O épico regresso da Norwegian Cruise Line ao Mediterrâneo
Aceitámos o convite da Norwegian Cruise Line (NCL) para viajar no primeiro cruzeiro para vacinados do Norwegian Epic, um dos navios que marcaram o grande regresso da companhia de cruzeiros norte-americana ao Mediterrâneo.

Inês de Matos
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Aceitámos o convite da Norwegian Cruise Line (NCL) para viajar no primeiro cruzeiro para vacinados do Norwegian Epic, um dos navios que marcaram o grande regresso da companhia de cruzeiros norte-americana ao Mediterrâneo.

Norwegian Getaway e Norwegian Epic, no porto de Civitavecchia, Roma.
Civitavecchia, porto de Roma, 8 de setembro de 2021. Depois de mais de 500 dias de suspensão da atividade devido à COVID-19, a Norwegian Cruise Line (NCL) assinalou com uma cerimónia na capital italiana o regresso aos cruzeiros no Mediterrâneo, com o encontro no porto de Civitavecchia dos navios Norwegian Epic e Norwegian Getaway. Além do regresso dos navios à operação – respetivamente o quarto e quinto da frota da NCL a retomarem os cruzeiros – a cerimónia, que contou com a presença de Eamonn Ferrin, vice-president of International Business da NCL e Kevin Bubolz, vice-president e managing director Europe da companhia, bem como de Pino Musolino, responsável pelo porto italiano, marcou também a retoma dos itinerários por mais do que um país, algo que não tem sido fácil devido às restrições na sequência da pandemia.
O regresso à atividade, sublinhou Eamonn Ferrin, só foi possível porque a NCL estabeleceu um programa de saúde e segurança, denominado SailSAFE, com base nas recomendações de um painel de especialistas, que tem sido seguido à risca e que assenta em três pilares: segurança para tripulantes e passageiros, segurança a bordo e segurança em terra. Foi por isso que a companhia tornou obrigatória a vacinação de tripulantes e passageiros, assim como a realização de um teste rápido antes do embarque, reduziu a capacidade dos navios e criou um sistema de excursões em bolha, que vigora nos países onde os passageiros ainda não estão autorizados a deixar o navio e visitarem os destinos por sua iniciativa, como Itália. “Não tínhamos o objetivo de sermos os primeiros a regressar, tínhamos era o objetivo de fazer as coisas bem. Preferimos esperar um pouco mais, houve momentos em que poderíamos ter recomeçado, mas pensámos que não era a altura certa. Agora que estamos de regresso, é com a certeza de que temos tudo pronto”, explicou Kevin Bubolz.
Devido às restrições, a NCL foi obrigada a adaptar os itinerários, mas esta foi uma das poucas mudanças ditadas pela COVID-19, já que, a bordo, a experiência pouco se alterou, tal como o Publituris testemunhou entre 5 e 8 de setembro, durante uma press-trip no Norwegian Epic entre Barcelona e Roma, que contou com a participação de nove jornalistas de várias partes do mundo. Venha connosco descobrir o Norwegian Epic e conhecer a experiência num cruzeiro apenas para vacinados.
Segurança
O encontro com o Norwegian Getaway aconteceu quatro dias depois da partida do Norwegian Epic de Barcelona, em Espanha, e que marcou o regresso do navio ao porto onde estava baseado antes da pandemia. A partida da capital catalã – mais de 500 dias depois do início da pandemia – foi, também por isso, um momento marcante, que muitos passageiros fizeram questão de imortalizar em vídeo e fotografia.
Mas, para outros tantos, a emoção começou logo no terminal portuário, com os procedimentos de embarque, de que muitos passageiros tinham já saudades. “Obrigada por voltarem a navegar”, ouvia-se frequentemente entre os passageiros que, ansiosos, aguardavam a chamada para o teste rápido antes do embarque. “O teste é um pequeno preço que todos têm de pagar para poderem estar a bordo e viver a experiência de um cruzeiro”, explicou Nélson Martins, hotel director do navio, sublinhando que a principal preocupação da NCL é garantir a segurança de todos a bordo. Caso algum passageiro tenha um resultado positivo antes do embarque, é encaminhado para os hotéis-COVID-19, para uma quarentena de 14 dias e que será suportada pela companhia, caso o passageiro tenha um teste que comprove que estava negativo antes da chegada ao porto.
