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Turismo

Sustentabilidade: A tendência que a pandemia veio acelerar também em Portugal

Não é propriamente novidade, mas o certo é que, com a pandemia da COVID-19 e as novas tendências que ela trouxe, se passou a ouvir falar cada vez mais da sustentabilidade no setor do turismo. Saiba o que estão as várias áreas do setor a fazer para se tornarem mais sustentáveis, também em Portugal.

Inês de Matos
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Sustentabilidade: A tendência que a pandemia veio acelerar também em Portugal

Não é propriamente novidade, mas o certo é que, com a pandemia da COVID-19 e as novas tendências que ela trouxe, se passou a ouvir falar cada vez mais da sustentabilidade no setor do turismo. Saiba o que estão as várias áreas do setor a fazer para se tornarem mais sustentáveis, também em Portugal.

Inês de Matos
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Apesar de não ser nova, a questão da sustentabilidade ganhou novo fôlego com a COVID-19. O coronavírus, que surgiu inicialmente na Ásia, espalhou-se por todo o planeta num par de meses, mostrando que, num mundo global, não há fronteiras que impeçam um vírus de se tornar numa pandemia.

Além da questão epidemiológica, a COVID-19 permitiu ainda perceber que, também ao nível da sustentabilidade, vivemos hoje num mundo global. Quem não se lembra das notícias sobre o impacto positivo que a paragem da atividade humana estava a ter no meio ambiente um pouco por todo o mundo? Os níveis de poluição do ar e água baixaram, a poluição sonora também foi reduzida e até os golfinhos voltaram a locais onde há muito não eram vistos.

Essa tomada de consciência de que o mundo é, atualmente, globalizado levou a que também no turismo se passasse cada vez mais a falar em sustentabilidade, sobretudo ambiental, até porque uma atividade ambientalmente sustentável também se torna mais sustentável a nível económico e, consequentemente, social.

Esta mudança de mentalidade é também visível por parte dos consumidores, que estão hoje mais alerta para a pegada ecológica das suas viagens. Um recente estudo do Expedia Group, realizado com base em 11 mil entrevistas a consumidores de viagens de 11 mercados – EUA, Canadá, México, Brasil, Reino Unido, França, Alemanha, Índia, China, Japão e Austrália – mostra justamente isso, já que dá conta que 90% dos inquiridos procuram opções sustentáveis quando viajam e mais de 38% estão dispostos a pagar mais para tornar a viagem sustentável.

Consciente desta nova realidade, o Turismo de Portugal lançou, em 2020, o programa Turismo + Sustentável para tornar Portugal no destino mais sustentável do mundo, aproveitando a oportunidade trazida pela pandemia para repensar o posicionamento do setor e acelerar a implementação de práticas de sustentabilidade nos destinos e também nas empresas ligadas a este setor, num trabalho que se espera que venha ainda a contar com o apoio da ‘bazuca europeia’, que conta com fundos para apoiar projetos de sustentabilidade e digitalização.

O Publituris foi saber juntos dos players das várias áreas do setor, como está o turismo preparado e a preparar-se para a sustentabilidade. Apenas o Turismo de Portugal, apesar da insistência do Publituris, não respondeu às questões colocadas até ao fecho desta edição.

Hotelaria
Apesar de não ser fácil medir a sua pegada ecológica, também a hotelaria tem vindo a despertar para a questão da sustentabilidade e do seu impacto ambiental até porque, como diz Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), esta é atualmente “uma questão de sobrevivência”. “A hotelaria percebe que, se não estiver neste mercado da sustentabilidade, vai desaparecer do mapa. Portanto, é uma questão de sobrevivência”, indica, considerando que o patamar de sustentabilidade em que se encontra atualmente o setor do alojamento turístico “é o da sensibilização, que é já universal”.

De acordo com a responsável, além de estar sensibilizada para esta questão, a hotelaria tem vindo também a dar passos no sentido de se tornar mais sustentável e muitas unidades têm vindo a abolir os plásticos de uso único, a optar por produtos regionais, assim como a utilizar detergentes menos poluentes. No entanto, segundo Cristina Siza Vieira, é preciso ter em conta que a hotelaria está “no fim da linha da grande produção de CO2”, uma vez que “é um consumidor de energia e a energia é o maior produtor de emissões de carbono”.

Mas Cristina Siza Vieira admite que a hotelaria pode fazer mais, ainda que, para poder dar o seu contributo, seja necessário saber exatamente qual é o seu impacto. “Não é possível gerir aquilo que não se consegue medir. Temos de conseguir medir e sei que, nessa parte, há muita vontade da hotelaria em caminhar nesse sentido, mas a dúvida é sobre qual o caminho e como é que podemos progredir nesse caminho”, defende, considerando que “é aqui que o próprio programa do Turismo de Portugal, que adota o modelo Green, no ESG Framework, pode ajudar”, uma vez que existem dúvidas sobre “as várias etapas desse caminho”, nomeadamente sobre o selo ou o framework que se deve escolher para medir a pegada ambiental.

Menos dúvidas parecem existir quanto à necessidade de apostar nos produtos regionais como forma de diferenciação, mas principalmente para reduzir a pegada ecológica. “Temos de marcar a diferenciação, apostar naquilo que é nosso e que faz de um hotel ou de um destino únicos”, acrescenta a presidente executiva da AHP.

Na opinião da responsável, o tipo de consumo dos hotéis também vai ditar o seu caminho rumo à sustentabilidade. “Vamos ter de repensar se vamos continuar a ter frutas exóticas no pequeno-almoço. Parece-me que vamos ter de comer outras coisas na nossa hotelaria, da mesma forma que há também cada vez mais hotéis sensibilizados para o consumo de atoalhados e lençóis produzidos em território nacional. Temos de apoiar a produção nacional, também por uma questão de pegada ecológica”, defende.

