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O futuro das acessibilidades em debate no Congresso da AHRESP

O futuro do aeroporto, não só de Lisboa como das restantes vias aéreas portuguesas, marcou a sessão paralela, onde ainda houve tempo para falar das questões da ferrovia nacional e os problemas de ligação a Espanha.

Carla Nunes
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O futuro do aeroporto, não só de Lisboa como das restantes vias aéreas portuguesas, marcou a sessão paralela, onde ainda houve tempo para falar das questões da ferrovia nacional e os problemas de ligação a Espanha.

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O futuro das acessibilidades em Portugal esteve em debate numa das sessões paralelas do Congresso da AHRESP, que começou esta sexta-feira, 14 de outubro, no Convento de São Francisco, em Coimbra.

A sessão começou com um aviso por parte de Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP): “Se não tivermos rapidamente infraestruturas de mobilidade que respondam às necessidades das pessoas, principalmente um novo aeroporto, mais moderno e em condições de receber mais volume [de pessoas], podemos mais tarde ou mais cedo começar a perder turistas para outros destinos”.

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Num discurso pautado pela necessidade de que “não podemos perder mais tempo” em relação ao futuro do aeroporto de Lisboa, Francisco Calheiros coloca os números em cima da mesa.

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“Não canso de o dizer: segundo um estudo apresentado pela CTP, a não decisão sobre o novo aeroporto terá no mínimo um custo de quase sete mil milhões euros, menos 28 mil empregos e uma perda de receita fiscal de 2 mil milhões por ano”, frisa.

Os intervenientes da sessão, que contou com a participação de Eugénio Fernandes, CEO da euroAtlantic Airways, José Luís Arnaut, presidente do Conselho de Administração da ANA – Aeroportos de Portugal e Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT procederam desta forma a debater as várias possibilidades para o aeroporto, com Luís Arnaut a referir-se em tom jocoso à procura de localização de aeroportos como “um desporto nacional”.

Para Pedro Costa Ferreira, “uma das poucas cosias que nos aproxima da realidade” passa pela realização de obras no aeroporto da Portela, por considerar que “nesta década não vamos ter solução”.

Lembra ainda que “as acessibilidades aéreas não são só em Lisboa”, reportando-se aos aeroportos de Porto Santo – que afirma não ter condições e precisar de obras – e o da Madeira, “com restrição de operacionais que foram definidas em 1964”.

“A tecnologia melhorou no âmbito da pista [do aeroporto da Madeira], a pista foi aumentada, melhorou nos aviões, melhorou na formação, [mas] mantém-se os mesmos limites, e julgo que é o único aeroporto internacional no mundo em que os limites não são recomendatórios, mas são mandatários. Ninguém toca nisto, e isto fere a região”, explica.

Quanto à solução de aproveitar a infraestrutura de Beja, Eugénio Fernandes lembra que esta “peca por pequenas coisas: não tem abastecimento de combustível, fecha ao fim de semana, não tem serviço 24 horas e se quisermos aterrar passageiros que não são do espaço Schegen, não há SEF”.

Por essa razão, e dada a logística adicional desta opção, o CEO da euroAtlantic Airways defende que “o que for mais rápido é o melhor” – neste caso, “do ponto de vista teórico e sonhador”, uma solução rápida de Portela +1, que sabe “que agora não será possível, estamos num contexto diferente”.

Quanto à opção de Santarém, Pedro Costa Ferreira é taxativo ao assegurar que esta representa “mais 24 anos de diálogo”.

“Se estivermos à procura de uma decisão que não tenha vozes contrárias, não vamos ter mais aviões em Portugal. Fazer políticas é fazer escolhas. Assusta-me que seja necessário um consenso para o aeroporto”, declara.

“O fenómeno do entroncamento”

E porque, como Pedro Costa Ferreira lembra, “os problemas das acessibilidades não são só aéreas” a ferrovia também foi discutida na sessão, tendo sido caracterizada pelo presidente da APAVT como o “fenómeno do entroncamento” dadas as 8h40 necessárias para chegar de Lisboa a Madrid – incluindo, também, uma passagem pelo Entroncamento.

Afirma ainda que “do ponto de vista de sustentabilidade, os voos de curta duração vão ser muito atacados” e que nos encontramos “muito dependentes dos voos curtos nalguns mercados muito importantes para [o país]”. Aliás, José Luís Arnaut precisa que 94% dos turistas que visitam Portugal vêm de avião.

“Somos um país periférico, é obvio que temos de fazer um trabalho grande e estamos atrasados décadas na ligação com comboios rápidos com Espanha”, afirma Arnaut.

A encerrar o tema da ferrovia, Eugénio Fernandes acredita que “se houver uma conectividade grande a Madrid, e uma conectividade boa internamente, vamos conseguir desenvolver muito o turismo e o Interior”.

Numa nota final, reportando-se ao tema do congresso, Francisco Calheiros defende que esta não é “uma questão nem de utopia, nem de sobrevivência, é sim uma necessidade cada vez mais atual que as empresas devem ter em conta”.

“Continuamos a viver tempos desafiantes. O turismo, porém, continua resiliente. É praticamente unânime que se não fossem as receitas do turismo a receita seria muito menor”, termina o presidente da CTP.

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PLAY Airlines começa a voar para a Madeira na próxima terça-feira

Na próxima terça-feira, 15 de outubro, a PLAY Airlines dá início aos voos entre a Madeira e a Islândia, numa operação que conta com um voo por semana.

O voo inaugural da rota que a PLAY Airlines vai abrir para a Madeira vai ter lugar na próxima terça-feira, 15 de outubro, assinalando o arranque de uma operação que vai contar com um voo por semana, às terças-feiras, entre a Islândia e o arquipélago português.

“Estamos entusiasmados com a introdução de voos entre a Islândia e a deslumbrante ilha da Madeira. Esta rota é mais do que uma simples ligação – é uma oportunidade para os viajantes conhecerem dois destinos únicos e belos”, afirma Einar Örn Ólafsson, CEO da PLAY.

O responsável mostra-se confiante no sucesso da operação, esperando que esta rota gere “um forte interesse por parte daqueles que estão ansiosos por explorar a beleza natural da Islândia e da Madeira”.

Recorde-se que a PLAY Airlines é uma companhia aérea low-cost islandesa que opera entre a América do Norte e a Europa, tendo a Islândia e a sua capital como hub central, onde os passageiros podem fazer uma paragem durante alguns, sem custos adicionais, ao abrigo do programa de stopover da companhia aérea.

