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Promover o “melhor” destino do mundo

Para muitos, a retoma do turismo em Portugal deverá ser acompanhada por uma forte campanha de comunicação e promoção. Por isso, fomos falar com especialistas na matéria.

Victor Jorge
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Promover o “melhor” destino do mundo

Para muitos, a retoma do turismo em Portugal deverá ser acompanhada por uma forte campanha de comunicação e promoção. Por isso, fomos falar com especialistas na matéria.

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Há pouco mais de  um mês, o Publituris perguntava “como foi afetada a marca Portugal?”. Isto por causa do nosso país ter sido abertura de diversos telejornais por esse mundo fora devido ao aumento dramático do número de casos de COVID-19, le­vando a que fosse possível ver, ouvir e ler testemunhos a destacarem a necessidade e urgência de Portugal apostar “numa campanha forte de reabilitação e promoção” da imagem do país no mercado internacional, salientava Luís Marques Mendes, comentador político e antigo líder do PSD no seu comentário semanal na SIC.

Antes mesmo de lançar tal campa­nha, é preciso saber quais os eixos de tal comunicação. Pedro Mendes, di­retor-executivo da London School of Design&Marketing (LSDM), admite que o país mantém “os atributos e qualidades que se destacavam antes da pandemia e atraíam milhares de pessoas a Portugal”, salientando que terá de ser com base “nesses pontos fortes que deve ser feita a comuni­cação, utilizando para o efeito ferra­mentas digitais e tecnológicas.”

Segundo o responsável de uma das escolas de design e marketing mais prestigiadas da Europa, quando se fala de eixos de comunicação, “deve­mos ter em conta que o turismo vive de experiências, vivência e emoções, logo será o eixo afetivo-social, que faz um claro apelo a uma identifi­cação com determinados aspetos deste universo, que levará as pesso­as a querer optar pela nossa marca e não por outra”. Assim, esclarece que, nos próximos tempos, as estratégias com maior sucesso são as que come­çam com “a compreensão profunda das necessidades emocionais não satisfeitas” e, seguidamente, “com o desenvolvimento de abordagens exclusivas que sejam eficazes para lidar com essas necessidades emo­cionais”.

Por cá, Manuel Soares de Oliveira, diretor-geral da Mosca Publicidade, coloca o acento tónico no mesmo eixo. Ou seja, o eixo deverá identi­ficar as necessidades deste mun­do pós-pandemia, admitindo que “uma das procuras será certamente o de estadias mais prolongadas que deem mais a sensação de mudança e de liberdade após um ano de res­trições”, apesar das pessoas estarem “mais receosas do mundo exterior”.

A boa notícia que Edson Athayde, CEO/CCO da FCB Lisboa, dá é que “o país que vamos ter quando o turis­mo abrir será muito parecido com o que tínhamos antes”. Na verdade, admite, “será o mesmo”. Ou seja, trata-se de um país que oferece uma multiplicidade de escolhas turísti­cas sempre a uma curta distância. “Temos praia ao pé da montanha, temos natureza ao pé da cidade, temos património ao lado de lojas. Creio que o turismo de fazer vários países na mesma viagem vai ser in­viável nos primeiros meses ou anos, assim, mostrar que vir para cá pode significar uma estadia tão variada poderá ser uma boa ideia”, diz o res­ponsável da FCB.

Já Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp, e dinamizador do novo movimento que junta empresários e profissionais de vários quadrantes para apoiar as marcas nacionais no Marcas Por Portugal, é mais sinté­tico: “Qualificar, valorizar e elevar a perceção de valor”. E porquê? Por­que, segundo salienta, “o melhor destino turístico do mundo a preços de saldos não é sustentável para nin­guém”, admitindo que “a pandemia é a nossa deixa para reajustar a nos­sa qualidade intrínseca com a quali­dade percebida e para conseguir aumentar o valor acrescentado de tudo o que fazemos”.

(Des)foco!
Por norma, Portugal tem por defeito apontar baterias a muitos destinos, sem estabelecer mercados-alvo bem definidos em função do retorno que podem trazer não só a curto, mas, fundamentalmente, a médio e lon­go prazo, e cujos visitantes possuam rendimentos bem acima dos que são auferidos em terras lusas.

Com uma das premissas do marke­ting a defender que a mensagem deve ser sempre adaptada ao públi­co-alvo, Pedro Mendes refere que a mensagem pode ser “abrangente”, mas depois há que ter “ações con­cretas e focalizadas no público-alvo que queremos alcançar”, salientan­do que, “com as ferramentas digitais esse é um ponto indiscutível, respei­tando o perfil do consumidor”.

