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Análise

Pandemia intensifica desafios para o emprego no turismo

Se a nível global, a OMT estima que se possam perder entre 100 e 120 milhões de empregos diretos, em Portugal os números levantam dúvidas, devido ao layoff.

Victor Jorge
Análise

Pandemia intensifica desafios para o emprego no turismo

Se a nível global, a OMT estima que se possam perder entre 100 e 120 milhões de empregos diretos, em Portugal os números levantam dúvidas, devido ao layoff.

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A crise que se abateu sobre a indústria do turismo teve, naturalmente, reflexos no emprego. O “novo normal” faz com que (também) no turismo a requalificação seja necessária e obrigatória. Uma realidade pré-COVID no mundo laboral do turismo, contudo, nunca deverá chegar antes de 2023.

Com a crise da COVID-19 a colocar em risco entre 100 e 120 milhões de empregos diretos a nível global, segundo números avançados pela Organização Mundial do Turismo (OMT), em Portugal as estimativas indicam que se ultrapasse os 150.000, embora, como se diz, “prognósticos só mesmo no fim”.

Se no período pré-pandemia havia muito empresário e empresa a queixarem-se de falta de mão-de-obra especializada e de valor acrescentado, a situação atual colocou no mercado de trabalho – ou em layoff – dezenas de milhares de pessoas.

Esta realidade foi confirmada ao Publituris por Vítor Antunes, managing director da Manpower, que salientou que a indústria do turismo foi, efetivamente, “uma das mais penalizadas pelo contexto da pandemia e das medidas de confinamento necessárias para conter o risco de contágio”, destacando, ainda, que “as consequências ao nível da destruição de emprego são inegáveis”.


De resto, os números do ManpowerGroup Employment Outlook Survey traduzem isso mesmo: as projeções para a Criação Líquida de Emprego passaram de valores muito positivos, de +16% no 1.º trimestre de 2020 e +21% no segundo trimestre (neste último caso, com as entrevistas que alimentam as projeções a serem realizadas antes do início da pandemia em Portugal) para valores francamente pessimistas: -29% no terceiro trimestre, -8% no quarto trimestre e -16% no primeiro de 2021. “Já para este segundo trimestre, Vítor Antunes adianta “uma ligeira progressão”, mas os empregadores ainda avançam um cenário de destruição de emprego, com uma Projeção Líquida de -6%.

E se estes números não bastassem, os dados do IEFP também reforçam esta realidade, revelando que, em finais de fevereiro de 2021, o número de inscritos nos centros de emprego e formação profissional, pertencentes a esta indústria, aumentou 31,4% face ao período homólogo de 2020 e 2,9% face a janeiro de 2021.

“As skills tecnológicas e digitais serão cada vez mais importantes e alvo de um rápido crescimento na procura quando o setor comece a retomar a sua atividade de contratação”, Vítor Antunes, Manpower

Se pensarmos, como refere Luísa Cardoso, business unit manager de healthcare, aviation, tourism & events da Randstad Portugal, que em qualquer destino turístico ao qual foram impostas medidas tão restritivas como o fecho de restaurantes, adiamento de concertos e festivais, cancelamento da maioria das atividades culturais e de espetáculo, fecho de fronteiras, restrições no tráfego aéreo, “não é difícil de perceber que toda esta força de trabalho foi severamente penalizada”. Por isso, uma das grandes questões é mesmo perceber se, com grande maioria dos recursos humanos a procurar alternativas no mercado de trabalho, estes “voltarão a encontrar trabalho neste setor ou se, porventura, continuarão ligados aos setores que os receberam durante a pandemia”, diz Afonso Carvalho, CEO do grupo EGOR. A fatia que ainda não encontrou emprego e que tem uma experiência relevante e importante para o setor turístico, essa, diz o responsável, “está ansiosamente à espera da abertura da economia”.

Especialização e digitalização
E se para a indústria havia mesmo falta de mão-de-obra qualificada, o responsável da Manpower ouvido pelo Publituris antevê mesmo que, “até que exista um programa de requalificação efetiva dos profissionais do setor, a tendência da escassez de talento será, muito provavelmente, agravada”. Até porque, segundo Vítor Antunes, o Plano de Atividades 2021 da Turismo de Portugal, refere no seu capítulo da estratégia “o grande impacto da transição digital e sociedade de inovação”, pelo que esta crise “não nos traz desafios novos, mas intensifica os anteriores”.

Para Luísa Cardoso, os profissionais do turismo que sofrem, hoje, o impacto da pandemia, “viram-se obrigados a reinventar o negócio e a procurar outras formas de subsistir”, pelo que, assume, se quem saiu não regressar com a retoma, “teremos um agravamento daquelas que eram já as dificuldades na captação de mão-de-obra especializada e um desafio para a atividade”.


Afonso Carvalho estima, no entanto, que “ainda terá de passar algum tempo até voltarmos ao ponto onde estávamos anteriormente, ou seja, ao ponto em que as empresas, efetivamente, não tinham recursos suficientes para fazer face à procura, sobretudo recursos com a devida formação e experiência”.

Se há palavra ou conceito que entrou no dia-a-dia essa ou esse é: digitalização. Na opinião de Luísa Cardoso está é, provavelmente, a “maior mudança no mundo do trabalho, herança da pandemia”. Sendo certo que, em muitas áreas, o trabalho remoto e a realidade online que hoje vivemos surgiram neste contexto como “uma resposta cio, noutras já se tinham dados passos neste sentido e a pandemia veio acelerar o processo de transição”, admite a responsável da Randstad. Contudo, salienta que o turismo tem uma “componente presencial e humana muito vincadas, próprias do setor, pelo que diria que não é previsível mudanças substanciais”. Ao mesmo tempo acredita que o negócio sofrerá “algumas adaptações que hoje se classificam como necessárias e que no futuro poderão vir a ser complementares ao turismo ‘tradicional’”. Aqui cabem os eventos online bem como conferências e talks em streaming, entre outras, e nestas realidades “haverá de facto a necessidade dos profissionais da área dominarem conhecimentos e apresentarem competências adaptadas às mesmas”.

“[Os profissionais do turismo] viram-se obrigados a reinventar o negócio e a procurar outras formas de subsistir”, Luísa Cardoso, Randstad

A Manpower corrobora esta opinião com números, já que segundo o seu mais recente estudo “Skills Revolution Reboot”, “a pandemia levou 30% das empresas portuguesas a agilizar os seus planos de digitalização e automação, contra apenas 16% que congelaram esses planos”. E o estudo tira outra conclusão: “esta digitalização está a criar mais emprego”. Por isso, Vítor Antunes refere que o turismo “não será uma exceção”. Cada vez mais os modelos de compra e de reserva, bem como de promoção dos destinos, ocorrem predominantemente em formato digital, com o responsável da Manpower a dar como exemplo a própria experiência de consumo que estava também a ser digitalizada, com soluções tipo self check-in, quiosques interativos em lugar de receções, entre outras formas de inovação que este setor “continuará seguramente a fomentar no intuito de gerar valor para o cliente”, crê. Nesse sentido, “as skills tecnológicas e digitais serão cada vez mais importantes e alvo de um rápido crescimento na procura quando o setor comece a retomar a sua atividade de contratação”, admite Vítor Antunes.