Atualmente, a PLAY voa para Baltimore, Boston, Nova Iorque e Washington DC,  nos EUA, assim como para Toronto, no Canadá, além de vários destinos europeus, sendo que, em Portugal, a transportadora já voa para Lisboa e Porto, destinos aos quais se juntam agora a Madeira.

 

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Região de Lisboa renova parceria com a Cultura

A ERT Lisboa renovou o acordo de colaboração com o Centro Nacional de Cultura. Até ao final de 2024 serão reforçados os investimentos em três roteiros.  

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A Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL) assinou um novo acordo de colaboração com o Centro Nacional de Cultura, com o objetivo de continuar a promover os roteiros “Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo”, “Caminho de Santiago” e “Lisboa: Bairros e Lojas com História”.

Até ao final do ano, serão desenvolvidos vários materiais promocionais, em parceria com os municípios de Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira.

Carla Salsinha, presidente da Comissão Executiva da ERT-RL, salienta que “a renovação desta parceria permite conferir sustentabilidade e continuidade ao trabalho que temos desenvolvido em conjunto com o Centro Nacional de Cultura, desde o ano passado. Vamos agora investir em três projetos de grande dimensão que resultarão num maior usufruto da região, por parte de peregrinos, visitantes e turistas”.

Do projeto “Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo” resultará a produção de uma edição, em papel, do Roteiro do Caminho do Tejo, disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol), a atualização da plataforma/site Caminhos de Fátima – Caminho do Tejo, a ampliação da coleção de postais Caminho do Tejo e a criação e produção de materiais de apoio ao peregrino.

Já para o projeto “Caminho de Santiago” será realizado o processo de identificação e verificação detalhada do percurso – incluindo as jornadas, os recursos logísticos e a sinalização -, a organização de um dossiê para candidatura à certificação, a criação de da marca Caminho de Santiago para utilização nos suportes de comunicação na Região de Lisboa e a produção de materiais de comunicação, em colaboração com a Associação Via Lusitana.

No contexto do projeto “Lisboa: Bairros e Lojas com História” será realizada a produção e edição, em papel, de um mapa “Lojas com História”, em parceria com o Programa homónimo da Câmara Municipal de Lisboa e disponível em três idiomas (português, inglês e espanhol), a produção e edição de um desdobrável sobre “Lisboa: Bairros Históricos e Tradicionais”, disponível em dois idiomas (português e inglês) e o desenvolvimento de um programa de capacitação/especialização para profissionais do turismo sobre o projeto em questão.

Os investimentos nos três projetos serão realizados até ao final de 2024, reforçando o compromisso da ERT-RL e do Centro Nacional de Cultura com a promoção sustentável do turismo na Região de Lisboa e contribuindo para a valorização cultural e histórica da mesma.

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Lousã recebe 17.ª edição do ART&TUR

O Festival Internacional de Cinema de Turismo realiza-se de 22 a 25 de outubro, com a exibição de 67 filmes selecionados entre mais de 300 candidatos.

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De 22 a 25 de outubro, a Lousã irá receber o ART&TUR – Festival Internacional de Cinema de Turismo, um dos festivais mais conceituados do CIFFT, o circuito internacional de festivais de filmes de turismo, atraindo todos os anos as melhores produções do género que são realizadas em todo o mundo.

Durante os quatro dias do festival, serão exibidos 67 filmes premiados pelo júri, os quais compõem a shortlist da competição. Estes foram distinguidos entre os 302 filmes promocionais e documentários, de 43 países, que se inscreveram na competição.

O festival integra duas competições distintas, uma para produções portuguesas e outra internacional.

As exibições dos filmes serão divididas por 17 sessões temáticas, intercaladas com oito mesas-redondas em que especialistas discutirão temas atuais abordados pelos filmes. De referir que na abertura de cada sessão serão apresentados teasers de 12 segundos provenientes do festival ucraniano de Kharkiv, que mostram lugares que já não existem dado o impacto da guerra nesse território.

Além das secções competitivas, o ART&TUR contempla também iniciativas paralelas. Uma delas é o ART&FACTORY, um concurso inserido no festival, em que equipas internacionais produzem, na semana anterior ao evento, filmes promocionais no território que recebe o ART&TUR. Nesta edição, quatro equipas da China, Paquistão, Eslováquia e Itália realizarão filmagens na Lousã, entre os dias 16 e 21 de outubro, e vão apresentar em estreia mundial as suas produções durante o festival.

Na apresentação do programa, Francisco Dias, diretor do ART&TUR, destacou a dimensão global do festival, “indicando que vai ser “grande e global, com propostas de produções audiovisuais diversificadas. O turista é sempre um curioso da vida dos outros povos, mas muitas vezes a ‘turistificação’ do produto impede-o de ver além do resort. O ART&TUR ajuda a ver um pouco mais além e a criar consciência cívica, a criar consciência da nossa responsabilidade na promoção turística”, sublinhou.

Já Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, salientou o impacto positivo do festival para a região. “O ART&TUR é muito importante para os locais onde se realiza, por várias razões. Por um lado, nos dias do festival, recebe dezenas de participantes, que aqui permanecem mais quatro dias, gerando grande dinâmica. Por outro, cria grande notoriedade para a marca Centro de Portugal, pelo impacto que tem a nível internacional. Por isso, a Turismo Centro de Portugal apoia a realização deste evento desde 2018, com resultados muito positivos”.

Finalmente, ouís Antunes, presidente da Câmara Municipal da Lousã, considerou que o certame confere “prestígio e notoriedade acrescida à marca Lousã e ao Centro de Portugal”, realçando ainda os “efeitos positivos diretos e indiretos que o ART&TUR traz ao concelho, com um acréscimo de pessoas que vêm conhecer a Lousã. Vamos fazer uma grande edição”.

De referir que as últimas seis edições do festival realizaram-se de forma itinerante no Centro de Portugal, nomeadamente em Leiria, Torres Vedras, Viseu, Aveiro, Ourém e Caldas da Rainha. Este ano, o festival chega à Lousã, numa coorganização entre a Centro Portugal Film Commission e a Turismo Centro de Portugal, reforçando a relevância desta região para o turismo e o cinema.

O programa completo do evento pode ser consultado em https://tourfilm-festival.com

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Turismo recebe mais de 1.400 queixas entre junho e agosto

Entre as muitas queixas, destaque para problemas relacionados com cobranças indevidas, reembolsos e qualidade da hospedagem ou serviço e burlas.

