Receitas da Amadeus caem 51% no 1.º trimestre de 2021
Com as receitas a continuarem a cair, a Amadeus acredita que, à medida que a confiança das pessoas aumente e a vacinação progrida, os resultados se invertam.

Victor Jorge
As receitas da Amadeus, no 1.º trimestre de 2021 (terminado a 31 de março), caíram 51,4% face ao mesmo período de 2020, fixando-se nos 496,7 milhões de euros, ou seja, menos 525 milhões de euros, revela a empresa em comunicado.
O EBITDA da companhia, por sua vez, decresceu 84,56% para 53,7 milhões de euros quando nos mesmos três meses de 2020 se fixava nos 349,4 milhões de euros. A maior quebra foi, no entanto, registada nos lucros ajustados que contraíram 158,6%, significando isto uma passagem de lucros de 141,8 milhões de euros, no 1.º trimestre de 2020, para prejuízos de 83,1 milhões de euros neste primeiro trimestre de 2021.
Para Luis Maroto, presidente e CEO da Amadeus, o ressurgimento da pandemia, em janeiro, “trouxe novas restrições à movimentação de pessoas em muitas partes do mundo”. No entanto, o responsável máximo pela companhia refere que, “à medida que os programas de vacinação aumentaram em certas regiões ao longo do trimestre, vimos um aumento nas reservas aéreas e passageiros embarcaram em março”, salientando que que este foi, em termos de volume, “o mês de melhor desempenho desde fevereiro de 2020”, adiantando Maroto que, em abril, “vimos melhorias adicionais”.
Tendo lançado, durante o primeiro trimestre, “novas soluções para apoiar a recuperação de viagens”, Maroto acredita regressa “manter o ímpeto comercial”, à medida que o sentimento do viajante melhore e a progressão dos programas de vacinação em todo o mundo se mantenham.
Por área de negócio, as receitas na distribuição caíram 57,9% face ao primeiro trimestre de 2021, indicando a companhia que as reservas através das agências utilizadoras das soluções Amadeus contraíram mais de 60% quando comparado com o primeiro trimestre de 2020 e mais de 79% se comparado com os primeiros três meses de 2019.
Relativamente aos trimestres anteriores, os dados da Amadeus registam uma recuperação, com a maior subida a pertencer à América do Norte ao contrário da Europa Central e América Latina que foram impactados neste período com fortes índices de infeção da COVID-19.
Durante o primeiro trimestre, a Amadeus alargou a sua oferta com a assinatura de 21 novos contratos ou renovações de acordos de distribuição com companhias aéreas.
Já as contas das soluções IT indicam um decréscimo de 46,1% face ao primeiro trimestre de 2020, quando relativamente ao mesmo período de 2019 a quebra foi de 46,3%.
No primeiro trimestre de 2021, os passageiros embarcados pela Amadeus diminuíram 66,9% face ao mesmo período de 2020, com contração, relativamente ao mesmo período de 2019, a situar-se em 70,8%, o que representa uma melhoria face à queda de 72,4% registada pelo indicador no quarto trimestre de 2020.
Destaque para o facto de, no final de março, 208 companhias aéreas haviam contratado uma das duas plataformas de gestão de passageiros (PSS) da Amadeus (Altéa ou New Skies) e 198 haviam migrado para uma delas.
No que diz respeito aos novos negócios, a Amadeus refere que “o bom momento do negócio de soluções de tecnologia aeroportuária continuou durante o primeiro trimestre de 2021”, principalmente nas áreas das tecnologias sem contato. Em abril, por exemplo, a Amadeus lançou o primeiro processo de embarque biométrico de ponta a ponta do Japão, graças a uma parceria com o Aeroporto de Narita e a NEC.
Destaque, ainda, para operações e soluções colocadas no terreno na Finlândia e Turquia, Dubai.