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“Todo o setor do turismo deu uma enorme lição à economia portuguesa”

Chegado o mês de dezembro, a região da Madeira entra na sua época alta, com o fim de ano a levar, normalmente, muitos viajantes à ilha. 2021 não será exceção, segundo Eduardo Jesus, secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira, que acredita, tal como indica a campanha mais recente, num fim de ano “À Madeirense”.

Victor Jorge
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“Todo o setor do turismo deu uma enorme lição à economia portuguesa”

Chegado o mês de dezembro, a região da Madeira entra na sua época alta, com o fim de ano a levar, normalmente, muitos viajantes à ilha. 2021 não será exceção, segundo Eduardo Jesus, secretário Regional de Turismo e Cultura da Madeira, que acredita, tal como indica a campanha mais recente, num fim de ano “À Madeirense”.

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Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) dão conta que a Madeira apresentou, em outubro de 2021, dados equivalentes aos de 2019. O responsável pelo turismo e cultura da Região Autónoma, Eduardo Jesus, acredita que o cenário irá manter-se para o final do ano. Para 2022, admite que “não vale a pena entrar em histerismos e dramatismos” e que há que ter “muita racionalidade nas decisões”.

Que turismo teremos na Madeira neste Ano Novo?
Penso que vamos ter a continuação daquilo que tem sido o turismo durante este ano de 2021. Temos uma presença muito forte no mercado nacional, que passou a ser o mercado com maior expressão no turismo da Madeira. Temos uma operação muito forte com o Reino Unido, contávamos com uma operação igualmente forte com a Alemanha, mas percebemos rapidamente que não vai atingir os níveis que estávamos a aguardar. Depois, teremos ainda os outros mercados, muito dispersos, desde França, mercados de Leste que foram uma grande aposta e que chegaram a valer, no mês de agosto, cerca de 8% do nosso turismo, operações essas que continuaram, mas que se foram reduzindo.

No fundo, vamos ter um pouco de tudo o que temos tido até agora. Essa e a nossa expectativa.

A APM lançou também uma nova campanha promocional exclusiva para plataformas online em 17 mercados internacionais para um Natal e Fim de Ano “À Madeirense”. Que esperanças deposita nessa campanha e que números espera atingir?
Nós temos uma circunstância que mudou com esta nova realidade da pandemia. Começámos a registar as reservas muito mais em cima das viagens, o que faz com que não exista o tal planeamento tradicional de três ou seis meses. O que está a acontecer é que, no início de cada mês, temos uma expectativa do que será a ocupação durante esse mês e a verdade é que nalguns meses essa taxa cresceu mais de 50% até ao final desse mesmo mês. Isso significa que, nesta fase, é muito importante termos uma vaga de comunicação muito forte.

Sentimento de pretensa
E essa nova vaga é no digital?
Sim, tem de ser, porque é o canal que mais facilmente chega a mais pessoas e com maior cobertura, é mais impactante. Esta nova campanha “À Madeirense” sucede a uma que tivemos – “Eu sei onde” – e ainda outra que foi dirigida ao território nacional – “Portugal Tropical”. Isto são tudo momentos em que queremos relembrar e reafirmar o destino Madeira por vários atributos que estão, todos eles, em linha com as competências da nova marca que lançámos em abril.

Ou seja, apelar a uma diferenciação que o próprio destino tem, mas, ao mesmo tempo, a uma inclusão do viajante naquele espaço com um grande sentimento de pretensa.

Experiências, portanto?
Através das experiências e da experimentação, o visitante fica a fazer parte daquele território e mesmo que saia, no seu regresso, leva um pouco do território consigo. É um pouco este compromisso sentimental que andamos a comunicar e a explicar por via da experiência, da vivência no espaço.

E faz o turista regressar?
Exatamente, é a lógica da fidelização. Esse também é um dos objetivos. Esta campanha “À Madeirense” é quase o abrir da porta de cada madeirense para receber as pessoas e para que as pessoas possam se sentir como qualquer um dos locais.

No fundo, é uma campanha para tornar o visitante mais um dos nossos a viver com a mesma intensidade que vivemos este período de festa do Natal e Fim de Ano.

Esta ligação que concretizámos com os EUA virou a página das acessibilidades da Madeira e abre-nos uma possibilidade de trabalhar um mundo novo

Uma aposta nas Américas
De indiscutível importância foi terem ganho um voo direto dos EUA para o Funchal. Este é o primeiro passo para ter mais voos dos EUA para a Madeira?

Nós acreditamos que sim. Em 2020, com a aprovação do orçamento em 2019, já tínhamos alocado uma verba significativa para um mercado diversificado como os EUA e Canadá e o reforço do Brasil. Não foi possível por causa da pandemia, mas surgiu agora esta grande oportunidade.

Esta ligação que concretizámos agora, virou a página das acessibilidades da Madeira e abre-nos uma possibilidade de trabalhar um mundo novo.

Os EUA têm mais de 300 milhões de habitantes, pessoas com gostos muito variados, com apetências muito diferentes, mas onde temos alguns atributos que são bem-vindos como, por exemplo, o vinho Madeira. Só para ter uma ideia da importância desta ligação ao vinho Madeira, promovemos este voo também através dos distribuidores do vinho da Madeira nos EUA e chegámos a milhares e milhares de pessoas também por essa via, complementarmente a toda a companha que foi criada. Mas sim, acreditamos que é uma viragem.