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Entre os dias 1 junho e 18 de agosto, os portugueses registaram no Portal da Queixa 1.444 reclamações relacionadas com as férias, no âmbito da categoria: Hotéis, Viagens e Turismo. Os dados apontam para um crescimento de 12% no número de queixas, em comparação com o período homólogo, que registou 1.290 ocorrências.

A gerar os principais motivos de reclamação apresentados pelos consumidores estão problemas associados à cobrança indevida, a somar 28,7% das queixas recebidas, com destaque para débito de valores não autorizados ou não reconhecidos pelos consumidores.

Segue-se a dificuldade com o reembolso, que acolheu 18,3% das ocorrências e a motivar 7,2% das reclamações, nestas férias, está a qualidade do serviço ou hospedagem, referente a casos de serviços que divergem dos descritos no momento da contratação do serviço.

A reunir 7% das queixas na categoria “Hotéis, Viagens e Turismo”, foi identificado o tema “cancelamento ou alteração da reserva”. Já 5,9% dos problemas partilhados referem-se ao apoio ao cliente, com os consumidores a relatarem a dificuldade em obter auxílio da entidade para a solução de problemas ou dúvidas.

Também alvo de análise, a categoria “Aluguer de Automóveis” recolheu 212 reclamações no período analisado (1 de junho a 18 de agosto), um aumento de 17,8% das queixas, face a 2023, período em que se observaram 180.

Sobre os alegados esquemas via compras online no setor Turismo, segundo apuraram os dados, entre junho e agosto, o tema burla foi denunciado em 387 reclamações. Entre os motivos apresentados pelos portugueses encontram-se: reembolso não recebido (63,6%); transação não autorizada ou desconhecida (19,7%); phishing (8,5%); a publicidade falsa (4,2%) e a subscrição de serviços (2,7%).

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Hotelaria

Empreendimentos turísticos no Algarve reduzem consumo de água em 14%

Até  julho deste ano, os empreendimentos turísticos do Algarve que aderiram ao selo Save Water registaram uma redução de 14% no consumo global de água e de 18% no consumo específico deste recurso hídrico, ou seja, no consumo por dormida.

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Os valores adiantados em nota de imprensa fazem parte do segundo relatório de monitorização do consumo de água e da aplicação de medidas de eficiência hídrica elaborado pela Agência para Energia (ADENE), no âmbito do Compromisso com a Eficiência Hídrica do Algarve.

Ao todo foram selecionadas mais de 2.300 medidas de eficiência hídrica pelos aderentes a este plano, nas quais estão incluídas ações como  intervenções ao nível dos dispositivos e nos sistemas de rega, melhorias no sistema de gestão e manutenção e nos equipamentos. De acordo com a informação presente no relatório, 53% do total de medidas já foram implementadas.

Cerca de 75% dos aderentes ao selo Save Water concentram-se em quatro concelhos algarvios, nomeadamente Albufeira, Loulé, Portimão e Lagoa, que segundo a Visit Algarve Portugal “são também os que têm maior oferta em número de camas”.

Para André Gomes, presidente da RTA, “estes resultados traduzem o esforço do setor do turismo em combater a escassez de água no Algarve”. Como refere, “os empresários estão muito mobilizados para este desafio: o selo Save Water foi implementado em março e até julho já representava mais de 30% da oferta de camas em empreendimentos turísticos da região”.

No primeiro relatório de monitorização, com dados até maio deste ano, a evolução dos consumos registados na plataforma apontava para uma redução de 12% no consumo global e de 9% no consumo específico de água.

Leia também: Selo Save Water reduziu consumo de água em 12% nos empreendimentos turísticos do Algarve

O Compromisso com a Eficiência Hídrica do Algarve decorre de uma resolução do Conselho de Ministros de fevereiro deste ano e implica a adesão voluntária dos empreendimentos turísticos para a concretização de um plano de ação, visando a implementação de medidas de eficiência hídrica, entre imediatas e estruturantes, a monitorização dos consumos de água e do progresso alcançado na aplicação das medidas.

Aos empreendimentos turísticos aderentes ao compromisso é atribuído o selo Save Water, coordenado pela Região de Turismo do Algarve (RTA), em articulação com o Turismo de Portugal e a ADENE.

A ADENE desenvolveu e gere a Plataforma Compromisso com a Eficiência Hídrica , que permite a monitorização do consumo de água pelos empreendimentos turísticos e o progresso alcançado na aplicação das medidas de eficiência hídrica.

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Aviação

Azores Airlines chega a 1M de passageiros um mês antes de 2023

Este ano, a Azores Airlines atingiu a meta de um milhão de passageiros “cerca de um mês mais cedo do que no ano anterior”, um “marco significativo” que, segundo a companhia aérea, vem “confirmar a trajetória de crescimento” dos últimos anos.

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A Azores Airlines já ultrapassou a marca de um milhão de passageiros transportados num ano, marca simbólica que, segundo a companhia aérea do Grupo SATA, este ano foi registada “cerca de um mês mais cedo do que no ano anterior”.

“Este marco significativo vem confirmar a trajetória de crescimento que a companhia aérea tem apresentado nos últimos anos. A evolução assinalada em 2024, representa um aumento de 21% no número de passageiros transportados, entre janeiro e agosto, face ao mesmo período de 2023”, congratula-se a Azores Airlines, no comunicado divulgado.

A Azores Airlines atribui o crescimento continuo a “um conjunto de iniciativas operacionais, que proporcionaram a oferta de viagens mais confortáveis aos passageiros”, a exemplo da renovação gradual da frota, fidelização e consolidação de mercados e maior aposta nas plataformas de distribuição global, “quer por via de acordos de interline com parceiros aéreos e de iniciativas junto dos operadores que atuam nos principais mercados onde opera”.

“Terá, igualmente, contribuído para o consistente aumento da procura, o reforço da oferta para o verão IATA 2024, que representa um acréscimo de 20% nos lugares oferecidos nas rotas domésticas liberalizadas (Lisboa, Porto, Faro); de 44% nos lugares oferecidos à partida dos EUA (Boston, Nova Iorque, Oakland e Bermuda); de 42% à partida do Canadá (Toronto, Montreal) e um acréscimo de 71% nos lugares oferecidos à partida da Europa e África”, refere ainda a Azores Airlines.

