Velha de modo a transformá-la num ponto de passagem obrigatória de todos aqueles que queiram visitar e conhecer a cultura cabo-verdiana.

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O anúncio foi feito pelo ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, durante a apresentação pública e socialização do “projeto de requalificação de Cidade Velha e arredores”, que explicou, segundo que no âmbito do Programa Operacional do Turismo, (POT)2022-2026, Cidade Velha e Tarrafal de Santiago foram identificados como polo de desenvolvimento turístico.

Citado pela Inforpress, o governante apontou que “no que diz respeito à Cidade Velha temos um envelope financeiro de cerca 4 milhões de euros, a volta de 400 mil contos, que pretendemos investir aqui na requalificação urbana e ambiental, requalificação do produto turístico cultural em parceria com a Câmara Municipal de Ribeira Grande de Santiago e o Banco Mundial como um dos principais financiadores”.

Segundo Carlos Santos, o objetivo é melhorar o sítio de Cidade Velha como Património Cultural histórico, mas também como um património turístico no sentido de apresentá-la como um produto turístico com maior atratividade e transformá-la num ponto de paragem obrigatória de todos aqueles que visitam Cabo Verde, indica a mesma fonte.

Por outro lado, referiu que o projeto pretende qualificar para melhor acolher os turistas nacionais e internacionais que queiram visitar a ilha de Santiago e colocar Cidade Velha no panorama internacional como destino cultural e gastronómico a serem visitados.

O projeto contempla obras de reabilitação da praça central da Cidade Velha das ruas centrais históricas adjacentes, bairro de São Sebastião, trilhos pedestres do Forte de São Filipe, bem como a requalificação urbana e da orla marítima, estruturação de uma aldeia turística, sinalização dos trilhos turísticos e capacitação das famílias e jovens locais para tirarem o proveito deste negócio que se quer montar na cidade património Mundial da Humanidade.

A construção de uma estrada alternativa para permitir maior mobilidade na zona central de Cidade Velha e um plano de salvaguarda que visa respeitar todas as normas ditadas pela UNESCO sobre o Património Mundial da Humanidade, estão também incluídos.

 

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Turismo já empregava 6,7% da população portuguesa no segundo trimestre

No segundo trimestre do ano, as atividades ligadas ao alojamento, restauração e similares empregavam 332,4 mil indivíduos, valor que representa um aumento de 28,8% ou mais 74,4 mil pessoas que em igual período de 2022, segundo dados do travelBI.

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No segundo trimestre do ano, as atividades ligadas ao alojamento, restauração e similares empregavam 332,4 mil indivíduos, valor que representa um aumento de 28,8% ou mais 74,4 mil pessoas que em igual período de 2022, segundo dados divulgado esta semana pelo travelBI.

Os dados mostram que, entre abril e junho, a população empregada nos setores do Alojamento e da Restauração e Similares representou 6,7% do total da Economia, o que representa um aumento de 0,4 p.p. face ao segundo trimestre do ano passado.

Entre os dados divulgados encontra-se também informação sobre as qualificações dos trabalhadores dos setores ligados ao turismo, através dos quais é possível perceber que, no segundo trimestre, 54% da população empregada nos setores do alojamento e da restauração e similares tinha o ensino secundário e superior, o que traduz um aumento de 5,0 p.p. em relação ao mesmo período de 2022.

Segundo o travelBI, estes dados confirmam “a tendência de aumento das qualificações dos trabalhadores do setor registada nos últimos anos”, uma vez que, em 2017, a percentagem de trabalhadores destes setores com qualificações mais elevadas era de apenas 40%.

 

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“Se tivermos uma oferta organizada, as pessoas têm motivo para ficar mais tempo no Porto”

A nova estratégia para o Turismo da Câmara Municipal do Porto foi o mote para uma conversa com Catarina Santos Cunha, vereadora de Turismo da autarquia, que explicou ao Publituris os pormenores e objetivos deste plano, que visa a descentralização e a qualificação da oferta da cidade. Além da nova estratégia, a conversa abordou também o crescimento do turismo, as novas ligações aéreas e os desafios do Alojamento Local (AL).

Inês de Matos

Foi a necessidade de ‘arrumar a casa’ que levou a autarquia portuense a lançar, em setembro de 2022, o plano “Visão de Futuro para a Sustentabilidade do Destino Porto” para reposicionar o Porto enquanto destino turístico, descentralizando os visitantes do centro histórico para os bairros portuenses, além de qualificar e organizar a oferta da cidade.

Em entrevista ao Publituris, Catarina Santos Cunha, vereadora do Turismo da Câmara Municipal do Porto, explica os objetivos e ações incluídas neste plano, que contempla ações de formação e a atribuição de um selo de qualidade para unidades de alojamento, walking tours e circuitos motorizados, entre outras atividades ainda em estudo.

Além do plano, a responsável fala do crescimento turístico, das expectativas para o verão, dos receios do Alojamento Local (AL) face ao programa Mais Habitação e das ligações aéreas que a cidade tem ganho, apesar da TAP continuar sem responder aos pedidos da autarquia.

A Câmara Municipal do Porto está a redefinir a estratégia de turismo da cidade e lançou o plano “Visão de Futuro para a Sustentabilidade do Destino Porto”. Quais são os principais destaques desta estratégia e qual é o seu objetivo?
Entrei para estas funções em março de 2022 e, nessa altura, o pelouro do Turismo estava na Economia, com o meu colega Ricardo Valente. Este plano foi lançado em setembro para trazer um posicionamento de cidade a quem visita mas também a quem vive, trabalha e investe no Porto.