A Madeira já teve uma operação com os EUA nos anos 1970, mas não era voo direto. A TAP tinha uma rota conhecida por “Rota Colombo” que saia dos EUA em direção a Lisboa e em Lisboa distribuía para a Madeira e para a Gran Canária.

E novos mercados emissores?
Estamos com uma aposta, assim que seja permitido na origem, muito grande no Brasil. Gostaríamos de ter uma ligação direta do Brasil, e temos, também, o mercado do Canadá.

Seria ter toda a América do Norte?
Sim, a América do Norte toda e na América do Sul, o Brasil é o que tem mais apetência. É um visitante que gosta da oferta portuguesa e da madeirense em particular. Por isso, para aquele lado do globo, estas constituem as nossas apostas.

No espaço europeu, com a operação que fechámos com a Ryanair, permite-nos acesso a países e cidades muito importantes e às quais não tínhamos ligação direta.

Ficámos muito órfãos das ligações diretas com a decisão da TAP de acabar com elas há alguns anos. Recordo, por exemplo, a ligação direta de Londres para a Madeira, desde 1975, que funcionou sem qualquer interrupção até 2015. Foram 40 anos a voar diretamente de Londres para a Madeira.

Terminar essa rota fez, naturalmente diferença. Com esta operação da Ryanair, vamos ter ligações de Marselha, Milão, Dublin, um conjunto de ligações que são reforçadamente importantes por serem diretas e ligações que ainda não são satisfeitas hoje. Ou seja, interessa-nos muito ter ligações que não canibalizem aquilo que já temos.

Michael O’Leary, CEO da Ryanair, admitiu recentemente que tinha mudado de ideias relativamente à Madeira. O que fez a Ryanair mudar de ideias quanto à Madeira?
Penso que acima de tudo foi um melhor conhecimento da Ryanair relativamente ao destino que, admito, não tenha sido o mais completo em 2016 quando se começou a falar neste processo. Depois houve uma convergência de interesses bastante grande, porque nessa altura (2016) o CEO da Ryanair alertava para as taxas aeroportuárias que se praticavam e praticam no aeroporto da Madeira.

E que continuam elevadas?
Sim, e que continuam, em nosso entender, demasiado altas e têm merecido a nossa parte uma luta sem tréguas para que sejam revistas. Aliás, todo o modelo que está subjacente à concessão dos aeroportos colocou as taxas da Madeira a convergir com as taxas de Lisboa, admitindo-se que iam descer quando o que está a acontecer é as taxas da capital estarem a subir e nós a convergir em alta em vez de convergir em baixa. Isso deita por terra todo o modelo económico da concessão no que diz respeito à Madeira.

Mas a verdade é que a conjugação de esforço, envolvendo o Turismo da Madeira, a Associação de Promoção, o Turismo de Portugal e a própria ANA, permitiu esbater esse efeito das taxas e julgo que se conseguiu um compromisso que foi ao encontro das preocupações de todos.

Há uma concorrência muito diferente, não diria desleal porque não se regem pelas mesmas leis, mas muito desigual por parte de determinados destinos que retiram fluxo turístico à Madeira e Portugal Continental

Do ar para o mar
Mas estamos a falar somente de quem chega à Madeira por via aérea. Há, contudo, um determinado número de turistas que chega por via marítima. Que importância têm os cruzeiros para a Madeira?

Sim, sem dúvida. Têm uma importância fulcral e representam cerca de 600 mil passageiros por ano para a Madeira.

Que expectativas tem relativamente a esse segmento, não só agora para o fim de ano, mas para 2022?
A Madeira tem uma posição estratégica nesta altura do ano, quase indispensável aos armadores que operam no Atlântico. Por isso, existem várias companhias a operar com modelos de exploração que envolvem triangulações com as Canárias, Açores, Norte de África ou sul da Europa. Existem uma série de combinações que permitem um conjunto diferente de operações.

O que digo é que a indústria ainda está refém da pressão pandémica. Tem-se evoluído imenso com vários esquemas de garantia de bem-estar aos passageiros, mas é uma indústria que está à procura de uma solução, embora já esteja organizada. Temos tido paquetes todos os dias na Madeira há dois meses.

E para este fim de ano?
Para este fim de ano temos já 10 paquetes confirmados. A indústria dos cruzeiros está a animar e encontrou no Funchal, por força das medidas implementadas, uma garantia de confiança para os seus passageiros e hoje todo o modelo adotado dá essa confiança. Mas diria que a solução ou as garantias estão mais na dependência da própria indústria do que do destino.

Cabeça vs coração
Teme mais medidas e restrições, que se feche mais?
Tivemos ao longo do tempo oportunidade de ouvir vários especialistas, vozes essas que devem ser amplificadas de forma significativa, porque deve ser a ciência a mandar nesta fase da pandemia e não qualquer outro tipo de decisão baseada no medo. O medo não é boa companhia.

Percebemos, claramente, que estamos a entrar numa fase muito diferente, a sair de uma pandemia para entrar numa endemia e isso significa, provavelmente, um acréscimo de infeções, porque também estamos a testar muito mais, mas que não significa necessariamente cuidados intensivos, mortes.

Este é um paradigma mental que tem de ser operado. Temos de saber viver com esta realidade que perdurará por mais alguns meses. Mas temos de olhar para tudo isto com alguma tranquilidade. Não vale a pena entrar em histerismos e dramatismos e, acima de tudo, repetir medidas de quase desespero, quando não há pressão sobre os cuidados intensivos e quando não há número de mortes que justifique essa mesma preocupação.