Este comportamento leva a companhia aérea a estimar que “o verão IATA de 2024 volte a confirmar a atratividade das rotas servidas pela Azores Airlines, em particular, o interesse que desperta o Arquipélago dos Açores, destino natural da companhia aérea, para o qual opera, ininterruptamente, ao longo de todo o ano”.

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Turismo foi responsável por quase metade do crescimento do PIB em 2023

O consumo turístico realizado em Portugal “foi determinante” para a expansão da economia portuguesa em 2023, contribuindo para quase metade do crescimento real do PIB, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

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Segundo as contas do INE, o turismo contribuiu com 1,1 pontos percentuais (p.p.) para o crescimento real do PIB em 2023, que foi de 2,3%.

Neste contexto, “estima-se que, em 2023, o consumo turístico tenha tido um contributo total (direto e indireto) de 12,7% (33,8 mil milhões de euros) para o PIB e de 12,4% (28,7 mil milhões de euros) para o VAB [Valor Acrescentado Bruto] da economia nacional”, revela o gabinete de estatísticas português.

A Conta Satélite do Turismo referente ao ano passado indica também que o Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) e o Consumo do Turismo no Território Económico (CTTE) registaram, respetivamente, aumentos nominais de 16,0% e 15,5%, “revelando um dinamismo superior ao da economia nacional (o VAB e o PIB nacionais cresceram 10,1% e 9,6%, respetivamente)”.

Ambos os indicadores estão em máximos históricos, sendo que o consumo turístico foi equivalente a 16,5% do PIB em 2023 e o VABGT representou 9,1% do VAB nacional em 2023 (8,6% em 2022).

Já o PIB do Turismo “aumentou 15,2% em termos nominais face a 2022 e 33,1% face ao período pré-pandemia (2019)”, ainda que o INE faça a ressalva de que a inflação teve um impacto nos valores: “Há um forte efeito preço neste período, pelo que, em volume, o PIB do Turismo deverá ter-se situado 13,5% acima dos valores de 2019”.

Estes números mostram assim que o setor já recuperou da pandemia, quando houve uma quebra significativa no turismo. “O CTTE e o VABGT registaram já em 2022 valores superiores aos de anos anteriores, que foram novamente superados em 2023, correspondendo a máximos históricos”, nota o INE.

Numa comparação internacional, para a qual ainda só existem dados referentes a 2022, Portugal foi o segundo país que registou maior importância relativa da procura turística no PIB (15,6%), tendo sido apenas superado pela Islândia (17,4%).

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Hotéis de Macau recebem mais de 7,2 milhões de hóspedes no primeiro semestre

Os hotéis de Macau receberam mais de 7,2 milhões de hóspedes no primeiro semestre do ano, uma subida de 20,4% em termos anuais.

Victor Jorge
tagsMacau

No primeiro semestre do ano, “os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 7.277.000 indivíduos”, ou mais 20,4%, em termos anuais, e mais 5,3% comparativamente a igual período de 2019, indicou, em comunicado, a Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

O número de hóspedes internacionais (542.000) aumentou 136,6%, destacando-se os visitantes da República da Coreia (149.000), que subiram 270,6%, no período em análise e em termos anuais.

Entre janeiro e junho, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes fixou-se em 84%, ou mais 6,1 pontos percentuais, em termos anuais, de acordo com a mesma nota.

No mês passado, a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 82,7%, menos 1,4 pontos percentuais, relativamente ao mesmo mês de 2023, devido principalmente à maior disponibilidade de quartos de hóspedes.

Em junho, o número de entradas de visitantes que chegaram em excursões a Macau equivaleu a 120.000, mais 52,1%, face ao mesmo mês de 2023.

Daquele número total, 102.000 eram visitantes em excursões provenientes da China e 14.000 eram visitantes internacionais em excursões, numa subida de 40,3% e 189,5%, respetivamente, em termos anuais.

A DSEC destacou que o número de entradas de visitantes em excursões da República da Coreia (5.000) cresceu 254,2% e o da Índia (3.000) ascendeu 700%, em termos anuais.

No final do primeiro semestre do ano, existiam 143 estabelecimentos hoteleiros em Macau, ou mais 12, em termos anuais, disponibilizando um total de 47.000 quartos de hóspedes, mais 9,1%.

A região administrativa especial chinesa recebeu, entre janeiro e junho, mais de 16,7 milhões de visitantes, ou mais 43,6% face ao período homólogo do ano passado.

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Braga é o município convidado da FIA Lisboa

Este ano, a cidade de Braga, rica em história e tradição, é o município convidado da 36ª edição da Feira Internacional de Artesanato (FIA Lisboa) que decorre durante nove dias na FIL – Feira Internacional de Lisboa (Parque das Nações).

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A cidade portuguesa conhecida como cosmopolita e multicultural, traz à FIA Lisboa uma viagem pela sua cultura e saberes. Os visitantes vão ter a oportunidade de participar num diversificado programa turístico-cultural, que oferece uma jornada desde a Pré-História até os dias atuais da cultura minhota.

Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, referiu que “esta é mais uma excelente oportunidade para mostrarmos a riqueza da nossa cultura e do nosso artesanato, assim como para fortalecermos os laços com outras regiões de Portugal e do mundo”. Esta cultura, presente no vasto património da cidade, nos grupos etnográficos, nas festas, feiras e romarias, viaja até Lisboa numa exposição que coloca o artesanato bracarense em destaque, durante nove dias.

No stand de Braga (Pavilhão 2) os visitantes vão ter a oportunidade de contemplar instrumentos musicais típicos da cidade, como o Cavaquinho e a Viola Braguesa, elementos marcantes das festas e romarias portuguesas.

Os Trajes Tradicionais do Baixo Minho, especialmente a capotilha, também vai estar em exposição na FIA Lisboa. Este traje, celebrado em eventos culturais como as Festas de São João, mantém viva a tradição e a herança cultural da região.

Os típicos “Cabeçudos”, conhecidos pelas enormes cabeças de papel machê, também marcam presença na feira e prometem trazer sua alegria habitual e manter viva herança cultural minhota.

O Saber-fazer artesanal de Braga, vai estar representado na cestaria, na cerâmica e nos famosos Lenços de Namorados do Minho. Dos cestos feitos à mão, à cerâmica tradicional, cada peça conta uma história e revela a habilidade e criatividade dos artesãos do nosso país.

Paralelamente, a FIA Lisboa contará com um extenso calendário de atuações e atividades, entre os quais música, workshops, conferências e trabalhos ao vivo.

