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“A Europa tornou-se um destino perigoso” diz o secretário-geral da OMT

O secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, declarou que a situação na Europa pode “tornar-se mais grave e muito mais difícil” do que com a Covid, referindo à guerra na Ucrânia, país que “está no coração da Europa”, e o seu impacto no setor do turismo.

Carolina Morgado
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“A Europa tornou-se um destino perigoso” diz o secretário-geral da OMT

O secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, declarou que a situação na Europa pode “tornar-se mais grave e muito mais difícil” do que com a Covid, referindo à guerra na Ucrânia, país que “está no coração da Europa”, e o seu impacto no setor do turismo.

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Em entrevista ao “El Confidencial”, Pololikashvili disse mesmo que a Europa se tornou um destino “perigoso”, e acredita que a guerra afetará seriamente o turismo. “As pessoas têm medo de deixar seu país porque não sabem quando é que as ligações serão fechadas, e se poderão voltar para casa, mais ou menos o mesmo que aconteceu durante a Covid, em que as pessoas não queriam viajar porque não sabiam como a viagem terminaria. A cada dia a situação mudava. Agora estamos na mesma situação. Assim, é muito difícil dizer como vemos o futuro do turismo”, apontou.

“Vimos como o turismo recuperou primeiro na Europa, porque embora a região tivesse algumas restrições, com a sua infraestrutura de saúde e a sua infraestrutura em geral, teve a oportunidade de relançar as primeiras viagens, e vimos, em números, que o turismo estava se retomar. Mas agora tornou-se um destino perigoso, porque a Ucrânia está no coração da Europa. Os turistas agora não procuram aventuras, querem lugares para descansar, mas seguros. Além disso, não devemos esquecer que entre 5 e 7% dos turistas na Europa são russos, e isso vai mudar muito”, realçou o secretário-geral da OMT

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Zurab Pololikashvili prevê que a guerra afetará “primeiro a mobilidade e depois a mentalidade”, e acrescentou que “quando me perguntaram durante a Covid como via o futuro, dizia que era impossível prever o que iria acontecer amanhã. Agora é muito mais complicado, porque ninguém sabe o que vai acontecer com esta situação. Pode ficar mais grave e muito mais difícil”.

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Ultrapassados os 27,5 milhões de hóspedes e 71 milhões de dormidas até outubro

O setor do alojamento turístico nacional ultrapassou, até outubro de 2024, os 27,5 milhões de hóspedes e as 71,1 milhões de dormidas. No 10.º mês o setor do turismo continuou a crescer.

Victor Jorge

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o setor do alojamento turístico em Portugal registou 3 milhões de hóspedes e 7,6 milhões de dormidas em outubro de 2024, correspondendo a subidas de 3,8% e 2,5%, respetivamente (+2,9% e +2,5% em setembro de 2024, pela mesma ordem).

Neste 10.º mês de 2024, o número de hóspedes nacionais ultrapassou o milhão, correspondendo a uma subida de 3,3% face a igual mês de 2023, enquanto os hóspedes não residentes estiveram bem perto dos 2 milhões, um crescimento de 4% relativamente a igual período do ano passado.

A Grande Lisboa aparece a liderar em número de hóspedes, com 808 mil, representando um crescimento de 3,2% face a outubro de 2023, seguindo-se o Norte com, praticamente 700 mil hóspedes (+5,1%) e o Algarve com 515 mil (+0,4%). Destaque para a região Centro, única a crescer a duplo dígito, fechando outubro de 2024 com 260 mil hóspedes (+10,1%).

De resto todas as regiões nacionais registaram evoluções no número de hóspedes em outubro de 2024.

O Porto e Norte foi a região que mais hóspedes nacionais recebeu, em outubro de 2024, totalizando quase 275 mil, seguindo-se Lisboa com 172 mil e o Centro com 168 mil, únicas regiões com números acima dos 100 mil.

Já nos hóspedes não residentes, a liderança pertence a Lisboa com 637 mil, seguindo-se o Porto e Norte com 422 mil e o Algarve com 419 mil.

Nos hóspedes não residentes, destaque para o mercado dos EUA que lidera o ranking com 268 mil turistas, seguindo-se o Reino Unido com 267 mil, a Alemanha com 198 mil e Espanha com 168 mil.

Já nas dormidas, totalizando 7,6 milhões, registaram-se quase 1,9 milhões de dormidas de residentes, correspondendo a uma subida de 1,2% face ao mesmo período de 2023, enquanto os não residentes foram responsáveis por mais de 5,7 milhões de dormidas, uma subida de 3% relativamente ao mês homólogo de 2023.

Na globalidade, o Algarve foi a única região a ultrapassar as 2 milhões de dormidas, representando um aumento de 0,4% face a outubro de 2024. Em segundo lugar aparece Lisboa com 1,9 milhões de dormidas (+2,2%) e o Porto e Norte com 1,3 milhões (+4,6%). Nesta análise, somente a região do Alentejo aparece com um decréscimo (-4,4%), totalizando 272 mil dormidas.

Aqui, o destaque vai para os Açores que cresce 10,8% face a outubro de 2023, com o total de 274 mil dormidas.

Ao nível das dormidas, os dados do INE mostram que uma liderança da região Porto e Norte, com quase 430 mil dormidas, em outubro de 2024, seguindo-se Lisboa com 304 mil e o Centro com 273 mil, ficando todas as regiões, exceto a Península de Setúbal na casa dos três dígitos.

Já nas dormidas de não residentes, é o Algarve que aparece em primeiro lugar, com mais de 1,8 milhões de dormidas, seguindo-se Lisboa com 1,5 milhões e o Porto e Norte com 888 mil.

Neste quadro das dormidas de não residentes, é o Reino Unido que lidera com 1,1 milhões de dormidas, seguindo-se a Alemanha com 720 mil, EUA com 592 mil, França com 431 mil e Espanha com 355 mil.

Estada média decresceu
Em outubro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,54 noites) continuou a diminuir (-1,2%, após -0,4% em setembro). Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,54 noites) e no Algarve (4,04 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,67 noites) e no Alentejo (1,76 noites).

Em outubro, a estada média dos residentes (1,84 noites) diminuiu 2,1% e a dos não residentes (2,89 noites) decresceu 1%.

A estada média dos não residentes foi mais longa do que a dos residentes em todas as regiões. A Madeira registou as estadas médias mais prolongadas, quer dos não residentes (4,95 noites) quer dos residentes (3,21 noites).

A taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (51%) continuou a diminuir ligeiramente em outubro (-0,2 p.p., após -0,1 p.p. em setembro). A taxa líquida de ocupação-quarto (63,2%) registou um aumento de 0,7 p.p. (+0,6 p.p. em setembro).

Em outubro, o Alentejo registou a maior diminuição da taxa de ocupação-cama (-3 p.p.). Os crescimentos de maior magnitude registaram-se na Península de Setúbal (+2,7 p.p.) e na Madeira (+2,1%). As taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na Madeira (69,6%), seguida da Grande Lisboa (63,8%), enquanto as mais baixas ocorreram no Centro (32%) e no Alentejo (33%).

Objetivos da ET27 ultrapassados em número de hóspedes. Faltam as dormidas
Analisados os quadros publicados pelo INE, verifica-se que o número de hóspedes no acumulado do ano – janeiro a outubro – atingiu os 27,568 milhões, representando um crescimento de 4,7% face aos 26,3 milhões de igual período de 2023. Já as dormidas ultrapassaram, no mesmo período analisado, as 71,1 milhões, correspondendo a uma subida 3,7% face às 68,6 milhões de período homólogo do ano passado.

Dos mais de 27,5 milhões de hóspedes do acumulado do ano, 10,3 milhões são residentes (+2,4%), enquanto o número de não residentes subiu 6,1% para 17,2 milhões.

No número de hóspedes, todas as regiões registaram crescimentos, com Lisboa a liderar com 7,3 milhões de hóspedes e uma subida de 4,6% face ao ano 2023. Seguem-se o Porto e Norte e o Algarve com 6,4 milhões e 4,8 milhões de hóspedes, respetivamente, representando aumentos de 6,2% e 2,2%, pela mesma ordem. De referir que a maior subida nesta análise relativamente aos hóspedes pertence aos Açores com 7,9%, atingindo quase 908 mil hóspedes.

Na análise aos hóspedes internacionais, Lisboa lidera com 5,7 milhões, seguindo-se o Porto e Norte com 3,7 milhões e o Algarve com 3,5 milhões, destacando-se, igualmente, a Madeira que atinge quase os 1,4 milhões de hóspedes não residentes.

Por mercados, e com mais de 2 milhões de hóspedes aparecem três mercados: Reino Unido, Espanha e EUA. No primeiro caso, o total de turistas britânicos soma 2,2 milhões no acumulado de 2024 até outubro, seguindo-se Espanha com quase 2,1 milhões e os EUA com 2,04 milhões. Acima do milhão aparecem ainda Alemanha com 1,55 milhões e a França com quase 1,5 milhões.

Das mais de 71,1 milhões de dormidas, é o Algarve que lidera com 19,3 milhões (+1,8%), seguindo-se Lisboa com 16,8 milhões (+3,7%) e o Porto e Norte com 12,3 milhões (+5,8%). Tal como no mês de outubro, também no acumulado do ano são os Açores que aparecem com maior crescimento (+9,1%).

Na análise das dormidas de residentes, as posições cimeiras pertencem ao Porto e Norte com 4,4 milhões de dormidas, seguindo-se o Algarve com menos 16 mil, aparecendo o Centro em terceiro lugar com pouco mais de 2,9 milhões e Lisboa com quase 2,9 milhões.

Já nas dormidas de não residentes, é o Algarve que lidera com perto de 15 milhões de dormidas. Lisboa segue-se com perto de 14 milhões e a grande distância aparecem o Porto e Norte com 7,9 milhões e Madeira com perto de 7 milhões.

Mais abaixo aparecem os Açores com 1,8 milhões, Oeste e Vale do Tejo com quase 1,7 milhões e Centro com 1,5 milhões, ficando todas as outras regiões abaixo do milhão de dormidas.

Ao nível das dormidas, o Reino Unido bate todos os outros mercados por larga distância, somando no acumulado do ano perto de 9,4 milhões de dormidas. A Alemanha é o segundo mercado com 5,6 milhões, seguindo-se Espanha com4,8 milhões, EUA com 4,6 milhões e França com 4,2 milhões.

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Governo estabelece novo limite de idade para controladores de tráfego aéreo

O Estatuto de Controlador do Tráfego Aéreo passa a estabelecer um novo limite máximo de idade de 60 anos para o desempenho da profissão, depois do Governo ter aprovado, em Conselho de Ministros, um Decreto-Lei que altera o estatuto destes profissionais.

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O Governo aprovou esta quinta-feira, 28 de novembro, um Decreto-Lei que altera o Estatuto de Controlador do Tráfego Aéreo e que estabelece um novo limite máximo de idade de 60 anos para o desempenho da profissão.

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros desta quinta-feira, o novo limite de idade aplica-se a “funções operacionais” e deve-se à “constante evolução técnica e tecnológica verificada nos equipamentos e sistemas de apoio à prestação de serviços de tráfego aéreo, a qual tem trazido uma melhoria das condições de trabalho” destes profissionais.

“A alteração tem em conta também a harmonização com a realidade atual das práticas internacionais e europeias no domínio do controlo do tráfego aéreo e encontra-se alinhada com o instrumento de regulamentação coletiva de trabalho”, lê-se ainda no comunicado do Conselho de Ministros.

O comunicado do Conselho de Ministros diz ainda que o Governo aprovou também uma resolução que “adapta o modelo de coordenação da participação de Portugal na Expo 2025 Osaka Kansai à orgânica do XXIV Governo Constitucional”, passando a incluir também o Turismo de Portugal na estrutura.

“A alteração reflete a aposta do Governo na diplomacia económica, reforçando o papel do Ministério da Economia na coordenação deste projeto”, explica o comunicado do Conselho de Ministros.

O último Conselho de Ministros aprovou ainda uma resolução que prevê o investimento de 25 milhões de euros, a realizar pela Secretaria-Geral do Governo, “em hardware e software para os sistemas europeus de informação em matéria de fronteiras e estrangeiros”.

“Esta reprogramação acomoda as decisões europeias de adiamento da entrada em funcionamento do novo sistema de controlo de fronteiras externas, designado “Sistema de Entrada/Saída” (SES), e de introdução, já em 2025, do ETIAS (Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem)”, refere a informação divulgada.

 

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Porto e Norte com prémio nos Óscares do cinema de turismo

O Porto e Norte de Portugal solidificou a promoção turística com mais um reconhecimento internacional com o 3.º lugar nos World Tourism Film Awards.