Diria que é preciso alguma calma e, acima de tudo, muita racionalidade nas decisões.

Regresso ao futuro
Passando do negativo para o positivo, o INE revelou que a Madeira foi uma das regiões que, em outubro, já apresentou dados equivalentes aos de 2019. Acredita na manutenção desses níveis?
Desde julho que estamos a ter uma performance muito positiva no setor turístico. É preciso não esquecer que a primeira parte do ano foi muito má. Por isso, não é o facto de estarmos bem neste momento que faz recuperar o ano.

Julho cresceu muito relativamente aos meses anteriores, mas em agosto batemos o recorde de proveitos do setor de qualquer mês de agosto da história do turismo na Madeira. Em setembro, voltámos a bater o recorde dos proveitos de alojamento de qualquer mês de setembro de que há memória na Madeira. Em outubro crescemos 5,8% face a 2019, tendo o mercado nacional crescido 78%.

Ou seja, tudo indica que esta consistência no crescimento nos dá confiança relativamente às decisões que tomámos e apostas que fizemos, à forma como estamos a comunicar e que poderá estar a fazer evoluir uma dinâmica que nos leve a acreditar que novembro e dezembro serão meses nesta linha e que vão ajudar, objetivamente, o cenário do turismo na Madeira.

A indústria dos cruzeiros está a animar e encontrou no Funchal (…) uma garantia de confiança para os seus passageiros

Isso anima-o para o próximo ano?
Sim, claramente, se bem que temos consciência que 2022, com a solução da endemia e alguma tranquilidade que daí virá, também os nossos concorrentes mais diretos acordarão. E são concorrentes com práticas que nós na União Europeia não estamos autorizados a praticar. Por isso há uma concorrência muito diferente, não diria desleal porque não se regem pelas mesmas leis, mas muito desigual por parte de determinados destinos que retiram fluxo turístico à Madeira e Portugal Continental. Praticamente pagam para ter turismo e isso vai ter consequências.

E como se combate? O que vai fazer a Madeira?
O que temos vindo fazer. Penso que o grande desafio que qualquer destino possui neste momento não é só a gestão tática que passou a ser o dia-a-dia, mas, acima de tudo, criar condições para que a dinâmica da atividade se possa projetar para a frente. E isso, no fundo, significa, boas parcerias com as acessibilidades, com as companhias, boas parcerias com os operadores que fazem a distribuição e um enorme reforço da notoriedade do destino junto daqueles que decidem individualmente.

Perante esta realidade, desafios, incertezas, uma estratégia é desenhada a quanto tempo?
Quando definimos uma estratégia temos sempre uma expectativa de cinco anos. Nessa estratégia definimos, fundamentalmente, a nossa visão estratégica e, acima de tudo, a assunção do que é o nosso posicionamento.

Devo dizer-lhe que estamos, neste momento, na discussão para 2022-2027, porque terminámos agora 2017-2021, e posso garantir-lhe que a nossa visão e o nosso posicionamento não se alteram rigorosamente nada em relação ao que pensámos anteriormente.

O fundamental é ter flexibilidade e adaptabilidade, é ter capacidade de reação ao dia. Montamos operações à semana que anteriormente demoravam seis meses a um ano, infletimos relativamente às apostas semana para semana, reforçamos orçamento rapidamente, apostamos e acreditamos em quem quer trabalhar connosco. É esta agilidade que tem de tomar conta do decisor.

Uma agilidade que não existia?
Penso que existia, estava era adormecida porque não era necessária. Todo o setor do turismo deu uma enorme lição à economia portuguesa na grande capacidade que teve de se adaptar a todos os momentos e oportunidades e agarrou-os muito bem. E foram muitos.

O setor do turismo resistiu porque acreditou sempre que essas decisões do dia-a-dia eram capazes de deixar alguma coisa. Esse natural inconformismo e essa saudável teimosia e querer vencer, foi o que mais caracterizou este setor e é determinante para os anos que aí vêm.

Sobre o autorVictor Jorge

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Capital espanhola cria Madrid City Card

A capital espanhola acaba de apresentar uma nova ferramenta – o Madrid City Card, um passe de transporte turístico para descobrir e desfrutar ao máximo de Madrid, com facilidades e vantagens em cerca de trinta atrações turísticas da cidade.

Com esta iniciativa, a Câmara Municipal de Madrid avança em vários dos objetivos do seu Plano Estratégico 2020-2023, como ser líder em experiência do visitante, sustentabilidade e digitalização.

Os museus do Paseo del Arte, o Palácio Real, o estádio do Atlético de Madrid, o Teleférico, o Farol da Moncloa ou o Palácio da Liria são alguns dos recursos incluídos neste produto.

Além disso, este novo cartão integra e divulga outros espaços de interesse e de grande atratividade para o visitante, como os museus municipais que são gratuitos e que promovem o extenso património cultural da cidade. A Câmara Municipal pretende adicionar gradualmente outros recursos e funcionalidades a este produto.

O cartão turístico Madrid City Card está disponível em duas modalidades: adultos e crianças e pode ser adquirido por um dia (8,40 euros), dois (14,20 euros), três (18,40 euros), quatro (22,60 euros) e cinco (26,80 euros). euros) dias consecutivos. As crianças com menos de 11 anos beneficiam de um desconto de 50% nestas tarifas. Crianças menores de 4 anos não precisam de cartão. Estará disponível a partir desta segunda-feira, 3 de abril, no Centro de Turismo Plaza Mayor e nos pontos de informação turística de Callao, Palácio Real, Paseo del Prado, CentroCentro e Museu Reina Sofía. Também pode ser reservado de qualquer parte do mundo através do seu site específico – https://citycard.esmadrid.com – e posteriormente efetuar o pagamento e levantar o cartão em qualquer um dos pontos de venda.