E aqui, acrescenta a responsável, entra ainda a questão da economia circular, de que o programa Hospes, o programa de responsabilidade social da AHP, que recolhe bens usados dos hotéis para os entregar a instituições de solidariedade social, é um bom exemplo. “No nosso programa Hospes, temos prevista a economia circular, ou seja, a reutilização e a reciclagem”, indica, revelando que esta iniciativa tem um impacto ao nível da sustentabilidade que é mais “fácil de medir”. “Por exemplo, em têxteis, entre 2016 e 2019, doámos 232 unidades. Sabendo que na produção de um bem têxtil se gasta X litros de água, conseguimos saber que foram poupados 669 milhões de litros de água”, explica, defendendo que este exemplo mostra porque é que a hotelaria deve insistir na sustentabilidade, uma vez que além de benefícios para o ambiente, é também possível gerar benefícios sociais e ajudar a comunidade.

A AHP conta ainda com o Gabinete de Apoio à Gestão e ao Investidor que tem “uma vertente forte de aconselhamento sobre quais são os sistemas e selos mais adequados”, uma vez que, explica a presidente executiva da associação, “um selo não é atribuído sem mais, é ajustado ao tipo de hotelaria. Não há um único selo, há vários para várias gamas de hotéis”.

Importante para medir a pegada ambiental será também a nova plataforma que vai nascer no âmbito do programa Turismo + Sustentável e que vai permitir “medir os consumos de água, eletricidade e gás na hotelaria”.

Mas é nos fundos da ‘bazuca europeia’ que reside a grande esperança, uma vez que será “daí que virão as verbas que permitirão à hotelaria, sobretudo do ponto de vista da transição energética, ser mais sustentável”. De acordo com a responsável, estas verbas são “fundamentais” para que a hotelaria possa mais um passo e investir na renovação dos sistemas de abastecimentos e reaproveitamento de águas residuais, intervenções que, segundo Cristina Siza Vieira, são ao nível do “hardware” e, por isso, mais dispendiosas. “A bazuca vai, com certeza, impulsionar a revisão das infraestruturas, o que vai permitir uma economia grande e o trilhar de um caminho para a sustentabilidade”, considera.

Golfe
Tal como a hotelaria, também o golfe português tem vindo a fazer o seu caminho no que diz respeito à sustentabilidade, com Luís Correia da Silva, presidente do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) a explicar ao Publituris que, mais do que uma questão de preocupação ambiental, o trabalho que o golfe tem vindo a fazer prende-se também com a sustentabilidade económico-financeira. “Aquilo que tem sido feito é numa preocupação de sustentabilidade ambiental, mas que tem, depois, outro tipo de vantagens porque a sustentabilidade ambiental no golfe tem muito a ver com a sustentabilidade económica e financeira da operação”, explica o responsável, considerando que, entre as indústrias produtivas, “o golfe é aquela que há mais tempo percebeu que o sucesso e eficiência da operação passa muito por aquilo que são os cuidados que tem de implementar nos campos”.

Por isso, acrescenta, a “performance ambiental nos campos de golfe é atualmente muito mais eficiente, muito mais cuidada do que acontece em outras operações semelhantes”.

De acordo com Luís Correia da Silva, a maioria dos campos de golfe nacionais tem vindo a investir em sistemas de rega e drenagem que permitem a utilização de menores quantidades de água e o reaproveitamento das águas pluviais, a exemplo dos lagos que, segundo o responsável, além de contribuírem para a “dificuldade de jogo, são também reservatórios que permitem reter a água da chuva e a água da drenagem”.

Além destes sistemas, os campos de golfe têm vindo também a apostar em novos tipos de relva com menor necessidade de água, como as relvas de períodos quentes, que permitem “que se poupe muita água, porque as relvas de períodos frios sofrem muito durante o verão e isso implica um consumo de água muito mais elevado”. “Muitos campos de golfe em Portugal, particularmente nas áreas verdes, têm optados pela substituição por novos tipos de relvas que são altamente eficientes no uso de água”, explica o responsável.

Importante é também o facto destes sistemas serem “praticamente à prova de perdas”, ao contrário do que acontece noutras atividades. “Nos campos de golfe, por norma, tudo está altamente definido, não há perdas e é possível reduzir o consumo ao mínimo”, refere.

A consciência ambiental dos campos de golfe tem também levado a que o “controlo de pragas e infestações” seja realizado, cada vez mais, “com recurso mínimo à utilização de produtos que são tidos como produtos com maior impacto ambiental”, o que tem levado mesmo à “certificação de muitos campos de golfe do ponto de vista ambiental e de qualidade”, o que é apreciado também pelos clientes e praticantes da modalidade.

E também no golfe começam a surgir veículos movidos a energia elétrica, com Luís Correia da Silva a dar como exemplo os buggies que já “são quase todos elétricos”, existindo até campos de golfe que, através do GPS, têm vindo a limitar a sua circulação a trajetos pré-definidos.

Apesar de estarem no bom caminho, os campos de golfe nacionais podem fazer ainda mais em prol da sustentabilidade ambiental, com Luís Correia da Silva a considerar que a ‘bazuca europeia’ será importante para a modernização da gestão e operação destes espaços, assim como para a sua manutenção. “Toda a grande operação de manutenção dos campos de golfe, como o corte das relvas, ainda hoje é feita por máquinas que utiliza, combustíveis fósseis, ao contrário do que acontece com os buggies que já utilizam energia elétrica”, indica o responsável, que espera que, com os apoios da ‘bazuca’, seja também possível digitalizar algumas das etapas da manutenção, de forma a reduzir o peso da componente humana. “Portanto, para o futuro, há aqui uma área que implica tecnologia, sustentabilidade, eficiência e a própria utilização de mão-de-obra – que cada vez é mais difícil de encontrar – por via da digitalização e que é previsível que, num prazo relativamente curto, possa dar origem a projetos que venham eventualmente a ser incluídos naquilo que são os apoios financeiros que possam ser gerados pela bazuca”, admite o responsável.