Quando entrei em funções, não havia uma estratégia para aquilo que queremos ser como cidade e era preciso criar uma narrativa que pudéssemos, depois, entregar à Associação de Turismo do Porto (ATP), que é quem faz a promoção. Sentíamos que andávamos à volta dos mesmos temas e áreas territoriais. O turismo mudou muito e cresceu, neste último trimestre estamos com um crescimento de 20% face a 2022 e isso é ótimo mas a verdade é que precisávamos de ‘arrumar a casa’.

Por isso, o objetivo deste plano passa por aliviar a pressão no centro histórico, que é visitado por muitos turistas, numa situação que as obras do metro vieram piorar. E não queríamos ter os residentes zangados com o turismo. Temos visto problemas graves noutras cidades, como Barcelona ou Veneza, e isso fez-nos perceber que há caminhos que podemos evitar.

Isso explica a nossa preocupação com a descentralização porque temos mais Porto para mostrar além do centro histórico. Mas o Porto não está organizado como Lisboa em bairros e quarteirões, apesar de, organicamente, esses bairros já existirem.  Na zona do Bonfim, por exemplo, há novos motivos de atração, como galerias por via da Faculdade de Belas Artes, gente nova e muitos expatriados. Estamos a fazer um estudo de levantamento do conteúdo para pegar no que já existe e, dessa forma, contar os bairros do Porto, criando uma estratégia de comunicação.

Isto, deverá levar também ao aumento da estadia média, porque se tivermos um Porto da Ribeira e do Centro Histórico, as pessoas ficam um fim de semana mas, se tivermos uma oferta organizada, as pessoas têm motivo para ficar mais tempo no Porto.

Esses atrativos não se criam por decreto. O Porto já tem atrativos que permitam espalhar o turismo por toda a cidade, além do centro histórico?
Estamos a fazer essa leitura para, depois, a comunicarmos juntamente com as comunidades que habitam nessas zonas. De alguma forma, aquilo que estamos a fazer é também para criar esses atrativos, apesar de já existir quem venha ao Porto com o intuito de visitar os bairros. Por isso, também será interessante perceber como é que esses turistas chegaram ali e o que é que efetivamente procuram.

Isto tem de ser feito de uma forma sustentada e estratégica, para que seja possível comunicar o que é o ADN do Bonfim, o ADN de Bombarda, ou o que é a Foz e a Zona Ribeirinha, por exemplo.

Efetivamente, as pessoas já se estão a deslocar para outras zonas da cidade mas a oferta não está organizada. Se fizermos isso, o Porto tem motivos para que as pessoas fiquem vários dias na cidade.

É um trabalho que leva tempo, não se faz num mandato, mas espero que possamos deixar trabalho feito para que quem vier a seguir pegue neste trabalho, que é extremamente relevante porque estamos a casar isto com a política do AL, que prevê zonas de pressão e de crescimento sustentado.

Percebe-se que há, de facto, uma preocupação com o evitar o excesso de turismo. Já havia algumas manifestações nesse sentido na cidade?
Acho que não, esta guerra também é uma questão ideológica. Faz parte da narrativa de determinados partidos e, com isto, não quero dizer que não temos problemas, mas não estamos tão mal quanto isso.

Há pouco, estive no Bulhão e uma das peixeiras dizia-me que isto dos hostels é tão bom porque os turistas vão ao mercado comprar o peixe para cozinharem nos apartamentos. Portanto, há uma dinâmica que acaba por ser muito positiva, apesar de algumas situações que possam acontecer.

Este plano inclui também o lançamento do selo de qualidade ‘Confiança Porto’. Em que fase está a atribuição deste selo e qual é a sua importância para o destino?
O selo ‘Confiança Porto’ vem na senda do que falámos de qualificação do destino. Além da descentralização, temos também a preocupação de qualificar e trabalhar com os operadores da cidade nesse sentido.

Este selo nasceu em 2019, com o vereador Ricardo Valente, e era exclusivamente dedicado aos alojamentos turísticos, fossem hotéis, hostels ou AL. No entanto, nenhum dos selos chegou a ser entregue devido à pandemia, foi um projeto que nasceu e parou, mas que teve logo uma adesão grande, já tínhamos 20 selos para entregar.

Entretanto, fizemos um acerto no regulamento, porque não estavam contempladas questões como a economia circular e a sustentabilidade, nomeadamente o uso de produtos locais ou a forma como eram reutilizados os desperdícios nas unidades de alojamento.

É uma mais-valia do território incentivar o uso de produtos locais e esse era um dos pontos que queríamos incutir porque é algo diferenciador, mesmo para um hotel de uma cadeia internacional porque a experiência que oferece em Madrid não tem de ser igual à que oferece no Porto.

Partimos para este trabalho com um estudo que analisou as tendências do turismo e aquilo que as pessoas efetivamente procuram. Por isso, fizemos também uma alteração na parte dos recursos humanos – que é outra preocupação do setor – com o objetivo de valorizar os recursos humanos locais, as pessoas com formação em turismo e encontrar uma forma de distinguir estas práticas, num programa voluntário.

Depois do alojamento, passámos para os walking tours, porque também aqui percebemos que há narrativas absurdas e era necessário que alguém regulasse a qualidade destes circuitos. Mais recentemente, abrimos este programa aos circuitos motorizados, nomeadamente tuk-tuk e autocarros hop-on hop-off, que também contam a cidade aos turistas.

Em todas as áreas fazemos formação gratuita para qualificar e reconhecer estes operadores, principalmente aqueles que atuam em mais do que uma zona da cidade e não apenas no centro histórico.