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O Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) foi distinguido com o 3.º lugar, na categoria Regiões, na 36.º edição World Tourism Film Awards, com o filme promocional “For sure, they are from the north” (Vê-se Mesmo Que São do Norte). Este reconhecimento, cuja gala em Valência (Espanha), coloca a peça videográfica nortenha entre as três melhores do mundo na sua categoria, consolidando o Porto e Norte como um destino de referência global.

O filme é o resultado de uma parceria de excelência entre o TPNP, a criatividade da agência CaetsuTwo e a Lobby Productions, que traduziu essa visão em imagens marcantes e de grande impacto emocional.

“For sure, they are from the north” remete para a origem e a originalidade da região, mas também para a fundação da nação e todo o respetivo património (i)material, transversal aos quatro subdestinos, cada qual com as suas particularidades a funcionar como um todo indivisível.

Emanado do CIFFT – Comité Internacional de Festivais de Filmes de Turismo, o galardão é mais um marco na trajetória deste filme, que já tinha sido premiado em prestigiados festivais internacionais: Muse Awards 2024 (Gold), Telly Awards 2024 (Gold), ambos em Nova Iorque, e o Art&Tur International (Silver), em Portugal, entre outros.

Ao longo do último ano, o filme competiu com produções milionárias e de alto perfil, representando destinos globais como a Suíça, Canadá, Indonésia, Espanha, Estados Unidos da América, entre outros, protagonizadas por estrelas como Roger Federer, Robert De Niro e Anne Hathaway.

Os restantes quatro prémios para a região foram conquistados pelo município de Barcelos, na categoria de Produtos Turísticos; pela empresa PortugalNTN, 1.° Prémio do Público; pela Fundação de Serralves e pelas Conservas Pinhais, ambos na categoria de Serviços de Turismo.

Na altura de receber o prémio, Luís Pedro Martins, presidente do TPNP, reconheceu que “estes prémios são uma celebração da autenticidade e da força das gentes do Norte. Temos muitos atributos, mas as pessoas são o nosso maior ativo. Este é um destino que emociona, que apaixona e que se distingue pela sua alma única. Estes prémios são de todos nós – são das gentes do Porto e Norte de Portugal!”.

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Caminho de Santiago mais inclusivo

Projeto InCASA tem como objetivo principal tornar o percurso mais acessível a peregrinos com necessidades especiais.

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Considerado Património Mundial pela Unesco, o Caminho de Santiago acolhe, todos os anos, milhares de peregrinos que têm como objetivo chegar à Catedral de Santiago de Compostela. Com diferentes rotas e podendo ser realizado a pé, de bicicleta, a cavalo ou até de barco, o Caminho continua a apresentar barreiras a todos os peregrinos com algum tipo de deficiência.

Neste contexto, surge o “InCASA – Inclusive Camino de Santiago: An accessible journey for all”, um projeto que conta com a participação da Atlântica – Instituto Universitário e que pretende tornar o Caminho de Santiago acessível a todos os peregrinos, mesmo os que apresentam algum tipo de limitação.

Com a primavera e o outono a destacarem-se como as estações mais populares para realizar o percurso, o Caminho de Santiago tem registado um aumento no número de peregrinos nos últimos anos.

Contido, a jornada que marca a vida dos participantes, apresentando-se como uma experiência transformadora, é também um grande desafio para pessoas com deficiência. Em 2022, menos de 5% dos viajantes que concluíram o caminho revelaram ter algum tipo de incapacidade. Com 438.182 participantes, em 2022 – um número sem precedentes –, apenas 127 foram capazes de realizar a peregrinação em cadeira de rodas.

Tendo em conta estes números, e com a ambição de tornar a experiência mais acessível a todos, nasceu o InCASA que, ainda numa fase inicial, terá a duração de dois anos, e vai, através do mapeamento das principais dificuldades encontradas, desenrolar-se com três objetivos específicos. O primeiro diz respeito à criação de uma aplicação dedicada e aberta a todos os utilizadores, com o intuito de fornecer informações detalhadas sobre a peregrinação. O segundo objetivo passa pelo desenvolvimento de uma plataforma que inclua cursos de formação e recursos gratuitos para cuidadores, técnicos de juventude e profissionais de associações que organizam roteiros com pessoas com incapacidade. Finalmente, o projeto vai culminar com a realização do Caminho, com jovens com incapacidade, testando assim a aplicação, bem como os resultados do trabalho desenvolvido.

O projeto passou, recentemente, por uma fase de focus groups, tendo havido a recolha de dados de participantes de vários países, nomeadamente Portugal, Espanha, Polónia, Eslovénia e Roménia. Os dados obtidos são reveladores, destacando-se a necessidade urgente de criar mais condições para pessoas com cadeiras de rodas, seguindo-se a necessidade de integrar assistentes pessoais e a importância do seu apoio nas atividades diárias ao longo do percurso. Os focus groups permitiram ainda identificar vários desafios encontrados no Caminho de Santiago, tendo sido categorizados em obstáculos ambientais, barreiras arquitetónicas, barreiras ecológicas e barreiras legais.

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Centro de Portugal com três filmes entre os melhores do mundo nos World Tourism Film Awards

Filme da Nazaré foi o grande vencedor na categoria Cidades. Produções da Turismo Centro de Portugal e das Caldas da Rainha também reconhecidas a nível internacional. Portugal foi o país mais premiado.

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Três filmes promocionais da região Centro de Portugal destacaram-se entre os melhores do mundo na 36.ª edição dos World Tourism Film Awards, que decorreram em Valência, Espanha, consolidando o estatuto do Centro de Portugal como uma referência também no panorama global de filmes de turismo.

Os prémios, organizados pelo CIFFT – Comité Internacional de Festivais de Filmes de Turismo, distinguem os filmes turísticos mais premiados ao longo do ano, num circuito que abrange 10 festivais em diferentes países, incluindo o Festival ART&TUR, realizado no Centro de Portugal.

O filme promocional “Vou Só 3 Dias”, da Turismo Centro de Portugal, produzido pela produtora Lobby Films and Advertising, conquistou o 4.º lugar na categoria “Regiões”, sublinhando Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, que “este é um filme que aborda, de uma forma única e especial, a diversidade e a riqueza do Centro de Portugal. Assente na lógica de promoção do ‘menos é mais’, daquilo que nos diferencia e nos distingue, das nossas singularidades, tem na sustentabilidade o seu vetor central”.