Aviação
Considerado um dos setores mais poluentes, a aviação foi responsável, em 2019, pela emissão de 915 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. No entanto, este é também um dos setores que mais tem vindo a lançar estudos e iniciativas com vista à sustentabilidade, seja através do investimento em combustíveis mais sustentáveis, de programas de compensação de carbono ou da aposta no desenvolvimento de aparelhos movidos a energia elétrica ou hidrogénio.

Ao Publituris, Paulo Geisler, presidente da RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal, lembra que “a indústria do transporte aéreo sempre se pautou pela inovação”, motivo pelo qual o tema da sustentabilidade já vinha a ser desenvolvido “muito antes da pandemia”. “Recorde-se, por exemplo, que as companhias aéreas europeias compensam as suas emissões de CO2 ao abrigo do CELE desde 2012. As companhias aéreas estão cientes de que viajar torna o mundo um lugar melhor. As pessoas apercebem-se das diferenças, mas que no fundo somos todos iguais. É por isso que as companhias aéreas usam os seus conhecimentos para tornar as viagens de avião CO2 neutras”, indica.

Além do CELE, Paulo Geisler refere também “a utilização de combustíveis sustentáveis e as elevadas reduções de consumo resultantes do forte investimento em investigação e desenvolvimento de novos equipamentos” como exemplos de investimentos que a aviação tem vindo a fazer para se tornar mais sustentável e atingir os “objetivos ambiciosos” que estão definidos e que visam “reduzir para metade as emissões líquidas de CO2 num futuro não muito longe”. “Muitas empresas juntaram-se à Iniciativa Metas Baseadas na Ciência (SBTi) para alinhar a sua trajetória de redução de CO2 com o Acordo Climático de Paris das Nações Unidas. Com base em cálculos científicos, as emissões de CO2 serão continuamente reduzidas com a ajuda da renovação e otimização da frota e da melhoria da eficiência operacional”, indica.

Apesar de reconhecer que as metas da indústria são “ambiciosas”, Paulo Geisler mostra-se convencido que o transporte aéreo vai conseguir “alcançar” essas mesmas metas, até porque o sucesso das iniciativas já desenvolvidas permite ter essa confiança.

Mas a sustentabilidade no transporte aéreo não depende apenas dos operadores, indica Paulo Geisler, que lembra que, neste ponto, há também “projetos que podem ter importante relevância na área da sustentabilidade que dependem dos Estados”, a exemplo do ao Céu Único Europeu, onde o responsável considera que “já se poderia ter ido mais longe”.

O presidente da RENA lembra que, na indústria da aviação, a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo “está muito empenhada nas questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável da aviação” e indica que, em Portugal, a RENA tem vindo a “dinamizar e defender o interesse dos seus membros perante as entidades relevantes”, nomeadamente na sustentabilidade, através da sensibilização dos “agentes relevantes para a importância de se avançar com projetos que tragam reais vantagens de sustentabilidade”.

Os fundos europeus podem vir a ser importantes para alguns projetos, com Paulo Geisler a admitir “um papel mais relevante no campo da investigação e desenvolvimento”, ainda que a RENA não espere apoios expressivos para a aviação. “Não estimamos que os operadores aéreos recebam fortes apoios diretamente, até porque há um importante equilíbrio concorrencial que tem de ser mantido”, indica.

O responsável mostra-se, contudo, mais cético no que diz respeito à política de sustentabilidade que Portugal tem seguido, indicando que a RENA não tem “visto ações concretas do estado português” que permitam dizer que o país está, de facto, apostado em ser o destino turístico mais sustentável do mundo e, relativamente à aviação, a situação é até inversa. “Assistimos à criação de um imposto turístico sob vestes ambientais, a dita “taxa de carbono” que não tem qualquer vantagem ambiental e retira espaço à criação de uma verdadeira fiscalidade verde”, aponta, notando que se Portugal quer atrair turistas sob o mote da sustentabilidade, isso “dependerá das medidas concretas” que o país venha a criar.

Cruzeiros
A questão da sustentabilidade também tem estado presente na agenda dos cruzeiros desde há vários anos, lembra Marie-Caroline Laurent, diretora-geral para a Europa da CLIA – Associação Internacional de Companhias de Cruzeiro. Ao Publituris, a responsável indica que a indústria dos cruzeiros “já investiu milhões em novas embarcações com melhor desempenho ambiental e usando tecnologias de propulsão mais sustentáveis” e lembra que, mesmo com a pausa global nas operações motivada pela pandemia, “o compromisso da indústria em atingir as suas ambiciosas metas ambientais não vacilou”.

Segundo Marie-Caroline Laurent, na União Europeia, esta questão também tem ganho destaque, uma vez que “o Green Deal estabeleceu a ambição europeia de se tornar o primeiro continente neutro para o clima até 2050”, ambição que, diz a responsável, é acompanhada pela CLIA, que “anunciou um compromisso global de atingir carbono zero até 2050”.

Nos cruzeiros, a sustentabilidade depende, segundo a responsável, de três pilares de ação, o primeiro “envolve a redução da pegada de carbono dos navios no mar e no cais”, o que será conseguido com a renovação das frotas, pois, nos próximos cinco anos, mais de metade dos novos navios serão movidos a GNL, combustível menos poluente e com “benefícios imediatos na redução de emissões, incluindo até 20% menos emissões de GEE”.

Mas não será apenas ao nível do GNL que será possível reduzir a pegada destes navios, uma vez que, acrescenta a responsável, as companhias de cruzeiros “também estão a investir em opções de energia sustentável, como bateria ou energia eólica para embarcações de menor porte, hidrogénio e navios híbridos que dependem de energia de células de combustível”. “Temos uma frota mais moderna do que nunca e cada novo navio lançado é até 20% mais eficiente do que aquele que substitui”, realça Marie-Caroline Laurent.