Agora, estamos numa fase em que pretendemos dar uma robustez de reconhecimento e comunicação ao selo ‘Confiança Porto’, para que quem nos visita o perceba e reconheça e para aumentar a procura desta certificação, mostrando aos operadores que ela é uma mais-valia.

Temos visto problemas graves noutras cidades, como Barcelona ou Veneza, e isso feznos perceber que há caminhos que podemos evitar

Já foram entregues alguns selos?
Já, entregámos os 20 que já tínhamos para atribuir antes da pandemia e temos muitos outros para atribuir, devem ultrapassar os 60, até porque as inscrições esgotaram no primeiro dia.

Já promovemos 19 ações de formação e a recetividade também tem sido muito positiva, porque esgotamos as sessões sempre que abrem as inscrições. Por isso, temos também de nos prepararmos para crescer.

Este selo de qualidade é para continuar?
Queremos continuar. Na parte dos alojamentos turísticos, estamos a trabalhar com a airbnb e com a Booking para que coloquem o nosso selo na comunicação dos espaços. Isto ajudaria a que as empresas se aproximassem do programa e a passar a mensagem que a qualificação é fundamental para o posicionamento de cidade que procuramos.

O selo poderá ser alargado a outras atividades?
Sim, já conversámos com as atividades de comércio e serviços para que o selo chegue à restauração, aos bares e possamos passar à fase seguinte.

Ainda não o fizemos para dar um pouco mais de tempo para que estes que já foram lançados possam amadurecer, mas julgo que a seguir ao verão já poderemos lançar os restantes para que, no ano seguinte, já tenha mais impacto e possamos sentir que a cidade está mais qualificada.

A nova estratégia para o destino fala também na sustentabilidade, nas suas várias vertentes. O que é que o Porto vai fazer para se tornar num destino sustentável, desde logo a nível ambiental?
Temos o Pacto Porto para o Clima que nos tem colocado num envolvimento muito grande a nível ambiental e há imensas ações em toda a cidade, seja de compostagem, hortas urbanas, reutilização de resíduos. O Porto tem a ambição de atingir a neutralidade carbónica em 2030.

Por isso, estamos também a dar destaque aos nossos parques, assim como a Gaia e a Matosinhos, com quem temos uma forte ligação, assim como temos à Cidade do Vinho e à região dos Vinhos Verdes e ao Douro, onde integramos a rede das Great Wine Capitals.

A sustentabilidade também passa por esta pegada turística e é por isso que queremos trazer um melhor turismo e ter uma cidade onde todos se sintam bem. A sustentabilidade tem de ser vista como um todo.

Fotos: Joel Bessa

Está prevista alguma ação de sensibilização ou formação para promover a sustentabilidade que o Porto quer atingir?
Temos algumas iniciativas. Temos um projeto de boa vizinhança, que visa levar a comunidade local aos hotéis porque muitas vezes os residentes não entram nos hotéis e queremos mudar isso. E temos o projeto “Turismo nas Escolas”, um programa que vai às escolas explicar às crianças porque há tantas pessoas a visitar a cidade e o que é o nosso património.

Pretendemos ainda ter uma componente que explica o que são as profissões do turismo e, no fim, temos um jogo que representa as várias zonas da cidade e respetivos monumentos.

O que pretendemos é plantar a semente do turismo nas crianças para que comecem, desde novas, a ter algum contacto com a vida profissional e as profissões, tenham orgulho de mostrar o património e percebam que servir ou acolher alguém não é depreciativo.

Depois, temos o projeto “Porto Acessível” para que pessoas com menos capacidades físicas possam conhecer a cidade e o seu património. No fundo, pretendemos que a cidade possa ser usufruída por todos. O projeto está numa fase de levantamento do estado da arte e vai materializar-se em roteiros em braille, espaços adaptados e áudio-guias. É um processo muito grande, que estamos a desenvolver por etapas.

2023
Revelou que o Porto continua a crescer em termos turísticos. Que balanço faz a autarquia dos resultados dos primeiros meses de 2023?
Um balanço fantástico. Apesar do transtorno das obras do metro, está toda a gente feliz no Porto e não ouvimos críticas de que o turismo é mau.

Também temos conseguido reforçar a conetividade aérea e captámos mais 14 rotas, temos seis novas companhias aéreas a voar para o Porto mas o nosso objetivo ainda não está alcançado porque temos ligações muito interessante com a Europa mas não temos voos diretos de outros destinos. A nossa luta é, de facto, conseguir conetividade direta do continente americano, nomeadamente EUA, Canadá e Brasil, mas também da Ásia.

Continuam zangados com a TAP, que mantém poucas rotas internacionais no aeroporto do Porto?
Já nem falo da TAP, não reclamo mais e a TAP já foi clara ao explicar que a estratégia não passa pelo Porto. Portanto, temos um grupo de conetividade aérea, liderado pela CCDR-N, em que nós estamos integrados, assim como a TPNP, a Associação Comercial do Porto e recentemente recebemos o ministro João Galamba, a quem apresentámos os nossos números, não só do Turismo mas também da Economia, e pedimos apoio para criarmos um gabinete de atração de companhias aéreas, ou seja, um subsidio com valores muito razoáveis.

A conversa correu bem, agora tem de passar pelo ministro da Economia mas acredito que vamos mesmo precisar deste tipo de apoio. É um gabinete como já existe em Espanha para atrair conetividade aérea.