Também do Centro de Portugal, os municípios de Nazaré e Caldas da Rainha sagraram-se também vencedores na gala, merecendo a preferência dos jurados dos vários festivais internacionais que integram o circuito do CIFFT.

O filme “Nazaré – Bigger Than Life” (“Nazaré – Maior do que a Vida”) foi um dos grandes triunfadores do circuito, terminando em 1.º lugar na categoria “Cidades”, filme produzido pela OONIFY para o Município da Nazaré.

Já o filme “Caldas da Rainha Magnificent” (“Caldas da Rainha Magnífica”), produzido pela Eureka Films para o Município das Caldas da Rainha, conquistou o 5.º lugar também na categoria “Cidades”. De assinalar que este filme resultou do “ART&FACTORY”, iniciativa integrada no festival de cinema de turismo “ART&TUR”, que todos os anos decorre no Centro de Portugal.

De resto, Portugal foi dos países mais premiados nos World Tourism Film Awards, que reconheceram 27 produções de 16 países como os Melhores Filmes de Turismo do Mundo, nas cinco categorias competitivas: Promoção de Cidade, Região e País, Produtos Turísticos e Serviços Turísticos. Os vencedores destacaram-se nos rankings CIFFT, uma lista que reúne os vídeos e campanhas turísticas mais premiados ao longo do ano e revela as principais tendências do setor.

Com oito produções entre os melhores filmes de turismo do mundo, além dos troféus para a Turismo Centro de Portugal e Municípios de Nazaré e Caldas da Rainha, destacaram-se produções de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Rota Vicentina, Museu de Serralves, NURI Conservas Pinhais e um consórcio representando os municípios de Ponte de Lima, Barcelos, Paredes de Coura e Valença. Além disso, a PORTUGALNTN, Lda. recebeu o troféu CIFFT “People’s Choice” Award 2024.

O Turismo da Suíça foi o grande vencedor global, com “The Ride of a Lifetime”, um vídeo promocional protagonizado pelo carismático duo Roger Federer e Trevor Noah. Esta produção destacou-se ao conquistar um duplo reconhecimento, o título de Melhor Filme de Turismo do Mundo, em 1.º lugar na categoria de Produtos Turísticos, e o novo prémio CIFFT Tourism Press Award, um galardão especial atribuído por um painel internacional de jornalistas de viagens.

(Re)veja os filmes.

 

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Vila do Conde faz aposta clara na cultura náutica como posicionamento estratégico

O Município de Vila do Conde, em parceria com o Turismo do Porto e Norte de Portugal, tornou público o seu Plano Estratégico de Marketing Turístico 2025-2030, onde apresenta uma aposta clara na cultura náutica.

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Com uma clara definição estratégica e um plano de ação que suporta e orienta a atividade do Município e do setor privado do concelho, acredita-se estarem asseguradas as condições essenciais não só à melhoria do desempenho de Vila do Conde nos indicadores globais do turismo, mas, também, à manutenção da qualidade de vida da comunidade, enquanto principal desígnio deste plano.

“Onde a vida abraça o mar!” é o slogan do destino que resulta de uma mistura de hospitalidade, paixão, energia inovadora e fiabilidade, e destaca a cultura náutica como pilar central de um turismo sustentável, que combina inovação, beleza natural e valorização da comunidade.

Com 74 ações, o plano enfatiza a sustentabilidade e a digitalização, contando com a parceria do setor privado e da Academia para projetar Vila do Conde nos próximos 5 anos.

A apresentação pública do Plano Estratégico foi complementada com a apresentação das ações para 2025 e do conceito de comunicação que norteará a primeira campanha do ano.

“Vila do Conde tem um grande potencial turístico e este novo posicionamento, de um território onde a vida floresce harmoniosamente à beira-mar, num território onde as belezas naturais se unem à riqueza cultural, patrimonial e social. Promover um turismo sustentável, que promova estas caraterísticas, mantendo a identidade e o bem-estar da comunidade é o grande desígnio deste plano”, realça o presidente da Câmara Municipal, Vítor Costa, citado na página oficial da autarquia.

“Pensar o turismo, a partir da preocupação com qualidade de vida da população, e querer cooperar e alinhar estratégias para aumentar a competitividade internacional da Região, é um exemplo a seguir”, considera o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins, também citado pela mesma fonte, que avançou que a entidade que dirige “tem muito a ganhar com o posicionamento que Vila do Conde ambiciona ter, e pelo caminho que definiu para o atingir”.

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Guimarães eleita Capital Verde Europeia 2026

Guimarães acaba de ser eleita Capital Verde Europeia 2026, e o prémio, que reconhece o compromisso contínuo do município para a sustentabilidade ambiental, foi atribuído esta quarta-feira, em Valência, cidade que detém o título este ano.

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A cidade portuguesa concorria com Heilbronn (Alemanha) e Klagenfurt (Áustria), tendo-se, agora, sagrado vencedora, depois de, no ano passado, já ter figurado entre as três cidades finalistas. No âmbito do prémio, o município de Guimarães irá receber um apoio financeiro que será aplicado em projetos e iniciativas de sustentabilidade, no âmbito da estratégia levada a cabo pelo município.

Ao longo das diversas fases do prémio, o painel responsável pela avaliação das candidaturas a Capital Verde Europeia 2026, composto por sete especialistas independentes, destacou Guimarães pelo seu desempenho excecional em sete parâmetros ambientais – “qualidade do ar”; “ruído”; “água”; “biodiversidade, áreas verdes e uso do solo”; “resíduos e economia circular”; “alterações climáticas: mitigação; e “alterações climáticas: adaptação” –, reconhecendo o compromisso contínuo do município com a sustentabilidade ambiental.

A candidatura de Guimarães a Capital Verde Europeia é sustentada por mais de uma década de trabalho na transição climática, focada nas sete áreas de indicadores ambientais definidas pela Comissão Europeia. Recorde-se que Guimarães tinha apresentado a primeira candidatura ao prémio em 2017 – tendo alcançado o quinto lugar entre as 13 cidades concorrentes. Este ano, e à semelhança do ano passado, a candidatura foi composta por um amplo portfólio de iniciativas ambientais que já valeram reconhecimento internacional. A título de exemplo, refira-se que o município vimaranense é uma das 100 cidades europeias comprometidas com a neutralidade climática até 2030, evidenciando um esforço conjunto entre a comunidade local, o setor privado, a academia e a administração municipal.