Este projeto visa melhorar a qualidade do serviço ao visitante, dar maior projeção aos recursos turísticos da capital e apostar num modelo de turismo mais sustentável, ao incluir deslocações na cidade através da rede de metro, comboio suburbano e autocarros urbanos (zona A).

Com esta ferramenta, Madrid pretende também conhecer melhor os mercados emissores de turismo e analisar tanto os seus hábitos de consumo na cidade como as suas preferências.

 

 

Sobre o autorCarolina Morgado

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Alojamento turístico supera números pré-pandémicos

Os números neste início de 2023 são animadores para o turismo nacional, com as dormidas e hóspedes a subirem face a fevereiro de 2020. Há mercados – Polónia, EUA, Irlanda, Itália, Suíça – a crescer a dois dígitos.

Victor Jorge

O setor do alojamento turístico registou 1,7 milhões de hóspedes e 4 milhões de dormidas em fevereiro de 2023, correspondendo a crescimentos de 33% e 38,5%2, respetivamente (+71,4% e +74,1% em janeiro de 2023, pela mesma ordem), revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta sexta-feira, 31 de março.

Os níveis atingidos em fevereiro de 2023 foram superiores aos observados em fevereiro de 2020, quando ainda não havia efeitos da pandemia, com crescimentos de 4,3% nos hóspedes e 5,9% nas dormidas.

Dormidas sobem face a fevereiro de 2020
O mercado interno foi responsável por 1,4 milhões de dormidas, no segundo mês de 2023, correspondendo a uma subida de 19% face a período homólogo de 2022, enquanto a subida dos mercados externos foi superior, +51%), totalizando 2,7 milhões de dormidas.

Face a fevereiro de 2020, observaram-se aumentos de 4,9% nas dormidas de residentes e 6,5% nas de não residentes.

Nos primeiros dois meses do ano, as dormidas aumentaram 52,9 (+27,2% nos residentes e +70,6% nos não residentes). Comparando com o mesmo período de 2020, as dormidas cresceram 6,1% (+7% nos residentes e +5,6% nos não residentes).

Mercados a crescer a dois dígitos
A totalidade dos 17 principais mercados emissores registou aumentos em fevereiro, tendo representado 86,1% das dormidas de não residentes.

Face a fevereiro de 2020, as dormidas de residentes no Reino Unido (16,9% do total das dormidas de não residentes em fevereiro) aumentaram 2,2%, enquanto os mercados alemão (quota de 11,3%) e espanhol (quota de 10,2%) decresceram 4,9 e 2,6%, respetivamente.

Comparando com fevereiro de 2020, o INE evidencia os crescimentos dos mercados polaco (+58,9%), norte americano (+49,6%), irlandês (+32,8%), italiano (+25,2%) e suíço (21,9%). Os maiores decréscimos observaram-se nas dormidas de hóspedes suecos (-28,5%), dinamarqueses (-11,0%) e brasileiros (-7,6%).

Em fevereiro, registaram-se aumentos das dormidas em todas as regiões, com Lisboa a concentrar 30,8% das dormidas, seguindo-se o Algarve (19,5%), o Norte (17,2%) e a Madeira (15,3%).

Comparando com fevereiro de 2020, os principais crescimentos registaram-se na Madeira (+14,6%), Lisboa (+12%) e Norte (+11,3%), enquanto no Algarve e Açores se registaram decréscimos (-6,8% em ambos).

Relativamente às dormidas de residentes, face a fevereiro de 2020, a Madeira (+76,3%) continuou a destacar-se, seguindo-se o Norte (+5,7%) e Lisboa (+4,9%). Neste mês, ao contrário do anterior, observaram-se diminuições no Algarve (-10,4%), Alentejo (-1,8%) e Açores (-1,6%), face a 2020.

Nas dormidas de não residentes, os principais crescimentos verificaram-se no Norte (+16,6%) e Lisboa (+14,5%) e, em sentido contrário, observaram-se diminuições nos Açores (-15,5%), Algarve (-5,9%) e Centro (-2,8%).

Estadia média sobe nos nacionais, mas cai nos não residentes
As dormidas na hotelaria (82,3% do total) aumentaram 39,9% (+2,5% face a fevereiro de 2020), enquanto as dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,7% do total) cresceram 34,5% (+23,8% face a fevereiro de 2020) e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 2,9%) aumentaram 21,5% (+36,0% comparando com fevereiro de 2020).

Em fevereiro, a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,45 noites) aumentou 4,1% (+1,6% em janeiro). A estada média dos residentes (1,76 noites) aumentou 2,7% e a dos não residentes (3,06 noites) diminuiu 1,3%. Os valores mais elevados verificaram-se na Madeira (4,49 noites) e Algarve (3,96 noites).

Quanto à taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (36,6%), esta aumentou 7,5 p.p. em fevereiro (+11,0 p.p. em janeiro) e ficou acima do valor observado em fevereiro de 2020 (35,2%).

As taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na Madeira (58,9%) e Lisboa (46,9%), correspondendo também aos maiores acréscimos neste indicador (+15,2 p.p. e +11,7 p.p., respetivamente).