Estamos a falar de subsídios que permitiriam ao aeroporto ter outro tipo de poder de atração para as companhias aéreas?
Exatamente. Sabemos que temos de fazer promoção no destino e que há algumas contrapartidas que são pedidas porque as companhias aéreas não arriscam sem terem qualquer garantia e nós, como cidade, temos de dar resposta a isso. Mas penso que estamos num bom caminho, continuamos a crescer e aquilo que temos de fazer é a gestão da cidade.

A nossa luta é, de facto, conseguir conetividade direta do continente americano, nomeadamente EUA, Canadá e Brasil, mas também da Ásia

E como tem sido a reação AL do Porto ao pacote Mais Habitação, lançado pelo Governo e que traz várias limitações ao AL?
No Município do Porto, o AL está no pelouro das Atividades Económicas, mas vou dar a perspetiva do Turismo, até porque temos uma estratégia partilhada. O Porto foi pioneiro na criação de um regulamento para o AL, coisa que não existia e que começámos a trabalhar antes do lançamento do Plano Mais Habitação, até porque este plano, na área do alojamento, ainda é apenas um conjunto de intenções, mas obviamente que é assustador para a maioria das pessoas que investiu.

É terrível porque as pessoas fizeram um investimento e, ao fim de pouco tempo, as políticas mudaram.

As notícias que foram sendo conhecidas indicam que muitos proprietários colocaram os imóveis para venda. Isto também aconteceu no Porto?
Há um misto. Sentimos que as pessoas ainda estão muito confiantes no nosso trabalho, continuamos a trabalhar no regulamento, que cria zonas de contenção e esta identificação foi feita através de um estudo da Universidade Católica que permitiu perceber quais eram as zonas de maior pressão e, nessas zonas, criámos um conjunto enorme de exceções. É enorme, mas não compromete a relação entre residentes e turistas. Mas, tudo o que está relacionado com a reabilitação, está excecionado, também mudámos as transmissões de licenças em caso de morte ou divórcio, entre outras alterações, e ainda estão a decorrer sessões de esclarecimento relativamente a alguns pontos do regulamento.

Mas aquilo que temos sentido, em todas as apresentações que fizemos, é que as pessoas se sentem muito seguras com aquilo que estamos a fazer e sentem que as entendemos porque a realidade é que, há 10 anos, esta cidade era um deserto. Por isso, não podemos matar quem investiu no AL.

Portanto, não acredito que o AL vá regredir, mas poderão não existir novas licenças nas zonas de pressão que não cumpram as exceções. Depois, também estamos a tentar que os alojamentos se espalhem por outras zonas da cidade. No entanto, se o Governo disser que não há licenças de todo, que são apenas para o interior, estamos aqui para obedecer.

Já tivemos reuniões com o airbnb e com a Booking e é verdade que estão todos preocupados, mas a nossa postura é esta, tentar fazer passar o regulamento, sossegar as pessoas e mostrar o nosso apoio.

Como está o investimento na hotelaria no Porto, cidade que também tem ganho vários novos hotéis? É previsível que esse investimento continue este ano?
Neste momento, temos 81 novos licenciamentos de hotéis para construção. Não serão hotéis que vão nascer todos este ano, porque, depois, ainda há o prazo de construção, mas esse investimento continua a crescer e a maioria é hotéis de quatro e cinco estrelas, o que nos deixa confiantes de que é este o caminho que temos de seguir.

Quais são as expectativas para o resto do ano, nomeadamente para o verão?
As expectativas são boas, até porque somos uma cidade e não temos a questão da sazonalidade, estamos preocupados em atrair eventos de grande posicionamento, como o Comic Com, que voltámos agora a ter, e outros eventos de grande destaque internacional.

Por outro lado, vamos promover projetos da própria cidade e tracionais, que sejam capazes de manter a visita das pessoas ao longo de todo o ano. Mas, de facto, desde janeiro as coisas têm corrido bem.

Também temos programas e conseguimos atrair um turismo mais sénior porque somos uma cidade de cultura e arquitetura. Temos feito isso com parceiros da cidade para que isto aconteça com alguma harmonia.

Sobre o autorInês de Matos

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Aquecimento global levará a uma perda de turistas no Sul da Europa

Que o aquecimento global e as alterações climáticas são um problema com que todos devem estar preocupados, é um facto. Agora, um relatório recente da JRC mostra os impactos destes fenómenos para o turismo na Europa. E o cenário não é nada bom para os países do Sul.

Victor Jorge

Um estudo recente do Joint Research Centre (JRC), organismo de pesquisa da Comissão Europeia, dá conta que, devido ao aquecimento global, no futuro, poder-se-á registar uma troca nos fluxos turísticos de Sul para Norte.

O JRC simulou como a procura regional europeia será alterada sob futuras alterações climáticas utilizando os dados de variáveis climáticas de 10 modelos climáticos regionais. Os impactos são estimados para as metas de aquecimento global estabelecidas nas metas do Acordo de Paris (1,5°C e 2°C), bem como para dois níveis de aquecimento mais elevados (3°C e 4°C).

Assim, enquanto se prevê que as regiões do Mediterrâneo e do Sul da Europa registem uma queda considerável no volume de turistas (ou seja, no número total de dormidas) devido às alterações climáticas, as regiões em latitudes mais elevadas registarão um aumento global na procura turística.

Com um aquecimento de 1,5°C, prevê-se que a maioria (80%) das regiões europeias seja afetada pelas alterações climáticas apenas numa proporção bastante pequena, oscilando o fluxo de turistas que visitam essas regiões entre -1% e +1%. Estima-se que o declínio mais elevado ocorra no Chipre (-1,86%), enquanto o aumento máximo poderá ocorrer numa região costeira da Finlândia (+3,25%). Os resultados são bastante semelhantes ao cenário de aquecimento de 2°C.