Este compromisso reflete-se no Plano Estratégico e Ecossistema de Governação Guimarães 2030, que promove uma gestão ambiental integrada e multidisciplinar, envolvendo vários setores da sociedade: investigação, envolvimento dos cidadãos e educação ambiental. Neste ponto, destaque para a ação do Laboratório da Paisagem e do programa PEGADAS, através dos quais Guimarães tem promovido a sensibilização para questões ambientais, incentivando comportamentos mais sustentáveis entre os cidadãos e as escolas. Este compromisso reflete-se ainda em projetos inovadores como o Desporto Carbono Zero e o Bairro C, iniciativas que visam a descarbonização e a criação de comunidades sustentáveis.

Guimarães é, também, signatária do Green City Accord e recebeu o prestigiado Mission Label da Comissão Europeia, no âmbito da EU Mission: Climate-Neutral and Smart Cities. A cidade está ainda envolvida em várias missões europeias relacionadas com os oceanos, solos e alterações climáticas, com projetos já em fase de implementação.

O prémio Capital Verde Europeia é atribuído anualmente, destinando-se a cidades europeias com mais de 100 mil habitantes que se distingam em matérias de sustentabilidade ambiental, social e económica. A atribuição do prémio resulta de um processo de seleção rigoroso, ao longo do qual as cidades candidatas devem apresentar argumentos e provas do que já foi implementado à data e do que ainda será feito para se tornarem mais sustentáveis.

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“Temos de parar de olhar para o retrovisor e começar a olhar para a frente”, diz presidente do Turismo de Portugal

No encontro com a imprensa do trade do turismo nacional, Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, avançou com algumas das linhas que irão alicerçar a “Estratégia Turismo 2035”, a ser apresentada em fevereiro de 2025.

Victor Jorge

Depois de realizadas as sete conferências pelas regiões de turismo de Portugal, processo iniciado a 3 de outubro, em Lisboa, e terminado a 25 de novembro, no Algarve, Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal (TdP), fez um ponto de situação com a imprensa especializada do turismo.

Ouvidas que foram as empresas, academia, autarquias, Entidades Regionais de Turismo, agências regionais, e restantes entidades que trabalham todos os dias o setor, Carlos Abade, referiu que “agora importa ir um pouco mais ao pormenor”, estando definidas sessões temáticas relacionadas com diversas dimensões, especificando o presidente do TdP que estas abordarão temas como as Comunidades, Liderança, Mobilidade, Ambiente/Sustentabilidade, Mercados, Tecnologia/Inteligência Artificial (IA), Emprego e Formação.

“Vamos discutir e tentar encontrar soluções, caminhos que podem vir a resolver os desafios futuros”, avançou Carlos Abade, frisando que se prevê que exista, entre o final deste ano e o início do próximo, a primeira versão da estratégia que possa ser colocada à discussão pública durante o mês de janeiro para, depois, ser validade e apresentada em fevereiro de 2025.

Com a Estratégia Turismo 2027 ainda a decorrer, Carlos Abade justificou a discussão de uma nova estratégia com os números já alcançados pelo turismo em Portugal e que antecipam em três anos o que fora definido para 2027. “Ao dia de hoje [com dados de setembro de 2024] os números indicam, do ponto de vista das receitas do turismo, que estão a crescer 9,2% face a 2023, que, provavelmente, terminaremos muito perto dos 27,5 mil milhões de euros, em termos de receitas. Ou seja, ultrapassaremos a fasquia dos 27 mil milhões de euros” recordando que, na altura da definição da atual estratégia “houve várias vozes que disseram que isso era quase impossível de atingir”.

“Ora não estamos em 2027, mas em 2024”, destacou Carlos Abade, afirmando que, com uma pandemia pelo meio, “o setor respondeu de forma muito positiva, conseguindo-se antecipar em três anos o que era esperado em 2027”.

Mas se ao nível das dormidas o objetivo será atingido, o presidente do TdP acredita, também, que nas dormidas, as 80 milhões deverão ser ultrapassadas, já que estamos crescer face a 2023.

Carlos Abade justificou estes resultados assentes numa “estratégia de diversificação de mercados e de entrada em mercados de maior valor acrescentado, que aconteceu ao longo dos últimos anos”, destacando os números obtidos em mercados como os EUA, Canadá ou Irlanda, em contraponto com França e Brasil que registaram um “ligeiro decréscimo”.

Um motor de crescimento chamado turismo
Relativamente à estratégia futura, o presidente do TdP admitiu que “as perceções de hoje são completamente diferentes das que tínhamos não há muito tempo. Temas como a Inteligência Artificial entraram no nosso léxico. Não é um tema novo”, admitiu, “mas a importância que assumiu e que, fundamentalmente, irá assumir no futuro, definirá o sucesso e não podemos estar fora”.

Admitindo, também, que “há alguns desalinhamentos entre aquilo que é a perceção de valor que o turismo entrega à economia e às pessoas face ao que as pessoas percecionam quanto ao valor que o turismo entrega”, Carlos Abade salientou que “o mundo está cada vez mais rápido do ponto de vista de mudanças e, sobretudo, cada vez mais exigente. Isto exige-nos um maior rigor, uma maior inteligência, uma maior eficiência/eficácia na definição dos objetivos que queremos atingir”. Até porque, disse, “os objetivos vão definir muito daquilo que é a nossa visão do futuro, o que queremos que em 2035 seja a visão de sucesso do setor do turismo”.

Sem avançar números concretos a atingir, embora reconheça que “esse é um fator com o qual estamos confrontados”, Carlos Abade prefere assentar a visão “na capacidade que o turismo terá para entregar valor à economia”, frisando que “este valor é um valor que não se confunde com as receitas do turismo. O objetivo é crescer mais, evoluir mais na cadeia de valor, crescer nos mercados, é olhar para o turismo como atividade económica, melhorar a vida das pessoas, servir de elevador social, um motor de crescimento e de incremento da qualidade de vida das pessoas”.

Colocada a questão de como pode o turismo em Portugal ser mais competitivo, Carlos Abade frisou que “temos de gerir de forma cada vez mais inteligente o nosso território, as nossas cidades. O nosso território tem de ser mais competitivo. Tem de dar condições às empresas para que as estas possam desenvolver a sua atividade de uma forma cada vez melhor, sob um território cada vez mais qualificado”.

