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Turismo

Sustentabilidade: A tendência que a pandemia veio acelerar também em Portugal

Não é propriamente novidade, mas o certo é que, com a pandemia da COVID-19 e as novas tendências que ela trouxe, se passou a ouvir falar cada vez mais da sustentabilidade no setor do turismo. Saiba o que estão as várias áreas do setor a fazer para se tornarem mais sustentáveis, também em Portugal.

Inês de Matos
Turismo

Sustentabilidade: A tendência que a pandemia veio acelerar também em Portugal

Não é propriamente novidade, mas o certo é que, com a pandemia da COVID-19 e as novas tendências que ela trouxe, se passou a ouvir falar cada vez mais da sustentabilidade no setor do turismo. Saiba o que estão as várias áreas do setor a fazer para se tornarem mais sustentáveis, também em Portugal.

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Apesar de não ser nova, a questão da sustentabilidade ganhou novo fôlego com a COVID-19. O coronavírus, que surgiu inicialmente na Ásia, espalhou-se por todo o planeta num par de meses, mostrando que, num mundo global, não há fronteiras que impeçam um vírus de se tornar numa pandemia.

Além da questão epidemiológica, a COVID-19 permitiu ainda perceber que, também ao nível da sustentabilidade, vivemos hoje num mundo global. Quem não se lembra das notícias sobre o impacto positivo que a paragem da atividade humana estava a ter no meio ambiente um pouco por todo o mundo? Os níveis de poluição do ar e água baixaram, a poluição sonora também foi reduzida e até os golfinhos voltaram a locais onde há muito não eram vistos.

Essa tomada de consciência de que o mundo é, atualmente, globalizado levou a que também no turismo se passasse cada vez mais a falar em sustentabilidade, sobretudo ambiental, até porque uma atividade ambientalmente sustentável também se torna mais sustentável a nível económico e, consequentemente, social.

Esta mudança de mentalidade é também visível por parte dos consumidores, que estão hoje mais alerta para a pegada ecológica das suas viagens. Um recente estudo do Expedia Group, realizado com base em 11 mil entrevistas a consumidores de viagens de 11 mercados – EUA, Canadá, México, Brasil, Reino Unido, França, Alemanha, Índia, China, Japão e Austrália – mostra justamente isso, já que dá conta que 90% dos inquiridos procuram opções sustentáveis quando viajam e mais de 38% estão dispostos a pagar mais para tornar a viagem sustentável.

Consciente desta nova realidade, o Turismo de Portugal lançou, em 2020, o programa Turismo + Sustentável para tornar Portugal no destino mais sustentável do mundo, aproveitando a oportunidade trazida pela pandemia para repensar o posicionamento do setor e acelerar a implementação de práticas de sustentabilidade nos destinos e também nas empresas ligadas a este setor, num trabalho que se espera que venha ainda a contar com o apoio da ‘bazuca europeia’, que conta com fundos para apoiar projetos de sustentabilidade e digitalização.

O Publituris foi saber juntos dos players das várias áreas do setor, como está o turismo preparado e a preparar-se para a sustentabilidade. Apenas o Turismo de Portugal, apesar da insistência do Publituris, não respondeu às questões colocadas até ao fecho desta edição.

Hotelaria
Apesar de não ser fácil medir a sua pegada ecológica, também a hotelaria tem vindo a despertar para a questão da sustentabilidade e do seu impacto ambiental até porque, como diz Cristina Siza Vieira, presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), esta é atualmente “uma questão de sobrevivência”. “A hotelaria percebe que, se não estiver neste mercado da sustentabilidade, vai desaparecer do mapa. Portanto, é uma questão de sobrevivência”, indica, considerando que o patamar de sustentabilidade em que se encontra atualmente o setor do alojamento turístico “é o da sensibilização, que é já universal”.

De acordo com a responsável, além de estar sensibilizada para esta questão, a hotelaria tem vindo também a dar passos no sentido de se tornar mais sustentável e muitas unidades têm vindo a abolir os plásticos de uso único, a optar por produtos regionais, assim como a utilizar detergentes menos poluentes. No entanto, segundo Cristina Siza Vieira, é preciso ter em conta que a hotelaria está “no fim da linha da grande produção de CO2”, uma vez que “é um consumidor de energia e a energia é o maior produtor de emissões de carbono”.

Mas Cristina Siza Vieira admite que a hotelaria pode fazer mais, ainda que, para poder dar o seu contributo, seja necessário saber exatamente qual é o seu impacto. “Não é possível gerir aquilo que não se consegue medir. Temos de conseguir medir e sei que, nessa parte, há muita vontade da hotelaria em caminhar nesse sentido, mas a dúvida é sobre qual o caminho e como é que podemos progredir nesse caminho”, defende, considerando que “é aqui que o próprio programa do Turismo de Portugal, que adota o modelo Green, no ESG Framework, pode ajudar”, uma vez que existem dúvidas sobre “as várias etapas desse caminho”, nomeadamente sobre o selo ou o framework que se deve escolher para medir a pegada ambiental.

Menos dúvidas parecem existir quanto à necessidade de apostar nos produtos regionais como forma de diferenciação, mas principalmente para reduzir a pegada ecológica. “Temos de marcar a diferenciação, apostar naquilo que é nosso e que faz de um hotel ou de um destino únicos”, acrescenta a presidente executiva da AHP.

Na opinião da responsável, o tipo de consumo dos hotéis também vai ditar o seu caminho rumo à sustentabilidade. “Vamos ter de repensar se vamos continuar a ter frutas exóticas no pequeno-almoço. Parece-me que vamos ter de comer outras coisas na nossa hotelaria, da mesma forma que há também cada vez mais hotéis sensibilizados para o consumo de atoalhados e lençóis produzidos em território nacional. Temos de apoiar a produção nacional, também por uma questão de pegada ecológica”, defende.

E aqui, acrescenta a responsável, entra ainda a questão da economia circular, de que o programa Hospes, o programa de responsabilidade social da AHP, que recolhe bens usados dos hotéis para os entregar a instituições de solidariedade social, é um bom exemplo. “No nosso programa Hospes, temos prevista a economia circular, ou seja, a reutilização e a reciclagem”, indica, revelando que esta iniciativa tem um impacto ao nível da sustentabilidade que é mais “fácil de medir”. “Por exemplo, em têxteis, entre 2016 e 2019, doámos 232 unidades. Sabendo que na produção de um bem têxtil se gasta X litros de água, conseguimos saber que foram poupados 669 milhões de litros de água”, explica, defendendo que este exemplo mostra porque é que a hotelaria deve insistir na sustentabilidade, uma vez que além de benefícios para o ambiente, é também possível gerar benefícios sociais e ajudar a comunidade.