Já nos cenários de aquecimento de 3°C e 4°C, prevêem-se mudanças significativas nos padrões de procura para a Europa, surgindo um claro padrão Norte-Sul. Estima-se, por isso, que as regiões da Europa Central e do Norte se tornem mais atrativas para atividades turísticas durante todo o ano, em detrimento das áreas do Sul e do Mediterrâneo.

Num cenário de aquecimento global de 4°C, prevê-se que 80% das regiões a Norte aumentem a sua procura turística em relação a 2019. As indicações apontam para taxas de crescimento superiores a 3% no número de dormidas para um total de 106 regiões.

Por outro lado, prevê-se que 52 regiões europeias na Bulgária, Grécia, Chipre, Espanha, França, Itália, Portugal e Roménia percam fluxos turísticos em relação ao presente.

“As regiões costeiras e insulares são conhecidas por serem altamente vulneráveis aos impactos das alterações climáticas e isto também é confirmado pela nossa análise, onde se prevê que as regiões costeiras enfrentem os impactos mais elevados na procura turística nos cenários de maior aquecimento”, referem os autores do relatório.

Assim, quando se olha para variações superiores a +/- 5% no número de dormidas em relação ao ano base (2019), 63% das regiões europeias afetadas são zonas costeiras, destinos que também são simulados para experimentar as perturbações máximas na procura turística, ou seja, +16% no Oeste do País de Gales e -9% nas Ilhas Jónicas Gregas, num cenário de aquecimento global extremo.

A conclusão da JRC estimam que as maiores perdas (<-5%) estão projetadas nas regiões de Chipre, Grécia, Espanha, Itália e Portugal, enquanto os ganhos mais elevados (>+5%) estão distribuídos pela Alemanha, Dinamarca, Finlândia, França, Irlanda, Países Baixos, Suécia e Reino Unido.

Para além da redistribuição geográfica, prevê-se também que os padrões sazonais do turismo europeu se alterem consideravelmente, com os meses de verão a tornarem-se menos atrativos, enquanto as “shoulder season” e de inverno serão mais apelativas à medida que as condições climáticas melhorarem.

Por isso, a conclusão é simples: “os países do Sul enfrentam reduções na procura turística em todos os cenários de aquecimento global, com quedas consideráveis no Chipre, Grécia, Espanha e Portugal”, enquanto os países da Europa do Norte e Central são os “beneficiados” com uma maior procura turística.

Foto crédito: Depositphotos.com
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Aeroportos de Cabo Verde perto dos 230 mil passageiros em julho

Segundo o Boletim Estatístico da Agência de Aviação Civil de Cabo Verde, em julho, os aeroportos e aeródromos do país receberam 56.048 passageiros domésticos e 173.932 internacionais.

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No passado mês de julho, os aeroportos e aeródromos de Cabo Verde receberam 229.980 passageiros, número que representa um aumento de 22,8% em relação ao mês anterior e 8,9% face a julho do ano passado, avança a Lusa, que cita dados oficiais.

Segundo o Boletim Estatístico da Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde, em julho, os aeroportos e aeródromos cabo-verdianos receberam 56.048 passageiros domésticos e 173.932 internacionais.

Tal como o número de passageiros, também o total de aeronaves movimentadas nos aeroportos cabo-verdianos aumentou, chegando aos 2.404 aparelhos, o que traduz crescimentos de 8,5% comparando com o mês anterior e de 3,3% face a junho de 2022.

Recorde-se que, no ano passado, os quatro aeroportos internacionais e os três aeródromos do arquipélago registaram um movimento de 2.177.611 passageiros nos voos domésticos e internacionais, o que corresponde a um aumento de 162% face aos 830.240 passageiros contabilizados em 2021.

Apesar do forte crescimento registado em 2022, o movimento aeroportuário em Cabo Verde continuou muito abaixo dos valores anteriores à pandemia da COVID-19, uma vez que, em 2019, ano em que o arquipélago bateu o recorde de turistas, com mais de 819.000 visitantes, esse movimento foi de 2.771.931 passageiros e 35.202 aeronaves.

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Enoturismo da Rota dos Vinhos Verdes abre as portas a 2 de setembro

O enoturismo da região vitivinícola mais a norte de Portugal abre as suas portas aos visitantes a 2 de setembro.

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A 2 de Setembro, entre as 10 e as 19 horas, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) promove mais uma edição do “Dia de Portas Abertas”, durante o qual 14 aderentes da Rota dos Vinhos Verdes preparam programas e atividades para receber os visitantes em vários pontos da Região.

Das caminhadas na vinha às provas de vinhos, dos passeios de comboio turístico aos piqueniques na vinha, é possível escolher diferentes roteiros e conhecer o modo de vindima e de produção vinho nas várias sub-regiões. Algumas quintas promovem atividades gratuitas no “Dia de Porta Abertas”, recomendando-se a inscrição prévia para os diferentes aderentes em www.vinhoverde.pt

São vários os programas destinados aos consumidores de Vinho Verde que dão a conhecer os vários perfis de vinhos da Região e promovem o contacto direto com os produtores: A&D Wines – Quinta de Santa Teresa (Baião), Adega de Monção (Monção), Casa da Tojeira (Cabeceiras de Basto), Quinta da Lixa/Monverde Wine Experience Hotel (Amarante), Palácio da Brejoeira (Monção), Quinta da Raza (Celorico de Basto), Quinta de Lourosa (Lousada), Quinta de Santa Cristina (Celorico de Basto), Quintas de Melgaço (Melgaço), Quinta de Soalheiro (Melgaço), Quinta de Tamariz (Barcelos), Quinta das Arcas (Valongo), Edmun do Val (Valença do Minho) e Quinta da Aveleda (Penafiel) são os pontos de paragem obrigatória no primeiro sábado de Setembro.