Como este era um cruzeiro apenas para vacinados – como tem acontecido com todos os cruzeiros da NCL desde o regresso, que aconteceu em julho, com itinerários no Norwegian Jade pelas Ilhas Gregas -, antes do teste foi preciso apresentar o certificado de vacinação, já que apenas os passageiros completamente vacinados há mais de 14 dias e com uma das quatro vacinas aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – Pfizer, Moderna, AstraZeneca ou Janssen – são autorizados a embarcar.
Certificado apresentado e teste realizado – com resultado negativo confirmado – era hora de subir a bordo do Norwegian Epic e começar a desfrutar de tudo o que este navio, com capacidade para 4.100 passageiros e 1.400 tripulantes, tem para oferecer e com toda a segurança, já que, além do uso obrigatório de máscara, a bordo é também mantido o distanciamento social de forma fácil, pois a ocupação do navio não ultrapassa, nesta fase, os 70%. Além destas medidas, a NCL reforçou também a limpeza e desinfeção, o que leva a que o Norwegian Epic, assim como os restantes navios da NCL, “sejam o sítio mais seguro do mundo”, como diz Nélson Martins, que considera que “nenhum outro destino é tão seguro quanto um cruzeiro”. “Não digo que os outros sítios não são limpos, mas não têm as medidas sanitárias que nós temos”, reforça, considerando que “o importante é que as pessoas continuem a ter umas férias fantásticas mas seguras”.
Experiência
Com tanta preocupação com a segurança, era de esperar que também a experiência dos passageiros pudesse ser afetada, mas tal não poderia estar mais longe da realidade, já que ela continua muito fiel à original. E Nélson Martins diz mesmo que, se alguma coisa mudou, terá sido até para melhor, pois a companhia reduziu o número de passageiros, mas não o de tripulantes. “Como reduzimos a ocupação, a experiência a bordo está até melhor, porque mantivemos o mesmo número de tripulantes para menos passageiros, o que quer dizer que o rácio entre passageiros/tripulantes aumentou”, afirma, revelando que os 1.400 tripulantes do Norwegian Epic foram vacinados no porto de Civitavecchia, ao abrigo de um acordo de cooperação entre as autoridades italianas e a companhia de cruzeiros.Além dos tripulantes do Norwegian Epic, também os do Norwegian Gateaway foram vacinados em Civitavecchia, num total que rondou os três mil tripulantes da NCL e que ascendeu a perto de seis mil tripulantes, contabilizando as outras companhias de cruzeiros.
A bordo e além da redução da ocupação, foram feitos apenas pequenos ajustes, a exemplo dos turnos de refeições, que foram alargados até às 22h00, já que tudo o resto se encontra a funcionar em perfeita normalidade, dos restaurantes buffet ao Spa, passando pelas piscinas, casino e outras atividades de entretenimento.
Diferentes continuam, no entanto, as excursões em vários países europeus. Devido à COVID-19, países como Itália ou França continuam a exigir que as excursões sejam realizadas em ‘bolha’, de forma a restringir os contactos dos passageiros em terra, o que é visto como uma dificuldade acrescida pelas companhias. “Preferíamos que os passageiros pudessem visitar os destinos por sua própria iniciativa. Espero que isso venha a mudar, porque é uma dificuldade”, indica Nélson Martins, explicando que a situação é diferente em cada país e que, por isso, o regresso do Norwegian Epic ao Mediterrâneo é ainda mais especial, pois é o primeiro navio a realizar um itinerário por mais do que um país e com embarques em dois (Espanha e Itália, com saídas de Barcelona ou Civitavecchia). “Somos o único navio no Mediterrâneo a fazer mais do que um país e somos o único a fazer embarques em dois países. Nenhuma outra companhia está a fazer isso”, congratula-se.
Ainda assim, houve algumas adaptações no itinerário, uma vez que, acrescenta Kevin Bubolz, com as restrições em França, a NCL optou por aumentar as escalas em portos espanhóis – a exemplo de Palma de Maiorca, onde o Norwegian Epic se estreou a 6 de setembro -, em detrimentos dos portos franceses. É que, em Espanha, as excursões não têm necessariamente de decorrer em ‘bolha’ e os passageiros podem sair livremente do navio.