Além do combustível, a responsável da CLIA para a Europa destaca também a mudança nos “serviços de hospitalidade a bordo” como o segundo pilar de ação, uma vez que as companhias têm vindo a investir na introdução de “sistemas avançados de tratamento de águas residuais, sistemas de gestão de água e esquemas de reciclagem”, o que permite “reaproveitar 100% dos resíduos gerados a bordo”. A estas mudanças, junta-se ainda a introdução de outras “inovações de eficiência energética”, que já estão presentes “em todos os lugares a bordo, como iluminação LED que utiliza 80% menos energia”.

Já o terceiro pilar indicado por Marie-Caroline Laurent tem a ver com a gestão do próprio destino, de forma a manter os benefícios que o turismo de cruzeiros gera para as comunidades e a experiência do cliente. “Sabemos que o turismo de cruzeiros traz benefícios económicos e sociais para as comunidades; em média, cada passageiro gasta 660 euros em cidades portuárias durante um cruzeiro típico de sete dias, e esse benefício não é único, pois 60% das pessoas que fizeram um cruzeiro referem que regressaram a um destino que visitaram pela primeira vez num navio de cruzeiro”, indica.

De acordo com a responsável, os cruzeiros têm “um histórico de parcerias com destinos para equilibrar as necessidades das comunidades e manter a experiência do visitante”, como acontece em Dubrovnik, na Croácia, ou em Palma de Maiorca, em Espanha, e a própria CLIA tem vindo a “trabalhar para identificar soluções à medida de cada destino”. “Ao agir de forma transparente e aberta, podemos continuar a construir confiança e a mostrar que a indústria de cruzeiros está a liderar o setor para construir um novo modelo responsável”, considera.

No caso de Portugal, Marie-Caroline Laurent mostra-se otimista, até porque o investimento anunciado para dotar o Porto de Lisboa da tecnologia ‘shore to ship’, que permite fornecer energia aos navios para que eles não tenham de ter os motores ligados quando estão no porto, é “muito encorajador”. “É importante perceber que os navios só se podem conectar à eletricidade em terra nos portos que investiram na infraestrutura necessária, e ainda são muito poucos os que oferecem essa capacidade para responder às necessidades dos navios de cruzeiro. É aqui que temos o prazer de assistir ao aumento de parcerias com portos e governos. É, por isso, muito encorajador ver que o porto de Lisboa está a avançar nos estudos sobre o potencial de capacidade de eletricidade em terra”, aponta.

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Miguel Quintas anuncia candidatura à presidência da ASGAVT

Miguel Quintas, CEO do Consolidador.com e Chairman da Airmet anunciou, esta terça-feira, que é candidato à presidência da ASGAVT (Associação de Sócios-Gerentes das Agências de Viagens e Turismo) para o biénio 2023-2025, cujas eleições estão marcadas já para sexta-feira dia 26 de maio.

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O gestor referiu, em comunicado, que a sua candidatura à presidência da ASGAVT, até ao momento, a única, tem como objetivo principal “defender os interesses de todas as agências de viagens em Portugal, sem qualquer exceção” e que tal passa por “criar um ambiente mais livre, mais transparente, mais inclusivo, mais concorrencial, mas acima de tudo, mais democrático no setor das agências de viagens”.

Sobre a lista que vai apresentar a sufrágio, Miguel Quintas assegura que “irá ser a mais inclusiva alguma vez vista no setor em Portugal, compreendendo agências participantes em associações e grupos concorrentes como por exemplo: Airmet, Airventure, By-Travel, DIT, GEA e Mercado das Viagens.

Neste sentido, o candidato acrescenta que “e um sinal claro que o setor, mesmo atuando em espaços e unidades concorrenciais diferentes, está unido em torno de um objetivo comum e que passa por conseguir dar uma resposta efetiva às suas necessidades diárias”, para realçar que acredita que “as agências de viagens em Portugal se irão rever nesta lista e nesta missão, cuja prioridade máxima é a sua individualidade e o setor que representam, sem espaço para quaisquer mecânicas de interesses económicos empresariais ou mesmo engenhos e artifícios de poder”.

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Dia Mundial do Turismo 2023 vai ser consagrado aos investimentos verdes no setor

O tema escolhido pela Organização Mundial de Turismo (OMT) para celebrar a edição de 2023 do Dia Mundial do Turismo (DMT) é “Turismo e Investimentos Verdes”, que considera uma das principais prioridades para a recuperação do turismo, crescimento e desenvolvimento futuros.

O mundo vai celebrar o próximo Dia Mundial do Turismo, iniciativa da OMT que se assinala a 27 de setembro, com um apelo à necessidade de mais investimentos direcionados para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade, com a temática global “Turismo e Investimentos Verdes”.

A OMT pretende que se encontrem soluções inovadoras que promovam e sustentem o crescimento económico e a produtividade, convergindo para as metas de​ sustentabilidade.

Por outro lado, a Organização Mundial do Turismo, que ainda não anunciou o local das celebrações oficiais da edição de 2023, espera que o mundo inteiro reflita sobre a imprescindibilidade da realização de investimentos que beneficiem as pessoas, numa aposta na educação e competências, o planeta (incidindo em infraestruturas sustentáveis e acelerando a transformação ecológica) e a prosperidade (promovendo a inovação, a tecnologia e o ​empreendedorismo).

O Dia Mundial do Turismo 2023 faz, assim, apelo à comunidade internacional, aos governos, instituições financeiras multilaterais, parceiros de desenvolvimento e investidores do setor privado, para todos se unirem em torno de uma nova estratégia de investimento num turismo cada vez mais sustentável.​

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Centro de visitas das caves da Churchill’s faz homenagem ao vinho e ao Douro

Diretamente das suas vinhas do Douro para as caves em Gaia, a Churchill’s oferece não só a oportunidade de conhecer o processo de envelhecimento dos seus vinhos, como também um conjunto de provas para descobrir o universo de referências da marca.