O que era e o que será
Fica, então, por saber se ainda existem lacunas a preencher na indústria do turismo quando analisamos o mercado laboral? Admitindo que a sazonalidade está “cada vez mais esbatida devido à enorme e constante afluência de turistas internacionais e nacionais”, Afonso Carvalho arrisca dizer que uma das lacunas a preencher passará por “arranjar mecanismos de retenção dos recursos de modo que o nível de compromisso e, consequentemente ,de retenção e motivação ,para com a respetiva empresa onde exercem a atividade, seja elevado”.

Do lado da Manpower, os maiores desafios estão relacionados com a “maior sofisticação do cliente” e que irá levar a que as organizações do setor “apostem na transformação digital do seu negócio”. Contudo, sendo o turismo um negócio de pessoas, estas terão, na opinião de Vítor Antunes, “transformar as suas competências, garantindo experiências customizadas, o que significa reforçar as suas competências comportamentais continuamente, pelo que o grande desafio é sempre o de ter talento com as competências necessárias em cada momento”.

Assim, quais serão as competências ou posições mais procuradas no setor no período pós-pandemia? Os profissionais ouvidos pelo Publituris não divergem, mas apontam diferenças. Para Afonso Carvalho, na fase de retoma da atividade as funções mais procuradas serão, na sua grande maioria, as funções que foram “dispensadas durante a pandemia”. De qualquer forma, adianta que, “pelos tímidos sinais que temos visto certamente que as funções comerciais e ligadas ao digital terão uma preponderância superior”.

“Pelos tímidos sinais que temos visto certamente que as funções comerciais e ligadas ao digital terão uma preponderância superior”, Afonso Carvalho, EGOR

Do lado da Randstad, Luísa Cardoso admite ser expectável que “as necessidades surjam de forma gradual, à medida que o mercado vá ganhando a robustez que lhe é característica”, pelo que haverá sempre uma “grande procura na área da hotelaria de todos os perfis, desde empregados de mesa, copeiros, cozinheiros e empregados de andares”. Já para a área dos eventos, aponta para “muita procura de posições de imagem com componente comercial, ou seja, promotores e hospedeiras”, tendo em conta que é uma atividade com uma “componente presencial muito forte, para a qual estes perfis se mantêm essenciais”.

Vítor Antunes junta às posições já mencionadas funções como “F&B, housekeeping e de apoio/serviço tamos que isto vá mudar”, embora refira que “as últimas ganharão preponderância pela crescente sofisticação do cliente”.

Associado aos cargos e/ou posições surge, igualmente, a questão salarial e se estes estão acima ou abaixo do esperado e/ou exigido. Neste particular, Mara Martinho, consultora sénior da Michael Page, refere que “a valorização dos salários no setor da hotelaria é uma luta já antiga”. Com a profissionalização e a especialização deste setor, a responsável crê que “cada vez mais se torne urgente valorizá-lo e atribuir retribuições que façam jus à responsabilidade exigida”.

Para o responsável da Manpower, falar em escassez de talento, “fará com que os profissionais mais procurados e com competências diferenciadas vejam os seus salários aumentar”. Mas ao contrário, Vítor Antunes admite que “aqueles que não detêm essas competências, verão o seu valor de mercado diminuir, o que vai acentuar a bifurcação salarial entre os dois grupos”

O CEO da EGOR acredita que, em termos comparativos, o setor do turismo “está perfeitamente enquadrado na média nacional” e, dependendo das regiões e se estamos a falar de cadeias nacionais ou internacionais, Afonso Carvalho refere mesmo que “encontramos funções, por exemplo, de gestão, que estão acima da média”. Certo é que para este responsável, o setor “melhorou substancialmente nos últimos anos”, embora destaque a existência de “alguma informalidade que é necessário combater, sobretudo para garantir a proteção e os direitos dos trabalhadores”.

Indústria (ainda) apetecível?
Com a pandemia a ditar, de facto, uma crise nunca antes vista na indústria do turismo, será que esta se mantém apetecível e “segura” para quem estava, está e pretende estar nela? Mara Martinho diz que, além de apetecível (ou não) e (in)segura, “tornou-se mais desafiante”, admitindo que, “quem gosta, não deixou de gostar”.

Outra visão tem, contudo, Vítor Antunes, referindo que a falta de atratividade do setor “é uma consequência inevitável”. No entanto, a médio e longo prazo, e uma vez ultrapassada a crise pandémica, “este continuará a ser um setor muito relevante para o nosso país e um forte empregador”, crê o responsável da Manpower. “Acredito que os modelos de operação poderão evoluir e, por essa via, também o perfil de competências que o setor procurará”, acrescentando ainda que a pandemia veio, também, “questionar o modelo de turismo que será sustentável no futuro, eventualmente, menos massificado”. Nesse sentido, acredita que “assistiremos seguramente a uma evolução no perfil de competências a atrair, tanto técnicas como soft”.

Quanto à retoma da empregabilidade da indústria do turismo e a um cenário pré-COVID, Mara Martinho acredita que tal possa acontecer dentro de um a dois anos, embora Luísa Cardoso, da Randstad, estime que a recuperação “nunca acontecerá antes de 2023”. Por isso, e tendo em conta o tempo que ainda decorrerá até essa recuperação no mercado de trabalho afeto ao turismo, “o foco deverá estar na preparação para este objetivo”. Partindo do pressuposto que essa recuperação será “gradual”, Vítor Antunes conclui que “incerteza” é a palavra dominante, pois grande parte das empresas “dependem de circunstâncias relativas ao ambiente macroeconómico que não tem horizonte temporal definido”.

*Artigo publicada na edição 1437 do jornal PUBLITURIS

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AHRESP deixa sugestões para o Orçamento de Estado de 2024

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) anunciou esta segunda-feira, 25 de setembro, as 21 medidas que propõe para o Orçamento de Estado de 2024, baseadas em três eixos estratégicos: fiscalidade; capitalização das empresas e apoio ao investimento.

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) anunciou esta segunda-feira, 25 de setembro, em comunicado, que “considera determinante que o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) tenha presente a realidade das empresas da restauração, similares e do alojamento turístico e que contemple medidas focadas na sustentabilidade destes setores, que se revelaram decisivos na recuperação económica de Portugal no período pós-pandemia e que continuam a ser forte motor de desenvolvimento da economia portuguesa”.

Por essa razão, a associação propõe 21 medidas para o OE24 baseadas em três eixos estratégicos: fiscalidade; capitalização das empresas e apoio ao investimento. As propostas são feitas “tendo em conta o atual cenário inflacionista e a escalada na subida das taxas de juro, bem como nos custos de energia”, que a associação considera “que está a deteriorar a tesouraria das famílias, cuja quebra de consumo já se faz sentir de forma significativa nas atividades turísticas”.

Das medidas propostas ao Governo a AHRESP destaca “a aplicação temporária, pelo período de um ano, da taxa reduzida IVA a todo o serviço de alimentação e bebidas para a tesouraria das empresas”, bem como a “reposição integral da taxa intermédia do IVA no serviço de alimentação e bebidas”.

Outra das medidas propostas passa pela “redução da taxa social única (TSU) paga pelas empresas pelos rendimentos de trabalho dos seus colaboradores, para proporcionar a melhoria das condições salariais, captando e retendo talento nas empresas”. É ainda destacada a “dotação orçamental para as autarquias, destinada ao apoio às rendas para a habitação de imigrantes que comprovem vir trabalhar para as atividades [afetas à associação], de forma temporária, para o processo de instalação destes trabalhadores no nosso país”.

