E se o plano não for aprovado por Bruxelas? “A TAP vai fechar”, diz ministro Pedro Nuno Santos
O cenário nunca foi abertamente equacionado, mas se acontecer [chumbo do plano de reestruturação por Bruxelas], o ministro Pedro Nuno Santos já admitiu, é para fechar a TAP.
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O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse esta terça-feira, 14 de dezembro, que Portugal “perderá centralidade no negócio da aviação” caso o plano de restruturação da TAP não seja aprovado por Bruxelas, algo que levará ao encerramento da companhia, assegurou.
No entanto, Pedro Nuno Santos voltou a manifestar confiança de que o plano esteja aprovado até ao final deste ano de 2021, constituindo a tal “prenda de Natal” que Silvia Mosquera, Chief Commercial & Revenue Officer (CCRO) da TAP, referiu no 46.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).
O ministro das Infraestruturas e Habitação alertou, contudo, que “se a TAP não tiver o plano de reestruturação aprovado vai fechar e Portugal perderá centralidade no negócio da aviação”.
Segundo Pedro Nuno Santos, que falou à margem da apresentação do caderno de encargos para as 117 novas automotoras da CP, em Matosinhos, sem a TAP, o ‘hub’ de Portugal passará a ser em Madrid.
“Estamos a falar na única companhia área a operar em Portugal que tem um ‘hub’, que faz viagens intercontinentais entre os Brasil, EUA, África e Portugal e distribui para o resto da Europa”, terminou.
A TAP já recebeu um total de 1.662 mil milhões de euros do Estado (empréstimo de 1.200 mil milhões concedido pelo Tesouro em 2020, a que se somam mais 462 milhões de euros por ajudas permitidas por Bruxelas para compensar o impacto da pandemia da COVID-19).
Recorde-se que o Orçamento do Estado para 2021 previa uma verba de 998 milhões de injeção na TAP e a proposta de Orçamento para 2022 — entretanto chumbado — antecipava somar mais 990 milhões de euros.
Falta ainda saber se a TAP irá receber os 150 milhões de euros, um novo auxílio por danos COVID-19 em 2021, valor esse ainda não chegou e que perfazia um montante de 1.812 milhões de euros em dois anos (2020 e 2021).
Certo é que até setembro do presente exercício, a TAP acumulou um prejuízo de quase 628 milhões de euros, correspondendo a uma melhoria de 73 milhões de euros face ao mesmo período de 2020.