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Com uma vista privilegiada sobre o Douro, as caves da Churchill’s, e o seu centro de visitas em Vila Nova de Gaia, permite aos visitantes conhecer o processo de envelhecimento de vinhos com a equipa de ‘wine educators’, ou desfrutar de uma prova exclusiva e personalizada com um dos seus enólogos.

Uma visita às caves da Churchill’s passa pela Sala dos Tonéis, o Armazém dos Tawny e a Cave de Vintage. Os visitantes são guiados pela história de 40 anos da casa ‘Churchill’s’ e da família que a fundou, ficando a conhecer o mundo do vinho do Porto através do processo de envelhecimento – dos grandes tonéis de Reserve e LBV, à cave onde os vinhos do Porto Vintage descansam e envelhecem em garrafa, até ao grande armazém de pipas onde se envelhecem os Tawny da casa e o seu icónico vinho do Porto branco seco.

As experiências de provas estão divididas entre vinhos do Porto e do Douro. Nas duas experiências é possível pedir uma seleção de queijos, para acompanhar, ou ainda optar pela Prova do Dia, pensada e selecionada pela equipa da Churchill’s para os visitantes que querem ser surpreendidos. As provas variam entre os 15€ e 45€ por pessoa.

Após a prova, os visitantes podem levar para casa as referências de que mais gostaram através de uma passagem pela adega da Churchill’s.

Para além das caves, os visitantes podem, desde o passado dia 5 de maio, de sexta-feira a domingo das 14h às 19h, desfrutar do resto do dia no 1982 Bar e no jardim da Churchill’s.

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Casa Relvas promove mais uma edição do “Um Dia em São Miguel”

A Casa Relvas volta a abrir as portas da Herdade de São Miguel, em Redondo, para mais uma edição deste evento especial, que decorrerá a 27 de maio, sábado. Pretende-se uma tarde de convívio, entre família, amigos, vinho, gastronomia, música, artesanato, animação e muitas surpresas.

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No dia 27 de maio, sábado, a Casa Relvas promove mais uma edição do evento “Um Dia em São Miguel”. Nesta data, o produtor alentejano convida o público a passar uma tarde no campo, entre a família e os amigos, e brindar ao melhor que o Alentejo tem para oferecer. Este é o programa de fim de semana perfeito para os amantes de vinhos – e gastronomia – e também para quem gosta de estar ao ar livre.

“As edições anteriores deste evento, que é muito especial para a Casa Relvas, foram um verdadeiro sucesso. Este ano, queremos surpreender ainda mais os visitantes, com atividades para toda a família, atuações musicais imperdíveis, entre muitas outras surpresas”, revela Alexandre Relvas, CEO da Casa Relvas.

“Um Dia em São Miguel é, na verdade, muito mais do que um evento, uma vez que temos a oportunidade de abrir as portas da Herdade de São Miguel a todos os nossos clientes, amigos e parceiros, para brindarmos, juntos, à história da Casa Relvas e à riqueza cultural alentejana. Queremos que esta data fique na memória de todos os que nos visitam”, acrescenta o gestor.

Das 14h30 até ao pôr do sol, a Herdade de São Miguel, situada no Redondo, será palco desde provas de vinho e gastronomia aos concertos, passando pelos jogos tradicionais ou pela demonstração de produtos e artesanato da região.

A par dos expositores, o recinto conta ainda com uma loja onde é possível comprar merchandising, vinhos e diversos produtos da região, e onde podem também ser adquiridas as senhas de consumo para o evento. Uma vez que o evento decorrerá no campo, nem sempre há rede multibanco, pelo que é aconselhável levar dinheiro para fazer as compras.

A par da vertente vínica e gastronómica, o evento promovido pela Casa Relvas dispõe também de muitas outras atividades, que procuram dar a conhecer a essência das tradições alentejanas. Jogos tradicionais para os mais pequenos, a tosquia das ovelhas e a roda de oleiro do Xico Tarefa, com loiça típica do Redondo, são algumas das atrações principais.

Os visitantes podem também ver de perto a pintura de mobília típica do Alentejo, as Ruas Floridas, com demonstração do trabalho local com flores de papel, e podem ainda gravar o nome num saca-rolhas personalizado para levar para casa e ter uma recordação deste dia especial. Quem adquirir bilhete para “Um Dia em São Miguel”, terá ainda a possibilidade de assistir a três momentos musicais.

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Wine & Travel Week distinguida com prémio internacional

A inovação e a qualidade da Wine & Travel Week, iniciativa organizada pela Essência Company, em fevereiro, no Porto, com os apoios do Turismo de Portugal e da Great Wine Capitals, foram reconhecidas pela The Drinks Business.

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A considerada líder europeia na informação de temáticas profissionais dos setores do vinho, espirituosas e cervejas, a The Drinks Business acaba de reconhecer a inovação e a qualidade da Wine & Travel Week. O prémio foi entregue esta terça-feira no Olympia London, integrado na feira profissional London Wine Fair, que vai na sua 41ª edição.

Realizados anualmente há mais de duas décadas, os “The Drinks Business Awards” reconhecem os melhores desempenhos no setor internacional de bebidas nos últimos 12 meses, em categorias que abrangem desde campanhas de marketing a lançamentos, passando pela distribuição e pelo reconhecimento de individualidades. Nesta edição estrearam a categoria “Best Drinks Event”.

A data de realização da Wine & Travel Week no próximo ano já está marcada. O evento decorrerá na semana de 19 a 25 de fevereiro de 2024, voltando a reunir em Portugal boa parte dos melhores pretextos de descoberta do mundo do vinho.

A entidade organizadora indica, em nota de imprensa, que os resultados da edição de 2023 foram excelentes. Não só foram abertas excelentes perspetivas de negócio, como o grau de satisfação de quem participou nos diferentes momentos destes eventos é bastante elevado. O evento ajudou ao posicionamento da indústria do enoturismo e do setor do vinho, refere ainda.

