Turismo com dilema em incorporar sobretaxas devido ao aumento dos preços da energia
Com a escalda de preços da energia e dos combustíveis, a GlobalData avança que são muitas as empresas do setor do turismo e viagem que enfrentam o dilema de aumentar, ou não, os preços.
Victor Jorge
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As sobretaxas nas próximas férias são uma possibilidade real no setor do turismo e viagens, com as empresas a enfrentarem o aumento dos preços da energia e combustíveis. Segmentos como o alojamento/hotelaria, transporte e atração turística, entre outros, serão, segundo a GlobalData, “certamente impactados.”
A consultora admite, assim, que “as empresas de turismo e viagens estão num dilema entre repassar esses custos adicionais aos consumidores ou absorver elas próprias esse valor”, observa a GlobalData.
Esta realidade vive-se quando se esperava que 2022 fosse um ano crucial na indústria do turismo e viagens, com a confiança dos turistas a regressar e com as opções de viagens de baixo custo a continuarem a serem muito procuradas, especialmente após as dificuldades económicas devido à pandemia.
Os dados avançados pela GlobalData Consumer Survey indicam que no 3.º trimestre de 2021 cerca de 58% dos entrevistados disseram que o “custo” foi o motivo mais influente para efetuar as reserva das férias, tornando-o no “principal motivador para o consumo de viagens”.
Craig Bradley, analista de viagens e turismo da GlobalData, salienta que “à medida que os preços da energia e dos combustíveis dispararam, as empresas de transporte – como companhias aéreas e ferroviárias – estão a enfrentar custos indiretos mais altos, em 2022, do que em anos anteriores”. Assim, o responsável da consultora avança que as empresas que optam por absorver esses custos “podem ter dificuldades para obter um lucro razoável, forçando muitas a repassar esses custos aos viajantes”.
“O alojamento e outros serviços de hospitalidade enfrentam um dilema semelhante”, reconhece Bradley, destacando que os custos de energia e combustível “afetam toda a cadeia de abastecimento, de modo que o custo de bens importados, como alimentos e bebidas, aumentará”. Isto depois das empresas terem estado sob uma pressão significativa durante a pandemia, com os hotéis a relatar baixos níveis de ocupação ou a fechar mesmo indefinidamente devido às restrições da COVID-19.
O aumento dos custos operacionais também pode ser problemático para férias pré-reservadas em 2022 e 2023 por meio de intermediários de viagens, acredita a GlobalData. Algumas empresas podem ser forçadas a cobrar uma sobretaxa às reservas existentes para cobrir os custos crescentes. Nesse caso, frisa a GlobalData, “as agências de viagens e os operadores turísticos têm uma dificuldade em repassar ou não os custos aos clientes”, indicando que tal realidade poderá “forçar os clientes a cancelar os as férias por completo, seja por falta de acessibilidade ou insatisfação com o serviço”.
Desta forma, Bradley afirma que as sobretaxas adicionais representam para as empresas de viagens e turismo uma situação “altamente desafiadora”, admitindo que “a adição de custos ou impostos extras pode prejudicar o relacionamento com o cliente”.
Como resultado, conclui Bradley, “as empresas podem procurar medidas alternativas para cortar custos, retirando serviços ou simplificando processos operacionais que podem afetar o atendimento ao cliente, mas que permitem resistir a uma realidade em constante desenvolvimento”.