É ainda colocada em cima da mesa a “redução da taxa do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC), em particular para as micro e pequenas empresas, a fim de se aumentar a competitividade das empresas nacionais face ao exterior e de se atrair investimento”.

Da lista de 21 medidas propostas constam ainda a “criação de mecanismos financeiros com vista à redução do endividamento das empresas, bem como promover a reposição dos capitais próprios até aos níveis pré-pandemia”, além do “apoio ao investimento em eficiência energética, eficiência hídrica e transição digital”.

A associação defende que estas medidas são propostas num contexto em que, “não obstante os crescimentos expressivos na atividade turística no acumulado entre janeiro e julho de 2023 face a 2019, certo é que milhares de empresas continuam a evidenciar estruturas financeiras frágeis e sobre endividadas”. Destaca também que, “além destas fragilidades, mantém-se o grave problema da falta de profissionais, sobretudo qualificados, para trabalhar nos setores da restauração e do alojamento”.

A AHRESP sente que a aproximação da época baixa “apresenta grandes desafios à sustentabilidade dos negócios, não só pela perda do poder de compra dos consumidores que se reflete na faturação dos estabelecimentos, como devido aos aumentos dos preços das matérias-primas, muito acima do que tem sido a atualização dos preços de venda”. Por todas as razões elencadas, “assim como das previsões das entidades internacionais de fraco crescimento económico”, a AHRESP apresenta a lista de 21 medidas ao Governo que pode ser consultada na totalidade através do link.

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Turismo na UE atinge o máximo de uma década no primeiro semestre de 2023

A indústria do turismo da UE está a registar uma forte recuperação do impacto da pandemia de Covid-19. No primeiro semestre de 2023, o número de noites passadas em alojamentos turísticos atingiu o nível mais elevado da última década, sinalizando um notável ressurgimento do desempenho do setor em muitos países da União Europeia.

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De acordo com a Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, a Europa registou o maior número de estadias turísticas da última década. No primeiro semestre deste ano, verificaram-se 1, 193 milhões de dormidas em alojamentos turístico, um aumento de quase 11 milhões face ao mesmo período de 2019 (1. 182 milhões, +0,9%). Além disso, houve mais 136 milhões de dormidas do que no primeiro semestre de 2022 (1.057 milhões, +12,9%). Comparativamente a 2021 (406,8 milhões), de janeiro a junho deste ano, a UE contabilizou mais 786 milhões de dormidas, e face a 2020 (474,7 milhões), registaram-se mais 718 milhões de dormidas.

Todos os meses superaram os valores do ano anterior, com os maiores aumentos registados em janeiro (45%) e fevereiro (27%).

Olhando para os dados dos países, todos os Estados-membros conseguiram crescer em dormidas em comparação com 2022, sendo a Hungria a única exceção, registando uma ligeira diminuição de -0,3%. Chipre (39,3%), Malta (30,5%) e Eslováquia (28,7%) destacam-se com os aumentos mais substanciais nas dormidas. No entanto, cerca de metade dos países ainda não atingiu os valores registados no primeiro semestre de 2019, nomeadamente a Letónia (-23,8%), Eslováquia (-16,0%), Hungria (-12,2%) e Lituânia (-11,7%).

A Eurostat revela ainda que o forte impulso para os números deste ano veio da recuperação do turismo internacional. Em comparação com 2022, assistiu-se a um crescimento de 22,5% no número de dormidas de turistas estrangeiros, enquanto o turismo interno subiu 5,8%.

No total, os turistas estrangeiros representaram 545 milhões de dormidas no primeiro semestre de 2023 ou 46% de todas as dormidas. Nos últimos anos, a proporção de turistas estrangeiros foi significativamente afetada pela pandemia. Começando em 47% no primeiro semestre de 2019, caiu para 36% nos primeiros seis meses de 2020 e diminuiu ainda mais para 21% em 2021, antes de demonstrar uma forte recuperação em 2022, subindo para 42%.

 

 

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“Portugal deve procurar focar a sua estratégia de promoção em mercados de valor e com dimensão estratégica”

Economista e gestor, com uma “especialização” no que à competitividade diz respeito, Jaime Quesado publicou, recentemente, um novo livro manifesto: “Nova Competitividade”. O Publituris quis saber se Portugal é, de facto, competitivo e que papel está reservado ao turismo neste esforço rumo a esta “nova” competitividade.

Victor Jorge

Quando Michael Porter, (re)conhecido professor e teórico de negócios da Harvard Business School, apresentou, há 30 anos, um estudo sobre a competitividade da economia portuguesa, o turismo – além dos vinhos madeiras, têxteis, vestuário, automóvel – já fazia parte de um conjunto de clusters identificados como estratégicos para o desenvolvimento de Portugal.

Jaime Quesado, economista e gestor e um especialista em questões relacionadas com a competitividade compila agora 40 anos de escrita dedicada a este tema. E se o país evoluiu muito em várias áreas, Jaime Quesado frisa que “ainda há um longo caminho a percorrer, do qual não podemos desistir”.

Publicou recentemente um novo livro manifesto, que resume, de certa forma, 40 anos de escrita. O título do mesmo é “Nova Competitividade”. Portugal é competitivo?
Ao escrever este meu sexto livro manifesto “Nova Competitividade” procurei através do ato simbólico de celebrar 40 anos de escrita dar nota do imperativo de mantermos vivo um sentido de inteligência coletiva em relação à nossa capacidade de criar e partilhar valor.

Poucos anos depois de ter escrito o meu primeiro artigo entrámos na então Comunidade Económica Europeia (CEE) e iniciámos um percurso de forte investimento através de fundos comunitários que ainda hoje continua.

O país evoluiu muito em várias áreas – sobretudo nas infraestruturas e na tecnologia – mas nas áreas imateriais – qualidade da gestão, cooperação, educação e capacitação, entre outras – ainda há um longo caminho a percorrer, do qual não podemos desistir.

Em termos económicos, de certeza que existem setores de atividade onde Portugal é competitivo. Quais são? E são competitivos porquê?
Este é um tema da maior relevância, que já Michael Porter tinha destacado no estudo que realizou sobre a competitividade da nossa economia há 30 anos.

Em termos das nossas fileiras destacaria três grupos: primeiro, as áreas mais tecnológicas e inovadoras – TIC, automóvel, aeronáutica, saúde, entre outras; segundo, algumas fileiras tradicionais como o agro-alimentar, o têxtil e o calçado e finalmente algumas áreas de serviços onde o turismo tem um papel central. Houve uma grande evolução em termos da organização de clusters e das estratégias coletivas das nossas empresas, mas falta ainda fazer um trabalho estruturado de convergência nesta matéria.

O país evoluiu muito em várias áreas – sobretudo nas infraestruturas e na tecnologia – mas nas áreas imateriais – qualidade da gestão, cooperação, educação e capacitação, entre outras – ainda há um longo caminho a percorrer, do qual não podemos desistir

Turismo competitivo, mas a consolidar perceção positiva
O turismo é apontado, constantemente, como o setor mais competitivo e o que tem levado a economia portuguesa para a frente. O turismo em Portugal é, de facto, competitivo quando comparado com os principais mercados que concorrem com Portugal?
O turismo tem tido – como é sabido de todos – um crescimento exponencial nos últimos anos, representando já mais de 15% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). Este crescimento tem sido marcado por várias dimensões – aumento da oferta, aposta na qualidade, papel da promoção e marca – que combinados com o contexto de incerteza provocado em alguns mercados com a guerra que tem potenciado um fluxo intenso de passageiros de diferentes origens para o nosso país. E em resposta a esta dinâmica da procura, a nossa oferta tem de se posicionar com uma resposta de qualidade que estabilize e consolide o nível de perceção positivo junto dos principais mercados internacionais.

