Travão do mercado alemão preocupa rent-a-car que já teme ano “pior que 2020”
ARAC denuncia que o “panorama da atividade de rent-a-car é desolador”, principalmente depois da Alemanha colocar Portugal na lista vermelha, o que deixa “goradas as expetativas de alguma retoma”.

Inês de Matos
A decisão da Alemanha de colocar Portugal na ‘lista vermelha’ dos países com maior risco para a COVID-19, devido à variante Delta, representa “mais um choque muito negativo” para o setor do rent-a-car, que se encontra num panorama “desolador” e já prevê “um ano de 2021 pior que 2020”, denuncia a Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC), que pede mais medidas de apoio a esta atividade.
“A partir de amanhã, com as medidas impostas pela Alemanha (segundo maior emissor de clientes para o rent-a-car a seguir ao Reino Unido), ficamos praticamente impedidos de receber turistas dos principais mercados”, lamenta a ARAC, num comunicado enviado à imprensa esta segunda-feira, 28 de junho.
De acordo com a ARAC que representa grande parte das empresas de rent-a-car que operam em Portugal, com a decisão da Alemanha, as empresas de rent-a-car viram “goradas as expetativas de alguma retoma na época alta que agora se inicia”, o que vem agravar ainda mais o panorama “desolador” que o setor já vive.
“Com especial incidência nas regiões mais dependentes do Turismo, como é o Algarve, Lisboa e Norte, ressalvando por enquanto a Madeira e os Açores (região mais afetada pela quebra do turismo em 2020 e primeiros cinco
meses de 2021) as empresas do setor já preveem um ano de 2021 pior que 2020, o qual como já por várias vezes dissemos foi o pior ano de sempre do rent-a-car em Portugal”, explica a associação.
Devido à situação de “enorme dificuldade” que o setor já se encontra a viver, a ARAC vem também exortar o Governo a lançar mais medidas de apoio ao turismo que incluam também o rent-a-car, nomeadamente mais “apoio em matéria laboral, nomeadamente em sede de layoff, a aceleração do Plano REATIVAR O TURISMO e fiscais, como sejam a redução da taxa de IVA aplicável aso contratos de aluguer”.
“O rent-a-car é uma atividade cuja clientela é maioritariamente turística (cerca de 60% do total da sua atividade), entendendo-se que a mesma tem tido até hoje um tratamento discriminatório face aos outros produtos turísticos onde é aplicada quer a taxa intermédia de IVA – 13%, quer mesmo a taxa reduzida de IVA – 6%, aplicável às demais atividades de transporte, o que coloca esta atividade em desigualdade”, aponta a ARAC, que pede também “a revisão do quadro legal do Imposto Sobre Veículos e do IUC – Imposto Único de Circulação aplicáveis às empresas de rent-a-car”.