“O Dia de Portas Abertas é o momento em que, anualmente, a Rota dos Vinhos Verdes se mostra ao público com atividades de várias quintas em simultâneo, propondo experiências e atividades variadas que permitem descobrir mais sobre os produtores da Região. No primeiro sábado de setembro, mesmo em vésperas da azáfama da vindima, há programas para famílias e para enófilos, mostrando o enoturismo como uma proposta de lazer para diferentes gostos”, revela Dora Simões, presidente da CVRVV.

A Rota dos Vinhos Verdes abrange 48 concelhos no Noroeste de Portugal, nos quais o Vinho Verde serve de mote para partir à descoberta de quintas, adegas, restaurantes, unidades de alojamento e empresas de animação turística que oferecem diversas propostas de atividades e itinerários, proporcionando experiências culturais associadas à temática do vinho.

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Lisboa no Top 10 dos melhores destinos culturais do mundo

No ranking liderado por Londres, a cidade de Lisboa aparece em 9.º lugar numa listagem dos melhores destinos culturais do mundo.

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A Betway classifica a cidade de Lisboa como a nona melhor em termos de oferta cultural num ranking de 50 cidades de todo o mundo.

Num ranking liderado pela cidade de Londres, seguida de Paris, a cidade de Lisboa aparece listada como possuindo 16 restaurantes com estrelas Michelin, 488 cafés, 517 atrações culturais, 25 teatros, 112 museus, possuindo uma pontuação de 2.646.

Com uma taxa de regresso de 16%, Lisboa é uma das cidades com a intenção de um regresso por parte dos turistas, só igualada por Istambul e Newcastle, isto nas primeiras 20 cidades listadas.

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Ministra do Turismo italiana diz que Itália bate França e Espanha neste verão

A afirmação vem na sequência de dados recolhidos nas plataformas online nas quais Itália regista 39% de reservas, refere a responsável pela pasta do turismo de Itália.

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Daniela Santanchè, ministra do Turismo italiana revelou, recentemente, que Itália deverá tornar-se no segundo destino europeu, em 2023, ultrapassando Espanha e França, ficando somente atrás da Grécia.

A afirmação vem na sequência da análise feita às reservas em plataforma online, com a responsável pela pasta do turismo em Itália a referir que o país regista reservas na ordem dos 39%.

De acordo com Santanchè, as reservas de voos cresceram 14% na primeira metade de agosto quando comparado com o mesmo período de 2022, com o mercado internacional a ser responsável por uma subida de 22%.

Os destinos mais populares na Itália neste verão foram os resorts à beira-mar, respondendo por 43% das reservas, oferecendo também uma alternativa 31% mais económica em comparação com a média de países concorrentes como Grécia, Espanha e França, frisa a ministra à imprensa.

Puglia ocupa a primeira posição como o mais procurado no Google, enquanto o interesse na Ligúria também foi significativo, pois as buscas aumentaram 100% em relação ao ano anterior. A mesma tendência foi observada em algumas cidades da Puglia e da Sardenha, como é o caso de Ginosa e Aglientu.

“Não falaria de declínio, mas também não do sucesso do turismo. Eu diria que finalmente podemos começar a discutir o turismo novamente e planear os próximos passos. Aliás, este é o primeiro ano sem restrições pandémicas, sem dados “alterados” pela emergência, pelo que, num certo sentido, podemos falar do ano zero. Tivemos um junho acima das expectativas, seguido de bons números em julho. Menos bem agosto, que tem algumas quedas objetivas, mas sobre o qual algumas reflexões devem ser feitas”, disse à Ansa a ministra do Turismo, Daniela Santanchè.

A ministra salientou, igualmente, que o turismo em 2023 foi “desafiado em alguns aspetos”, mencionando os desastres ambientais ocorridos em Itália, como as enchentes em maio e os incêndios florestais no final de julho e início de agosto, que impactaram as taxas de reserva. A segunda reflexão apontada por Santanche é o aumento geral de preços, o que é “totalmente razoável”.

Contudo, a ministra também notou uma mudança no mercado turístico, identificando o mercado norte-americano como o que mais retorno contante gera entre os estrangeiros.

A ministra concluiu ainda que 2023 representa um “ano de transição” que fornecerá indicações úteis de como o turismo impactará o futuro.

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WTTC vê investimento nas Viagens e Turismo a regressar aos níveis pré-pandemia em 2025

O Conselho Mundial das Viagens e Turismo (WTTC) divulgou esta terça-feira, 22 de agosto, o estudo Travel & Tourism Economic Impact 2023 Global Trends Report, onde estima que o investimento nas Viagens e Turismo atinja, este ano, os 955 mil milhões de dólares, aumento de 11,5% face ao ano passado.

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O investimento no setor das Viagens e Turismo só deverá regressar aos níveis pré-pandemia em 2025, estima o Conselho Mundial das Viagens e Turismo (WTTC), que divulgou esta terça-feira, 22 de agosto, o estudo Travel & Tourism Economic Impact 2023 Global Trends Report.

De acordo com o estudo do WTTC, o investimento no setor das Viagens e Turismo deverá, este ano, atingir os 955 mil milhões de dólares, traduzindo um aumento de 11,5% face ao ano passado.