A AHP conta ainda com o Gabinete de Apoio à Gestão e ao Investidor que tem “uma vertente forte de aconselhamento sobre quais são os sistemas e selos mais adequados”, uma vez que, explica a presidente executiva da associação, “um selo não é atribuído sem mais, é ajustado ao tipo de hotelaria. Não há um único selo, há vários para várias gamas de hotéis”.

Importante para medir a pegada ambiental será também a nova plataforma que vai nascer no âmbito do programa Turismo + Sustentável e que vai permitir “medir os consumos de água, eletricidade e gás na hotelaria”.

Mas é nos fundos da ‘bazuca europeia’ que reside a grande esperança, uma vez que será “daí que virão as verbas que permitirão à hotelaria, sobretudo do ponto de vista da transição energética, ser mais sustentável”. De acordo com a responsável, estas verbas são “fundamentais” para que a hotelaria possa mais um passo e investir na renovação dos sistemas de abastecimentos e reaproveitamento de águas residuais, intervenções que, segundo Cristina Siza Vieira, são ao nível do “hardware” e, por isso, mais dispendiosas. “A bazuca vai, com certeza, impulsionar a revisão das infraestruturas, o que vai permitir uma economia grande e o trilhar de um caminho para a sustentabilidade”, considera.

Golfe
Tal como a hotelaria, também o golfe português tem vindo a fazer o seu caminho no que diz respeito à sustentabilidade, com Luís Correia da Silva, presidente do Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) a explicar ao Publituris que, mais do que uma questão de preocupação ambiental, o trabalho que o golfe tem vindo a fazer prende-se também com a sustentabilidade económico-financeira. “Aquilo que tem sido feito é numa preocupação de sustentabilidade ambiental, mas que tem, depois, outro tipo de vantagens porque a sustentabilidade ambiental no golfe tem muito a ver com a sustentabilidade económica e financeira da operação”, explica o responsável, considerando que, entre as indústrias produtivas, “o golfe é aquela que há mais tempo percebeu que o sucesso e eficiência da operação passa muito por aquilo que são os cuidados que tem de implementar nos campos”.

Por isso, acrescenta, a “performance ambiental nos campos de golfe é atualmente muito mais eficiente, muito mais cuidada do que acontece em outras operações semelhantes”.

De acordo com Luís Correia da Silva, a maioria dos campos de golfe nacionais tem vindo a investir em sistemas de rega e drenagem que permitem a utilização de menores quantidades de água e o reaproveitamento das águas pluviais, a exemplo dos lagos que, segundo o responsável, além de contribuírem para a “dificuldade de jogo, são também reservatórios que permitem reter a água da chuva e a água da drenagem”.

Além destes sistemas, os campos de golfe têm vindo também a apostar em novos tipos de relva com menor necessidade de água, como as relvas de períodos quentes, que permitem “que se poupe muita água, porque as relvas de períodos frios sofrem muito durante o verão e isso implica um consumo de água muito mais elevado”. “Muitos campos de golfe em Portugal, particularmente nas áreas verdes, têm optados pela substituição por novos tipos de relvas que são altamente eficientes no uso de água”, explica o responsável.

Importante é também o facto destes sistemas serem “praticamente à prova de perdas”, ao contrário do que acontece noutras atividades. “Nos campos de golfe, por norma, tudo está altamente definido, não há perdas e é possível reduzir o consumo ao mínimo”, refere.

A consciência ambiental dos campos de golfe tem também levado a que o “controlo de pragas e infestações” seja realizado, cada vez mais, “com recurso mínimo à utilização de produtos que são tidos como produtos com maior impacto ambiental”, o que tem levado mesmo à “certificação de muitos campos de golfe do ponto de vista ambiental e de qualidade”, o que é apreciado também pelos clientes e praticantes da modalidade.

E também no golfe começam a surgir veículos movidos a energia elétrica, com Luís Correia da Silva a dar como exemplo os buggies que já “são quase todos elétricos”, existindo até campos de golfe que, através do GPS, têm vindo a limitar a sua circulação a trajetos pré-definidos.

Apesar de estarem no bom caminho, os campos de golfe nacionais podem fazer ainda mais em prol da sustentabilidade ambiental, com Luís Correia da Silva a considerar que a ‘bazuca europeia’ será importante para a modernização da gestão e operação destes espaços, assim como para a sua manutenção. “Toda a grande operação de manutenção dos campos de golfe, como o corte das relvas, ainda hoje é feita por máquinas que utiliza, combustíveis fósseis, ao contrário do que acontece com os buggies que já utilizam energia elétrica”, indica o responsável, que espera que, com os apoios da ‘bazuca’, seja também possível digitalizar algumas das etapas da manutenção, de forma a reduzir o peso da componente humana. “Portanto, para o futuro, há aqui uma área que implica tecnologia, sustentabilidade, eficiência e a própria utilização de mão-de-obra – que cada vez é mais difícil de encontrar – por via da digitalização e que é previsível que, num prazo relativamente curto, possa dar origem a projetos que venham eventualmente a ser incluídos naquilo que são os apoios financeiros que possam ser gerados pela bazuca”, admite o responsável.

Aviação
Considerado um dos setores mais poluentes, a aviação foi responsável, em 2019, pela emissão de 915 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. No entanto, este é também um dos setores que mais tem vindo a lançar estudos e iniciativas com vista à sustentabilidade, seja através do investimento em combustíveis mais sustentáveis, de programas de compensação de carbono ou da aposta no desenvolvimento de aparelhos movidos a energia elétrica ou hidrogénio.

Ao Publituris, Paulo Geisler, presidente da RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal, lembra que “a indústria do transporte aéreo sempre se pautou pela inovação”, motivo pelo qual o tema da sustentabilidade já vinha a ser desenvolvido “muito antes da pandemia”. “Recorde-se, por exemplo, que as companhias aéreas europeias compensam as suas emissões de CO2 ao abrigo do CELE desde 2012. As companhias aéreas estão cientes de que viajar torna o mundo um lugar melhor. As pessoas apercebem-se das diferenças, mas que no fundo somos todos iguais. É por isso que as companhias aéreas usam os seus conhecimentos para tornar as viagens de avião CO2 neutras”, indica.