A área expositiva estará aberta todos os dias a partir das 15h, encerrando 2ª a 5ª e domingos às 23h00 e 6ª feira e sábado às 24h00.

Por sua vez, o pavilhão da gastronomia funcionará a partir do 12h30, encerrando 2ª, 5ª feira e domingos às 23H00 e 6ªfeira e sábado às 24H00 – com entrada gratuita até às 15h.

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Foto: Depositphotos.com

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Operadores pedem equilíbrio às restrições do turismo nas cidades

As medidas restritivas que estão a ser impostas para conter os fluxos de turistas, principalmente nas cidades europeias, colocam constrangimentos aos operadores turísticos cujo core business são os circuitos culturais e viagens de grupo. Como é que estão a lidar com estas questões, nomeadamente das taxas turísticas, da burocracia, limitação do número de pessoas por guia, aumento constante, e quase sem aviso, do preço das entradas de grupos de turistas em monumentos e atrações turísticas, e a distância em que os autocarros, cada vez mais, são obrigados a ficar dos centros históricos de algumas cidades, foi o que o Publituris pretendeu conhecer, em conversa com diversos profissionais ligados à operação turística.

Alguns destinos turísticos, principalmente europeus, mas não só, estão a explorar novos caminhos para combater o afluxo de visitantes. Os operadores turísticos e agências de viagens em Portugal que programam circuitos e viagens de grupo, entendem que as cidades precisam de respirar, compreendem a questão da sustentabilidade dos locais, mas pedem equilíbrio, até porque o custo deste tipo de férias começa a ser injustificável, sendo que não penaliza apenas a empresa como o cliente.

“Sem dúvida que esse tema constitui uma preocupação para os operadores turísticos cujo core business são os circuitos culturais em grupo, como é o caso da Pinto Lopes Viagens, mas o nosso compromisso com o desenvolvimento de uma sociedade sustentável permite-nos olhar para o problema do overtourism com uma lente de negócio diferente, não puramente financeira”, considerou Rui Pinto Lopes, CEO da Pinto Lopes Viagens.

O gestor lembra que o operador turístico e agência de viagens que dirige “tem um percurso que se iniciou há 50 anos e já vivenciámos muitos desafios colocados ao setor do turismo”, enumerando que, nos últimos anos, “tivemos a pandemia, a instabilidade geopolítica mundial e a inflação. A experiência diz-nos que todos elas vieram dotar os operadores em geral, e a nossa empresa em particular, de uma resiliência e capacidade de reinvenção que também vingará neste caso”.

“É mais fácil estabelecer regras para um todo liderado por um guia, do que para um turista individual que não gasta, mas usa. Este é um ponto que carece de estudo por parte das entidades competentes”, Rui Pinto Lopes, CEO da Pinto Lopes Viagens

Rui Pinto Lopes ressalva que “o turismo e a sustentabilidade têm um papel importantíssimo no futuro. Temos de encontrar um equilíbrio entre a margem e a sustentabilidade económica, o planeta e as pessoas”, para acentuar que “estamos a dotar a empresa de políticas, cultura interna e sensibilidade para o turismo responsável”. Neste sentido, “temos vindo, na medida do possível, a adaptar circuitos a esta nova realidade, com o intuito de causar um menor impacto nos locais e nas comunidades visitadas. Estamos a fazer a nossa parte e certamente a Pinto Lopes Viagens e os seus clientes irão no futuro sentir-se orgulhosos do caminho traçado”, disse.

Das cidades europeias para o mundo
No entanto, as medidas que mencionamos e que tanto tem preocupado os profissionais do turismo, principalmente o organizador, nos destinos onde a Quadrante – Operador Turístico atua “são inexistentes”, de acordo com o seu administrador, Jorge Andrade, mas acredita que “em alguns destinos, não demorará muito até à discussão da implementação de algumas medidas que acabam por penalizar os turistas, mas nada como o que se está a observar na Europa”.

Na opinião de Jorge Andrade, “poderia ter sido interessante, antes de aplicarmos taxas e taxinhas, percebermos o que desejamos para os nossos países e para as nossas cidades”, ou seja, “criarmos um plano para darmos resposta que satisfaça quem nos visita, salvaguardando os direitos de um povo ou de determinada população, principalmente a residencial” e se tivermos isso em conta, “tenho a certeza de que na grande maioria dos casos, poderíamos evitar as taxas turísticas e salvaguardar tudo o que concerne com o bem-estar e conforto de quem nos visita, bem como dos que voluntariamente ou involuntariamente são anfitriões”.

Em relação a Portugal, o administrador da Quadrante avançou: “penso que para isso é necessário debatermos com sinceridade e sem nenhum tipo de partidarismo e radicalismo, o que na verdade desejamos para o nosso país e que futuro vamos planear”. E conclui que “era bom que deixássemos de embirrar com uma das mais importantes fontes de riqueza, o Turismo, e encontrássemos forma de a tornar mais eficiente, mas também respeitadora”.

“Analisamos meticulosamente os conteúdos do nosso portefólio de oferta e concluímos que era possível sacrificar alguns segmentos de alguns produtos, garantindo a mesma qualidade”, Ângelo Grilo, Nortravel Tour & Product Coordinator

Rui Pinto Lopes aprova os exemplos apontados e afirma que “são extremamente pertinentes e refletem bem a imagem do que está a acontecer essencialmente a nível de alguns países europeus. O seu impacto é sobretudo visível no preço do circuito cultural, que se está a tornar, cada vez mais, um produto não acessível a todos os viajantes”.

Circuitos culturais em grupo utilizam menos recursos
O CEO da Pinto Lopes Viagens atenta que ainda há um longo caminho a percorrer nesta matéria com vista ao equilíbrio entre as partes, e sublinha que será sempre bom referir que “os circuitos culturais em grupo deixam uma pegada ecológica menor, pois utilizam menos recursos (por exemplo, as deslocações são efetuadas num único veículo) e acrescem substancialmente mais valor com a sua passagem do que o turista ‘de mochila às costas’”. Por isso, “nós, operadores que atuam nesse segmento, temo-nos adaptado às exigências, com a noção de que, na visita às cidades, os turistas têm de caminhar mais, utilizar transportes ecológicos para aceder aos seus centros históricos, etc.”.

