Atividades de Enoturismo privilegiam espaços ao ar livre
O ar livre e o contacto com a natureza já eram norma na maioria das atividades enoturísticas. Porém, a pandemia reforçou a oferta existente no mercado de norte a sul do país.
Raquel Relvas Neto
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Os dois últimos anos não foram fáceis para o turismo em particular e o Enoturismo não foi excepção. No entanto, a produção vínica não parou e as atividades enoturísticas ganharam um novo ênfase na situação pandémica, com os visitantes a privilegiarem atividades ao ar livre. As novidades surgem um pouco por todo o lado, de forma a conquistar mais visitas.
Casa Relvas
Na Casa Relvas, no Redondo, na região alentejana, o Enoturismo foi dedicado a grupos pequenos, “em que adaptamos as visitas e provas aos conhecimentos e interesses dos visitantes”, explica o CEO, Alexandre Relvas. Entre as novidades, está a abertura de uma pequena esplanada na adega “para que as provas possam ser feitas ao ar livre, e preparámos algumas novidades para a vindima”. O programa para as vindimas deste ano na Casa Relvas inclui passeio na vinha, identificação de castas e análise sensorial de bagos, grainhas e engaços, vindima manual, pisa a pé, prova de mostos e prova de vinhos e almoço, sendo este último opcional.
Herdade das Servas
Na Herdade das Servas e na Casa da Tapada, ambas também no Alentejo, as visitas passaram a realizar-se em privado, ou seja, explica Luís Serrano Mira, coproprietário das propriedades, “não juntamos no mesmo horário diferentes grupos. Aplicámos uma política de maior flexibilidade nos horários por forma a evitar maiores concentrações de clientes e visitantes na loja”. A pandemia foi vista também como uma oportunidade para executar uma obra de remodelação do restaurante da Herdade das Servas, que será apresentado em breve. “Será um restaurante em que o vinho terá um grande foco, privilegiando a harmonização entre vinho e gastronomia”.
No início do verão, foi lançado um novo pacote de provas, indica o responsável, que conta com “vinhos para momentos de consumo mais descomplicados aos nossos topos de gama”. “Adicionámos também provas temáticas: Varietais, do Alentejo ao Minho (onde juntamos os nossos brancos do Alentejo com os nossos verdes da Casa da Tapada) ou a “Prova do Enólogo Ricardo Constantino”, complementa.
João Portugal Ramos
A Adega Vila Santa, da João Portugal Ramos, em Estremoz, implementou neste último confinamento uma visita virtual à adega 360 graus, disponível 24 horas por dia e 365 dias por ano. Para Vera Magalhães, diretora de Enoturismo Grupo João Portugal Ramos Vinhos, “esta nova ferramenta lúdica procurou constituir uma oportunidade permanente de visita a todos os espaços, às curiosidades e aos recantos da Adega Vila Santa, criando a possibilidade de conhecer mais de perto e com todo o detalhe o conjunto da obra de João Portugal Ramos Vinhos”.
Mas voltando à normalidade, o que a João Portugal Ramos pretende é receber visitantes in loco e para tal aposta em programas diferenciadores que privilegiam maioritariamente o ar livre, como as provas de vinhos, o programa enólogo por um dia, a culinária e o vinho alentejano, o piquenique, almoços e o programa de tapas. “Mas claro que nesta época do ano um dos programas com maior procura e sucesso é o programa das vindimas complementado com um almoço ao ar livre, no qual o visitante participa na colheita das uvas e pisa a uva a pé juntamente com os nossos colaboradores, recriando os processos tradicionais e ancestrais da vindima”, indica a responsável.
Quinta da Aveleda
Em Penafiel, a Quinta da Aveleda organiza, a par de refeições ao ar livre como os petiscos panorâmicos e os piqueniques nos jardins, as Noites de Verão nos últimos sábados de cada mês, até setembro. Esta iniciativa tem como propósito trazer “novos públicos ao mágico espaço da quinta”. “Sob vários temas, têm sido um sucesso, e ainda dois irão acontecer, esperando novamente casa cheia”, disse fonte da Quinta da Aveleda ao Publituris.
Porém, a sua novidade maior prende-se com o “lançamento do pioneiro Escape Garden – A garrafa perdida, um jogo de fuga inteiramente feito ao ar livre, entre vinhas e jardins”. “Único em Portugal e no mundo, este desafio visa proporcionar uma atividade de diversão durante a qual se mergulha na história da quinta, da família e dos seus vinhos, de forma bem descontraída”.
No Algarve, onde detêm a Villa Alvor, os proprietários da Quinta da Aveleda mantiveram as visitas e provas de vinhos com harmonização de produtos locais, apresentando-se assim como uma forma diferente de complementar uma passagem pela praia.
Quinta do Pôpa
“Propostas exclusivas e ‘tailor made’ em que a privacidade do cliente é preservada” é a mais-valia que a Quinta do Pôpa, no Douro, apresenta a quem a visita, além de dispor de espaços destinados a crianças e de ser ‘pet-friendly’. Para Vanessa Ferreira, coproprietária e responsável de Enoturismo da Quinta do Pôpa, “agora, mais do que nunca, estes detalhes fazem todo o sentido”.