A taxa líquida de ocupação-quarto nos estabelecimentos de alojamento turístico (45,7%) aumentou 10 p.p. em fevereiro (+14,0 p.p. em janeiro) e ficou acima do valor observado no mês homólogo de 2020 (44%).

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Panoramic summer landscape of Italian countryside with field of wheat. Stunning evening scene of Italy, Europe. Beauty of nature concept background.

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Parceria entre OMT e FAO para valorização das comunidades rurais

A importância do turismo para o desenvolvimento económico e a preservação das comunidades rurais foi destacada pelos responsáveis da OMT e FAO.

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Zurab Pololikashvili, secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT) e Qu Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), reuniram-se em Roma (Itália) tendo em vista a intensificação da colaboração entre as duas entidades para aumentar a contribuição do turismo para o desenvolvimento rural.

Depois de, em setembro de 2020, as duas agências da ONU terem assinado um Memorando de Entendimento, a OMT pretende trabalhar em estreita colaboração com a FAO em torno de uma determinação compartilhada para impulsionar o desenvolvimento inclusivo e tornar o turismo uma fonte de emprego e oportunidade para as áreas rurais.

Ambos os líderes reconheceram os objetivos e métodos comuns de vários projetos-chave como, por exemplo, os Património de Importância Global (GIAHS, sigla em inglês), a iniciativa de “Vilas/Aldeias Digitais” da FAO, e as Melhores Vilas/Aldeias Turísticas da OMT, que reconhecem os destinos rurais que estão a aproveitar o poder do turismo como fonte de desenvolvimento e oportunidade. Ao mesmo tempo, os dois responsáveis por estas organizações identificaram a necessidade de “impulsionar o desenvolvimento e a implementação de programas de capacitação para melhorar o potencial turístico dos GIAHS e o projeto piloto das Vilas/Aldeias Digitais”.

Olhando para o futuro, Pololikashvili enfatizou a importância do turismo gastronómico para o desenvolvimento, principalmente em África, e o papel das cadeias de valor da produção local e do património em todo o continente.

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Portugueses entre os que demonstram mais interesse nas reservas antecipadas para a Páscoa

Apesar das contrariedades económicas e de possíveis disrupções devido a greves, os europeus estão a ávidos de regressar às viagens e nesta Páscoa os números da Sojern indicam uma crescente evolução nas reservas. Portugueses e britânicos estão entre os que contam mais reservas antecipadas.

Victor Jorge

Com muitos europeus ansiosos pelas férias da Páscoa, há incerteza quanto ao impacto que as diversas greves em todo o Continente poderão ter no planeamento das viagens. Juntamente com a crise do custo de vida, que está sendo descrita como “a maior ameaça para as empresas de viagens em 2023”, a Sojern salienta, numa análise realizada recentemente, que este cenário “pode causar preocupação para a indústria do turismo sobre o que está por vir para a Páscoa de 2023 e além”.

No entanto, em função dos dados que conseguiu recolher, a Sojern refere que os viajantes europeus estão a mostrar “resiliência contra esses obstáculos e parecem dispostos a tornar realidade os seus sonhos de viagem na Páscoa”, frisando que os viajantes estão a reservar mais viagens para a Páscoa de 2023 face ao mesmo época festiva de 2022, apesar de todos os contratempos como as greve e inflação.

Reservas europeias viagens outbound para a Páscoa, % variação vs 2022

Ao olhar para os planos de viagens dos europeus para a Páscoa para 2023, França e Suíça parecem hesitar mais em reservar com antecedência, com reduções nas reservas em comparação com 2022 de 32% e 10%, respetivamente. No entanto, os viajantes originários de Portugal e do Reino Unido estão a demonstrar grande interesse em planear as férias da Páscoa antes do feriado, com aumentos ano a ano nas reservas de 60% e 49%, respetivamente.

Como um todo, as viagens de saída de países europeus parecem dar sinais de otimismo, com 80% dos mercados de origem a exibir um aumento na procura de viagens na Páscoa pelo menos um mês antes do período de viagem em comparação com 2022. “Esse aumento significativo indica que muitos europeus estão a procurar fugir, apesar das greves e interrupções de viagens”, refere a Sojern.

Paris, Londres, Dubai e Nova Iorque lideram destinos dos europeus na Páscoa
As reservas de voos e as pesquisas de hotéis para a Páscoa destacam que há procura e intenção de viagens para uma variedade de destinos globais. Nova Iorque está no topo da lista de reservas de voos com 7% das reservas até o momento, e Londres segue de perto com 6%. Quando se trata de buscas por hotéis, Londres também aparece com 9% do total de intenções de viagem, com Paris a ocupar a primeira posição com 11%.

Embora Nova Iorque seja o destino mais popular para reservas de voos em geral, apenas um outro destino fora da Europa, Dubai, está entre os vinte principais destinos da Páscoa em reservas de voos. “Sem surpresa, ao dividir os insights por duração da viagem, fica claro que os destinos de longa distância são muito mais populares para quem deseja viajar por mais de uma semana”, refere a Sojern na sua análise.

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Empossados os novos órgãos sociais da Visit Azores

A cerimónia de posse dos novos órgãos sociais da Visit Azores, presidida por Rosa Costa, diretora Regional do Turismo, teve lugar no passado dia 28 de março em Ponta Delgada.

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A eleição decorreu no seguimento do pedido de demissão dos anteriores órgãos sociais, no passado mês de janeiro.