Além do CELE, Paulo Geisler refere também “a utilização de combustíveis sustentáveis e as elevadas reduções de consumo resultantes do forte investimento em investigação e desenvolvimento de novos equipamentos” como exemplos de investimentos que a aviação tem vindo a fazer para se tornar mais sustentável e atingir os “objetivos ambiciosos” que estão definidos e que visam “reduzir para metade as emissões líquidas de CO2 num futuro não muito longe”. “Muitas empresas juntaram-se à Iniciativa Metas Baseadas na Ciência (SBTi) para alinhar a sua trajetória de redução de CO2 com o Acordo Climático de Paris das Nações Unidas. Com base em cálculos científicos, as emissões de CO2 serão continuamente reduzidas com a ajuda da renovação e otimização da frota e da melhoria da eficiência operacional”, indica.

Apesar de reconhecer que as metas da indústria são “ambiciosas”, Paulo Geisler mostra-se convencido que o transporte aéreo vai conseguir “alcançar” essas mesmas metas, até porque o sucesso das iniciativas já desenvolvidas permite ter essa confiança.

Mas a sustentabilidade no transporte aéreo não depende apenas dos operadores, indica Paulo Geisler, que lembra que, neste ponto, há também “projetos que podem ter importante relevância na área da sustentabilidade que dependem dos Estados”, a exemplo do ao Céu Único Europeu, onde o responsável considera que “já se poderia ter ido mais longe”.

O presidente da RENA lembra que, na indústria da aviação, a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo “está muito empenhada nas questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável da aviação” e indica que, em Portugal, a RENA tem vindo a “dinamizar e defender o interesse dos seus membros perante as entidades relevantes”, nomeadamente na sustentabilidade, através da sensibilização dos “agentes relevantes para a importância de se avançar com projetos que tragam reais vantagens de sustentabilidade”.

Os fundos europeus podem vir a ser importantes para alguns projetos, com Paulo Geisler a admitir “um papel mais relevante no campo da investigação e desenvolvimento”, ainda que a RENA não espere apoios expressivos para a aviação. “Não estimamos que os operadores aéreos recebam fortes apoios diretamente, até porque há um importante equilíbrio concorrencial que tem de ser mantido”, indica.

O responsável mostra-se, contudo, mais cético no que diz respeito à política de sustentabilidade que Portugal tem seguido, indicando que a RENA não tem “visto ações concretas do estado português” que permitam dizer que o país está, de facto, apostado em ser o destino turístico mais sustentável do mundo e, relativamente à aviação, a situação é até inversa. “Assistimos à criação de um imposto turístico sob vestes ambientais, a dita “taxa de carbono” que não tem qualquer vantagem ambiental e retira espaço à criação de uma verdadeira fiscalidade verde”, aponta, notando que se Portugal quer atrair turistas sob o mote da sustentabilidade, isso “dependerá das medidas concretas” que o país venha a criar.

Cruzeiros
A questão da sustentabilidade também tem estado presente na agenda dos cruzeiros desde há vários anos, lembra Marie-Caroline Laurent, diretora-geral para a Europa da CLIA – Associação Internacional de Companhias de Cruzeiro. Ao Publituris, a responsável indica que a indústria dos cruzeiros “já investiu milhões em novas embarcações com melhor desempenho ambiental e usando tecnologias de propulsão mais sustentáveis” e lembra que, mesmo com a pausa global nas operações motivada pela pandemia, “o compromisso da indústria em atingir as suas ambiciosas metas ambientais não vacilou”.

Segundo Marie-Caroline Laurent, na União Europeia, esta questão também tem ganho destaque, uma vez que “o Green Deal estabeleceu a ambição europeia de se tornar o primeiro continente neutro para o clima até 2050”, ambição que, diz a responsável, é acompanhada pela CLIA, que “anunciou um compromisso global de atingir carbono zero até 2050”.

Nos cruzeiros, a sustentabilidade depende, segundo a responsável, de três pilares de ação, o primeiro “envolve a redução da pegada de carbono dos navios no mar e no cais”, o que será conseguido com a renovação das frotas, pois, nos próximos cinco anos, mais de metade dos novos navios serão movidos a GNL, combustível menos poluente e com “benefícios imediatos na redução de emissões, incluindo até 20% menos emissões de GEE”.

Mas não será apenas ao nível do GNL que será possível reduzir a pegada destes navios, uma vez que, acrescenta a responsável, as companhias de cruzeiros “também estão a investir em opções de energia sustentável, como bateria ou energia eólica para embarcações de menor porte, hidrogénio e navios híbridos que dependem de energia de células de combustível”. “Temos uma frota mais moderna do que nunca e cada novo navio lançado é até 20% mais eficiente do que aquele que substitui”, realça Marie-Caroline Laurent.

Além do combustível, a responsável da CLIA para a Europa destaca também a mudança nos “serviços de hospitalidade a bordo” como o segundo pilar de ação, uma vez que as companhias têm vindo a investir na introdução de “sistemas avançados de tratamento de águas residuais, sistemas de gestão de água e esquemas de reciclagem”, o que permite “reaproveitar 100% dos resíduos gerados a bordo”. A estas mudanças, junta-se ainda a introdução de outras “inovações de eficiência energética”, que já estão presentes “em todos os lugares a bordo, como iluminação LED que utiliza 80% menos energia”.

Já o terceiro pilar indicado por Marie-Caroline Laurent tem a ver com a gestão do próprio destino, de forma a manter os benefícios que o turismo de cruzeiros gera para as comunidades e a experiência do cliente. “Sabemos que o turismo de cruzeiros traz benefícios económicos e sociais para as comunidades; em média, cada passageiro gasta 660 euros em cidades portuárias durante um cruzeiro típico de sete dias, e esse benefício não é único, pois 60% das pessoas que fizeram um cruzeiro referem que regressaram a um destino que visitaram pela primeira vez num navio de cruzeiro”, indica.