Em que aspetos é que a competitividade no turismo pode e deve ser melhorada?
Num contexto de intensa competição nos mercados internacionais os principais atores da oferta no ecossistema do turismo têm de consolidar uma agenda de melhoria permanente da sua cadeia de valor. Isto passa por várias ações concretas ao nível da qualificação e capacitação dos recursos humanos, aposta no digital como um instrumento gerador de valor, incorporação da sustentabilidade como uma marca de referência, dinamização de experiências e ações de demonstração que alarguem a malha de futuros clientes.

Este é um trabalho que tem vindo a ser feito nos últimos anos – com o apoio do Estado e de muitos outros stakeholders do sistema – e que precisa de ser consolidado face aos novos fatores de contexto.

Para qualquer setor de atividade ser competitivo, são precisas pessoas. O setor do turismo enfrenta uma falta de recursos humanos. Em que medida é que esta realidade poderá fragilizar essa competitividade?
Como é consensual nos tempos que correm, o talento é cada vez mais a chave para o sucesso de um negócio no mercado. O forte crescimento ao nível da procura tem provocado junto dos principais operadores do setor uma forte pressão na estabilização do capital humano, tão crítico para garantir a qualidade de serviço e a base de reputação junto do mercado.

Esta é uma agenda que não é fácil, atenta a grande rotação de pessoas e a incapacidade de garantir ao nível da qualidade de recursos humanos qualificados a oferta necessária a este processo.

O papel dos imigrantes tem sido decisivo para colmatar a falta de recursos humanos nacionais, mas importa estruturar uma agenda de aposta no talento verdadeiramente estratégica para o futuro.

Também em termos tecnológicos, a digitalização tem sido apontada como um fator essencial para diversos setores, entre eles, o turismo, prestarem melhores serviços e soluções e, assim, serem mais competitivos. Em Portugal, esta questão da tecnologia ou da digitalização tem sido tido em conta? Nota-se por parte das empresas e empresários uma preocupação em utilizar/aplicar mais tecnologia?
O nosso país tem estado há já muitos anos na linha da frente do investimento na tecnologia e no digital como variáveis centrais para a melhoria operacional das organizações – esta é uma realidade que, infelizmente, ainda não tem a expressão que se pretende ao nível das Pequenas e Médias Empresas (PME), sendo o turismo um bom exemplo nesta matéria. O projeto Hotel 4.0 dinamizado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) permitiu verificar no terreno que, de facto, há ainda um caminho a percorrer em termos de dotar os atores deste ecossistema dos meios digitais adequados para uma gestão mais eficiente e inovadora do negócio, com impacto em termos de valor criado.

A nossa oferta [turística] tem de se posicionar com uma resposta de qualidade que estabilize e consolide o nível de perceção positivo junto dos principais mercados internacionais

Também a sustentabilidade é vista como um fator de competitividade, principalmente, no pós-pandemia. O Turismo de Portugal, por exemplo, tem por objetivo de colocar o país como um dos destinos turísticos mais sustentáveis no mundo. O que é preciso fazer para esse objetivo ser alcançado?
A sustentabilidade passou a estar, de facto, na ordem do dia como referência em termos de competitividade – como recentemente referiu numa sessão Luigi Cabrini, Chairman do Global Sustainable Tourism Council, o turismo sustentável é um compromisso claro com a natureza como marca central de um novo conceito de qualidade de vida com impacto nas comunidades e na sociedade.

Este objetivo do Turismo de Portugal faz sentido – face à realidade do país, onde alguns territórios do interior a os próprios Açores já estão claramente sintonizados com este objetivo – mas importa mobilizar o ecossistema como um todo – em articulação com a sociedade civil para este desígnio. Este terá de ser de facto um objetivo integrado, desenhado e executado numa verdadeira dimensão de parceria estratégica para o futuro.

Os desafios à competitividade
Depois de uma crise económico-financeira em 2010-2012, uma pandemia, agora uma guerra na Europa e com ela um aumento da inflação, escassez de matérias-primas, uma cadeia de abastecimento cada vez mais pressionada, falta de recursos humanos, que caminhos devem ser traçados a nível governamental para que o grau de competitividade se mantenha em alta?
Os fatores de contexto da nossa economia são cada vez mais incertos e complexos, o que torna o exercício da gestão difícil e muitas vezes sem referenciais concretos em termos de resultados e impactos. O exercício da gestão empresarial passará cada vez mais por processos colaborativos de inovação aberta, em que as empresas integrem, de facto, na sua cadeia de valor os diferentes parceiros centrais – fornecedores, clientes e até mesmo competidores.

Precisamos também – como muito bem defende Mariana Mazucatto, professora de Economics of Innovation and Public Value na University College London – que o Estado se assuma como um parceiro inteligente na criação do contexto adequado para o sucesso desta agenda.

No seu livro aponta, resumidamente, que “precisamos de um novo modelo de criação de valor assente na inovação e no talento”. Sem utilização/aplicação de tecnologia ou uma maior digitalização, com a escassez de recursos humanos, como isso é possível?
O modelo de criação de valor tem de ser mais ágil e dinâmico, para poder dar respostas mais consistentes às necessidades e desafios que a gestão empresarial suscita. O talento e a tecnologia são fatores críticos nesta matéria – as empresas terão de saber combinar de forma inteligente estes dois recursos, adequando-os às estratégias de criação de valor.

A inovação e a criatividade são drivers cada vez mais importantes na qualificação das propostas de valor apresentadas pelas empresas ao nível dos produtos e serviços e esta será uma das estratégias mais adequadas para ter sucesso neste contexto.

Roteiro para uma “nova” competitividade
A par deste livro, é realizado, igualmente, “O Roteiro Nova Competitividade” – que terá ainda duas sessões em setembro em Londres e em Évora antes da Sessão Final de Balanço em outubro na Gulbenkian. Que balanço faz das sessões já realizadas e como é que a temática tem evoluído ao longo das várias sessões?
Este Roteiro que celebra 40 anos de escrito – a exemplo de outros anteriores que realizei – tem sido uma experiência fantástica em termos de partilha e discussão de ideias sobre este tema desafiante da competitividade.

Destaco duas dimensões importantes e complementares. Por um lado, as oportunidades que existem cada vez mais em territórios menos desenvolvidos e mais isolados, como são o caso de Bragança e dos Açores, onde tive oportunidade de estar. Por outro lado, o imperativo de trazermos para esta discussão e prática a nossa diáspora, muito interessada em dar o seu contributo, como esteve bem patente nas sessões realizadas em Paris e Madrid.

No Publituris referiu, na sua coluna de opinião, por várias vezes, o estudo realizado por Michael Porter, estudo esse realizado há 30 anos e atualizado já neste século. 30 anos depois, esse estudo ainda se pode considerar como uma referência no que diz respeito à competitividade da economia portuguesa ou, com a evolução dos tempos e com tudo o que tem acontecido, é tempo de ter um novo estudo ou atualização?
Quando há 30 anos Michael Porter realizou o famoso estudo sobre a competitividade da nossa economia foram algumas as vozes que criticaram este processo dando nota que veio apenas mostrar o que toda a gente já sabia. Foi muito importante a mensagem resultante deste estudo e foi pena não se ter aproveitado mais do mesmo – a mensagem foi muito clara ao reforçar que temos de saber apostar nas nossas competências centrais e gerir de forma mais colaborativa o processo de criação de valor.