Recorde-se também que, em janeiro, a Assembleia Geral da Visit Azores aprovou por unanimidade os cinco pontos da carta que manifestava a intenção de reintegração do Governo Regional dos Açores na associação enquanto associado fundador. Na mesma reunião magna, foi também aprovada a reintegração, sob o mesmo estatuto, da SATA.

A nova estrutura tem como presidente da Mesa da Assembleia Geral, Jorge Aguiar, enquanto o primeiro e o segundo secretário são Carlos Raulino e Vassily Plesov, respetivamente.

Já o Conselho de Administração é presidido por Rosa Costa, tendo como vogais Vitor Pereira, Luis Bernardo C. G. de Brito e Abreu, Rui Apresentação e Benedita Branco, enquanto presidente o Conselho Fiscal Nuno Moniz, cujos membros são Manuel Branco e Ricardo Gomes.

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Nova edição: Embratur, Turismo nos Municípios, NDC e parques temáticos

A nova edição do Publituris faz capa com uma entrevista ao presidente da Embratur – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Marcelo Freixo, que fala das alterações que a mudança política no Brasil trouxe à promoção internacional do país. Leia ainda um especial sobre o Turismo nos Municípios portugueses, um dossier sobre as novidades dos parques temáticos e de diversões, e uma reportagem sobre a NDC.

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A nova edição do Publituris, a última de março, faz capa com uma entrevista ao presidente da Embratur – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Marcelo Freixo, que fala das alterações que a mudança política no Brasil trouxe à promoção internacional do país, assim como ao próprio turismo brasileiro.

Além de já ter recuperado a marca que tinha sido usada até 2019, o Brasil está também empenhado em se afirmar como um destino sustentável, seguro e aberto a todos, apesar de Marcelo Freixo admitir que o país tem ainda muito trabalho pela frente: “Só herdámos problemas na área do turismo”, lamenta, numa entrevista realizada durante a BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, que abordou ainda a recuperação da conetividade aérea e a importância do mercado português.

Nesta edição, leia também um especial sobre o Turismo nos Municípios portugueses. Saiba o que estão os municípios nacionais a fazer para aumentar e promover a sua oferta turística, numa época em que o turismo é cada vez mais visto como uma aposta estruturante e de importância inegável.

Com o verão à porta, publicamos também um dossier sobre os parques temáticos e de diversões nacionais, que se preparam para mais uma temporada alta e se revelam otimistas. Depois da pandemia, o público português e internacional está de volta, o que justifica a aposta em muitas e diversas novidades.

Lá fora, saiba também qual é a programação da Disneyland Paris para continuar a assinalar o seu 30.º aniversário e conheça os planos de expansão do Futuroscope, o mais antigo parque temático francês, que está a investir 300 milhões de euros para se tornar num resort à escala europeia em 10 anos.

Leia também a reportagem sobre a mesa-redonda que, na BTL, abordou o impacto da NDC – New Distribution Capability no negócio da distribuição. Promovido pela Amadeus, este debate contou com a participação de Frédéric Frère, co-fundador do Grupo Travelstore; Miguel Quintas, fundador e presidente do Consolidador.com; e Nuno Barreiros, director senior Airlines & Distribution da Viagens Abreu.

Esta edição conta ainda com um artigo sobre São Tomé e Príncipe, cujo diretor-geral do Turismo, Eugénio Neves, deu a conhecer ao Publituris o plano estratégico que vai guiar o turismo do país até 2025.

Esta edição do Publituris conta ainda com o Check-in, assim como com as opiniões de Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Alexandre Pessoa (professor do ISCE e diretor-geral da agência digital BlueSerenity) e António Paquete (economista).

Boas leituras!

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Edição Digital: Embratur, Turismo nos Municípios, NDC e parques temáticos

A nova edição do Publituris faz capa com uma entrevista ao presidente da Embratur – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Marcelo Freixo, que fala das alterações que a mudança política no Brasil trouxe à promoção internacional do país. Leia ainda um especial sobre o Turismo nos Municípios portugueses, um dossier sobre as novidades dos parques temáticos e de diversões, e uma reportagem sobre a NDC.

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A nova edição do Publituris, a última de março, faz capa com uma entrevista ao presidente da Embratur – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, Marcelo Freixo, que fala das alterações que a mudança política no Brasil trouxe à promoção internacional do país, assim como ao próprio turismo brasileiro.

Além de já ter recuperado a marca que tinha sido usada até 2019, o Brasil está também empenhado em se afirmar como um destino sustentável, seguro e aberto a todos, apesar de Marcelo Freixo admitir que o país tem ainda muito trabalho pela frente: “Só herdámos problemas na área do turismo”, lamenta, numa entrevista realizada durante a BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, que abordou ainda a recuperação da conetividade aérea e a importância do mercado português.

Nesta edição, leia também um especial sobre o Turismo nos Municípios portugueses. Saiba o que estão os municípios nacionais a fazer para aumentar e promover a sua oferta turística, numa época em que o turismo é cada vez mais visto como uma aposta estruturante e de importância inegável.

Com o verão à porta, publicamos também um dossier sobre os parques temáticos e de diversões nacionais, que se preparam para mais uma temporada alta e se revelam otimistas. Depois da pandemia, o público português e internacional está de volta, o que justifica a aposta em muitas e diversas novidades.