No ano passado, os programas de atividades de Enoturismo na quinta foram reajustados e a ocupação do espaço tornou-se “ainda mais restritiva”, carecendo de marcação prévia. “Acresce também o facto de se poderem reservar guias em exclusivo ou a quinta na íntegra, não sendo aceites outros visitantes durante o tempo em que este serviço é requisitado. Tudo isto para que os visitantes sintam a máxima confiança em continuar a usufruir de experiências vínicas e enogastronómicas. Todos os programas, à excepção da visita, são feitos nos terraços exteriores”, esclarece.
Também a Quinta do Pôpa implementou as visitas virtuais, as quais convidam “enófilos, turistas e curiosos para uma imersão virtual, onde podem fazer uma tour pela adega, sala de cascos e garrafeira, assim como visitar e fazer compras na loja de vinhos, tudo isto à distância de um acesso digital”. Claro que “entrar virtualmente na Quinta do Pôpa é uma experiência que não substitui a visita ao vivo e a cores, é claro, mas que ajuda muito, ainda mais nesta fase de pandemia e de distância obrigatória”, afirma a responsável, que aponta como vantagens a realização da visita a qualquer hora do dia e da noite e a gratuitidade da mesma.
Sogevinus
A Quinta de S. Luiz, na região do Douro, tem e terá várias novidades. Recentemente, os visitantes puderam passar a ter a possibilidade de realizarem um piquenique num local privilegiado da quinta, além de provarem alguns sabores tradicionais tendo o rio Douro como pano de fundo. Maria Manuel Ramos, diretora de turismo da Sogevinus, afirma que o objetivo é que “quem nos visita possa tirar o melhor partido possível da belíssima paisagem natural que é possível admirar a partir do terraço de S. Luiz, tendo a oportunidade de experimentar os nossos vinhos de uma forma diferente e original, na companhia de alguns sabores da região, e fazendo uma verdadeira prova harmonizada com a natureza”.
“A médio prazo, contamos apresentar mais uma novidade”, anuncia. Atualmente, decorre o projeto de recuperação da Casa de S. Luiz, “que nos irá permitir complementar as atividades da Quinta com a oferta de alojamento no local”, indica a responsável, detalhando que o projeto prevê a abertura de 11 quartos, em regime de turismo rural e tem conclusão prevista para 2022.
Torre de Palma
Em Torre de Palma, na região alentejana, o ar livre passou a ser privilegiado na oferta disponibilizada aos visitantes. “A maioria das atividades são realizadas ao ar livre, a sensação de segurança está bem presente. Falamos por exemplo dos piqueniques, dos passeios de bicicleta, do programa de vindimas, dos passeios a cavalo ou de charrete, dos workshops agrícolas, visitas às ruínas romanas, observação de estrelas, passeio de balão, etc”, enumera Luísa Rebelo, general manager e proprietária de Torre de Palma. Mas as novidades do produtor na área do Enoturismo vão muito além disso.
“Em Torre de Palma somos obcecados pela inovação pelo que estamos sempre a criar novas experiências de forma a surpreender o cliente, superando as suas expectativas”, destaca a proprietária, revelando que esta inovação vai desde as experiências vínicas, às experiências equestres e às massagens. “Introduzimos recentemente as massagens do Método Renata França, os passeios de charrete os piqueniques entre outras experiências”, adianta, complementando que também o restaurante foi alvo de “uma forte restruturação, inovando em várias frentes com o convite feito ao conhecido Chef Miguel Laffan”.
Quinta do Ventozelo
Também na região duriense, a Quinta do Ventozelo sugere um conjunto de experiências “fortemente ligadas à natureza e ao mundo rural”, nomeadamente à vinha e ao vinho, à gastronomia, à interpretação da paisagem, à história e aos saberes do Douro, proporcionando aos seus visitantes a compreensão do Alto Douro Vinhateiro Património Mundial nas suas mais diversas vertentes. Elsa Couto, diretora de comunicação da quinta, descreve que um dos conceitos base do Ventozelo “passa pela participação e envolvimento ativo de cada visitante no quotidiano da quinta, para que se sintam assim implicados no processo de descoberta e aprendizagem da Quinta de Ventozelo e da região onde esta se insere”. As experiências disponíveis incluem provas de vinhos, harmonizações gastronómicas no restaurante Cantina de Ventozelo, participação na vindima e aprendizagem do processo de elaboração dos vinhos do Douro e do Porto; participação noutras atividades agrícolas do dia-a-dia, como a apanha da azeitona; visita ao Centro Interpretativo “O Douro numa Quinta” – um espaço de interpretação do território duriense tendo como ponto de partida a Quinta de Ventozelo.
Também percursos pedestres, que com ajuda de audioguias permitem aos visitantes contactar direta e autonomamente com as diferentes paisagens patrimoniais da Quinta fazem parte das sugestões. A quinta dispõe ainda de 29 quartos distribuídos por sete edificações distintas, muitas das quais antigas construções agrícolas que “ganharam uma nova alma e função, como os antigos balões de armazenamento de vinho”.