Reforça que “tudo isto faz parte de um processo de adaptação que, colocado em prática de forma paulatina e estruturada, terá maior eficácia e aceitação por parte dos viajantes”. Não obstante, “a nosso ver, as autoridades locais, nacionais e internacionais, em alguns pontos específicos, não tinham outra opção senão aplicar tais medidas mais limitativas, face à dimensão que o problema do overtourism adquiriu nos últimos anos”, frisou.

A Lusanova foi o operador turístico que despoletou esta questão, num encontro recente que Luís Lourenço e Tiago Encarnação, administrador e diretor operacional, respetivamente, tiveram com jornalistas e que o Publituris publicou no seu site. Os dois responsáveis estão de acordo que é preciso estimar os centros das cidades, mas tem de haver um pouco de equilíbrio. Tiago Encarnação considerou que “se as limitações começam a ser tão grandes, vai passar a não ser viável o circuito, e o custo começa a ser injustificável”, apontando que “no futuro é um dos maiores riscos que a Europa vai ter pelas limitações que vai impondo pela sustentabilidade das cidades”. No entanto, o diretor operacional da Lusanova lembrou que, uma vez que as cidades europeias precisam muito do turismo, acredita que vai haver um equilíbrio, “embora continuarão a haver medidas mais radicais numas e menos radicais noutras”.

“Temos de compreender que as pessoas viajam cada vez mais, os monumentos continuam a ser os mesmos e, muitas vezes, os acessos continuam a ser os mesmos”, Miguel Jesus, diretor geral da Image Tours

Contudo, o administrador do operador turístico não está tão convencido, argumentando que “com tanto turismo que as idades têm, podem-se dar ao luxo de introduzir essas limitações e exigências. Não sei é se não irão pagar amanhã por isto, mas nós procuramos sempre arranjar alternativas, que é nossa obrigação, porque não podemos parar e temos de oferecer produto ao cliente e de forma mais cómoda possível”, referiu na ocasião, sobre este tema que tem gerado muita discussão.
Habituada a enfrentar desafios ao longo destes 65 anos de vida nada demove a Lusanova, cujos responsáveis asseguraram que a empresa “vai manter o compromisso de sempre que é entregar uma programação diversificada, segura, com destinos onde somos competitivos e onde damos a segurança que é exigida à nossa marca, na melhor relação qualidade-preço”.

Em relação às taxas de cidade, o administrador da Lusanova disse que estão incluídas na programação, apesar de ser um valor elevado, mas quando aumentam de uma hora para outra “não temos justificação para dar ao cliente, que fica sempre mal impressionado e desconfiado o facto de aumentarmos o preço do pacote à última hora, quando o nosso foco é sempre o cliente”.

Foto: Depositphotos.com

Quanto às entradas em monumentos, ao contrário do que acontecia anteriormente, para alguns locais “obrigam-nos a fazer depósitos de garantia, hoje em dia não sei para onde é que não pagamos antecipadamente e caro”, destacou Luís Lourenço, para realçar que “temos o exemplo de Paris que, por causa dos Jogos Olímpicos, exigiram pagamentos com dois anos de antecedência”.

O empresário assumiu que “está cada vez mais difícil elaborar um pacote cultural, com ingressos, cada vez estamos a ter dificuldades porque não são ágeis e não nos dão deadline e, além disso, limitam o número de entradas, mas esta situação está a verificar-se também em Portugal.

São limitações que temos de arranjar engenhos de maneira a contorná-las”. A somar a isto tudo, o turismo está mais caro, as viagens estão inflacionadas, reconheceram os dois responsáveis do operador turístico, avançando que tudo o que são circuitos europeus subiu uns 5% no total do PVP face ao ano passado, tendo em conta que em 2023 o aumento já tinha sido superior.

Circuitos culturais não estão condenados
Rui Pinto Lopes não acredita que todo o circuito esteja condenado por tais limitações. A maior questão que se coloca, a seu ver “prende-se com a análise da pegada ecológica de um grupo ou de turistas individuais sem regras”, para adiantar que “é mais fácil estabelecer regras para um todo liderado por um guia, do que para um turista individual que não gasta, mas usa. Este é um ponto que carece de estudo por parte das entidades competentes”.

Conforme confirmou, a Pinto Lopes Viagens adotou desde a pandemia um número máximo de participantes por grupo (entre 25 e 35, dependendo do segmento e do tipo de viagem)”, acentuando que “o cliente deste tipo de produto não fica penalizado, pois viaja com um operador que conhece as regras em vigor e estrutura as suas viagens em função dessas mesmas regras”.

Já Ângelo Grilo, Nortravel Tour & Product Coordinator, profissional experiente no acompanhamento de grupos, realçou que “o número de rotas e frequência de voos entre cidades europeias cresceu e o resultado foi uma enorme pressão registada em todos os destinos culturais europeus, trazendo enormes desafios às cidades e seus habitantes. Transportes públicos completamente lotados por turistas que impedem os locais de ir para a escola ou donas de casa irem às compras, estão a pôr os cabelos em pé aos habitantes dos centros históricos. Depois, a pressão do Alojamento Local sobre as partes mais turísticas e interessantes das cidades provoca uma desertificação do tecido social e respetiva malha de serviços que compõem a autenticidade cultural de um povo, de um local. Em muitas cidades os turistas praticamente se cruzam apenas com outros turistas, como se todos estivessem dentro de um parque temático, rodeados de um cenário digno de um filme de Spielberg, sem a alma e carisma subjacente a um destino turístico”.

“Poderia ter sido interessante, antes de aplicarmos taxas e taxinhas, percebermos o que desejamos para os nossos países e para as nossas cidades”, Jorge de Andrade, administrador da Quadrante

Assim, não tem dúvidas de que “as autoridades terão de criar cada vez mais medidas para diminuir os fluxos turísticos”, mas como é mais difícil controlar os fluxos de viajantes individuais, “têm sido impostas medidas restritivas ao turismo organizado: limitar o número de pessoas a circular em grupo nas ruas da cidade (por exemplo em Amsterdão); obrigar ao preenchimento de pedidos online para obter permissão de paragem de autocarros em áreas especificas nas cidades (por exemplo Estrasburgo, Roma ou Paris); criação de slots para visitas dos monumentos culturais, com um máximo de número de pessoas por grupo em praticamente todos os monumentos de maior interesse cultural”.

A Nortravel, como assegurou, tem tratado estas novas medidas burocráticas e operacionais com estratégias organizacionais internas, mas acredita que “para ter sucesso é necessária uma articulação proactiva entre quem programa e gere os produtos, e quem executa no terreno. Esse ajuste de procedimentos por parte dos nossos guias-acompanhantes e motoristas de turismo tem dado resultados encorajadores”.

