Em março de 2023, o setor do alojamento turístico registou 2,1 milhões de hóspedes (+30,8% face a igual mês de 2022) e 5,1 milhões de dormidas (+26,7% face a março de 2022), correspondendo a 338 milhões de euros de proveitos totais (+45,1% vs 2022) e 250,9 milhões de euros de proveitos de aposento (+49% vs 2022), revelam os dados divulgados esta segunda-feira, 15 de março, pelo Instituto Nacional de Estatística.
Estes números confirmam o crescendo da atividade turística em Portugal que, em fevereiro de 2023, registou 1,6 milhões de hóspedes e 4 milhões de dormidas.
Comparando com março de 2019, registaram-se aumentos de 36,2% nos proveitos totais e 40,1% nos relativos a aposento.

No acumulado do ano – 1.º trimestre de 2023 -, os dados do INE mostram um crescimento, face a igual trimestre de 2022, de 61% nos proveitos totais e 64% relativos aos aposentos. Já comparado com o primeiro trimestre de 2019, os aumentos foram de 35,5% e 39,9%, respetivamente.
Em março, a Lisboa concentrou 38,3% dos proveitos totais e 40,5% dos relativos a aposento, seguindo-se o Algarve (17,9% e 16,5%, respetivamente), o Norte (16,1% e 16,4%) e a Madeira (14,0% e 13,5%).
Os maiores crescimentos ocorreram em Lisboa (+57,1% nos proveitos totais e +60,6% nos de aposento), nos Açores (+47,5% e +43,1%, respetivamente), no Norte (+45,0% e +46,5%) e na Madeira (+42,3% e +51,9%).
Face a março de 2019, destacam-se as evoluções nos Açores (+52,1% e +50,2%, respetivamente) e na Madeira (+48,1% e +59,6%, pela mesma ordem).
Lisboa destacou-se também pelo crescimento dos proveitos acumulados no 1.º trimestre de 2023 (+82,2% nos proveitos totais e +84,8% nos de aposento), seguida da Madeira (+63,5% e +73,1%, pela mesma ordem) e do Norte (+54,6% e +55,8%, respetivamente).
O INE indica ainda que, em março, a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (peso de 87,7% e 85,7% no total do alojamento turístico) aumentaram 45,1% e 49,3%, respetivamente.
Face a março de 2019, registaram-se crescimentos de 34% e 37,6%, pela mesma ordem.
Os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 9,3% e 11,4%) apresentaram subidas de 50,0% nos proveitos totais e 52,9% nos proveitos de aposento, e o turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3% e 2,9%, respetivamente) registou aumentos de 31,1% e 28,4%, pela mesma ordem.
Comparando com março de 2019, nos estabelecimentos de alojamento local, os proveitos totais e de aposento aumentaram 48,5% e 53,8%, respetivamente, e no turismo no espaço rural e de habitação cresceram 74,3% e 70,3%, pela mesma ordem.

Atingida a fasquia das 5 milhões dormidas/mês
À semelhança do que se verificou nos dois primeiros meses do ano de 2023, também em março se atingiram valores máximos de dormidas desde que há registo, tendo sido ultrapassados, pela primeira vez, os 5 milhões neste mês.
O município de Lisboa concentrou 24% do total de dormidas em março de 2023 (12,9% do total de dormidas de residentes e 28,6% do total de dormidas de não residentes), atingindo 1,2 milhões de dormidas. Comparando com março de 2019, as dormidas aumentaram 8,2% (mantiveram o nível nos residentes e cresceram 9,9% nos não residentes).
O Funchal representou 9,8% do total de dormidas (498 mil), aumentando 15,4% (+100,5% nos residentes e +6,7% nos não residentes) em comparação com março de 2019.
No Porto, registaram-se 421,3 mil dormidas (8,3% do total), mais 28,1% face a março de 2019 (+11,7% nos residentes e +32,4% nos não residentes).
As dormidas no município de Albufeira (7,6% do total) atingiram 386,4 mil, continuando a decrescer, mas de forma menos expressiva, face a março de 2019: -15,1% no total, -14,0% nos residentes e -15,3% nos não residentes.
Já numa comparação trimestral, o INE refere que no 1.º trimestre de 2023, face a igual período de 2019 e entre os principais municípios, Albufeira registou o maior decréscimo nas dormidas (-12,8%; -7,5% nos residentes e -13,7% nos não residentes). Lisboa registou um aumento de 10,5% (+4,9% nos residentes e +11,7% nos não residentes), o Funchal cresceu 19% (+106,5% nos residentes e +10,5% nos não residentes) e o Porto registou um acréscimo de 29,5% (+15,3% nos residentes e +33,7% nos não residentes).

No acumulado do trimestre, os resultados indicados pelo INE mostram que, nos primeiros três meses de 2023, o número de hóspedes atingiu os 5,2 milhões (+40,8% face ao 1.º trimestre de 2022), sendo que os residentes no estrangeiro aumentaram 60,6% para 2,9 milhões, e os residentes cresceram 22% para 2,3 milhões.
Do lado das dormidas, o crescimento de 40,9% registado no 1.º trimestre de 2023, face a igual período de 2022, faz com que se ultrapasse as 12,5 milhões de dormidas, com os não residentes a representaram mais do dobro do número de residentes. Assim, as dormidas de não residentes atingiram as 8,5 milhões (+51,6%), enquanto do lado dos residentes, estas ultrapassaram as 4 milhões (+22,5%).
RevPAR em alta
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 43,5 euros em março de 2023, tendo aumentado 39,7% face a março de 2022 (+49,2% em fevereiro) e 28,9% em comparação com o mesmo mês de 2019.
Os valores de RevPAR mais elevados foram registados em Lisboa (75,6 euros, +50,0%) e na Madeira (64,3 euros, +43,1%).

Em março, este indicador registou crescimentos de 42,1% na hotelaria, 35,9% no alojamento local e 13,4% no turismo no espaço rural e de habitação.
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 87,7 euros em março, +18,6% em relação ao mesmo mês de 2022 (+16,2% em fevereiro) e +23,2% comparando com março de 2019.
Os valores de ADR mais elevados foram registados em Lisboa (112,7 euros) e na Madeira (87,4 euros), que corresponderam também aos acréscimos mais expressivos (+23,2% e +21,2%, respetivamente).
Em março, o ADR cresceu 17,9% na hotelaria, 26% no alojamento local e 8,2% no turismo no espaço rural e de habitação.