“Recomendo aos operadores ocidentais posicionarem imediatamente a sua oferta, que não esperem”
À medida que caminhamos para o final do ano e após (quase) dois anos de pandemia, Rikin Wu, diretor-executivo da Dida Travel, um dos maiores operadores de viagens digitais chineses, dá a sua visão sobre o que está a mudar no panorama da distribuição e o que esperar de 2022.
Victor Jorge
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Depois de portas (praticamente) fechadas ao exterior, os chineses começam a ter esperança de poder voltar a viajar. As diversas restrições impostas recentemente por causa da Ómicron fizerem com que esse processo voltasse atrás, mas vontade para viajar existe no mais populoso país do mundo. Rikin Wu, diretor-executivo da Dida Travel, aconselha a que não se espere muito para captar esse turista e viajante chinês.
Quando é que os cidadãos chineses vão poder voltar a viajar para o exterior?
Neste momento, é simplesmente uma questão de quando as autoridades chinesas permitirão a livre circulação internacional dos cidadãos chineses. Hoje, parece que isso não acontecerá antes do verão de 2022.
Como está o mercado doméstico de viagens na China?
A economia chinesa está forte e é sabido que os chineses viajam muito, basta olhar para o cenário de viagens domésticas que cresceu ultimamente. O turismo doméstico chinês voltou a 65% dos números de 2019, apesar das restrições, e na DidaTravel estamos acima de 2019 no que diz respeito às vendas nacionais, tendo dedicado recursos para expandir a nossa base de clientes nacionais.
Existe algum risco de os cidadãos chineses não viajarem novamente para o exterior, mesmo que seja possível?
Esta é uma situação de “quando” e não de “se”. Não há dúvida de que os viajantes chineses querem fazer viagens internacionais novamente. Estamos a receber muitos comentários dos nossos clientes B2B sobre a procura que continua alta e nos social media na China onde se comentam destinos internacionais como Dubai, Londres ou Paris e verificamos que estão mais populares do que nunca.
Em meu entender, assim que as viagens internacionais forem permitidas, muito rapidamente veremos os números de 2019 serem superados. Além disso, existirá uma tendência para estadias mais longas e maiores gastos no destino, de modo a compensar o tempo perdido.
E qual é a oportunidade para os operadores de viagens ocidentais?
Dado o número significativo de viajantes internacionais chineses, um número que chegou a quase 155 milhões em 2019, e o facto de, quando fazem viagens de longa distância, ficam mais tempo e gastam muito mais do que qualquer outro viajante, este não é, realmente, um mercado a ser esquecido num momento em que tudo está em aberto até a última reserva. Mesmo que se tenha de esperar um pouco mais para o regresso, este é um “público” pelo qual vale a pena esperar.
Que conselhos dá a estes operadores de viagens ocidentais para captar as reservas chinesas quando as restrições forem suspensas?
Se esperarem até que as restrições sejam suspensas, já será tarde demais. O que sugiro é que atuem já, agora. Como sabemos pelos nossos clientes B2B, no momento muitos chineses estão a pensar o que visitar assim que as restrições forem suspensas. Os hotéis, companhias aéreas e agências de turismo ocidentais devem aproveitar esta vontade, este desejo dos turistas chineses quererem viajar. Por isso, recomendo que os operadores ocidentais posicionem imediatamente a sua oferta, a sua marca e que não esperem.
Como é que a COVID impactou a distribuição B2B?
Desde o início da COVID, temos visto uma polarização significativa no cenário da distribuição, com grandes e pequenas empresas de distribuição a sobreviver relativamente bem. As de média dimensão foram as mais atingidas. Prevemos que isso só se tornará mais agudo à medida que as viagens retornem à capacidade total durante 2022.
Refere que as empresas de média dimensão são as que estão a passar maiores dificuldades. Qual a razão para as empresas grandes e pequenas estarem em melhor posição em 2022?
As grandes empresas têm conseguido suportar os choques destes anos, têm grande capacidade de recuperação e criação de caixa, e serão as primeiras a beneficiar da plena recuperação do mercado. Já as pequenas empresas, com alta flexibilidade e estruturas de equipa de baixo custo, podem manter um bom nível de negócios numa pequena região ou destino de nicho.