De acordo com a responsável, os cruzeiros têm “um histórico de parcerias com destinos para equilibrar as necessidades das comunidades e manter a experiência do visitante”, como acontece em Dubrovnik, na Croácia, ou em Palma de Maiorca, em Espanha, e a própria CLIA tem vindo a “trabalhar para identificar soluções à medida de cada destino”. “Ao agir de forma transparente e aberta, podemos continuar a construir confiança e a mostrar que a indústria de cruzeiros está a liderar o setor para construir um novo modelo responsável”, considera.

No caso de Portugal, Marie-Caroline Laurent mostra-se otimista, até porque o investimento anunciado para dotar o Porto de Lisboa da tecnologia ‘shore to ship’, que permite fornecer energia aos navios para que eles não tenham de ter os motores ligados quando estão no porto, é “muito encorajador”. “É importante perceber que os navios só se podem conectar à eletricidade em terra nos portos que investiram na infraestrutura necessária, e ainda são muito poucos os que oferecem essa capacidade para responder às necessidades dos navios de cruzeiro. É aqui que temos o prazer de assistir ao aumento de parcerias com portos e governos. É, por isso, muito encorajador ver que o porto de Lisboa está a avançar nos estudos sobre o potencial de capacidade de eletricidade em terra”, aponta.

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Turismo

Nações Unidas discutem papel do turismo para o desenvolvimento sustentável

O papel do turismo no desenvolvimento sustentável foi o tema central da recente Assembleia-Geral das Nações Unidas. No evento, além do foco dado à importância do setor para as sociedades e economias, houve também uma chamada de atenção para o consumo insustentável e como este está a provocar a perda de biodiversidade.

Publituris

A Assembleia-Geral das Nações Unidas realizou, recentemente, um segundo evento temático centrado no turismo e no papel fundamental do setor no desenvolvimento sustentável e na resiliência.

Organizado pelo presidente da Assembleia-Geral em colaboração com o Turismo da ONU (UN Tourism), o evento teve lugar na sede da ONU no âmbito da Semana da Sustentabilidade. A presença de Estados Membros, Observadores, organizações da sociedade civil e agências da ONU refletiu um crescente compromisso coletivo para aproveitar o poder transformador do turismo para o desenvolvimento inclusivo e sustentável.

Dirigindo-se à Assembleia-Geral, o secretário-geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, destacou a “importância crescente do setor do turismo para as nossas sociedades e economias acarreta uma responsabilidade acrescida. Não podemos permitir que a tábua de salvação do turismo seja novamente cortada. A resiliência no setor do turismo não é apenas uma questão de planeamento ou de reação a crises. Trata-se também de abordar de forma proactiva os factores subjacentes a essas crises”.

Pololikashvili salientou ainda que “o consumo insustentável está a provocar a perda de biodiversidade, as alterações climáticas e o aparecimento de pandemias”. Por isso, considerou que “é vital que adotemos políticas que acelerem a mudança transformadora”.

Já o presidente da Assembleia-Geral da ONU, Dennis Francis, reconheceu que “precisamos de um setor de turismo global que seja sustentável – um setor com cadeias de valor locais profundas que expandam a procura de produtos e serviços feitos localmente de forma a beneficiar direta e positivamente as comunidades locais; um setor que sirva como uma força positiva para a conservação da biodiversidade, proteção do património e meios de subsistência amigos do clima”.

Plataforma de partilha
O evento temático proporcionou também uma plataforma para os Estados-Membros partilharem as melhores práticas, estratégias e abordagens inovadoras para promover o turismo sustentável e resiliente, alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os principais destaques incluíram o “Fireside Chat: O Futuro do Turismo” onde os líderes da indústria do turismo, do meio académico e da sociedade civil participaram numa discussão dinâmica sobre o futuro do turismo e a necessidade de soluções inovadoras para enfrentar os desafios e oportunidades emergentes.

Nas Mesas redondas ministeriais foram realizadas discussões sobre o lançamento do Quadro Estatístico para Medir a Sustentabilidade do Turismo e estratégias para promover um turismo resiliente face aos desafios globais. Ministros e funcionários de alto nível partilharam ideias e compromissos para promover práticas e políticas de turismo sustentável.

Recorde-se que a Assembleia-Geral da ONU adotou uma resolução para declarar 2027 como o Ano Internacional do Turismo Sustentável e Resiliente. A resolução convida o Turismo da ONU a trabalhar com governos, agências da ONU e organizações internacionais para a implementação do ano temático.

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Francisco Calheiros: “Cá estaremos para dar voz a todos os ramos do turismo representados na CTP”

Na tomada de posse dos órgãos sociais da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) para o mandato de 2024-2027, que teve lugar esta terça-feira na Sociedade de Geografia de Lisboa, Francisco Calheiros, presidente desta confederação, afirmou que apesar de estarem “cientes dos desafios”, vão continuar “a dar voz a todos os ramos do turismo representados na CTP com vista à defesa dos seus interesses”.

Carla Nunes

Apontando que “o país e o turismo enfrentam atualmente vários desafios internos”, nomeadamente “a decisão sobre o novo aeroporto, a privatização da TAP, a execução do PRR e questões fiscais e laborais”, aos quais acrescem a instabilidade a nível internacional, o presidente da CTP afirma que “é muito difícil fazer previsões de curto ou médio prazo, muito menos a longo prazo”.

No entanto, mostra-se seguro ao afirmar que “o turismo é valor” e que “mesmo enfrentando todas as incertezas, resiste como um dos setores que mais contribui para o país, seja através dos impostos que paga, do emprego que gera e do investimento que realiza”.

Indicando que a confederação “não representa apenas os interesses empresariais do turismo”, assumindo também “uma importância muito relevante na sociedade civil”, Francisco Calheiros afinca que a CTP continuará a “influenciar decisões estratégicas para o turismo, através de compromissos, de consensos sociais e institucionais”. No entanto, deixa um aviso: “Não contarão connosco para facilitismos”.

“Vamos continuar, neste mandato, a tudo fazer para influenciar decisões que permitam a construção de legislação mais adequada ao estabelecimento de políticas públicas cada vez mais eficientes, mais amigas do investimento e da iniciativa privada, mais propiciadoras da geração de riqueza e do fortalecimento do tecido empresarial da atividade económica do turismo”, declarou.