Refira-se que a estreia da Wine & Travel Week, que esteve inserida a 19ª edição do Essência do Vinho – Porto, reuniu em Portugal mais de 300 convidados internacionais, entre compradores e jornalistas, e um total de 500 expositores. Foram concretizadas cerca de 1.600 reuniões profissionais e, no conjunto dos eventos, houve lugar a mais de uma centena de experiências.

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In Sure Broker retira custo da garantia Covid das opções de seguro de viagem

Depois da declaração do fim do estado de pandemia, a In Sure Broker adapta a sua oferta no que diz respeito ás opções de seguros de viagem.

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A In Sure Broker, em conjunto com os parceiros seguradores, decidiu retirar o custo da garantia Covid das opções de seguro de viagem passando a enquadrar-se o referido risco nas opções de assistência, (Classic, Silver, Gold, Platinum), base ou plus deixando de ser necessário a contratação de uma opção especifica para este risco o que se reflete numa maior competitividade dos nossos clientes.

Esta decisão vem no seguimento do fim da classificação por parte da Organização Mundial de Saúde (OMS) do vírus causador da doença, o SARS-CoV-2 “Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional”, em que o vírus passou a endémico à escala global as situações decorrentes de COVID.

Em comunicado, a In Sure Broker refere que seguirá a trabalhar para “continuar a ter melhor solução para cada caso específico”, referindo ainda que conta, muito em breve, disponibilizar “novas e diferenciadoras soluções com vista a manter os agentes de viagem apetrechados com o melhor nível de proteção disponível no mercado para poderem proporcionar aos seus clientes”.

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Indústria do turismo deve apostar na Inteligência Artificial e na Analítica Avançada para continuar a crescer

Durante o Travel Summit 2023, organizado pela Minsait, ficou patente a importância da incorporação massiva de tecnologias avançadas como a Inteligência Artificial ou a Analítica Avançada no setor do turismo.

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O setor do turismo está a ganhar impulso e enfrenta o presente como um ponto de viragem para a sua continuidade, após uma das maiores crises de sempre na indústria do turismo, seguido de um 2022 motivado pelo desejo global de viajar. Trata-se de uma nova etapa que obrigará à transformação digital dos operadores e empresas na área do turismo, marcada pela incorporação massiva de tecnologias avançadas como a Inteligência Artificial (IA) ou a Analítica Avançada (AA), a fim de gerir dados e informações de uma forma mais qualitativa, dando resposta e valor a destinatários cada vez mais digitais, exigentes e empenhados em questões como a segurança ou a sustentabilidade.

Esta foi uma das conclusões abordadas durante o Travel Summit 2023 da Minsait, uma empresa da Indra, no encontro setorial realizado recentemente pela empresa para a indústria das viagens, que reuniu grandes marcas e players do setor do turismo de vários países.

Tecnologias como a IA ou a Analítica Avançada (AA) contribuem de forma determinante para a gestão da informação que as empresas do setor recebem dos seus utilizadores, convertendo-a em recursos valiosos para oferecer melhores experiências e consequentemente atingir melhores resultados. Em paralelo, tanto a automação (para fazer evoluir os processos e operações do setor), como a IoT (que já supôs uma revolução na conexão de dispositivos e no incentivo ao multicanal), somam-se à crescente necessidade de migrar processos para a cloud, com o intuito de aumentar a flexibilidade das operações num ambiente global em que nada é certo.

“Este setor sempre teve no seu ADN a inovação e foi um dos pioneiros na incorporação de novas soluções tecnológicas, mas também foi um dos setores que mais sofreu o impacto da pandemia e teve de se adaptar e inovar rapidamente, explorando novos modelos de negócio e soluções digitais, que foram chave para ultrapassar o momento. No entanto, o mercado está diferente e as preocupações e exigências dos viajantes evoluíram. Aqueles que não acompanharem esta evolução correm o risco de ficar para trás e perder a sua competitividade” refere Paulo Dias responsável pela unidade de Turismo da Minsait em Portugal.

Um dos principais ativos para a evolução, sobretudo uma evolução segura, são os aliados tecnológicos, quer através dos hiperescaladores, que salientam a importância da tecnologia cloud como estímulo para a mudança, quer através da emergência no mercado de novos parceiros e aliados, com aplicações específicas que ajudam a melhorar ações concretas ou modelos operacionais.

Após a pandemia e as suas consequências catastróficas para o setor do turismo, esta indústria tem-se concentrado no uso da inteligência artificial e da analítica avançada como forma de manter a sua rentabilidade, tendo conseguido um ano recorde em 2022.

A Inteligência Artificial tem sido particularmente transformadora na indústria de viagens, permitindo que as empresas desenvolvam soluções cada vez mais sofisticadas e personalizadas como, por exemplo, o uso de chatbots em websites de reservas e plataformas de viagens para ajudar os clientes a encontrar as melhores opções de voos, hotéis e atividades. Estes chatbots podem dar respostas em tempo real, tirar dúvidas e até mesmo processar pagamentos diretamente na plataforma, tornando a experiência do cliente muito mais conveniente e agradável.

Outra aplicação da IA na indústria de viagens é a Analítica de Dados. As empresas podem recolher uma grande quantidade de informações sobre os clientes, como os destinos favoritos, orçamentos de viagem e preferências de estadia. Esses dados podem ser analisados para identificar tendências e padrões, o que vai permitir que as empresas consigam proporcionar ofertas personalizadas e criar campanhas de marketing mais eficazes.

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Proveitos totais do turismo no 1.º trimestre crescem a duplo dígito face a 2019

Os números do turismo continuam em alta no mês de março e no 1.º trimestre de 2023. Não é por acaso que FMI e Bruxelas reviram as estimativas de crescimento para a economia portuguesa em alta. No caso das dormidas, foi ultrapassada, em março, a fasquia das 5 milhões, sendo que no número de hóspedes superou-se os dois milhões.