Naturalmente que, desde então, o mundo mudou muito, o digital e a tecnologia aceleraram os processos de mudança, mas a base mantém-se muito atual no seu conceito. Importante acima de tudo é executar e pôr as coisas a andar no terreno e nesta matéria ainda temos muito a fazer!

Não se percebe como andamos há tanto tempo a discutir este tema [novo aeroporto] e cada dia que passa a situação torna-se mais complicada

Relativamente ao setor do turismo, muito se tem falado, para além das questões relativas aos recursos humanos, da necessidade de um novo aeroporto para Portugal, a economia e o setor do turismo ser ou manter-se competitivo. É isso que falta ao setor do turismo em Portugal?
Os números impressionantes de turistas que chegam todos os dias ao nosso país e a necessidade de conseguir dar resposta com maios qualidade ao seu acolhimento e mobilidade tornam, de facto, um imperativo termos uma solução aeroportuária em Lisboa mais ágil, moderna e qualificada.

Não se percebe como andamos há tanto tempo a discutir este tema e cada dia que passa a situação torna-se mais complicada.

Naturalmente que o futuro do turismo não passa só pelo aeroporto – há todo um conjunto de fatores estruturais que são importantes para qualificar a marca reputacional como a qualidade de serviço, aposta no capital humano e desenvolvimento de novos conceitos de experiências.

Nesse sentido, critica-se muito a demora ou falta de decisão. Essa falta de decisão é, também ela, “inimiga” da competitividade?
O mundo incerto e acelerado em que vivemos passou a exigir mais rapidez e qualidade nas decisões tomadas – só assim se poderá conseguir garantir que os níveis de criação de valor e sua partilha pela economia e sociedade consigam ter impacto estrutural.

A “Nova Competitividade” que defendo neste meu novo livro manifesto é um exercício que exige também uma mudança clara ao nível dos comportamentos e práticas em termos das organizações e da sociedade em geral.

Muito se tem falado que o turismo em Portugal deverá traçar como objetivo ter “mais com menos”. Ou seja, “gerar mais valor, com menos volume”. Depender de menos para gerar mais não poderá ser perigoso num mundo tão volátil e em constante modificação?
O Turismo de Portugal tem-se assumido nos últimos nos anos como um verdadeiro orquestrador de uma agenda mais colaborativa e inovadora para o setor, com uma estratégia centrada em objetivos claros e focados para o futuro. Deverá ser esse o caminho a prosseguir no futuro e todos os atores do sistema deverão assumir esse desígnio.

Nesse mundo volátil e em constante modificação, quais os mercados-chave em que Portugal deve apostar a curto-médio e longo prazo?
Portugal deve procurar focar a sua estratégia de promoção em mercados de valor e com dimensão estratégica – para além dos mercados europeus tradicionais, dos EUA e do Brasil, há novos players internacionais relevantes – países asiáticos, Médio Oriente, entre outros – que importa agarrar.

Concluindo, e olhando somente para o setor do turismo, em três pontos, o que é que este setor deve e tem de fazer para manter-se competitivo e liderar o turismo mundial?
Em três pontos: ter um propósito claro, uma marca de confiança e uma agenda de valor.

 

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Consumidores estimam gastar 28% a mais em viagens nos próximos 12 meses

A Outpayce from Amadeus revela, num novo estudo sobre as prioridades em matéria de despesas de viagem, que os consumidores estimam gastar 28% a mais em viagens nos próximos 12 meses, face a 2022.

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De entre as conclusões retiradas do estudo destaca-se que a previsão é que a despesa média por pessoa em viagens internacionais seja de 3,422 dólares nos próximos 12 meses (o que representa um aumento de 28% em relação ao ano passado).

A Outpayce from Amadeus refere ainda que as viagens internacionais são a área de despesas discricionárias mais prioritária de um conjunto de seis opções, sendo uma “alta prioridade” para 47% dos inquiridos, um aumento de 12% em comparação com 2022 (em comparação com 23% para a moda e 26% para artigos de grande valor).

Por outro lado, 38% dos consumidores planeiam fazer mais viagens internacionais do que em 2019 nos próximos 12 meses, em comparação com 23% que planeiam fazer menos viagens internacionais do que em 2019.

De um modo geral, os consumidores dos Estados Unidos da América são mais resilientes do que na Europa, com uma despesa média significativamente mais elevada e uma estimativa de maior frequência de viagens internacionais.

Nos próximos doze meses, 40% dos consumidores planeiam financiar as viagens internacionais com as suas poupanças, enquanto um terço planeia desviar as despesas de outras áreas do seu orçamento, realça ainda a análise.

 

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Aviões maiores e menos 11% de voos por rota é solução do setor aéreo para melhorar desempenho

O estudo da Oliver Wyman “Airline Economic Analysis 2022-2023” revela que a aposta das companhias aéreas em aviões maiores e a redução do número de voos por rota têm sido as soluções adotadas pelo setor da aviação para melhorar o desempenho.

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A aposta das companhias aéreas em aviões maiores, em detrimento dos aparelhos mais pequenos, e a redução do número de voos por rota têm sido as soluções adotadas pelo setor da aviação para fazer face às perturbações relacionadas com a falta de mão de obra, o aumento dos custos operacionais, em particular com os combustíveis, e o aumento da inflação. Estas são algumas das conclusões do “Airline Economic Analysis 2022-2023” que a Oliver Wyman, empresa global de consultoria estratégica, acaba de publicar e que, pelo terceiro ano consecutivo, descreve as circunstâncias operacionais mais significativas na aviação, que começaram em 2020 com a pandemia e continuam hoje, devido a questões como o conflito na Ucrânia, entre outros fatores conjunturais.

A empresa de consultoria de gestão com escritórios em mais de 70 cidades em 30 países, destaca que a difícil conjuntura internacional dos últimos três anos afetou as operações das companhias aéreas e reduziu a sua rentabilidade. Entre as principais perturbações relacionadas com este cenário destacam-se a escassez de mão de obra no setor, e a subida da inflação, que está a aumentar os custos operacionais, especialmente os custos do combustível.

Outra consequência da situação geopolítica é o declínio acentuado das viagens de negócios devido a uma mudança de hábitos desde a pandemia. Embora as viagens de lazer tenham conseguido recuperar em 2022 em relação aos níveis de 2019, as viagens de negócios ainda estão 30% abaixo dos valores desse ano.

Por conseguinte, muitas companhias aéreas procuraram adaptar-se a este contexto e expandir-se para novos mercados onde a procura de viagens de lazer era suficientemente forte para suportar tarifas mais elevadas e onde havia uma maior disponibilidade para pagar bilhetes de primeira classe.

Apesar de tudo isto, de acordo com a análise, no último ano assistiu-se a um aumento do desempenho das companhias aéreas graças às medidas implementadas como solução para as atuais deficiências do sector. Embora algumas delas continuem a ser um desafio para as companhias aéreas, como a falta de pontualidade ou as dificuldades em satisfazer as necessidades dos passageiros devido à falta de pessoal.