Não colocar a sustentabilidade em causa
Ninguém põe em causa que a sustentabilidade das cidades é fundamental. O CEO da Pinto Lopes Viagens dá como exemplo a ilha de Capri, que se está a tornar um “dormitório para turistas”, que excedem, em muito, os habitantes locais e prejudicam gravemente a disponibilidade de alojamento e a qualidade de vida destes. Por isso diz ser indiscutível e necessárias “medidas para travar esta tendência, mas igualmente necessário um equilíbrio que não asfixie o turismo e a elevada fonte de receita que este representa”.

As taxas estão incluídas nos pacotes da Pinto Lopes Viagens, mas, de momento, não é esse o fator que mais contribui para o aumento generalizado dos preços das viagens, segundo o CEO da empresa. “São sim os efeitos pós-pandemia e decorrentes dos conflitos na Europa e Médio Oriente, como a escassez de mão-de-obra, a inflação e o consequente aumento do custo médio dos serviços”, considerou.

Uma vez que a oferta da Pinto Lopes Viagens é, quase na sua totalidade, outgoing, a sua atividade não é particularmente condicionada pela situação em Portugal. No entanto, “sabemos que Portugal está a seguir o exemplo das principais cidades europeias, estabelecendo regras que impeçam a descaracterização dos seus locais e protejam a qualidade de vida dos seus habitantes, ainda que de forma mais tímida e lenta”.

A consciência ecológica do grupo Ávoris no qual a Nortravel está integrada contribuiu também, segundo Ângelo Grilo, “para alinhar a nossa empresa com o novo mundo da sustentabilidade”, pois “este é o único caminho possível, e o esforço das autoridades que regulam o setor turístico no mundo inteiro tem de ser apoiado pelo tecido empresarial do qual fazemos parte”.

Reconhece que todos estes incrementos nas várias componentes do produto são naturalmente incorporados no PVP do circuito organizado, “criando naturais dúvidas no cliente final se valerá a pena adquirir um pacote turístico’’, mas “essas variações de preços também se registam nas viagens de individuais, por isso o mercado reage da mesma forma que sempre reagiu, escolhendo a melhor relação entre o trinómio preço/qualidade/conteúdo, seja no mercado português ou internacional”.

Na Nortravel, “olhamos para estes aumentos de uma forma criativa. Analisamos meticulosamente os conteúdos do nosso portefólio de oferta e concluímos que era possível sacrificar alguns segmentos de alguns produtos, garantindo a mesma qualidade hoteleira, serviços e guias-acompanhantes.

Sem retirar interesse global aos mesmos, passamos alguns pacotes de oito dias para sete, daí resultando um travão no preço final do pacote”, esclareceu Ângelo Grilo. Além desta estratégia, “a partir de 2022 lançámos no mercado alguns pacotes de 4 dias, respeitando os paradigmas dos produtos Nortravel, e permitindo aos clientes fazer ‘’escapadinhas’’ culturais por valores substancialmente inferiores a pacotes de 7/8 dias. Estes produtos têm tido uma extraordinária aceitação no mercado e estamos a analisar a procura para ajustar a oferta, bem como criar mais produtos em destinos diferentes”, realçou.

Foto: Depositphotos.com

O profissional da Nortravel apontou que, registamos, no entanto, alguma contradição entre o desenvolvimento social e intelectual que resulta do conceito abrangente “inclusão’’ nas sociedades modernas, e a penalização ao movimento de viajantes mais frágeis, mais idosos e com menos mobilidade. Neste sentido, o operador “tem optado, nos últimos anos, por comunicar ao mercado de forma clara, que alguns percursos a pé não são aconselháveis para viajantes com dificuldades de locomoção, e esperamos sempre que o bom senso prevaleça na hora de escolher um itinerário”.

Por outro lado, “assistimos ao incremento das taxas de cidade pagas nas estadias em hotéis, no crescimento dos preços nas entradas dos monumentos, bem como nas autorizações de entrada dos autocarros nos centros das cidades, ou aumento de zonas pedonais nas cidades”. É, como disse, a lei da oferta e da procura, se um produto é apetecível “o seu preço é naturalmente inflacionado”.

Esse aumento de receitas permite entre outros: “pagar para limpar a pegada deixada por milhões de turistas como por exemplo em Veneza, onde segundo a Reuters entraram 20 milhões de turistas em 2023, melhorar a capacidade de exposição dos monumentos, oferecer melhores condições logísticas aos visitantes, regular e pagar o controlo do trânsito em determinados bairros da cidade, como por exemplo no Porto ou Lisboa”.

Uns destinos mais, outros menos
Miguel Jesus, diretor geral da Image Tours conta-nos que no caso concreto do operador turístico que lidera e tendo em conta a sua programação, baseada em destinos do Médio e do Extremo Oriente, “ainda não temos essas dificuldades nem sentimos esse tipo de problema de uma forma tão acentuada”, mas em alguns destinos “o nosso cliente é deixado cada vez mais longe do local que vai visitar, porque cada vez mais se controla as zonas de restrição, o tráfego e tenta-se afastar os turistas um pouco mais”.

E dá o exemplo do Egito “Quando eu comecei a trabalhar com o Egito, os autocarros paravam coladas às Pirâmides, e agora já não acontece, as coisas estão mais controladas, são deixadas em parques de estacionamento com alguma distância e há controlo de segurança, e de entradas bastante rigoroso. Mas digamos que a visita e o itinerário, o programa em si sofre muito poucas alterações”.

Outros destinos da Image Tours, como a Jordânia, Turquia e Índia, “esses problemas ainda não se verificam”, mas Miguel Jesus acentua a questão da subida dos preços das entradas nos monumentos e atrações turísticas, e o grande número de turistas que se concentra muitas vezes ao mesmo tempo no mesmo local, o que tem vindo a aumentar ao longo dos anos. No entanto, refere que “temos de compreender que as pessoas viajam cada vez mais, os monumentos continuam a ser os mesmos e, muitas vezes, os acessos continuam a ser os mesmos, e a visita que durava, se calhar, uma hora, passa a durar uma hora e meia e há mais controlo”.

