“Este é um período de poucas certezas absolutas porque estamos a passar por algo novo”
Nesta série de entrevistas, realizadas pelo Publituris aos mais diversos players do setor do turismo, no âmbito da realização da BTL 2022, Mário Ferreira, CEO do Grupo NAU Hotels & Resorts, acredita que a feira assume um “papel primordial para o setor num momento em que os países aliviam restrições e a pandemia parece estar controlada, abrindo assim as portas para a retoma das viagens”.
Victor Jorge
BTL
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Confiante que a equipa da BTL irá conseguir “avaliar e tomar as decisões mais acertadas de forma a adequar os procedimentos vigentes no momento da feira, num quadro já de progressivo alívio das restrições sanitárias em toda a Europa”, o CEO do Grupo NAU Hotels & Resorts, Mário Ferreira, revela que as expectativas são de que “o ano de 2022 possa representar o início da retoma de uma forma mais consolidada”.
Que expectativas possui relativamente à BTL 2022 a menos dois meses do início do evento e depois da não realização em 2020 e 2021?
Recebemos esta edição da BTL 2022 com elevadas expectativas. Estivemos presentes na Bolsa de Viagens em 2021 apesar do cancelamento da BTL nesse ano por considerarmos este tipo de eventos importantes para marcar e acelerar o ano turístico para todos os players do setor. Acreditamos que a BTL 2022, sendo o principal evento de turismo do país, assume um papel primordial para o setor num momento em que os países aliviam restrições e a pandemia parece estar controlada, abrindo assim as portas para a retoma das viagens.
O que poderemos esperar da participação do Grupo NAU nesta BTL 2022?
A participação do Grupo NAU será similar a anos anteriores: queremos dar a conhecer a nossa oferta, aproximando as equipas comerciais dos clientes e parceiros, pelo que iremos ter espaços e atividades dedicadas para esses efeitos.
A estratégia do Grupo NAU terá como alvo o mercado interno ou externo? Que importância possui, neste aspeto, o programa dos “Hosted Buyers”?
A estratégia do Grupo para este evento engloba ambas abordagens. Por um lado, e tendo em conta a nossa importante ligação com o mercado nacional, é uma oportunidade de nos mantermos ligados a este mercado e aos nossos parceiros e clientes regulares que nos visitam nesta feira, bem como darmos a conhecer a nossa oferta a novos clientes.
Por outro lado, a vertente internacional da feira através do programa “Hosted Buyers” e visitas espontâneas de parceiros de vários mercados permite-nos expandir a nossa divulgação internacional dando a conhecer a oferta do grupo a operadores que procuram um parceiro para os segmentos de MICE, golfe e tour operação.
Que oferta diferenciadora tem o Grupo NAU para o mercado e que irá ser foco na BTL 2022?
O Grupo NAU é conhecido no mercado pelas suas ofertas únicas e inovadoras aliadas aos espaços icónicos que fazem parte da sua oferta. Foi nessa premissa que nos apresentámos ao mercado em 2014 e na qual se refletiu a nossa primeira participação na BTL em 2015. Desde aí temos trazido conceitos inovadores e disruptivos, com experiências interativas e imersivas que têm permitido aproximar os nossos clientes e a marca NAU Hotels & Resorts – em especial nos segmentos Famílias, MICE e golfe.
Nestes últimos dois anos, em termos operacionais, acelerámos processos que estavam já a ser desenhados em 2018 e 2019, trazendo a tecnologia e inovação de forma ponderada para uma experiência mais próxima dos clientes, permitindo-nos inovar na forma como comunicamos. O estreitar desta relação será o principal foco para esta edição da BTL.
A sazonalidade continua a ser um dos grandes desafios a ultrapassar pelos hotéis em Portugal?
A sazonalidade é e continuará a ser um dos grandes desafios do setor, principalmente, no destino Algarve onde temos a maior parte da operação do Grupo atualmente. Este fator tem, como todos sabemos, um enorme impacto na oferta turística do país e da região, bem como na sua diversificação e sustentabilidade. Somos, no entanto, um dos poucos grupos hoteleiros presentes no Algarve com oferta notável de MICE e golfe, o que permite em anos normais reduzir a sazonalidade.
Entretanto, a ITB já cancelou o evento presencial, que se deveria realizar uma semana antes da BTL, a FITUR acaba de ter uma edição que superou, segundo os presentes, as expectativas, a BIT de Milão também foi adiada. Como se gere esta expectativa e dúvida relativamente a medidas e restrições que poderão ser colocadas a qualquer hora e dificultar ou até impossibilitar a participação?
Este é um período de incertezas perante o cenário pandémico que vivemos. Mas se há lição que podemos tirar deste período de dois anos é que a flexibilidade é chave no que diz respeito a estas operações nestes períodos conturbados. Estamos confiantes que a equipa da BTL, que tem provas dadas desde há muitos anos, irá conseguir avaliar e tomar as decisões mais acertadas de forma a adequar os procedimentos vigentes no momento da feira, num quadro já de progressivo alívio das restrições sanitárias em toda a Europa.
Este poderá ser o evento da retoma para o setor do turismo ou ainda existem demasiadas dúvidas e incertezas?
No Grupo NAU sempre encarámos o desafio destes dois anos com confiança e otimismo. Confiança nas nossas capacidades e na procura de soluções e otimismo na forma como estes obstáculos podem ser ultrapassados.
Sentimos que a retoma irá eventualmente acontecer e o exemplo de períodos passados, onde existiu um alívio das restrições sejam nacionais ou internacionais, conduziu a períodos de retomas e recuperações tanto no mercado nacional como no internacional, em que ambos reagiram bastante bem.
Este é um período de poucas certezas absolutas porque estamos a passar por algo novo e com impactos diferentes em várias regiões do globo, mas estamos confiantes.
Falando agora especificamente do Grupo NAU, como correu o ano de 2021 e que expectativas possuem, aos dias de hoje, relativamente a 2022?
O ano de 2021 foi um ano que apesar de termos fechado com resultados globais muito abaixo de 2019, foi marcado por resultados bastante positivos, principalmente no período do verão. Conseguimos atingir um verão com resultados excecionais com ocupações elevadíssimas, maturámos um posicionamento no mercado nacional que vem já de 2015, com maior retorno financeiro pela venda concertada em canais com menos intermediação. Estes fatores foram determinantes para que apesar do cômputo geral dos restantes períodos do ano, e do impacto nos diversos segmentos e regiões, este pudesse ser um ano positivo para o Grupo.
As nossas expectativas são de que o ano de 2022 possa representar o início da retoma de uma forma mais consolidada, com a manutenção dos fluxos nacionais que observamos nestes últimos dois anos, mas com o ressurgimento de outros segmentos importantes para o turismo, como o Golfe, turismo de lazer internacional e o segmento de MICE.
Além da BTL 2022, que outras ações irão desenvolver para este ano de 2022 e que mercados terão como alvo?
A nível de feiras e promoções contamos retomar ao percurso que tivemos em anos anteriores com presença nas principais feiras internacionais, conforme a sua realização.
Se tivesse de fazer um pedido à organização da BTL 2022, qual seria?
Sabemos que um evento desta envergadura é uma missão exigente ainda mais nos tempos que vivemos, mas esperamos que a organização da BTL seja capaz de garantir as condições de segurança que nos possam transmitir a confiança de planear este evento com a dedicação que ele exige.
No final do evento, que balanço gostaria de conseguir fazer?
Gostávamos de ter um balanço positivo que costumamos ter sempre no final de todas as nossas participações na BTL e que tenha sido um evento de muitos contactos e oportunidades de negócio para todos.