Para a gestão desse território, o presidente do TdP apontou a mobilidade como fator essencial, já que “se queremos ser mais produtivos temos de levar o turismo também a todo o território”.

Contudo, um dos pontos mais destacados por Carlos Abade foram a tecnologia e a qualificação dos recursos humanos. “Temos de saber perceber quais são as competências do futuro, uma vez em quatro, cinco ou seis anos, a realidade vai mudando e temos de ter essa capacidade de adaptação”. E aqui, o “edifício formativo”, assume vital importância com toda a rede de formação a ter de estar “preparada para ajustar a sua oferta formativa àquilo que são as necessidades das empresas e das competências do futuro”.

Além desta capacitação dos recursos humanos, o presidente do TdP focou, igualmente, “a valorização dos recursos humanos”. Com os dados a apontarem no sentido das remunerações terem crescido no setor do turismo [agregado alojamento e restauração] a uma média de 5,9% nos últimos anos, enquanto a média nacional foi na ordem dos 2,4%, Carlos Abade reconhece que este é “um bom indicador a ter em conta na evolução da estratégia futura”.

Neste ponto dos recursos humanos não foi esquecido o papel da liderança. “Estamos sempre a falar de como seremos mais produtivos e queremos mais valor. Não podemos achar que só vamos qualificar as equipas. Também as lideranças têm de ser continuamente qualificadas”, já que “melhores líderes seguramente irão gerir de forma melhor as suas equipas e dessa forma conseguirão retirar mais valor das organizações”.

Para a tomada de decisões e definição de estratégias é preciso, segundo Carlos Abade, “mais conhecimento”, alargando a discussão à necessidade de “termos dados mais rápido. Hoje [27 de novembro] os dados que possuímos são de setembro. Temos de ter um melhor e mais rápido conhecimento sobre aquilo que se está a passar e, sobretudo, também temos de ter maior abrangência naquilo que temos de conhecer”; destacando que “temos de parar de olhar só para o retrovisor e temos de começar a olhar para a frente e tentar fazer também um conhecimento preditivo daquilo que vai acontecer”.

Aí, tanto a disponibilização de dados mais atuais como a dimensão da IA, Carlos Abade admite que darão capacidade para uma “abordagem mais eficiente aos mercados num processo constante de aceleradores de produtividade, aceleradores de crescimento” que justifica, “serão os grandes desafios no contexto da construção desta estratégia”.

7 temáticas, uma visão, um futuro
Identificadas que estão as sete temáticas para as futuras sessões – Comunidades, Liderança, Mobilidade, Ambiente/Sustentabilidade, Mercados, Tecnologia/Inteligência Artificial (IA), Emprego e Formação – Carlos Abade referiu que “precisamos de ajuda de especialistas sejam nacionais ou internacionais. O objetivo é que, em resultado de cada uma dessas sessões, consigamos ter uma ideia, o mais clara possível, daquilo que podemos fazer para que esses desafios possam ser resolvidos”, disse o presidente do TdP, até porque, segundo reconheceu, “hoje a exigência é outra e estamos em condições de sermos também melhores naquilo que é apontar os nossos objetivos”.

Medindo as palavras, Carlos Abade frisou que o objetivo é que “o turismo possa ser reconhecido como o motor do crescimento inteligente da economia nacional, também porque o crescimento da economia nacional será sempre um ativo para o crescimento bom do setor do turismo”.

Colocada a questão se é ajustado definir uma estratégia a 10 anos, quando o mundo é confrontado com constantes incertezas, o presidente do Turismo de Portugal referiu que esta estratégia será “suficientemente flexível para se ir adaptando àquilo que vai acontecer lá fora e cá dentro, terá, na sua própria essência, mecanismos de revisão e de ajustamento constante”, salientando que “isso não significa que não tenhamos uma visão a 10 anos”.

E aqui entra a análise e a abordagem aos diferentes mercados, admitindo Carlos Abade que “ao longo de 10 anos, vão alterar”, mas que, “o conhecimento que vamos ter dos mercados também serão atualizados”, destacando a “capacidade de ter uma análise preditiva sobre aquilo que são as tendências dos mercados, dos segmentos, dos nichos, e de conseguirmos adaptar as nossas campanhas de promoção, as nossas ações, as nossas ativações, de uma forma mais eficiente”.

E no que diz respeito aos mercados, possuindo o Turismo de Portugal 17 delegações que cobrem 25 mercados, Carlos Abade destaca o alargamento da rede externa, bem como a aposta em mercados como o México, Austrália ou Coreia do Sul. “Isso permitir-nos-á ter aceleradores que nos coloquem num patamar para reagir rapidamente e de uma forma eficiente. Significa estar atentos como os mercados vão variar, quais são os mercados que nos interessam, como é que vamos chegar lá, abordar o tema das rotas aéreas e da conectividade aérea, as rotas long-haul”, destacando o exemplo da importância que a TAP teve no crescimento do mercado dos EUA. “Como é evidente, dentro de um ou dois anos, se surgir uma oportunidade num mercado que percebemos que está a crescer, temos de ir para lá”.

Já em termos de produtos turísticos, Carlos Abade revelou que “vamos continuar num caminho de inovar relativamente à dimensão dos produtos”, frisando que tal foi feito com o turismo literário, turismo industrial, cycling e walking, autocaravanismo, entre outros.

“Tentaremos utilizar e acionar todas as dimensões possíveis para criar valor sobre o turismo”, reconhecendo que associações como o turismo e saúde, turismo e desporto, turismo e cultura, “são áreas que nos dão singularidade, que nos permitem ser diferentes e acrescentar valor”, sem esquecer o enoturismo onde “Portugal é um dos países mais competitivos do mundo”, precisamente no dia em que parte para Madrid (Espanha) onde Portugal receberá o prémio de “Melhor Destino de Enoturismo do Mundo”.

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Turismo no Algarve ainda com espaço para crescer num equilíbrio entre litoral e interior

A última conferência do ciclo “Estratégia Turismo 2035 – Construir o Turismo do Futuro”, que decorreu em Faro, concluiu que o turismo no Algarve ainda tem espaço para crescer de forma integrada e sustentável, com equilíbrio entre o litoral e o interior, num contexto em que os desafios da escassez de água, mão-de-obra e mobilidade têm de ser prioridades.