Defendendo, igualmente, que “quanto mais focada for uma comu­nicação, melhor”, Edson Athayde ressalva, contudo, que “poderá haver uma camada principal que defina bem a oferta e igual ou quase igual para todos”. O responsável da “Mos­ca” defende o mesmo ponto de vista, com uma comunicação da marca Portugal, “mas que deve estar aten­ta as novas tendências e preparar comunicação dirigida a essas neces­sidades”. Até porque, como destaca Manuel Soares de Oliveira, “é uma preguiça comunicar só em inglês”.

Já o responsável da Ivity utiliza o conceito têxtil para definir o foco de uma possível campanha. Para Carlos Coelho, uma campanha “não é mais apenas uma peça única, mas uma estrutura coesa com capacidade de strech para os diversos mercados”. Defensor de que “Portugal é o país do mundo com mais diversidade por km2”, importa definir “alguns targets prioritários, para que seja possível sobre esses promover as melhores, e mais valiosas, ofertas do país”.

À questão se a aposta deverá assen­tar num único conceito, Luís Pereira Santos, CEO da McCann Lisbon, refere que “quase nada se resolve com uma só campanha, um só conceito ou uma só ideia”. Na opinião deste criativo, “Portugal é um destino que oferece praia para quem a procura, golfe para quem o procura, natureza para quem a procura, gastronomia para quem a procura e assim por diante”. Defendendo que “o segredo é oferecer o nosso melhor a quem tem apetência para o valorizar”, o responsável da McCann admite que não vai haver um nem dois nem três eixos. “Tem de haver dezenas”.

“Se olharmos do ponto de vista ma­cro Portugal é heterogéneo, do ponto de vista micro, o Algarve ou o Alente­jo ou Lisboa são propostas heterogé­neas. Os nossos targets também são heterogéneos. Temos ingleses que procuram praia, outros que procu­ram golfe, outros a simplicidade de algumas zonas do interior e outros alguma sensação de autenticidade que ainda se sente em Lisboa ou no Porto”. Assim, não se trata de uma questão de língua ou país alvo, mas sim “uma questão de retomar uma estratégia de comunicação do país”.

Como o ex-Secretário-geral da OMT, Taleb Rifai, destacou, de resto, em entrevista ao Publituris, que o futuro do turismo será, a curto prazo, do­méstico e regional. Daí, “pela lógica” de Edson Athayde, “parece que será mais fácil atrair turistas europeus”. O que, segundo ele, “pode ser um desa­fio inteiramente novo: atrair pessoas que, apesar de morar a duas ou três horas de voo daqui, nunca pensaram em visitar-nos ou que há décadas não passam por aqui”.

Apesar deste fenómeno ser o mais expectável, Manuel Soares de Oliveira, lança já o desafio para uma co­municação em terras de “Uncle Sam”, país onde as viagens são planeadas com muita antecedência. Assim, segundo o responsável da “Mosca”, uma linha de comunicação poderia ser, claramente: “sei que sonha em ir a Portugal, podemos ajudar no pla­neamento futuro da sua viagem?”.

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Redes sociais, gastronomia, bem-estar e comunidades locais influenciam viagens em 2023

O mais recente “2023 Global Travel Trands Report” da American Express Travel destaca a influência das redes sociais, gastronomia, bem-estar e comunidades locais nas viagens para 2023.

A American Express Travel acaba de lançar o “2023 Global Travel Trands Report”, onde destaca quatro tendências globais que inspiram as pessoas a viajar em 2023.

A análise, baseada em dados de pesquisa de viajantes dos Estados Unidos da América, Austrália, Canadá, México, Japão, Índia e Reino Unido, adianta que mais da metade (52%) dos inquiridos admitem planear fazer mais viagens este ano do que no ano passado e metade (50%) preveem gastar mais dinheiro em viagens em 2023 do que em 2022.

O relatório da American Express Travel destaca ainda que 84% da Geração Z e Millennials dizem preferir fazer férias de sonhos do que comprar um novo item de luxo e 79% concordam que viajar é uma importante prioridade no orçamento pessoal.

“As férias são preciosas e os viajantes estão a dar prioridade a viagens personalizadas, construídas em torno das suas paixões, desde o planeamento de férias inteiras para uma única reserva de jantar até a obtenção do vídeo perfeito para o TikTok”, refere Audrey Hendley, presidente da American Express Travel.