O relatório do WTTC indica que, entre 2010 e 2019, o investimento neste setor registou uma taxa de crescimento composta de 4,3% ao ano, passando de 754,6 mil milhões de dólares em 2010 para 1,1 biliões de dólares em 2019, o que representa 4,5% de todo o investimento na economia.

No entanto, a COVID-19 afetou gravemente o investimento no setor das Viagens e Turismo, que caiu 24% em 2020, o primeiro ano da pandemia, e mais de 8% em 2021.

2022 trouxe, contudo, uma situação diferente, uma vez que a procura reprimida dos anos da COVID-19 fez disparar o investimento para 856 mil milhões de dólares, o que representou um aumento de 11,1% em relação ao ano anterior.

O estudo do WTTC faz uma comparação com o início do século e mostra que, embora o valor do ano passado tenha ficado 22,5% abaixo dos níveis de 2019, ainda foi 53% superior ao que tinha sido apurado no ano 2000.

“Em regiões como a Ásia-Pacífico e África, o investimento em 2022 foi 161% superior ao de 2000, enquanto a Europa e o Médio Oriente apresentaram um crescimento mais contido. Nestas regiões, a pandemia anulou grande parte do crescimento significativo alcançado nas últimas duas décadas”, constata o estudo, sublinhando, no entanto, que o investimento nestas regiões se manteve “acima dos níveis observados em 2000”.

Por mercados, no ano passado, os EUA lideraram enquanto mercado com maior investimento absoluto neste setor, com um total de 213 mil milhões de dólares investidos nas Viagens e Turismo, enquanto a China e a Arábia Saudita completaram o pódio, com investimentos de 146 e 42 mil milhões de dólares em 2022, respetivamente.

No entanto, foi nos destinos insulares que se registou o maior investimento proporcional, com o WTTC a destacar as Ilhas Virgens Americanas, que canalizaram 35% do investimento total para o setor das Viagens e Turismo, seguindo-se Antígua e Barbuda, com 34%, enquanto em Aruba o investimento chegou a praticamente 32% do total.

“O investimento em Viagens e Turismo não é apenas um jogo de números, é o coração da conectividade global e do renascimento económico. Apesar dos reveses da pandemia, o crescimento de 2022 é um sinal promissor do que está por vir”, congratula-se Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC.

Apesar do otimismo, o regresso aos números pré-pandemia só deverá acontecer em 2025, com o WTTC a estimar que, este ano, se registe um crescimento médio anual de 6,1%, com a maior subida a esperar-se na região da Ásia-Pacífico e nas Caraíbas.

Apesar do investimento estar a subir, o WTTC também alerta para alguns desafios que podem ter impacto nesta trajetória, a exemplo da subida das taxas de juro, cuja escalada representa um “risco para o investimento futuro no setor”.

“Com os bancos centrais a aumentar as taxas de juro para combater o aumento da inflação, o custo dos empréstimos e dos produtos aumenta”, alerta ainda o WTTC, que apela, por isso, a uma maior cooperação entre os setor público e privado para garantir o “fortalecimento contínuo deste sector vital”.

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Experiências ganham terreno nas viagens

As motivações para viajar mudaram com a pandemia. Um estudo recente da Mabrian dá conta que as experiências estão a ganhar cada vez mais adeptos.

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Depois da pandemia e com o turismo a regressar à “normalidade”, as motivações para viajar têm cada vez mais em conta as experiências, em vez do sentimento convencional ou tradicional. Assim, num estudo desenvolvido pela Mabrian, as conclusões indicam que as atividades ou motivações experienciais estão a substituir as motivações de viagens convencionais.

Como definição de ‘experiencial’, as atividades consideradas estão relacionadas com Wellness, Active & Lifestyle, Natureza & Gastronomia e Cozinha. Por outro lado, as motivações de viagem convencionais foram definidas como atividades de Artes e Cultura, Sol & Praia, Família, Compras e Vida Noturna.

Ao dividir essas motivações em dois blocos diferentes, os dados da Mabrian mostram como as atividades experienciais aumentaram 10 pontos percentuais nos últimos quatro anos, ultrapassando as atividades convencionais.

Em junho de 2023 a quota das motivações experienciais já é quase 50/50, “o que é muito significativo, tendo em conta que em junho de 2019 apenas as Artes & Cultura e Sol & Praia representavam 41% das motivações de viagem”, dizem os responsáveis da consultora.

As atividades que mais cresceram durante estes anos, alcançando níveis de interesse sem precedentes, são Active & Lifestyle, Nature e Wellness. Relativamente às duas primeiras, os dados mostram um claro ponto de inflexão a partir de 2021, corroborando os efeitos da pandemia neste tipo de motivações para viajar. O bem-estar também apresentou um crescimento estável desde 2019.

Por outro lado, as atividades convencionais que mais perderam importância são as Artes & Cultura e Sol & Praia, que representam apenas 34% das motivações de viagem, perdendo sete pontos percentuais desde 2019.

Carlos Cendra, diretor de Marketing e Comunicação da Mabrian, salienta que “a forma como viajamos está em constante mudança. Desde as tradicionais férias de banhos de sol em destinos costeiros e cultura e compras nas cidades, até experiências de desconexão e descoberta onde a ligação com o meio ambiente e com nós próprios é fundamental”.

O responsável conclui que “há um impacto óbvio da pandemia e o efeito do confinamento que fez perceber o quão importante é desfrutar do ar livre e sentir-nos bem e saudáveis nos tempos livres, o que se fixou nas motivações dos viajantes”.