CTP define 11 eixos estratégicos para 2024-2027

Para o efeito, Francisco Calheiros refere que a CTP definiu “11 eixos estratégicos” de atuação, nomeadamente: crescimento, dimensão e internacionalização das empresas; transportes, com acessibilidades aeroportuárias e ferroviárias, além da privatização da TAP; promoção turística externa; fiscalidade e custos de contexto; reforma do Estado; concertação social, capital humano e sua qualificação; transformação digital; fundos comunitários, como o PRR e o PT2030; sustentabilidade ambiental; reforço do papel do associativismo do turismo e demografia.

Apesar de afirmar que todos estes eixos são importantes, o presidente da CTP destaca “o tema dos transportes, com a necessidade imperiosa de um novo aeroporto”, através de “uma decisão que tenha em conta o curto, o médio e o longo prazo”.

Refere ainda que Portugal e o turismo necessitam de “uma reforma do Estado, para que se torne mais ágil, menos burocrático e que olhe mais para as empresas” – que, acrescenta, “necessitam de pagar menos impostos e ter menos custos de contexto, assim como é necessário redefinir os apoios à internacionalização e o reforço da promoção externa do país”.

Numa nota final, Francisco Calheiros afirma que “estes são temas bem conhecidos” dos atuais ministro da Economia, Pedro Reis e do Secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, que acredita que vão “delinear as políticas públicas necessárias, já que conhecem a atividade turística, os seus problemas e desafios”.

O tempo “da decisão, da execução e da implementação”

Na sua primeira intervenção pública enquanto ministro da Economia, Pedro Reis afirmou na tomada de posse da CTP que “este é o tempo da decisão, da execução, da implementação”.

No seu entender, “o desafio do país e deste Governo é a execução”, apontando que “a economia portuguesa tem desafios interessantes e oportunidades estratégicas”, como “a internacionalização, a inovação, a capitalização, o talento, o ganho de escala, produtividade e competitividade”. Neste contexto, Pedro Reis considera o turismo “como um setor estratégico” para a economia, referindo a sua “capacidade de desmultiplicação noutros setores”.

“Não sou dos que acha que temos demasiado turismo. O desafio, sim, é termos mais indústria, mais comércio e serviços, e mais agricultura e agroindústria. E verão que, se o conseguirmos, diluímos virtuosamente a nossa economia em mais setores estratégicos. Para isso precisamos de uma visão integrada e articulada da economia”, termina.

O local escolhido para a tomada de posse dos órgãos sociais da CTP para o mandato de 2024-2027, na Sociedade de Geografia de Lisboa, teve em conta o facto de ter sido aí que se realizou 1.º Congresso Nacional de Turismo, em 1936, além do 4.º Congresso Internacional de Turismo, em 1911, como referiu Francisco Calheiros.

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Foto: Diana Quintela

Turismo

Programa de Governo destaca 12 pontos para o Turismo

Entregue esta quarta-feira ao presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco, o Programa do Governo tem diversos pontos referente ao turismo. Decidir “rapidamente sobre a construção do novo aeroporto” e “iniciar o processo de revisão da Lei nº 33/2013” são dois deles. Mas há mais.

Victor Jorge

São 12 os pontos que o Programa do Governo, liderado por Luís Montenegro, destaca para o setor do Turismo. Entregue esta quarta-feira, 10 de abril, pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, ao presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, o Programa do Governo tem como horizonte o final da Legislatura, em 2028, e assume uma linha de ação convergente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, assim como, com a Estratégia Portugal 2030, que enquadra a aplicação dos fundos europeus estruturais e de investimento.

Assim, no que diz respeito ao Turismo, o Governo pretende “eliminar de imediato a Contribuição Extraordinária sobre o Alojamento Local (AL)”, bem como a “caducidade das licenças anteriores ao programa Mais Habitação, e revendo simultaneamente as limitações legais impostas pelo Governo socialista”.

Aposta é também a “qualificação da oferta turística” e o aumento da procura, concentrando em mercados que garantam um “crescimento em valor e combatendo a sazonalidade”.

Relativamente aos Transportes pode ler-se que a aposta passa por “atrair Transporte Aéreo regular e diversificado nos aeroportos nacionais” e “decidir rapidamente” a construção do novo aeroporto.

“Clarificar as regras de investimento imobiliário e atração de investimento (residentes e não residentes); Identificar necessidades de infra-estrutura turística, promovendo o seu investimento público e privado, incluindo as áreas necessitadas de alojamento e infra-estrutura de transportes e lançar programas de apoio à satisfação dessas necessidades” são outros pontos destacados neste Programa de Governo.

No emprego e formação, “valorizar o ensino e formação contínua em Turismo e criar/consolidar uma rede nacional integrada de formação (hubs), com escala e qualidade, suportando conteúdos programáticos complementares que potenciam a oferta de qualidade” são outras preocupações espelhadas no programa do XXIV Governo da República, além de referir-se a promoção de um turismo sustentável, partindo do princípio que o turista “além de visitar lugares, pretende viver experiências, respeitando o meio-ambiente e as comunidades locais”.

“Consolidar Portugal como destino turístico de excelência em tudo o que está ligado à economia azul, ao mar e às atividades náuticas” é considerado como “eixo fundamental para a nossa oferta”.

Nos pontos dedicados ao Turismo não falta, também, uma referência ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), referindo-se o “acelerar a componente 16” do mesmo, focada na transição digital do tecido empresarial (aceleradoras do comércio digital e bairros comerciais digitais).

Pelo descrito, percebe-se, igualmente, que é intenção “iniciar o processo de revisão da Lei nº 33/2013 no quadro de consolidação e autonomia das Entidades Regionais de Turismo (ERT), face ao processo de assunção de novas competências pelas comunidades intermunicipais, resultante do processo de descentralização em matéria da promoção turística”.

Finalmente, “concretizar a Agenda do Turismo para o Interior” e “iniciar o processo de criação de uma nova agenda para o turismo, que assegure a sua sustentabilidade económica, social e cultural, bem como a definição de novas metas, num espírito de cooperação com todos os parceiros que potencie a competitividade de Portugal”, fecham os pontos do Programa de Governo dedicados ao setor do Turismo.

Sobre o autorVictor Jorge

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Turismo de Portugal, CMVM e IAPMEI assinam protocolo de colaboração

O Turismo de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, I.P., assinaram um protocolo de colaboração com vista a alcançar objetivos comuns respeitantes ao desenvolvimento empresarial.