As concentrações de turistas nos principais monumentos obrigam, obviamente, o operador turístico a fazer uma maior gestão da viagem. O diretor-geral da Image Tours dá outra vez o Egito como exemplo, onde esta situação acontece com bastante frequência. “Nas alturas de época alta ou de grandes concentrações, como são o verão e a Semana Santa, em que se viaja bastante para o Egito, nós próprios, em conjunto com o nosso staff local (temos empresa no Egito), e pela experiência e conhecimento que temos do destino, coordenamos melhor as visitas. O que fazemos é sairmos mais cedo do hotel ou do barco para seremos os primeiros grupos a chegar, ou então a uma hora em que sabemos que o movimento é menor. Isto acontece, nomeadamente, em Luxor, no Templo de Karnak, e no Vale dos Reis, locais com excesso de turistas que, acabam por não tirar partido de toda a riqueza cultural e histórica que esses locais oferecem”.

Quanto aos preços das entradas e, consequentemente das próprias viagens, alterações que, segundo Miguel Jesus, aconteceram no pós-pandemia. Neste caso lembra a inflação que se tem verificado na Turquia, mas também no Egito, que após quase dois anos sem receber turistas, aproveitaram o pós-pandemia para fazer disparar os preços, quer ao nível das visitas, quer da hotelaria. “Nós, logicamente, temos de temos que refletir todos estes valores no preço que apresentamos ao cliente. Não há forma, não há volta a dar”, salientou, para adiantar que as taxas turísticas são os clientes que também pagam. “É uma realidade dos nossos tempos que as pessoas acabam por entender. Também tem muito a ver com os valores que, por enquanto, ainda não afetem muito e as pessoas acabam por compreender”.

Todos querem mais turismo, mas ninguém quer encontrar turistas
Paulo César, responsável pelo Departamento de Grupos da LuxTours, conclui a nossa ronda de contactos com operadores e agências de viagens que organizam circuitos culturais e viagens de grupo. Embora, nos últimos tempos, não tem levado grupos a Veneza ou algumas cidades do Japão onde as recentes restrições ao turismo têm sido muito severas, Paulo César compreende que “é difícil dar a volta a isso, porque cada vez há mais turismo, cada vez há mais turistas”. O paradoxo é que “queremos mais turistas, mas depois não queremos encontrar turistas para os sítios onde vamos, é impossível”, aponta.

O responsável da LuxTours indica que, por exemplo, a ilha grega de Santorini é um sítio que há muito tempo já deviam ter colocado algumas restrições. “É uma ilha lindíssima, a maior parte das pessoas que lá vai, vem a detestar a viagem. Os próprios turistas que lá estão a fazer estadia, ficam a detestar os outros turistas que chegam, que são os dos cruzeiros. Santorini em hora de cruzeiro é um autêntico Metro em hora de ponta, ninguém desfruta de nada, é tudo ao monte”, explicou, avançando que “se calhar as taxas são uma forma de conter esse fluxo, isto fazendo eu papel de advogado do diabo. Vemos também isso em Lisboa e em que há muita gente a não achar muita graça. Há certos sítios que vamos e não encontramos um português. Está tudo completamente desfasado, não tem nada a ver com Lisboa”.

“Não deixámos de vender, os grupos estão cheios, mas não somos nós agentes de viagens que estamos a ganhar mais, os aviões, os hotéis e os serviços é que estão mais caros, a acrescentar às taxas e mais taxas que aparecem cada vez mais. A verdade é que as pessoas têm estado dispostas a pagar, têm pago e não temos razão de queixa”, Paulo César – responsável pelo Departamento de Grupos e Incentivo da LuxTours

Autocarros estacionados longe dos centros. Paulo César exemplifica Roma. “Os autocarros de turismo quase que já não circulam em Roma, tudo o resto temos de fazer a pé. Vou com um grupo agora a Roma, tenho um guia local, mas vamos fazer as deslocações em toda a cidade entre o Metro e a pé, não há outra forma de as fazer. Cria alguns problemas, claro, mas são inultrapassáveis. Enquanto havia pouca gente em Roma, era fácil, mas hoje, se os autocarros forem todos para dentro de Roma, o trânsito não mexe”, reconhece.

Taxas mais altas nos hotéis, foi outro assunto que abordámos com Paulo César: “Em Roma começam nos hotéis de 2 e 3 estrelas com o custo de 6 euros a diária, e vão por ali acima. Isto sai do bolso do cliente, mesmo que estejamos nós a pagar, o cliente já pagou antes, o que torna, sem dúvida, a viagem está mais cara”.

No entanto, muitas vezes a agência de viagens é apanhada de surpresa. “Tenho clientes que vão à Namíbia, o visto que era concedido à entrada era grátis, e a partir de 1 de junho passa a custar 30 dólares, mas quando vendi o produto, no preço da viagem não constava esse montante, e na verdade o cliente quando chegar vai ter de pagar esse valor”, enfatizou, indicando que situações destas acontecem em variadíssimos destinos.

“Subiram todas as entradas em monumentos, e se formos pedir direito de fotografia de filmar, então é mais outra taxa”. Querendo ou não, isto tudo tem impacto no preço da viagem. “Não me lembro das viagens terem atingido valores tão elevados como este ano, mas também porque há muita procura, e as previsões é que sejam ainda mais altas em 2025. Fiz um cruzeiro o ano passado em Miami, este ano fiz outro, na mesma data, exatamente no mesmo navio, da mesma companhia, custou agora mais cerca de 450 euros. É a lei da oferta e da procura”, precisou.

“Não há lugares vazios. Um suplemento de classe executiva, e temos um grupo para o próximo ano a fazer a Austrália e Nova Zelândia em janeiro, a diferença são 7 mil euros, quando antigamente seria de 3 a 4 mil euros. Quem quer compra, quem não quer vai a económica, mas é um exagero”, ressalvou Paulo César, indicando que “não deixámos de vender, os grupos estão cheios, mas não somos nós agentes de viagens que estamos a ganhar mais, os aviões, os hotéis e os serviços é que estão mais caros, a acrescentar às taxas e mais taxas que aparecem cada vez mais. A verdade é que as pessoas têm estado dispostas a pagar, têm pago e não temos razão de queixa”.

Filas e filas, horas de espera que visitar um monumento. O responsável de grupos da LuxTours diz que “as coisas são organizadas antes da partida e há sempre formas alternativas de entrar, ou seja, compramos antecipadamente e vamos para as filas de entrada prioritária que são muito mais pequenas e com hora marcada. Paga-se é mais”, concluiu.

Fotos: Depositphotos.com
Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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