Futuro
A segurança e o facto da experiência a bordo se ter mantido praticamente te inalterada, têm levado muitos cruzeiristas a retomar as suas férias nestes navios. Ao Publituris, Kevin Bubolz explicou que a companhia de cruzeiros tem recebido um feedback positivo dos passageiros, que dizem ter escolhido a NCL para viajar porque a companhia conta com “um produto seguro, com regras consistentes” e porque optou por “realizar apenas cruzeiros onde toda a gente a bordo está vacinada”. “Sabemos que este é o sítio mais seguro da terra. Onde mais podemos ir e toda a gente está 100% vacinada e ainda por cima foi testada também? Creio que as pessoas estão a reconhecer o nosso esforço e é por isso que as reservas para o próximo ano estão muito acima do que alguma vez estiveram. A perspetiva é muito boa para o próximo ano”, admite o responsável, reconhecendo que a opção de tornar a vacinação obrigatória colocou a NCL em vantagem face a outras companhias, onde a garantia de segurança não conta com o conforto da vacina. “As hipóteses de apanhar COVID-19 dentro de um navio são 0,01%. Claro que não conseguimos controlar tudo, mas temos muitos procedimentos para garantir que isso não acontece”, acrescenta.
Por isso, revela ainda o responsável, as vendas para o próximo ano “estão a correr muito bem”, também porque “as pessoas acreditam que a situação vai estar melhor e que os governos vão levantar as restrições e deixem de impor quarentenas”. A única exceção são as Caraíbas, uma vez que muitos passageiros ainda aguardam que os EUA reabram as fronteiras aos turistas provenientes da Europa.
Mas a procura mostra, acrescenta o responsável, que o futuro dos cruzeiros deverá ser dourado, até porque, anualmente, existiam 30 milhões de cruzeiristas, que estarão agora desejosos de recuperar o tempo perdido. “Portanto, em dois anos de pandemia, são já cerca de 60 milhões de pessoas que deixaram de fazer um cruzeiro e isso nota-se, vemos que as pessoas têm muita vontade de viajar e ter uma experiência inesquecível”, explica Kevin Bubolz, considerando, por isso, que a NCL retomou a operação “na altura certa”.
Lisboa volta a entrar nas contas da NCL em 2022 e 2023
Tal como os restantes mercados, também Portugal tem dado uma boa resposta nas reservas e, como revela Kevin Bubolz, a NCL conta com várias reservas de cruzeiristas nacionais para os itinerários que assinalam a retoma. Apesar de ter uma pequena dimensão, o mercado português “tem vindo a crescer e é um mercado muito interessante”, onde a
companhia quer ganhar quota, motivo pelo qual tem vindo a fazer uma aposta no reforço da comunicação e promoção em território nacional.
Além da importância do mercado em termos de vendas, Portugal tem ganho também relevância para a NCL enquanto porto de escala e, no próximo ano, a companhia tem já prevista uma escala do Norwegian Star em Lisboa, a 27 de novembro, num transatlântico com destino ao Rio de Janeiro, Brasil. No ano seguinte, a NCL vai aumentar o número de
itinerários com escala em Portugal e conta que oito dos seus navios realizem escala na capital portuguesa, incluindo o Norwegian Prima, novo navio da companhia, que deverá entrar em operação em agosto de 2022.
Norwegian Epic, um navio especial
Inaugurado em 2010, o Norwegian Epic é, ainda hoje, um navio único e especial. Com mais de 329 metros de comprimento e capacidade para 4.100 passageiros, é o único da sua classe na frota da NCL e o único construído em França.Além da dimensão, o Norwegian Epic conta também com características que fazem dele um navio especial, como o parque aquático que contou com o primeiro tobogã em alto mar, o bar de gelo, o espaço reservado a adultos Spice H2O, que é inspirado na ilha de Ibiza, ou Mandara Spa, que promete relaxar até os mais tensos. O navio conta ainda com mais de 20 restaurantes e bares, café Starbucks, casino e teatro, com espetáculos todas as noites.
No ano passado, o Norwegian Epic foi submetido a um processo de renovação, que aumentou para 75 o total de suites The Heaven, área de luxo que funciona sob o conceito de um hotel boutique e que conta com restaurante próprio, solário e piscina privada