Victor Jorge

Em março de 2023, o setor do alojamento turístico registou 2,1 milhões de hóspedes (+30,8% face a igual mês de 2022) e 5,1 milhões de dormidas (+26,7% face a março de 2022), correspondendo a 338 milhões de euros de proveitos totais (+45,1% vs 2022) e 250,9 milhões de euros de proveitos de aposento (+49% vs 2022), revelam os dados divulgados esta segunda-feira, 15 de março, pelo Instituto Nacional de Estatística.

Estes números confirmam o crescendo da atividade turística em Portugal que, em fevereiro de 2023, registou 1,6 milhões de hóspedes e 4 milhões de dormidas.

Comparando com março de 2019, registaram-se aumentos de 36,2% nos proveitos totais e 40,1% nos relativos a aposento.

No acumulado do ano – 1.º trimestre de 2023 -, os dados do INE mostram um crescimento, face a igual trimestre de 2022, de 61% nos proveitos totais e 64% relativos aos aposentos. Já comparado com o primeiro trimestre de 2019, os aumentos foram de 35,5% e 39,9%, respetivamente.

Em março, a Lisboa concentrou 38,3% dos proveitos totais e 40,5% dos relativos a aposento, seguindo-se o Algarve (17,9% e 16,5%, respetivamente), o Norte (16,1% e 16,4%) e a Madeira (14,0% e 13,5%).

Os maiores crescimentos ocorreram em Lisboa (+57,1% nos proveitos totais e +60,6% nos de aposento), nos Açores (+47,5% e +43,1%, respetivamente), no Norte (+45,0% e +46,5%) e na Madeira (+42,3% e +51,9%).

Face a março de 2019, destacam-se as evoluções nos Açores (+52,1% e +50,2%, respetivamente) e na Madeira (+48,1% e +59,6%, pela mesma ordem).

Lisboa destacou-se também pelo crescimento dos proveitos acumulados no 1.º trimestre de 2023 (+82,2% nos proveitos totais e +84,8% nos de aposento), seguida da Madeira (+63,5% e +73,1%, pela mesma ordem) e do Norte (+54,6% e +55,8%, respetivamente).

O INE indica ainda que, em março, a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento. Na hotelaria, os proveitos totais e de aposento (peso de 87,7% e 85,7% no total do alojamento turístico) aumentaram 45,1% e 49,3%, respetivamente.

Face a março de 2019, registaram-se crescimentos de 34% e 37,6%, pela mesma ordem.

Os estabelecimentos de alojamento local (quotas de 9,3% e 11,4%) apresentaram subidas de 50,0% nos proveitos totais e 52,9% nos proveitos de aposento, e o turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3% e 2,9%, respetivamente) registou aumentos de 31,1% e 28,4%, pela mesma ordem.

Comparando com março de 2019, nos estabelecimentos de alojamento local, os proveitos totais e de aposento aumentaram 48,5% e 53,8%, respetivamente, e no turismo no espaço rural e de habitação cresceram 74,3% e 70,3%, pela mesma ordem.

Atingida a fasquia das 5 milhões dormidas/mês
À semelhança do que se verificou nos dois primeiros meses do ano de 2023, também em março se atingiram valores máximos de dormidas desde que há registo, tendo sido ultrapassados, pela primeira vez, os 5 milhões neste mês.

O município de Lisboa concentrou 24% do total de dormidas em março de 2023 (12,9% do total de dormidas de residentes e 28,6% do total de dormidas de não residentes), atingindo 1,2 milhões de dormidas. Comparando com março de 2019, as dormidas aumentaram 8,2% (mantiveram o nível nos residentes e cresceram 9,9% nos não residentes).

O Funchal representou 9,8% do total de dormidas (498 mil), aumentando 15,4% (+100,5% nos residentes e +6,7% nos não residentes) em comparação com março de 2019.

No Porto, registaram-se 421,3 mil dormidas (8,3% do total), mais 28,1% face a março de 2019 (+11,7% nos residentes e +32,4% nos não residentes).

As dormidas no município de Albufeira (7,6% do total) atingiram 386,4 mil, continuando a decrescer, mas de forma menos expressiva, face a março de 2019: -15,1% no total, -14,0% nos residentes e -15,3% nos não residentes.

Já numa comparação trimestral, o INE refere que no 1.º trimestre de 2023, face a igual período de 2019 e entre os principais municípios, Albufeira registou o maior decréscimo nas dormidas (-12,8%; -7,5% nos residentes e -13,7% nos não residentes). Lisboa registou um aumento de 10,5% (+4,9% nos residentes e +11,7% nos não residentes), o Funchal cresceu 19% (+106,5% nos residentes e +10,5% nos não residentes) e o Porto registou um acréscimo de 29,5% (+15,3% nos residentes e +33,7% nos não residentes).

No acumulado do trimestre, os resultados indicados pelo INE mostram que, nos primeiros três meses de 2023, o número de hóspedes atingiu os 5,2 milhões (+40,8% face ao 1.º trimestre de 2022), sendo que os residentes no estrangeiro aumentaram 60,6% para 2,9 milhões, e os residentes cresceram 22% para 2,3 milhões.

Do lado das dormidas, o crescimento de 40,9% registado no 1.º trimestre de 2023, face a igual período de 2022, faz com que se ultrapasse as 12,5 milhões de dormidas, com os não residentes a representaram mais do dobro do número de residentes. Assim, as dormidas de não residentes atingiram as 8,5 milhões (+51,6%), enquanto do lado dos residentes, estas ultrapassaram as 4 milhões (+22,5%).

RevPAR em alta
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 43,5 euros em março de 2023, tendo aumentado 39,7% face a março de 2022 (+49,2% em fevereiro) e 28,9% em comparação com o mesmo mês de 2019.

Os valores de RevPAR mais elevados foram registados em Lisboa (75,6 euros, +50,0%) e na Madeira (64,3 euros, +43,1%).