O volume da procura de viagens aéreas tem vindo a recuperar progressivamente e de forma constante desde a primavera de 2021. Em 2022, a maioria das companhias aéreas voltou a lucrar com as suas operações, aumentando o seu desempenho no segundo semestre e demonstrando um aumento da procura de viagens. Em particular, foi gerado um aumento de 64 % nas receitas globais de passageiros-quilómetro (RPK) no ano passado, em comparação com os dados de 2021. No entanto, o tráfego diário global de passageiros nos aeroportos ainda não atingiu os níveis de 2019, situando-se 32% abaixo.

Em particular, a procura europeia de voos em 2022 foi 22% inferior aos valores alcançados em 2019. Já os EUA conseguiram uma recuperação mais forte em dezembro de 2022, ficando apenas 8% abaixo dos valores de 2019, diz o estudo.

No entanto, este boom foi acompanhado de complicações difíceis de gerir, como a complexidade de responder a esta maior procura e as longas filas de check-in e de segurança, bem como os atrasos na recolha de bagagens. Além disso, a época de verão, em que a procura aumenta consideravelmente, acentuou os estrangulamentos que têm vindo a surgir nos aeroportos de todo o mundo, tornando evidente a acentuada desproporção de trabalhadores em relação ao número de viajantes, confirma a empresa.

Em 2022, as companhias aéreas tentaram encontrar soluções que lhes permitissem responder ao aumento da procura na sequência da pandemia, tentando ao mesmo tempo obter os maiores rendimentos possíveis durante as suas operações. Por este motivo, a maioria das companhias aéreas optou pela eficiência, a fim de aumentar a sua quota de mercado, agrupando mais passageiros em aviões maiores, permitindo às companhias reduzir os custos e otimizar as suas viagens. Desta forma, em termos globais, registou-se uma redução de 11% no número de voos, enquanto o número de lugares ou a capacidade por avião aumentou 4%.

Para além disso, o tempo de viagem também foi reduzido em 5%, devido a ligações mais rápidas entre voos ou a mais serviços sem escalas na maioria dos aeroportos. Tudo isto em prol de um melhor desempenho operacional.

Um dos desafios que tem persistido ao longo dos anos no setor da aviação é a escassez de mão de obra, facto visível em todas as categorias. E o problema não parece ter uma solução a curto prazo, aponta a Oliver Wyman.

Como resultado desta escassez, lembra, muitos aeroportos tiveram de limitar o número de passageiros e até cancelar voos, mas isso também significou uma menor pontualidade. Em 2022, a taxa de partidas a tempo, tendo em conta o período de cortesia de 15 minutos, diminuiu seis pontos percentuais para 70%, em comparação com 76% em 2019. E este declínio ocorreu apesar de uma redução de 19% no volume total de voos em 2022.

 

 

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Europa pode economizar 1M de toneladas de CO2 por ano trocando voos domésticos pela ferrovia

Um estudo da Mabrian Technologies, empresa especializada em Travel Intelligence, sobre o impacto potencial da substituição de rotas aéreas domésticas de menos de duas horas e meia, e no máximo 500 km, por comboios de alta velocidade, revela que se a Europa adotar esta solução, pode economizar até um milhão de toneladas de CO2 por ano.

De acordo com o relatório da Mabrian Technologies, que analisa a programação aérea total para 2023 em rotas domésticas com distâncias terrestres inferiores a 500 km, e que totalizam 554 na Europa, transportando cerca de 44 milhões de passageiros, produzirão, só este ano, cerca de 2,3 milhões de toneladas de CO2.

Devido à sua maior eficiência em termos de emissões, a utilização de comboios de alta velocidade poderia reduzir esse impacto ambiental numa  média de 48%, o que se traduziria numa economia de mais de um milhão de toneladas de CO2 em apenas um ano, o equivalente a mais de 200 mil carros a circular continuamente durante 12 meses.

O estudo revela cinco dos países europeus que alcançariam as maiores economias de CO2 se essa transição ocorresse  e se a regulamentação, que já começou a ser implementada em França, fosse aplicada em vários países europeu; Em primeiro lugar, a Espanha, com um potencial de poupança de 360 mil toneladas de CO2 por ano se estas linhas fossem substituídas por comboios de alta velocidade; Alemanha, em segundo lugar, com economia de 238 mil toneladas; França, com 193 mil toneladas; Itália, com 189 mil toneladas; e Suécia, com 159 mil toneladas por ano.

Por outro lado, em termos relativos, os três países com maior potencial de poupança de CO2 com a transição para o caminho-de-ferro são a Suécia, com 97,13% do total de CO2 produzido por aviões por ano; Áustria, com 92,79%; e França, com 89,73%. De facto, a França foi o país pioneiro na aplicação desta medida às rotas aéreas de pequeno curso a partir de Orly.

A análise, que se concentrou-se apenas nas rotas aéreas domésticas dentro de cada país, indica que a economia potencial seria muito maior se todas as rotas aéreas de 500 km ou menos ligando diferentes países da Europa também fossem consideradas.

O estudo indica, igualmente, a importância de analisar diversos aspetos que não são totalmente favoráveis ​​a essa mudança. Destaca que o custo de implementação da infraestrutura ferroviária para cobrir todas essas rotas exigiria um investimento significativo, portanto nem todos os países podem ter recursos para financiá-lo, e que a rentabilidade a longo prazo e a capacidade destas novas infraestruturas para absorver uma procura muito significativa teriam também de ser consideradas.

Para o cálculo comparativo das emissões, a Mabrian analisou o tipo de energia elétrica e as fontes que alimentam o sistema ferroviário de cada país europeu, seguindo a metodologia publicada pelo relatório EcoPassenger.

Neste caso, uma transição ambiciosa para a mobilidade sustentável, envolvendo a adoção de tecnologias limpas e verdes é uma das opções, sendo que alguns países europeus já se destacam sobre outros nessas políticas. A Alemanha, por exemplo, tem investido na modernização de sua infraestrutura ferroviária e na adoção de tecnologias mais limpas que incentivam o uso do comboio como uma alternativa mais sustentável ao transporte aéreo, reduzindo assim as emissões de carbono. Por sua vez, a Suécia foi pioneira no uso de fontes de energia renováveis, como energia hidrelétrica e energia eólica no seu transporte ferroviário.

 

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Critérios de sustentabilidade condicionam escolha de destino de férias

Segundo o estudo da Bain & Company “Sustainable Tourism: An Untapped Opportunity for Green Growth”, mais de metade dos inquiridos recomendaria um destino de férias em função de critérios de sustentabilidade, enquanto 66% dos viajantes estão dispostos a pagar mais por destinos e fornecedores com uma oferta sólida em matéria de sustentabilidade.

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A consultora Bain & Company elaborou um estudo centrado no turismo sustentável, no qual conclui que embora o turismo tenha recuperado da recessão sofrida em 2020 e o setor a nível mundial estimar atingir 17 biliões de dólares em 2027, superando os 11 biliões de dólares anteriores à pandemia, os critérios de sustentabilidade são cada vez maiores. Neste sentido, mais de metade dos inquiridos – viajantes da Europa, do Médio Oriente e da China – recomendaria um destino de férias com base em critérios de sustentabilidade.

A Bain & Company prevê um forte crescimento do turismo sustentável nos próximos anos, uma vez que dois terços dos consumidores inquiridos consideram a sustentabilidade um fator importante quando viajam em lazer. Neste sentido, 66% dos viajantes estão dispostos a pagar mais por destinos e fornecedores – como companhias aéreas, hotéis, restaurantes e empresas turísticas – que contem com uma oferta sólida em matéria de sustentabilidade.