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Para os operadores públicos e privados ligados ao turismo no Algarve, o êxito tem muito a ver com a capacidade de trabalhar de forma integrada, em rede, de forma a aumentar a capacidade de mobilizar empresas e empresários na operação e desenvolvimento de negócios e, ao mesmo tempo, promover aspetos fundamentais como a formação, a captação de talento e transferência de conhecimento.

À semelhança de outros territórios, o Algarve depara-se com uma mudança geracional nos serviços turísticos, com os turistas a procurarem cada vez mais sustentabilidade ambiental, experiências simples, genuínas e marcantes, sendo que a digitalização é igualmente uma marca cada vez mais forte em toda a cadeia de valor da atividade turística. A combinação e a adoção destes fatores significam mais valor acrescentado para o turismo, foi evidenciada durante a conferência.

A sessão teve lugar no grande auditório da Universidade do Algarve com participação do secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, do presidente do Turismo de Portugal, Carlos Abade, o vereador do Turismo da Câmara Municipal de Faro, Carlos Baia, o presidente da Região de Turismo do Algarve, André Gomes, e do presidente da CCDR Algarve, José Apolinário.

De forma global é unânime a ideia de defender que Portugal cresça de forma sustentável, que continue a apostar na formação e a valorizar a retenção de talento e a criar condições para a inclusão de migrantes no setor.

Esta foi a sétima e última conferência do ciclo que percorreu as sete regiões turísticas de Portugal, procurando ouvir todos os operadores e protagonistas do setor, no âmbito da construção da nova estratégia para o turismo. Contudo, o Turismo de Portugal vai continuar a ouvir as várias sensibilidades, agora através de sessões temáticas que vão ter lugar até ao final do ano. São encontros que vão discutir questões como “comunidades locais”, “lideranças”, “ambiente”, “mobilidade”, “mercados e internacionalização”, “tecnologia/digital” e “emprego e formação”. Assim, para que todos possam participar e enviar sugestões e comentários, o Turismo de Portugal criou a página https://participa-et2035.turismodeportugal.pt/TP_Forms/Estrategia.

 

 

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“Com a Nova Marina, Vilamoura reafirma-se como um polo de excelência no panorama europeu”

Com o ano de 1974 a marcar o início da atividade, a Marina de Vilamoura foi pioneira em Portugal, ocupando um lugar de referência no panorama da náutica de recreio nacional, continuando a ser a maior do país com 825 postos de amarração. Comemorados que estão os primeiros 50 anos, Isolete Correia, CEO da Marina de Vilamoura, afirma que o lançamento da Nova Marina representa “um salto qualitativo” e terá “capacidade de atrair novos clientes, com um poder de compra elevado”.

Victor Jorge

A comemoração do 50.º aniversário é sempre algo de assinalar e no caso da Marina de Vilamoura não poderia ser diferente. Isolete Correia, CEO da Marina de Vilamoura, destaca o contributo que a infraestrutura teve para o desenvolvimento do Algarve, salientando que “posicionou a região como um destino turístico de excelência”.

Com a Nova Marina em construção, Isolete Correia admite que “equilibrar o crescimento turístico com a preservação ambiental é um desafio que a Marina de Vilamoura assume com seriedade”. Certo é que a Nova Marina terá a capacidade de “atrair novos clientes, com um poder de compra elevado, que naturalmente irá ter um impacto económico positivo não só para a Marina, mas também para a região como um todo”.

 

A Marina de Vilamoura celebra, em 2024, o seu 50.º aniversário. Quais foram os principais marcos para esta infraestrutura ao longo destas cinco décadas?
A celebração dos 50 anos da Marina de Vilamoura marca meio século de inovação e excelência. Entre os principais marcos, destacamos a abertura em 1974, como a primeira marina em Portugal, um acontecimento que impulsionou significativamente o turismo náutico no panorama nacional e internacional.

Ao longo dos anos, a Marina recebeu múltiplos prémios internacionais, reconhecendo-a como uma das melhores marinas da Europa. Já recebeu vários anos consecutivos a distinção de Melhor Marina de Portugal, prémio promovido pelo Publituris nos Portugal Trade Awards, na categoria de “Melhor Marina”, e mais recentemente, obteve a certificação “5 Âncoras Douradas na Classe Platinum” que é atribuída pela Yacht Harbour Association (TYHA), tendo em conta o nível de infraestruturas disponibilizadas, bem como os serviços prestados. De notar, que a nível mundial apenas 11 marinas receberam esta certificação.

Um polo de desenvolvimento
De que forma é que a Marina de Vilamoura contribuiu para o desenvolvimento do Algarve e, mais concretamente, para a evolução do turismo na região e no país?
A Marina de Vilamoura tem contribuído para o desenvolvimento do Algarve, posicionando a região como um destino turístico de excelência. Ao atrair visitantes internacionais, especialmente no segmento do turismo náutico, a Marina contribuiu, e continua a contribuir, significativamente, para a dinamização económica e criação de empregos locais.

Adicionalmente, incentivou investimentos em infraestruturas associadas, como hotéis, restaurantes e lojas, reforçando a oferta turística do Algarve e de Portugal.

A Marina de Vilamoura é vista como uma referência no turismo náutico e no turismo de luxo em Portugal. Que papel desempenha esta infraestrutura no contexto do turismo algarvio e nacional?
No contexto do turismo algarvio e nacional, a Marina de Vilamoura desempenha um papel preponderante como um ícone de excelência e qualidade. Esta infraestrutura não só atrai proprietários de embarcações de alto padrão, como também serve de palco para eventos náuticos de renome, contribuindo para a projeção internacional do Algarve e de Portugal como destinos de excelência no turismo náutico.

A Marina atua também como ponto de convergência para o turismo de luxo, criando um ecossistema que beneficia diversos setores relacionados. Além disso, a Marina de Vilamoura tem um impacto económico significativo na economia local, promovendo o desenvolvimento de Vilamoura e da região circundante. A atração de turistas e proprietários de embarcações de grande dimensão eleva a procura por serviços de qualidade, alojamento, restauração e ofertas exclusivas, gerando uma receita substancial e emprego para a comunidade.

A Marina fomenta, igualmente a criação de empresas relacionadas com o setor náutico, impulsionando a inovação, empreendedorismo na região, ao mesmo tempo que contribui para a criação constante de postos de trabalho.