Em março, este indicador registou crescimentos de 42,1% na hotelaria, 35,9% no alojamento local e 13,4% no turismo no espaço rural e de habitação.

No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 87,7 euros em março, +18,6% em relação ao mesmo mês de 2022 (+16,2% em fevereiro) e +23,2% comparando com março de 2019.

Os valores de ADR mais elevados foram registados em Lisboa (112,7 euros) e na Madeira (87,4 euros), que corresponderam também aos acréscimos mais expressivos (+23,2% e +21,2%, respetivamente).

Em março, o ADR cresceu 17,9% na hotelaria, 26% no alojamento local e 8,2% no turismo no espaço rural e de habitação.

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Depois do FMI, também Bruxelas revê em alta crescimento do PIB português com ajuda do turismo

As últimas previsões da Comissão Europeia, colocam a economia portuguesa como a terceira com a maior taxa de crescimento. O turismo é apontado como a grande alavanca para esta performance.

Victor Jorge

A Comissão Europeia (CE) reviu, esta segunda-feira, 15 de maio, em alta a projeção de crescimento da economia portuguesa deste ano para 2,4%, a terceira maior taxa da zona euro, ajudada pelo turismo, revelando-se mais otimista do que o Governo.

Segundo indica nas previsões económicas de primavera, a Comissão Europeia (CE) refere que “a atividade económica recuperou no início de 2023, ajudada por um novo aumento do turismo”. Com o crescimento do PIB a ser estimado em 1,6% (trimestre) no 1.º trimestre de 2023, fortemente acima das taxas registadas nos três trimestres anteriores, a CE salienta que “a procura interna manteve-se fraca, uma vez que o consumo privado foi condicionado pela diminuição do poder de compra das famílias em trimestres anteriores e os investidores foram confrontados com taxas de juro mais elevadas”.

O setor externo foi, assim, “o grande impulsionador do crescimento no 1.º trimestre de 2023, apontando Bruxelas o “aumento muito forte das visitas turísticas, em particular da América do Norte”.

É no setor externo, que a CE projeta que as exportações “cresçam muito mais rapidamente do que as importações em 2023 devido principalmente ao forte desempenho do turismo”, salientando ainda que, “em termos nominais, prevê-se que a balança externa de Portugal beneficie substancialmente da queda dos preços da energia em 2023 e da subida dos preços do turismo, conduzindo a uma melhoria acentuada do saldo da balança corrente”.

Refira-se que a previsão para este ano coloca Portugal no ‘top três’ dos países da zona euro com a maior taxa de crescimento deste ano, a par da Grécia, apenas ultrapassados pela Irlanda (5,5%) e por Malta (2,4%).

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Nova Edição: dossier Alentejo, SUSTOUR, PNT, Nice e especial rent-a-car

Nesta edição, o Publituris publica um dossier dedicado ao Alentejo, com entrevistas ao atual presidente da ERT, Vítor Silva, o candidato do projeto “Nova Ambição”, José Manuel Santos, presidente da CVRA, Francisco Mateus, além de um artigo com alguns agentes da região. Além disso, destaque para o projeto SUSTOUR, a nova Plataforma Nacional de Turismo, o destino Nice, e um especial sobre o mercado rent-a-car.

Publituris

A próxima edição do Publituris, a primeira do mês de maio, faz capa com um dossier dedicado à região do Alentejo. Abrimos com uma entrevista ao atual presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo e da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA), Vítor Silva, que admitiu ao Publituris que o que caracteriza a oferta turística do Alentejo é a “qualidade”.

Ouvidos para este dossier foram, igualmente, sete agentes que operam no Alentejo – Toore de Palma Wine Hotel, Discovey Hotel Management, Sines Sea View Business & Leisure Hotel, Unlock Boutique Hotels, Convento do Espinheiro, Casa das Letras Bed&Books e Vila Galé – que revelaram que a calma e fuga do burburinho das grandes cidades são o cartão de vista tanto para residentes como não residentes.

Em vésperas de eleições para a ERT do Alentejo, o Publituris falou, também, com José Manuel Santos, líder do projeto “Nova Ambição” e que revelou o que irá fazer para transformar [ainda mais] o turismo na região.

Com o segmento do enoturismo a ganhar força e peso na oferta turística, quisemos saber junto do presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), Francisco Mateus, o que é que está a ser feito para dinamizar o enoturismo na região. Certo é que para o presidente da CVRA, o enoturismo é “uma das âncoras do turismo no Alentejo”.

Na “Distribuição”, entrevistámos Paula Antunes, diretora da APAVT com o pelouro da Sustentabilidade, a propósito do projeto SUSTOUR e ficámos a saber que já há mais de 40 agências de viagens com coordenadores de sustentabilidade formados e 15 que já atingiram o estatuto de “Travelife Partner”.

Em “Destinos”, damos conta da criação da Plataforma Nacional de Turismo (PNT) que junta academia e organizações empresariais para potenciar o setor.

Também em “Destinos”, fomos conhecer a proposta de Nice para atrair os portugueses. Nas palavras de Lauriano Azinheirinha, diretor do gabinete de turismo e congressos de Nice e Cote d’Azur, “o mercado português ainda não conhece o destino Nice”, pelo que o património cultural e histórico, mas também a gastronomia são apontados como os grandes chamarizes.

Nos “Transportes”, damos a conhecer as expectativas do mercado rent-a-car. Depois da pandemia, a procura voltou em força, o que dá boas expectativas às empresas de rent-a-car que atuam em Portugal. As expectativas apontam para um ano melhor que 2022 e que pode até ultrapassar o período pré-pandemia.

Além do Pulse Report, uma parceria com a GuestCentric, esta edição do Publituris publica as opiniões de Jaime Quesado (economista e gestor), António Jorge Costa (IPDT), Luiz S. Marques (consultor), e António Paquete (economista).

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