Alojamento turístico mantém quebra dramática
Se o primeiro mês de 2021 já tinha mostrado número muito negativos, fevereiro veio reforçar a crise no setor do alojamento turístico.
Victor Jorge
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A quebra registada no setor do alojamento turístico não só manteve-se como se agravou, sendo dados divulgados esta quarta-feira (31 de março) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Depois de assinalar uma descida de 78,8% nos hóspedes e 78,5% nas dormidas, em janeiro de 2021 face ao mês anterior, no segundo mês deste ano, a quebra foi ainda maior: -86,9% e -87,7%, respetivamente. Isto significa que, em fevereiro de 2021, o INE registou 208,2 mil hóspedes e 472,9 mil dormidas, salientando que, desde o início da pandemia, fevereiro foi o terceiro mês com maior redução do número de dormidas, tendo sido apenas ultrapassado pelos meses de abril e maio de 2020 (-97,4% e -95,8%, respetivamente).
Os resultados do mês de fevereiro de 2021 fora, segundo o INE, claramente, influenciados pela não realização de qualquer evento associado ao Carnaval devido à pandemia de COVID-19.
Analisando os números divulgados pelo INE, pode ver-se que as dormidas na hotelaria (70,1% do total) diminuíram 89,7%, enquanto as dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 25,6% do total) decresceram 78% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 4,4%) recuaram 75,8%.
Acresce que, em fevereiro, 61,8% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (57% em janeiro).
Quanto à origem das dormidas, o mercado interno (peso de 69,8%) contribuiu com 329,9 mil dormidas, o que representou um decréscimo de 74,8% (-60% em janeiro). Já as dormidas dos mercados externos diminuíram 94,4% (-87,2% no mês anterior) e atingiram 143 mil.
No conjunto dos primeiros dois meses de 2021, verificou-se uma diminuição de 83,5% das dormidas totais, resultante de variações de -68,6% nos residentes e de -91,1% nos não residentes.
Dos 17 principais mercados emissores, todos mantiveram decréscimos expressivos em fevereiro, tendo representado 80,3% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês. As maiores reduções registaram-se nos mercados canadiano (-99,2%), chinês (-97,4%), dos EUA (-97,3%), sueco (-96,8%), dinamarquês (-96,5%) e britânico (-96,3%).
Madeira e Algarve mais penalizadas
Apesar de todas as regiões mostrarem decréscimos expressivos das dormidas, em fevereiro de 2021, superiores a 75%, as maiores reduções foram registadas na Região Autónoma da Madeira (-92,6%) e Algarve (-91,9%). Seguem-se a Área Metropolitana de Lisboa (-88,5%), Norte (-83,8%), Centro (-83,5%), Região Autónoma dos Açores (-78,15) e, finalmente, Alentejo (-75,9%). De resto, a AM Lisboa concentrou 27,4% das dormidas, seguindo-se o Norte (21,5%), o Centro (14,6%) e o Algarve (14,5%).
No conjunto dos primeiros dois meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-70%), RA Açores (-76,6%) e Centro (-77,8%). Já em sentido contrário, as maiores reduções verificaram-se no Algarve (-87,6%), RA Madeira (-87%) e AM Lisboa (-85,4%).
Em fevereiro, todas as regiões apresentaram decréscimo no número de dormidas de residentes, tendo as menores reduções sido registadas na RA Açores (-68,1%) e AM Lisboa (-70,8%).