Lá fora, saiba também qual é a programação da Disneyland Paris para continuar a assinalar o seu 30.º aniversário e conheça os planos de expansão do Futuroscope, o mais antigo parque temático francês, que está a investir 300 milhões de euros para se tornar num resort à escala europeia em 10 anos.

Leia também a reportagem sobre a mesa-redonda que, na BTL, abordou o impacto da NDC – New Distribution Capability no negócio da distribuição. Promovido pela Amadeus, este debate contou com a participação de Frédéric Frère, co-fundador do Grupo Travelstore; Miguel Quintas, fundador e presidente do Consolidador.com; e Nuno Barreiros, director senior Airlines & Distribution da Viagens Abreu.

Esta edição conta ainda com um artigo sobre São Tomé e Príncipe, cujo diretor-geral do Turismo, Eugénio Neves, deu a conhecer ao Publituris o plano estratégico que vai guiar o turismo do país até 2025.

Esta edição do Publituris conta ainda com o Check-in, assim como com as opiniões de Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Alexandre Pessoa (professor do ISCE e diretor-geral da agência digital BlueSerenity) e António Paquete (economista).

Leia a edição aqui.

 

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Portugueses escolhem destinos nacionais para as férias da Páscoa

O motor de busca de voos e hotéis Jetcost apurou que os portugueses recuperaram a vontade de viajar, mas nesta Páscoa escolheram Portugal para passar férias. Nove dos 25 preferidos são destinos nacionais, ou seja, uma percentagem importante vai para fora cá dentro.

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Nove destinos nacionais estão entre os 25 mais preferidos pelos portugueses para passar as férias da Páscoa, dos quais Porto e Lisboa são os mais procurados, de acordo com a Jetcost.

No entanto, a procura de voos por parte dos portugueses aumentou 33%, enquanto a dos hotéis subiu 38%, comparando com as férias da Páscoa de 2019, o ano anterior à pandemia.

Uma percentagem importante de portugueses estão a pensar viajar esta Páscoa e optam por Portugal, escolhendo nove localidades nacionais. Porto, Lisboa, Madeira, São Migue, Faro, Terceira, Porto Santo, Faial e Santa Maria estão entre os 25 destinos mais procurados no mundo pelos turistas nacionais para passar as férias da Páscoa, (de 31 de março a 11 de abril de 2023) e que utilizam a Jetcost.

Os dados que analisam os resultados da procura de voos para a Páscoa de 2023, indicam que nas primeiras vinte e cinco posições, além das cidades portuguesas, estão as capitais e grandes cidades de países europeus como Paris, Barcelona, Madrid, Amesterdão, Roma, Londres, Luxemburgo, Genebra, Milão, Zurique, Bruxelas, Palma de Maiorca, Dublin, Berlim, Praga e Sevilha.

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Goa e Portugal procuram cimentar ligações históricas e fortalecer cooperação no setor do turismo

Goa e Portugal podem aproveitar a sua ligação histórica e fortalecer a cooperação entre as duas regiões através da criação de pacotes turísticos especiais para os cidadãos de ambos os países, de acordo com a responsável pela Formação e Educação do Turismo de Portugal, Ana Paula Pais, que esteve recentemente em Goa.

Ana Paula Pais, que esteve recentemente em Goa para participar de um programa internacional de intercâmbio estudantil disse ainda à imprensa local que a delegação de estudantes e docentes portugueses pôde conhecer e compreender as culturas e tradições dos habitantes de Goa, durante o programa de intercâmbio intensivo de quatro semanas.

“Podemos melhorar a promoção com base nas nossas ligações históricas, implementar pacotes turísticos específicos e ter mais informações. Iniciativas como a que o ministro do Turismo da Índia teve recentemente com o nosso governo durante a nossa feira nacional de turismo em Lisboa são muito importantes para fortalecer a cooperação entre os dois países”, disse a responsável.

A delegação portuguesa composta por 12 alunos, oriundos de 12 Escolas do Turismo de Portugal, foi acolhida, segundo a imprensa goesa, pelo VMSalgaocar Institute of International Hospitality Education (VMSIIHE), no âmbito do ‘Collaborative International Training and Education Program’ com o Turismo de Portugal, com o objetivo de familiarizá-los com a hospitalidade, gastronomia e cultura goesas. Alunos do instituto sediado na Raia participarão na segunda etapa do intercâmbio, que acontecerá em breve em Portugal.

O programa intensivo de quatro semanas incluiu viagens de campo, sessões de demonstração com professores internos e visitas a locais culturalmente significativos de Goa, incluindo uma herdade de especiarias, cascatas de Dudhsagar, santuário de Bhagwan Mahavir, além de desfrutar de uma refeição tradicional em um templo local em Ponda. As visitas de campo também ajudaram a delegação a entender os negócios tradicionais, como produção e panificação de “feni”, e interagiram com representantes tribais nativos para ampliar a sua compreensão das culturas coexistentes em Goa.

O VMSIIHE ministrou igualmente aulas de demonstração para os membros da delegação, ensinando-lhes habilidades desde a confeção de pães indianos até à compreensão das diferentes carnes utilizadas nas cozinhas goesas.

Falando sobre as experiências significativas e valiosas alcançadas através deste programa de intercâmbio cultural, a responsável pela formação e educação do Turismo de Portugal afirmou que “este é um programa extraordinário, que tem proporcionado uma experiência única aos nossos alunos, não só numa área profissional, o que é muito importante, mas principalmente do ponto de vista pessoal. Para ser um profissional de excelência na atual indústria do turismo, é essencial ter um conhecimento global sobre os outros, sobre outros valores, sobre outras culturas, porque queremos construir uma indústria inclusiva onde o respeito pelo próximo e o compromisso com a preservação do planeta sejam os elementos centrais”.