Das conclusões retiradas do relatório, a American Express Travel destaca que filmes, programas de TV e redes sociais estão a inspirar as pessoas a viajar para lugares que veem nos ecrãs dos diversos dispositivos, especialmente, nas gerações mais novas. Assim, 75% dos inquiridos admitem terem sido influenciados pelas redes sociais a viajar para determinado destino, com 70% da comunidade pertencente à Geração Z e Millennials a referirem que foram inspirados a visitar um destino depois de o ver ou descobrir numa série de televisão, notícia ou filme, baixando a percentagem quando se aborda a relevância do Instagram.

O peso do segmento gastronómico parece, igualmente, ganhar peso, com 81% dos ouvidos pela American Express Travel a concordam que “experimentar comidas e gastronomia local” está no topo das prioridades.  é a parte da viagem que eles mais desejam, sendo que 66% da Geração Z e Millennials admitem terem influenciados, grande parte, pelo que veem nas redes sociais. Destaque, também, para o facto de quase metade dos inquiridos (47%) indicaram que planearam a sua viagem para visitar um restaurante em específico.

Também o bem-estar está nas prioridades dos turistas para as suas viagens, afirmando 73% dos ouvidos que a próxima viagem tem como objetivo melhorar a saúde mental, física e emocional. As gerações mais jovens – Geração Z e Millennials – afirmam mesmo que reservam os hotéis com base na oferta de spas e serviços wellness.

Por fim, o “2023 Global Travel Trands Report” refere ainda que um dos objetivos dos turistas para 2023 passa por descobrir locais “escondidos” e apoiar as comunidades locais que visitam, indicando 85% que pretendem visitar um local onde poderão “experienciar verdadeiramente a cultura local”, enquanto 78% dizem-se interessados em viajar para destinos que apoiem as comunidades locais.

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Base Ryanair na Madeira: uma visão da SkyExpert 365 dias depois

Depois do início das operações a 29 de março de 2022 e oficialmente inaugurada a 14 de abril, Pedro Castro, diretor da SkyExpert Consulting, refere que o balanço é “sem dúvida positivo”.

Com início das operações a 29 de março e oficialmente inaugurada a 14 de abril, o Publituris colocou três perguntas ao diretor da SkyExpert Consulting, Pedro Castro, relativamente ao início da base da Ryanair na Madeira.

Que balanço faz do 1.º ano da base da Ryanair na Madeira?
Do lado do Turismo da Madeira e da criação de empregos diretos ligados à aviação, o balanço é sem dúvida positivo. O aeroporto da Madeira cresceu a dois dígitos a partir de abril de 2022 quando a Ryanair abriu a sua base e isto depois de um período pré-pandémico de estagnação no aeroporto – não se vislumbrava um crescimento significativo, pelo contrário. Com a Ryanair, passaram a chegar à ilha mais turistas oriundos de novos mercados, com preços e voos mais acessíveis que colocam a Madeira a um nível mais competitivo, nomeadamente em relação às Canárias. Por outro lado, a Ryanair traz um tipo de turista individual que estimula outro tipo de atividades e que ajuda a equilibrar a dependência da Madeira por relação aos touroperadores estrangeiros. Houve naturalmente também a criação e fixação de pilotos, tripulantes e outros empregos diretos no setor aéreo na ilha.

É mais difícil para mim dar uma resposta tão simples sobre a Ryanair: a análise custo-oportunidade que a empresa fez significa que está sempre à procura do aeroporto europeu onde poderá tirar melhor partido financeiro com esses mesmos aviões. Seria necessário ter mais dados financeiros para verificar se esta conta é, de facto, positiva do lado da companhia aérea e se é melhor do que ter estes aviões noutros aeroportos.

Com exceção do Porto, o próximo verão não será marcado por grandes mudanças na operação da Ryanair. De que forma é que isso pode afetar o crescimento em 2023?
É verdade e é um pouco surpreendente. Olhando para trás, a Ryanair raramente abre uma base num aeroporto para onde nunca tenha voado, como foi o caso da Madeira. O aumento das frequências do Porto é feito com os aviões baseados no Porto e está diretamente relacionado com a oportunidade criada pelo abandono da rota Porto-Funchal pela Transavia. Ou seja, a Ryanair não identificou outra oportunidade para crescer na Madeira nos próximos seis meses nem mesmo com aviões de outras bases, mantendo a mesma oferta de voos. Isto pode estar relacionado com os desafios operacionais do aeroporto que, por questões de vento e meteorologia, fecha com uma frequência maior do que a desejada.