O estudo destaca também que cerca de 30% dos inquiridos consideram a sustentabilidade um fator “extremamente importante”, tanto na sua vida diária, como nas suas viagens de lazer.

Na análise, os turistas consideram que o setor ainda não está a fazer os esforços necessários, pelo que ainda há muita margem para melhorias no turismo sustentável, e 73% dos inquiridos esperam que a sustentabilidade se torne ainda mais importante nos próximos cinco anos. Por este motivo, a Bain & Company considera que os países mais turísticos e os diferentes intervenientes no setor terão de ampliar a sua oferta de produtos e serviços sustentáveis para satisfazer as exigências e preferências dos consumidores.

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Na Europa: Itália cobiçada para investimentos hoteleiros

De acordo com o relatório Italian Hospitality Market realizado pela Deloitte numa amostra de mais de 400 players da hotelaria italiana, 2023 será um ano de investimentos recorde, atingindo os 100 milhões de euros

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A Itália confirma -se como um dos maiores mercados europeus no setor hoteleiro, com mais de 32 mil estruturas que atraem a atenção de investidores dispostos a apostar no crescimento do turismo no país. De acordo com o relatório “Italian Hospitality Market” realizado pela Deloitte numa amostra de mais de 400 players da hotelaria italiana, 2023 será um ano de investimentos recordes, atingindo os 100 milhões de euros.

A pesquisa revela um cenário extremamente positivo para o setor hoteleiro italiano, com grupos já presentes no país procurando ampliar a sua presença e novos investidores prontos para entrar no mercado, com o objetivo de crescer rapidamente.

A análise mostra que as regiões do norte e centro da Itália são preferidas por 58% dos investidores, pois oferecem ativos com retornos mais estáveis. Por outro lado, 86% dos grupos hoteleiros inquiridos manifestaram preferência pelas regiões centro e sul, considerados mercados menos saturados. As principais cidades, incluindo Roma, Milão, Florença e Veneza, são os destinos mais procurados por investidores e grupos hoteleiros.

A pesquisa analisou também os diferentes modelos de gestão adotados pelas estruturas hoteleiras, destacando que 33% preferem o modelo de gestão direta e o contrato de gestão. No entanto, a difusão do contrato de gestão é crescente graças à entrada de novos investidores com capital significativo. Este modelo permite-lhes alavancar o conhecimento especializado do setor, promovendo a sua propriedade através de canais internacionais e marcas reconhecidas, mas o risco do negócio ainda é visto como uma barreira significativa para muitos proprietários.

Um aspeto crucial que emergiu da pesquisa diz respeito à sustentabilidade ambiental. De facto, todos os envolvidos no inquérito reconhecem a importância do tema, mas surpreendentemente 60% dos entrevistados acreditam que o compromisso das empresas hoteleiras italianas com a sustentabilidade ainda é insuficiente. A consciência do impacto positivo de iniciativas sustentáveis ​​na redução de custos, principalmente relacionados à economia de energia, e no aumento de receitas é bem compreendida pelos players do setor. A adaptação das estruturas aos modernos critérios de sustentabilidade tornou-se um elemento essencial para se manter competitivo no cenário turístico internacional, refere a imprensa italiana que cita este estudo da Deloitte.

 

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Nova Edição: Os vencedores dos Portugal Travel Awards 2023, 20 anos GEA, dossier projetos na Hotelaria, entrevista FLY Angola

Em dia de festa do turismo, o PUBLITURIS surge com um novo layout, mais moderno e atual. Nesta edição fique a conhecer os vencedores dos Portugal Travel Awards 2023. Além disso, tivemos nos 20 anos da GEA e damos a conhecer o futuro do grupo, revelamos os projetos na Hotelaria em Portugal e entrevistámos o CEO da FLY Angola.

Publituris

O jornal PUBLITURIS que chega esta sexta-feira, 7 de julho, aos leitores está repleto de novidades. Para começar, estreamos um novo layout, da responsabilidade de uma das mais conceituadas agências criativas – SOLID DOGMA.

Com esta “nova cara“, queremos acompanhar o dinamismo do mundo atual e, particularmente, do setor do Turismo, bem como seguir as tendências na apresentação de conteúdos.

A edição faz, naturalmente, capa com os vencedores dos PUBLITURIS Portugal Travel Awards 2023, nesta que foi a 18.ª edição destes prémios.

Os vencedores dos Publituris Portugal Travel Awards 2023 são:

TAP – Melhor Companhia de Aviação
easyJet – Melhor Companhia de Aviação Lowcost
Europcar – Melhor Rent-a-Car
Solférias – Melhor Operador Turístico
Top Atlântico – Melhor Rede de Agências de Viagens
MSC Cruzeiros – Melhor Companhia de Cruzeiros
Vila Galé Hotéis – Melhor Cadeia Hoteleira
W Algarve – Melhor Hotel de Cinco Estrelas
Octant Lousã – Melhor Hotel de Quatro Estrelas
Vila Vita Parc Resort & Spa – Melhor Hotel Resort
Memmo Príncipe Real – Melhor Boutique Hotel
Bairro Alto Hotel – Melhor Hotel de Cidade
NAU Salgados Palace – Melhor Hotel MICE
Martinhal Sagres Beach Family Resort Hotel – Melhor Hotel de Praia
São Lourenço do Barrocal – Melhor Turismo Rural
Herdade da Malhadinha Nova – Melhor Enoturismo
Quinta do Lago – Campo Sul – Melhor Campo de Golfe
Zoomarine – Melhor Parque Temático e Diversões
Picos de Aventura – Melhor Empresa de Animação Turística
Marina de Vilamoura – Melhor Marina
Cabo Verde – Melhor Destino Internacional
Centro – Melhor Região de Turismo Nacional
José Manuel Antunes – Prémio “Belmiro Santos”

Parabéns aos vencedores!

Para além deste destaque aos vencedores dos PUBLITURIS Portugal Travel Awards 2023, esta edição do jornal entrevistou Jaime Quesado, economista e gestor, a propósito do lançamento de um novo livro manifesto: “Nova Competitividade”. O PUBLITURIS quis saber se Portugal é, de facto, competitivo e que papel está reservado ao turismo neste esfoço rumo a esta “nova” competitividade.

Na “Distribuição”, o grupo GEA fez o balanço de 20 e diz que os tempos e o mercado mudaram. Contudo, as premissas e as bases continuam a ser as mesmas, mas agora é preciso dar outros serviços e apostar na tecnologia e no fornecimento de ferramentas que permitam aumentar a produtividade das suas agências de viagens associadas. O grupo está, no entanto, de os olhos postos no aumento do ticketing, através do TravelGea, que deverá traduzir-se este ano em 35 milhões de euros.

Nos “Destinos”, António Jorge Costa, presidente do IPDT comentou para o PUBLITURIS os resultados globais desta edição do Barómetro. O setor do turismo estima que 2023 seja o melhor ano de sempre, e o grau de confiança dos empresários é muito elevado, com perspetivas de crescimento turístico em todos os indicadores. As previsões são avançadas na 69.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT, mas nem tudo são rosas. A escassez de recursos humanos (disponível e qualificada), pode comprometer a atividade de algumas empresas e, até, travar a expansão de negócios.