Segundo o professor Irfan Mirza, diretor e reitor do VMSIIHE, o programa deu à delegação portuguesa a oportunidade de provar a gastronomia do país e conhecer e compreender a cultura de um país estrangeiro.

“Os alunos aprenderam e entenderam as culturas e tradições dos povos que vivem na Índia. Também tivemos a oportunidade de entender a cultura que eles trouxeram consigo. Assim, depois de regressarem a Portugal, os alunos podem partilhar com as suas famílias e amigos as suas valiosas experiências e uma nova perspetiva sobre o rico património e cultura de Goa”, disse Mirza.

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Portugal é destino europeu líder em reservas online para espanhóis

A Europa continua a dominar as preferências dos espanhóis, com Portugal a liderar as suas reservas digitais, já que uma das caraterísticas que define o turista espanhol na hora de viajar é a preferência pela proximidade.

O turista digital espanhol retomou as viagens internacionais aos níveis pré-pandemia, apesar de serem 21% mais caras que as viagens nacionais. A Associação Espanhola de Economia Digital (Adigital) e a consultora tecnológica The Cocktail Analysis apresentaram o estudo ‘Evolução do viajante digital espanhol (2019-2022)’, uma análise evolutiva através dos principais indicadores dos viajantes digitais para encontrar e explorar as mudanças nos hábitos provocados pelo Covid-19.

O estudo mostra, entre muitos outros aspetos, que Portugal é líder nas reservas online dos espanhóis quando viajam para o estrangeiro; que dentro da Espanha Benidorm e Salou são os destinos mais reservados; que o Brexit afetou significativamente o declínio nas viagens ao Reino Unido; que os viajantes digitais espanhóis recuperaram o peso das reservas no exterior após a pandemia, apesar de o custo médio de uma viagem ao exterior ser 21% superior ao de uma viagem dentro da Espanha.

Os turistas digitais espanhóis já viajam tanto para fora do país quanto antes da pandemia. Durante a fase de restrições relacionadas com o Covid-19 (2020), o nível de reservas no continente de origem do viajante registou um pico significativo, chegando ao ponto de nove em cada 10 reservas serem efetuadas em Espanha. Mas nos anos de 2021 e 2022 o mercado turístico voltou a estabilizar, dividindo os destinos em Espanha e fora de Espanha 80/20, “o que significa que não há perda de confiança relativamente ao turismo estrangeiro”, indica o estudo.

Embora a Europa continue a ser o destino mais procurado pelos turistas digitais espanhóis quando viajam ao exterior (66%), ainda assim, há uma certa transferência de turistas online para destinos distantes de língua espanhola, como a América Central e as Caraíbas, que, embora ainda sejam destinos secundários, conseguem dobrar a sua participação, passando de 5% em 2019 para 11% em 2022 Regista-se também um crescimento nos destinos do Médio Oriente e Norte de África (de 4% para 6%), apesar da instabilidade política de alguns destes mercados.

Nos últimos anos, especialmente durante a pandemia, os países mais próximos de Espanha (como Portugal, Itália, Andorra e França) receberam o maior número de reservas espanholas.

Em termos de preços, revela a análise, o gasto médio por viagem já está acima dos valores de 2019. Ir para o exterior envolve um gasto maior, embora isso seja causado, em grande parte, pelo custo mais alto das passagens aéreas. Antes da pandemia, viajar para o exterior representava apenas 6% a mais de gastos do que ficar em Espanha. Depois da pandemia o gasto com viagens ao exterior cresceu significativamente mais do que viajar dentro da Espanha, chegando a 21% a mais do que o turismo nacional .

Se algo mudou drasticamente durante a pandemia, foi a antecedência com que as viagens eram preparadas. Em 2019, as reservas foram feitas 53 dias antes da viagem, quando era interior, e 71 dias antes, quando ia sair das fronteiras; enquanto no ano de 2021 foram 29 e 39 dias, respetivamente. Esta diferença substancial deve-se sobretudo à vontade de voltar a viajar, provocada pelo confinamento e consequentes restrições, e à incerteza gerada pelos possíveis cenários do Covid. No entanto, em 2022, os dados indicam que houve um retorno aos níveis anteriores ao Covid-19 (42 dias de antecedência para o turismo doméstico e 52 para o exterior).

Falando mais sobre o próprio perfil do viajante espanhol, o relatório avança que “ele agora está mais atento às coisas e vive mais o momento. Houve uma mudança de mentalidade ou de atitude ao pensar em uma viagem: a pandemia nos “tocou” emocionalmente. Cresceu a vontade de colocar o tempo de qualidade e o lazer à frente da rotina laboral e social a que estávamos expostos”.

A mentalidade também mudou no que diz respeito a usufruir das ‘micro-férias’: além do período estival, aproveitam-se mais os fins-de-semana, os feriados prolongados e as festas individuais para sair de casa. Para isso, a implementação do teletrabalho e a nova flexibilização laboral têm sido essenciais.

Da mesma forma, também aumentou a consciência ambiental e a busca por lugares menos movimentados . O fosso da era digital também começa a diminuir: com o encerramento das agências de rua, os mais velhos tiveram de experimentar o mundo online e, na sua maioria, perderam o medo de fazer reservas e pagar online.

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