Publituris

A assinatura deste protocolo representa um marco significativo para o reforço da cooperação entre instituições com contacto relevante junto das empresas, contribuindo para um empreendedorismo ativo e conhecedor das oportunidades e desafios, promovendo o crescimento sustentável da economia portuguesa.

Neste âmbito, a CMVM, o IAPMEI e o Turismo de Portugal comprometem-se a desenvolver iniciativas conjuntas, nomeadamente para a promoção do recurso a opções alternativas de financiamento, incluindo o mercado de capitais, e para incentivar a adoção pelas empresas de boas práticas ambientais, sociais e de governance.

O conjunto de iniciativas planeadas incluem a realização de encontros com empresas para partilhar informação sobre o financiamento através do mercado de capitais, nomeadamente através da organização de encontros no âmbito do “Roteiro de Financiamento em Mercado” e da colaboração da CMVM em iniciativas e eventos do IAPMEI e do Turismo de Portugal nos quais a sua participação se justifique.

O protocolo prevê ainda o desenvolvimento de projetos de apoio às empresas que visam a respetiva capacitação e o reforço da governance bem como a divulgação de iniciativas relevantes conjuntas ou de cada uma das instituições, através dos seus canais de comunicação.

De forma a estimular a partilha de conhecimentos entre as três instituições, serão promovidas ações de capacitação, entre as quais sessões dedicadas ao processo de entrada e as vantagens do mercado de capitais para as empresas portuguesas.

Esta parceria vem na sequência do trabalho já desenvolvido nesta matéria e reflete o compromisso e a dedicação das instituições em identificar oportunidades para desenvolver mais ações de cooperação para o desenvolvimento empresarial.

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Novo SET: “Uma ótima escolha”, diz a CTP

Numa pequena nota de imprensa, a Confederação do Turismo de Portugal congratula-se com a nomeação de Pedro Machado para a Secretaria de Estado do Turismo.

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De acordo com Francisco Calheiro, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), a nomeação de Pedro Machado “é uma ótima escolha para secretário de Estado do Turismo”.

Numa breve nota de imprensa, a CTP congratula-se com o facto de o turismo voltar a ter uma Secretaria de Estado exclusiva no âmbito da orgânica do XXIV Governo, algo que tinha deixado de existir no anterior Executivo.

Para o presidente da CTP, Pedro Machado “é uma ótima escolha do primeiro-ministro e do ministro da Economia para secretário de Estado do Turismo. Pedro Machado irá seguramente exercer bem as suas funções, já que conhece em profundidade a atividade turística, os seus problemas e desafios, graças aos cargos que exerceu no setor, pelo que irá com certeza dar a máxima atenção ao turismo e aos vários temas estratégicos que lhe estão subjacentes”, conclui Francisco Calheiros.

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Pedro Machado é o novo secretário de Estado do Turismo

Após 10 anos à frente dos destinos da Turismo do Centro, Pedro Machado é o novo secretário de Estado do Turismo do XXIV Governo de Portugal.

Victor Jorge

Após algumas horas de espera, foi publicada a lista dos secretários de Estado que compõem o XXIV Governo, com Pedro Machado, ex-presidente da Região de Turismo do Centro de Portugal, a ser nomeado secretário de Estado do Turismo.

Licenciado em Filosofia, Mestre em Ciências de Educação, na Área de Especialização – Psicologia Educacional, Doutorando em Património Alimentar: Culturas e Identidades, bem como em Turismo, Pedro Machado foi presidente da Entidade Regional do Turismo do Centro de Portugal entre 2013 e 2023.

Desde do término das funções como presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado manteve-se à frente da Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal, cargo que acumulava desde 2007 com a presidência da ERT.

Nascido a 27 de novembro de 1966, do curriculum de Pedro Machado fazem ainda parte passagens pelo Conselho Geral do Instituto Politécnico de Coimbra (desde 2021); Membro Cooptado da Escola Superior de Turismo e Hotelaria, Guarda Politécnica (desde 2018); Personalidade Convidada do Conselho Consultivo do Instituto Superior de Ciências Empresariais e Turismo (desde 2018); Membro do Conselho Geral do Instituto Politécnico de Viseu (desde 2017); Membro Cooptado do Departamento de Gestão, Economia e Turismo da Universidade de Aveiro (desde 2017); Presidente da Assembleia Geral da Centro de Portugal Film Commission e Presidente da Assembleia Geral da iNature.

Na última entevista que deu ao jornal Publituris, Pedro Machado destacava o legado deixado ao longo destes últimos anos: “A marca Centro de Portugal”.

Leia a última entrevista concedida por Pedro Machado ao jornal Publituris por altura da FITUR 2023.

A tomada de posse dos 41 secretários de Estado do XXIV Governo de Portugal está marcada para 5 de abril, a partir das 18h00, no Palácio da Ajuda.

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Portugal Ventures fecha 1.º trimestre com cinco novos investimentos no valor de 5,3M€

Batardas Circular Unity, Neptune, Yon Living e Your Tours são as cinco startups que receberam um total de 5,3 milhões de euros de investimento por parte da Portugal Ventures.

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A Portugal Ventures, sociedade de capital de risco do Grupo Banco Português de Fomento (BPF), fechou o 1.º trimestre com investimento em cinco startups da área do turismo – Batardas Circular Unity, Neptune, Yon Living e Your Tours – num total de 5,3 milhões de euros.

Estes investimentos resultam da 1.ª edição da Call “Turismo+Crescimento”, uma iniciativa da Portugal Ventures em parceria com o Turismo de Portugal e o Nest – Centro de Inovação para o Turismo, tendo como objetivo investir em projetos/empresas do setor do turismo que contribuam para aumentar a competitividade da oferta turística do país; melhorar a experiência do turista em Portugal e promover a eficiência das empresas do setor.

A Call “Turismo+Crescimento” privilegiou projetos envolvidos no Programa Empresas Turismo 360º e que contribuem para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apresentando soluções que promovem a desmaterialização de processos e serviços, reciclagem, reutilização e redução de resíduos, integração de energias limpas, eficiência energética, eficiência hídrica, mobilidade inteligente, bem como os localizados nos territórios de baixa densidade.