No “Dossier”, dedicado aos Projetos na Hotelaria, os players que atuam no mercado mantêm os planos de abertura mesmo com conjuntura desfavorável. A inflação, a guerra na Ucrânia e a disrupção de cadeias de abastecimento que ela provocou são responsáveis por um maior clima de incerteza que pode pôr em causa alguns dos projetos de hotelaria previstos para território nacional. Até 2025, há 150 aberturas de hotéis previstas e, apesar de ser normal que existam atrasos, o certo é que, por enquanto, não há grandes desvios a assinalar.

Nos “Transportes”, Belarnicio Muangala, CEO da FLY Angola, dá a primeira entrevista a uma publicação do trade em Portugal. Nascida em 2018, a FLY Angola veio preencher um vazio deixado por 11 companhias que operavam até esse ano e que desapareceram. Agora, admite Belarnicio Muangala, “estamos a ter a oportunidade que outros operadores não tiveram no passado”.

Ainda nos “Transportes”, a Air France/KLM promoveu uma masterclass dedicada ao SAF – Sustainable Aviation Fuel, no fim da qual ficou a certeza de que, apesar de caro e ainda escasso, este tipo de combustível é mesmo uma das principais soluções para cumprir a meta de descarbonizar a aviação até 2050.

Nesta edição, além do Pulse Report, numa parceria entre o PUBLITURIS e a GuestCentric, as opiniões pertencem a António Jorge Costa (presidente do IPDT); Sílvia Dias (Head of Marketing & Sustainability da Savoy Signature); Guilherme Costa (diretor de Marketing da Sem Rumo); Susana Mesquita (coordenadora da Licenciatura em Turismo do ISAG – European Business School); e Diogo Correia (Junior Seo Off-site at Selectra).

Boas leituras e disfrute deste “novo” PUBLITURIS!

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Edição Digital: Os vencedores dos Portugal Travel Awards 2023, 20 anos GEA, dossier projetos na Hotelaria, entrevista FLY Angola

Esta edição do jornal Publituris está diferente. A partir de hoje, o Publituris surge com um novo layout, mais moderno e atual. Nesta edição, conheça, igualmente, os vencedores dos Portugal Travel Awards 2023. Mas há muito mais!

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O jornal PUBLITURIS que chega esta sexta-feira, 7 de julho, aos leitores está repleto de novidades. Para começar, estreamos um novo layout, da responsabilidade de uma das mais conceituadas agências criativas – SOLID DOGMA.

Com esta “nova cara“, queremos acompanhar o dinamismo do mundo atual e, particularmente, do setor do Turismo, bem como seguir as tendências na apresentação de conteúdos.

A edição faz, naturalmente, capa com os vencedores dos PUBLITURIS Portugal Travel Awards 2023, nesta que foi a 18.ª edição destes prémios.

Os vencedores dos Publituris Portugal Travel Awards 2023 são:

TAP – Melhor Companhia de Aviação
easyJet – Melhor Companhia de Aviação Lowcost
Europcar – Melhor Rent-a-Car
Solférias – Melhor Operador Turístico
Top Atlântico – Melhor Rede de Agências de Viagens
MSC Cruzeiros – Melhor Companhia de Cruzeiros
Vila Galé Hotéis – Melhor Cadeia Hoteleira
W Algarve – Melhor Hotel de Cinco Estrelas
Octant Lousã – Melhor Hotel de Quatro Estrelas
Vila Vita Parc Resort & Spa – Melhor Hotel Resort
Memmo Príncipe Real – Melhor Boutique Hotel
Bairro Alto Hotel – Melhor Hotel de Cidade
NAU Salgados Palace – Melhor Hotel MICE
Martinhal Sagres Beach Family Resort Hotel – Melhor Hotel de Praia
São Lourenço do Barrocal – Melhor Turismo Rural
Herdade da Malhadinha Nova – Melhor Enoturismo
Quinta do Lago – Campo Sul – Melhor Campo de Golfe
Zoomarine – Melhor Parque Temático e Diversões
Picos de Aventura – Melhor Empresa de Animação Turística
Marina de Vilamoura – Melhor Marina
Cabo Verde – Melhor Destino Internacional
Centro – Melhor Região de Turismo Nacional
José Manuel Antunes – Prémio “Belmiro Santos”

Parabéns aos vencedores!

Para além deste destaque aos vencedores dos PUBLITURIS Portugal Travel Awards 2023, esta edição do jornal entrevistou Jaime Quesado, economista e gestor, a propósito do lançamento de um novo livro manifesto: “Nova Competitividade”. O PUBLITURIS quis saber se Portugal é, de facto, competitivo e que papel está reservado ao turismo neste esfoço rumo a esta “nova” competitividade.

Na “Distribuição”, o grupo GEA fez o balanço de 20 e diz que os tempos e o mercado mudaram. Contudo, as premissas e as bases continuam a ser as mesmas, mas agora é preciso dar outros serviços e apostar na tecnologia e no fornecimento de ferramentas que permitam aumentar a produtividade das suas agências de viagens associadas. O grupo está, no entanto, de os olhos postos no aumento do ticketing, através do TravelGea, que deverá traduzir-se este ano em 35 milhões de euros.

Nos “Destinos”, António Jorge Costa, presidente do IPDT comentou para o PUBLITURIS os resultados globais desta edição do Barómetro. O setor do turismo estima que 2023 seja o melhor ano de sempre, e o grau de confiança dos empresários é muito elevado, com perspetivas de crescimento turístico em todos os indicadores. As previsões são avançadas na 69.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT, mas nem tudo são rosas. A escassez de recursos humanos (disponível e qualificada), pode comprometer a atividade de algumas empresas e, até, travar a expansão de negócios.

No “Dossier”, dedicado aos Projetos na Hotelaria, os players que atuam no mercado mantêm os planos de abertura mesmo com conjuntura desfavorável. A inflação, a guerra na Ucrânia e a disrupção de cadeias de abastecimento que ela provocou são responsáveis por um maior clima de incerteza que pode pôr em causa alguns dos projetos de hotelaria previstos para território nacional. Até 2025, há 150 aberturas de hotéis previstas e, apesar de ser normal que existam atrasos, o certo é que, por enquanto, não há grandes desvios a assinalar.

Nos “Transportes”, Belarnicio Muangala, CEO da FLY Angola, dá a primeira entrevista a uma publicação do trade em Portugal. Nascida em 2018, a FLY Angola veio preencher um vazio deixado por 11 companhias que operavam até esse ano e que desapareceram. Agora, admite Belarnicio Muangala, “estamos a ter a oportunidade que outros operadores não tiveram no passado”.

Ainda nos “Transportes”, a Air France/KLM promoveu uma masterclass dedicada ao SAF – Sustainable Aviation Fuel, no fim da qual ficou a certeza de que, apesar de caro e ainda escasso, este tipo de combustível é mesmo uma das principais soluções para cumprir a meta de descarbonizar a aviação até 2050.

Nesta edição, além do Pulse Report, numa parceria entre o PUBLITURIS e a GuestCentric, as opiniões pertencem a António Jorge Costa (presidente do IPDT); Sílvia Dias (Head of Marketing & Sustainability da Savoy Signature); Guilherme Costa (diretor de Marketing da Sem Rumo); Susana Mesquita (coordenadora da Licenciatura em Turismo do ISAG – European Business School); e Diogo Correia (Junior Seo Off-site at Selectra).

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