Nos últimos anos, o turismo náutico tem crescido significativamente na Europa. Como é que a Marina de Vilamoura se diferencia da concorrência no Mediterrâneo e no Atlântico?
As Marinas de Portugal acabam por ser complementares e não concorrentes, porque promovem o destino disponibilizando serviços diversificados e proporcionando uma experiência única aos seus visitantes.

Relativamente à concorrência no Mediterrâneo e no Atlântico, com a criação de lugares de grande porte na Nova Marina, atrairemos proprietários de grandes embarcações que normalmente navegam pela costa, oferecendo-lhes uma infraestrutura moderna e competitiva para posto de amarração e serviços de apoio, o que fortalecerá a nossa posição no mercado náutico internacional.

Que serviços ou experiências exclusivas oferecem aos proprietários de embarcações e visitantes?
A Marina de Vilamoura oferece uma diversificada gama de serviços exclusivos que incluem desde o concierge personalizado, manutenção e assistência técnica a embarcações, até comodidades de luxo como spa, restaurantes e outros. Os proprietários de embarcações têm ainda acesso a eventos náuticos exclusivos, regatas e workshops, promovendo uma experiência rica e diversificada. Para os visitantes, a Marina oferece experiências como passeios de barco, mergulho e outros desportos aquáticos, garantindo atividades diversificadas e memoráveis.

As dimensões de embarcações que procuram a Marina têm mudado? Há uma tendência crescente para embarcações de grande dimensão ou embarcações sustentáveis?
Nos últimos anos, verificou-se uma tendência crescente para embarcações de maior dimensão. Uma das principais prioridades da Marina de Vilamoura é a sustentabilidade, tendo sido uma das primeiras a nível mundial a obter a certificação da ISO 14001 alusiva ao ambiente, obtida em 2002. Existe uma crescente consciência ambiental entre os proprietários de embarcações, levando a uma maior procura por embarcações sustentáveis e de baixo impacto ambiental.

A Marina tem adaptado as suas instalações para responder a estas tendências, ajustando os postos de amarração e promovendo práticas cada vez mais ecológicas.

Falando em sustentabilidade, este é um tema cada vez mais central no setor náutico. Que práticas sustentáveis já estão implementadas na Marina de Vilamoura e que modelos de sustentabilidade é que a Nova Marina pretende adotar, especialmente no contexto da operação?
A Marina de Vilamoura tem implementado diversas práticas sustentáveis, como a gestão eficiente de resíduos, a utilização de energia renovável e a promoção de técnicas de limpeza ambientalmente responsáveis. Além disso, a Marina participa ativamente em programas de certificação ambiental e investe na sensibilização dos utilizadores para práticas sustentáveis. A Marina de Vilamoura orgulha-se de ter obtido várias certificações ISO, incluindo ISO 14001 (de 2002) que reconhece a eficácia dos sistemas de gestão ambiental adotados, e ISO 9001 (de 2004), que atesta a qualidade dos seus serviços.

Na Nova Marina, o compromisso é de adotar modelos de sustentabilidade, como a instalação de tecnologias para monitorização ambiental, utilização de materiais amigos do ambiente nas infraestruturas e promoção de iniciativas de conservação da biodiversidade marinha.

Como vê o equilíbrio entre crescimento turístico e a preservação ambiental na zona costeira do Algarve?Equilibrar o crescimento turístico com a preservação ambiental é um desafio que a Marina de Vilamoura assume com seriedade. A infraestrutura adota uma abordagem de desenvolvimento sustentável, garantindo que o aumento da atividade turística não compromete a qualidade ambiental da região. Estratégias como a gestão consciente dos recursos naturais, a implementação de práticas sustentáveis e a participação em projetos de conservação são cruciais para assegurar que o crescimento turístico contribua positivamente para a preservação do ecossistema costeiro do Algarve.

Uma Marina nova
O lançamento da Nova Marina é um marco importante. Quais são as principais novidades e melhorias face à infraestrutura atual?
O lançamento da Nova Marina representa um salto qualitativo, com infraestruturas de topo para receber embarcações de maior porte. Serão 68 postos de amarração para embarcações de grande dimensão, entre os 20 e os 40 metros, a introdução de tecnologias especializadas para a gestão e segurança, e a oferta de serviços exclusivos.

Que investimentos serão realizados e qual o impacto esperado na atratividade da Marina?
Os investimentos na Nova Marina serão direcionados para a ampliação e modernização das infraestruturas, incluindo a instalação de novos pontões, melhorias nos serviços de apoio náutico e a construção de áreas dedicadas ao lazer e cultura.

Adicionalmente, a Nova Marina passará a oferecer serviços inovadores como a gestão remota dos consumos de água e eletricidade, serviço de pump-out individualizado em cada posto de amarração, carregamento elétrico disponível para cada embarcação, fornecimento de água potável em todos os postos e uma dessalinizadora para lavagens de pontões e embarcações.

Para garantir uma experiência de excelência, serão também incluídos serviços de concierge disponível 24horas e WiFi gratuito em toda a Marina. Estes investimentos visam não só aumentar a capacidade de acolhimento de embarcações de luxo, mas também enriquecer a experiência dos visitantes, tornando a Marina ainda mais atrativa no panorama internacional.

Com esta nova fase, a posição de Vilamoura no panorama europeu é reforçada?
Com o lançamento da Nova Marina, Vilamoura reafirma-se como um polo de excelência no panorama europeu. As melhorias a nível de infraestruturas, aliadas ao compromisso com a sustentabilidade e a inovação, posicionam a Marina num patamar superior de competitividade. Através dos postos de amarração para embarcações de maiores dimensões, a Nova Marina tem a capacidade de atrair novos clientes, com um poder de compra elevado, que naturalmente irá ter um impacto económico positivo não só para a Marina, mas também para a região como um todo.

Em termos de preços, como se posiciona a Marina de Vilamoura face a outras marinas europeias de renome? Existe uma estratégia de diferenciação de valor?
A Marina de Vilamoura oferece uma relação custo-benefício excelente, quando comparada com outras marinas europeias de renome. A estratégia de diferenciação assenta na oferta de serviços de alta qualidade e exclusividade, combinados com um compromisso com a sustentabilidade e a inovação. A Marina de Vilamoura contou sempre ao longo da sua existência com uma equipa muito motivada e empenhada, fator importantíssimo para o sucesso dos 50 anos de história. Importa, ainda, realçar que a lealdade e a fidelidade de quem nos visita e escolhe é o que faz também o sucesso desta Marina.

Sobre o autorVictor Jorge

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