Pedro de Mello Breyner, vogal Executivo da Portugal Ventures, salienta que “estes novos investimentos que veem agora reforçar o portefólio de turismo desenvolvem soluções inovadoras dentro do seu segmento, aliando o Turismo a outros setores absolutamente fundamentais para o desenvolvimento da economia atual como é o caso da alimentação da náutica, da tecnologia e da sustentabilidade”.

Pedro de Mello Breyner reforça ainda que “esta capacidade de criar sinergias e retirar o melhor de cada área é o caminho para um futuro do setor mais forte, dinâmico e que responde às necessidades de um mercado emergente”.

Conheça as start-ups que receberam o investimento por parte da Portugal Ventures:

  • Batarda’s: A Batarda’s é uma empresa de produção alimentar sem glúten com o propósito de proporcionar experiências gastronómicas seguras, saudáveis e saborosas numa base de oferta de excelência para celíacos e não celíacos. Produção controlada pela empresa, e implementação de canais de distribuição próprios, B2B e retalho, grande distribuição e canal Horeca.
  • Circular Unity: A Circular Unity é uma organização pioneira de tecnologia ecológica que facilita a sustentabilidade para as indústrias de eventos, entretenimento, desporto, audiovisual e hotelaria. O seu principal produto, impactALL, é uma solução inteligente que automatiza a recolha de dados, a gestão da sustentabilidade, a elaboração de relatórios e a comunicação de dados de sustentabilidade. Aproveitando Inteligência Artificial treinada em sustentabilidade, sensores IoT, integrações API e a tecnologia de visão computacional, o impactALL simplifica o processo de relatório de sustentabilidade, facilitando às organizações a medição da sua pegada carbónica e a tomada de medidas para reduzir o seu impacto ambiental.
  • Neptune: A Neptune é uma empresa de prestígio ibérico no setor náutico, sediada em Aveiro, que detém um estaleiro naval de referência, dedicando-se à produção de embarcações de luxo sob a marca ROM. Os seus serviços não se limitam à produção de barcos de alta gama, mas também de remodelação e refits de embarcações à vela e a motor, bem como ao parqueamento de embarcações em seco (Dry-Dock).
  • Yon Living: A Yon Living é uma startup de co-living que tem como objetivo proporcionar experiências de vida partilhada inesquecíveis em casas de luxo para nómadas digitais. As casas estão totalmente equipadas com tudo o que um nómada digital precisa para uma estadia prolongada, incluindo internet de alta velocidade, comodidades partilhadas, serviços de limpeza regulares e acesso a eventos comunitários, como aulas de surf, clubes de jantar e passeios artísticos, para ajudar a promover um sentido de comunidade entre os hóspedes.
  • Your Tours: A Your Tours Portugal é um DMC e recetivo português, muito focado no B2B, que cria viagens hiper-personalizadas e autênticas em todo o território português incluindo, claro, Ilhas da Madeira e Açores e, brevemente, em toda a Península Ibérica, combinando e utilizando tecnologias imersivas e inovadoras. Pelo facto de ser uma DMC criada por guias, a sua visão é disruptora e inovadora, na forma como as viagens personalizadas são criadas, promovidas e geridas, para no final serem experienciadas verdadeiramente. A sua proposta centra-se em produtos e serviços de viagem de alto nível de detalhe e atenção, combinando tecnologias como VR360, itinerários digitais, IA, entre outros, que culminam em recomendações de viagem personalizadas e mapas interativos, para uma experiência de viagem única e inteiramente personalizada. Oferecem variados serviços, tais como excursões privadas de um dia ou pacotes de viagem multi-dias, itinerários e pacotes Self-Guided – os quais permitem a exploração e experiências auto-guiadas, fornecendo itinerários compatíveis com o Google Maps – e programas de viagens à medida (Tailor-Made), customizados ao ínfimo detalhe para satisfazer as preferências únicas de cada grupo/pessoa.
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Francisco Calheiros mantém-se à frente da CTP por mais três anos

Francisco Calheiros foi reeleito presidente da Confederação do Turismo de Portugal para o período 2024-2027, em representação da AHRESP.

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A lista encabeçada por Francisco Calheiros para liderar a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), em representação da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), foi eleita para o próximo mandato de 2024 a 2027.

A eleição decorreu no dia 27 de março de 2024, em Assembleia Geral Eleitoral, tendo a lista única que se apresentou ao ato eleitoral recebido 94,9% do número total de votos expressos.

O presidente da CTP reeleito, Francisco Calheiros, “regista com satisfação a votação expressiva neste ato eleitoral, o que significa um voto de confiança dos associados da CTP nesta lista constituída pelos representantes do turismo nacional”.

Neste novo mandato, o presidente da CTP reeleito salienta pretender dar “continuidade ao trabalho que temos vindo a desenvolver em prol do setor do turismo e em defesa dos interesses dos nossos associados”.

“Neste próximo triénio temos muitos desafios pela frente e são várias as prioridades estratégicas que definimos, sabendo bem as dificuldades que enfrentamos, numa conjuntura nacional e internacional de grande incerteza. Mas sou um otimista e sei bem que saberemos ultrapassar todos os obstáculos e continuar a fazer do turismo o motor da economia portuguesa”, frisa Francisco Calheiros.

Os novos órgãos sociais para o próximo mandato têm como presidente da Mesa da Assembleia Geral, a Sociedade Grupo Pestana, SGPS, S. A., representada por José Theotónio e como presidente do Conselho Fiscal a Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, S. A., representada por Jorge Rebelo de Almeida.

Para o triénio 2024-2027, a direção da Confederação do Turismo destaca como principais eixos estratégicos do novo mandato, num âmbito geral, a reforma do Estado; a execução do PRR; o PT2030; a fiscalidade e os custos de contexto e as questões da demografia.

Especificamente para o turismo, os temas prioritários da direção da CTP até 2027 são os apoios à consolidação e internacionalização das empresas; a transformação digital, a privatização da TAP e obviamente a decisão sobre o novo aeroporto.