A Mabrian destaca, por isso, que é “fundamental que destinos e empresas de turismo detetem com agilidade as novas tendências globais entre os viajantes, trabalhando para oferecer um produto turístico o mais diversificado possível e alinhado às novas tendências. A alta dependência de produtos turísticos específicos causa ineficiências relacionadas à alta dependência de certos mercados de origem e altos padrões de sazonalidade. Esses fatores são de grande importância quando se trata de promover a sustentabilidade do destino”.

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Receitas turísticas sobem 16,4% em junho mas ficam abaixo do mês anterior

Apesar de terem voltado a ficar acima dos dois mil milhões de euros, naquela que foi a primeira vez para o mês de junho, as receitas turísticas desceram 3,3% face a maio, traduzindo uma descida nos gastos dos turistas estrangeiros que visitaram o país no sexto mês de 2023. Positivo continua o resultado acumulado, que chegou aos 10.382,82 milhões de euros no primeiro semestre.

Inês de Matos

Em junho, as receitas turísticas somaram 2.111,21 milhões de euros, valor que indica um aumento de 16,4% face a mês homólogo de 2022, mas que traduz uma descida de perto de 73 milhões de euros face ao apurado no mês imediatamente anterior, segundo os dados do Banco de Portugal (BdP), divulgado esta segunda-feira, 21 de agosto.

Os dados do BdP mostram que, face ao apurado em maio, quando este indicador somava 2.184,19 milhões de euros, as receitas turísticas, que se encontram pelos gastos dos turistas estrangeiros em Portugal, caíram 72,98 milhões de euros ou 3,3% em junho.

No entanto, apesar da descida das receitas turísticas, que não é normal uma vez que junho costuma dar início às férias de verão de muitos turistas, o certo é que, em comparação com junho de 2022, houve um aumento de 16,4% ou mais 296,91 milhões de euros.

Segundo o BdP, o sexto mês do ano apresentou mesmo o “valor mais elevado da série para um mês de junho”, num aumento que teve reflexo no “incremento das exportações” da balança de serviços.

“As exportações e as importações de serviços aumentaram, respetivamente, 22,3% e 1,9% relativamente a junho de 2022. O incremento das exportações reflete, sobretudo, o contributo das viagens e turismo (+297 milhões de euros) e dos serviços de transporte (+214 milhões de euros). As exportações de viagens e turismo totalizaram 2111 milhões de euros, o valor mais elevado da série para um mês de junho”, lê-se no comunicado do BdP.

Os resultados são ainda mais positivos numa comparação com o mesmo mês de 2019, quando as receitas do turismo somavam 1.578,09 milhões de euros, o que traduz um aumento de 34% ou mais de 533 milhões de euros face a mês homólogo do último ano antes da pandemia da COVID-19.

Tal como as receitas turísticas, também as importações do turismo, que se encontram pelos gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, subiram no sexto mês do ano face a igual período do ano passado, totalizando 581,06 milhões de euros, valor que indica um aumento de 9,2% face aos 532,34 milhões de euros apurados em junho de 2022.

Face a maio, quando este indicador somava 546,87 milhões de euros, as importações do turismo também subiram e apresentaram um aumento de 6,3%, o que corresponde a um aumento de pouco mais de 84 milhões de euros.

Numa comparação com junho de 2019, também nas importações do turismo há boas notícias, uma vez que este indicador apresenta um aumento de 20,3% face aos 483,20 milhões de euros apurados no sexto mês do último ano pré-pandemia.

Já o saldo da rubrica Viagens e Turismo somou 1.530,15 milhões de euros, valor que fica 19,4% acima de igual mês do ano passado, quando este indicador estava nos 1.281,96 milhões de euros.

Face a maio, o saldo desta rubrica também apresenta uma descida, já que, no mês anterior, este indicador somava 1.637,33 milhões de euros, o que traduz uma descida de 6,5% ou menos cerca de 107 milhões de euros.

No entanto, numa comparação com o mesmo mês de 2019, o saldo da rubrica Viagens e Turismo apresenta um crescimento de 39,8%, uma vez que, em junho de 2019, este indicador estava nos 1.094,89 milhões de euros.

Acumulado continua a bater recordes

Apesar de uma ligeira descida das receitas turísticas face ao mês anterior, o certo é que, no acumulado do primeiro semestre de 2023, as receitas turísticas somam já 10.382,82 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre para o primeiro semestre e que traduz um aumento de 29,6% face aos 8.013,64 milhões de euros apurados até junho de 2022.

A subida das receitas turísticas acumuladas é ainda mais expressiva quando comparada com o primeiro semestre de 2019, quando este indicador somava 7.393,23 milhões de euros, o que revela um crescimento de 40,4%.

Nas importações turísticas, o cenário mantém-se e, no primeiro semestre, este indicador somou um valor acumulado de 2.562,23, o que indica um aumento de 16,7% face aos 2.196,41 milhões de euros apurados na primeira metade de 2022. Comparativamente ao primeiro semestre de 2019, quando este indicador somava 2.272,99 milhões de euros, houve ainda um aumento de 12,7%.

No que diz respeito ao saldo da rubrica Viagens e Turismo, a tendência volta a ser semelhante, uma vez que, no acumulado até junho, este indicador soma já 7.820,6 milhões de euros, enquanto em igual período de 2022 estava nos 5.817,23 milhões de euros, o que traduz um aumento de 34,4%. Face ao primeiro semestre de 2019, a subida é de 52,6% uma vez que, no primeiro semestre de 2019, o saldo desta rubrica somava 5.124,03 milhões de euros.

 

 

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