Gerir unidades tem sido “muito difícil devido ao pouco tempo de adaptação” às medidas
Alfredo Tavares, diretor de operações dos My Story Hotels, defende “uma mensagem clara e precisa para todos os profissionais e clientes” das medidas anunciadas pelo Governo com efeito no setor hoteleiro.

Raquel Relvas Neto
Semanalmente, o setor do turismo tem-se deparado com o anúncio de novas medidas por parte do Governo devido à gestão da pandemia da COVID-19, que têm impactado o normal funcionamento e gestão das atividades turísticas. A hotelaria também não tem sido excepção e, no passado dia 8 de julho, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou a obrigatoriedade de apresentação de um teste negativo ou de um certificado de vacinação contra a COVID-19 para acesso a um estabelecimento turístico ou de alojamento local em todo o país.
Na impossibilidade da apresentação de um destes dois documentos, existe a hipótese de realizar um autoteste diante do funcionário da receção.
Alfredo Tavares, diretor de operações dos My Story Hotels, que conta com unidades hoteleiras em Lisboa, Porto e Açores, explica ao Publituris que tem sido “muito difícil” gerir as respetivas unidades neste período, “devido ao pouco tempo de adaptação e, principalmente, porque os próprios clientes não sabendo bem o que vai acontecer acabam por cancelar”. Apesar de concordar com a obrigatoriedade da apresentação de testes à COVID-19 ou certificado digital aquando do check-in, o responsável acaba por discordar da realização de testes no momento do ‘check in’.
A situação inédita em que vivemos leva o hoteleiro a reconhecer que “é muito difícil gerir toda a situação neste momento”. Contudo, sugere que antes de se tomar alguma decisão deste género, que se “passasse algum tempo no terreno com os profissionais para perceber a viabilidade / eficácia ou não de certas decisões”.
Procura-se “mensagem clara e precisa”
Alfredo Tavares considera que o principal constrangimento destas medidas tem que ver com a falta de clareza na comunicação das mesmas. Como tal, considera imperativo “complicar o menos possível, com uma mensagem clara e precisa para todos os profissionais e clientes”, além de se ter um plano B para o caso de algo correr mal.
Um comunicação desapropriada e pouco clara pode ter efeitos negativos nas empresas hoteleiras, como constata o diretor de operações dos My Story Hotels, que sublinha que a comunicação desajustada destas medidas pode ter entendimentos diferentes em Portugal e fora do país. “Muitas vezes são entendidas de maneiras muito diferentes e sempre para pior”. Neste sentido, reforça que deve haver “o cuidado em perceber o que pode ser entendido de maneira errada fora de portas”. E deixa um exemplo que a marca hoteleira experienciou recentemente: “Um exemplo claro foi a medida do isolamento Área Metropolitana de Lisboa. Recebemos inúmeras mensagens e cancelamentos devido aos potenciais visitantes de outros países pensarem que era Lisboa a cidade que estava isolada”.