Os órgãos sociais da CTP para o triénio 2024-2027 são:

Conselho Diretivo
Presidente: Francisco Calheiros (AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal)
Vice-presidente: Bernardo Trindade (AHP – Associação da Hotelaria de Portugal)
Vice-presidente: Carlos Moura (AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal)
Vice-presidente: Pedro Costa Ferreira (APAVT – Associação Portuguesa das Agência de Viagens e Turismo)
Vice-presidente: Jorge Armindo Teixeira (APC – Associação Portuguesa de Casinos)
Vice-presidente: Rodrigo Pinto de Barros (APHORT – Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo)
Vice-presidente: Vítor Costa (ATL – Associação Turismo de Lisboa – Convention and Visitors Bureau)
Vogal: Hélder Martins (AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve)
Vogal: Joaquim Robalo de Almeia (ARAC – Associação Nacional dos Locadores de Veículos)
Vogal: Luís Eduardo Miranda (ALEP – Associação de Alojamento Local em Portugal)
Vogal: José Luís Arnaut (ANA – Aeroportos de Portugal, S.A.)
Vogal: Manuel Proença (Hoti Hotéis, SGPS, S. A.)
Vogal: Luís Rodrigues (TAP, Transportes Aéreos Portugueses, S. A)

Mesa da Assembleia Geral
Presidente: José Theotónio (Grupo Pestana, SGPS, S. A)
Vice-presidente: António Moura Portugal (RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal)
Secretária: Rosa Maria Costa (Associação Visit Azores)

Conselho Fiscal
Presidente: Jorge Rebelo de Almeida (Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, S. A.)
Vice-presidente: António Jardim Fernandes (ACIF – Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira)
Vogal: Frederico Sanches (CNIG – Conselho Nacional da Indústria do Golfe)

A tomada de posse dos novos órgãos sociais realizar-se-á no dia 11 de abril, às 15h00, no Ritz Four Seasons Hotel Lisboa

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Sites de reservas de viagens e companhias aéreas lideram o volume de queixas ao setor do turismo

De acordo com o Portal da Queixa, as reclamações dirigidas ao setor do turismo aumentaram 30%, que alerta que a burla é um dos motivos denunciados pelos consumidores. Sites de reservas de viagens e companhias aéreas lideram o volume de queixas.

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O Portal da Queixa registou um aumento de 30% no número de reclamações dirigidas ao setor do turismo. Os sites de reservas de viagens e as companhias aéreas somam o maior volume de queixas: 68%. Entre os principais motivos de insatisfação estão cobranças indevidas, problemas com o reembolso, atrasos nos voos e mau atendimento. TAP, Ryanair, Easyjet e Booking são as marcas mais reclamadas.

A análise efetuada à categoria hotéis, viagens e turismo, entre os dias 1 de janeiro e 17 de março, revela que o número de reclamações dirigidas ao setor registou um aumento na ordem dos 30%, em comparação com o mesmo período de 2023.

Segundo os dados aferidos, este ano, os consumidores portugueses já registaram 1140 reclamações no Portal da Queixa, e em 2023, no período homólogo, foram contabilizadas 878.

Entre as subcategorias do setor com o maior volume de reclamações recebido, estão os sites de reserva de viagens (49%); as companhias aéreas (18.9%); os marketplaces – viagens, produtos e serviços (8.6%); as agências de viagens (7.4%); os sites de reservas de alojamento (7.4%) e os hotéis – cadeias hoteleiras, a ocupar uma fatia de 2.2% no total de queixas apurado no início do ano.

Os cinco principais motivos de reclamação apresentados pelos consumidores relacionam-se com cobrança indevida, a gerar 33.6% das queixas recebidas. Dificuldades com o reembolso acolhem 16.3% das reclamações e problemas com a qualidade da hospedagem/serviço: 6.7%. Os problemas com o cancelamento de reserva ocupam uma fatia de 6.5% e os constrangimentos no apoio ao cliente motivaram 5.6% das ocorrências.

De acordo com os dados, o motivo burla é denunciado pelos consumidores em queixas apresentadas contra as categorias marketplaces (12.5%) e agências de viagens (9.8%).

Por adivinhar-se um ano histórico e, uma altura em que se aproximam as férias da Páscoa, o Portal da Queixa informa os consumidores sobre quais são os principais constrangimentos que estão a assolar, este ano, o setor do turismo, quais as entidades com mais reclamações e que marcas têm o melhor Índice de Satisfação na plataforma.

A análise permitiu ainda aferir que as quatro entidades mais visadas – TAP, Ryanair, Easyjet e Booking – registam um baixo nível de performance no Portal da Queixa, no que se refere à resolução dos problemas reportados pelos consumidores. Todas as marcas têm Índices de Satisfação (IS) abaixo dos 17 pontos (em 100) e Taxas de Solução (TS) inferiores a 16%.

Relativamente às entidades com melhor Índice de Satisfação – uma avaliação exclusiva e da inteira responsabilidade dos consumidores –, os dados analisados apontam nas agências de viagens: a Rickytravel com um IS pontuado em 86 (em 100); Viagens El Corte Inglés (77.9) e Top Atlântico com um Índice de Satisfação de 69.9.

Nos sites de reserva de viagens, a melhor pontuação vai para a eDreams (85.3 de IS) e nos sites de reservas de alojamento, destacam-se a Traventia com 84.2 e a Holidu com 81.1 de IS.

Já nos marketplaces – viagens, produtos e serviços, sobressai o Grupo Interpass com um IS de 75.3 em 100. Nas companhias aéreas o bom exemplo vem da EuroAtlantic com 75.2 pontos de IS. A cadeia hoteleira HF Hotels é a marca com melhor pontuação da categoria ao alcançar 71.1 de IS.

 

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“Poupe Água, Seja Futurista” é mote de campanha do Turismo de Portugal

Este é mais um passo do movimento “Não é turismo. É Futurismo”, que o Turismo de Portugal lança em 2024 e que apela à ação dos turistas do futuro para adotar formas de viajar baseadas na sustentabilidade, na responsabilidade e na autenticidade, em prol de um legado de bem-estar para as próximas gerações e para o planeta.

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Poupe água, proteja o futuro é o mote da campanha direcionada aos turistas, que o Turismo de Portugal está e levar a cabo, e que se enquadra no âmbito dos desafios que o país enfrenta, relativamente à utilização e preservação deste recurso escasso, mas essencial para a vida no planeta que é a água.

Na sua página oficial, o Turismo de Portugal lembra que a água é imprescindível para a existência dos ecossistemas naturais, assim como para a continuação das comunidades e para o desenvolvimento das atividades económicas, para destacar que, perante a ameaça da sua escassez e fazendo face à urgência da situação, “o turismo pode contribuir de forma significativa e tem um papel importante no caminho para um futuro sustentável do planeta”.

 

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