Estas disrupções são graves para qualquer companhia, mas para as companhias de baixo-custo que têm departamentos comerciais e de atendimento ao cliente muito racionados, este tipo de situação afeta-as ainda mais. Mas vejo oportunidades para a Ryanair crescer em voos mais curtos como para Espanha, Canárias e até Marrocos. O Algarve, claro, porque não tem voos diretos para a Madeira. Já os Açores estão excluídos devido ao regime protecionista em vigor nestas ligações.

Acredita que outras companhias poderão inspirar-se na Ryanair e criar uma base na Madeira?
Acredito que o Governo Regional deve utilizar todos os mecanismos possíveis para pressionar o Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, a fazer um “upgrade” rápido e urgente dos radares que medem o vento na Madeira. Isto não é uma competência regional e o governo da República arrasta inexplicavelmente este tema que é muito mais simples de resolver do que o novo aeroporto de Lisboa, tem um impacto potencial imediato muito maior, mas que não goza da mesma cobertura mediática e cai no esquecimento.

De resto, penso que o Governo Regional prossegue eficazmente o seu trabalho em atrair novas companhias e novas rotas para a Madeira, sendo que conseguir uma base é sempre o auge mais desejado por qualquer região. Temos de compreender, porém, que existem poucas companhias com esta flexibilidade em criar bases noutros aeroportos – nem a companhia pública, onde os Madeirenses colocaram cerca de 100 milhões de euros, consegue fazê-lo.

Existe também a questão do aeroporto do Porto Santo: parece-me essencial dar uma atenção especial ao Inverno e evitar que se repita o que aconteceu em 2020 e 2021 em que a ilha ficou sem voos diretos para o Continente. Em 2022, a easyJet garantiu esses voos diretos para Lisboa duas vezes por semana, mas com horários pouco convenientes para o posicionamento do destino como “escapadela” de fim de semana, com voos aos domingos que saiam da ilha às 09h30. Sem isso, o destino perde uma grande oportunidade da qual depende para se manter aberto durante todo o ano e para se afirmar.

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Pilotos da TAP aprovam greve para a Páscoa 

Depois de apresentados os resultados e antes mesmo da tomada de posse da nova Comissão Executiva, o SPAC anuncia uma greve para a Páscoa.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) aprovou esta quinta-feira, 23 de março, uma greve para o período da Páscoa, entre 7 e 10 abril, para pressionar o Governo a ratificar o acordo assinado com a TAP, que repõe condições laborais retiradas em 2021.

A greve foi aprovada numa assembleia de pilotos, uma vez que “a tutela não está a comprometer-se a assegurar este acordo com a nova gestão” da TAP, indicou fonte do SPAC à Lusa, referindo-se à saída da atual CEO da TAP, no final deste mês, e a entrada do novo presidente executivo, Luís Rodrigues, depois de meados de abril.

“Até o Governo ratificar a proposta mantemos a greve”, precisou fonte da direção do SPAC, insistindo que “falta a tutela aprovar” a proposta acordada entre a TAP, cuja presidência vai mudar, e o SPAC.

O acordado entre a TAP e o sindicato assegura uma “reposição de condições de trabalho retiradas no acordo de 2022”, precisou o membro do SPAC.

Em comunicado emitido após a realização da assembleia-geral, o SPAC refere que “aguarda o cumprimento do acordo assinado com a Comissão Executiva, por parte do acionista, para levantar o pré-aviso de greve”.

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OMT abre candidaturas para melhores vilas e aldeias turísticas

Estão lançadas as candidaturas para a 3.ª edição do “Best Tourism Villages” que premeia, todos os anos, as melhores vilas e aldeias do mundo no turismo.

Lançada em 2021, a iniciativa “Best Tourism Villages, realizada pela Organização Mundial do Turismo, abriu as candidaturas para a 3.ª edição e faz parte do trabalho da entidade para tornar o turismo um impulsionador do desenvolvimento rural e do bem-estar.

Até à data, mais de 70 vilas e aldeias de quase 40 países foram reconhecidas como as melhores, tendo sido selecionadas mais 40 para participar do Programa de Atualização, onde as localidades beneficiam de orientação especializada e oportunidades de networking.

Na edição de 2022, Castelo Novo, localizada na freguesia do Fundão, esteve entre as 32 vilas e aldeias distinguidas pela OMT, com a aldeia de Ferraria de São João, na freguesia da Cumeeira, concelho de Penela, a entrar no “Programa de Melhoria” da entidade.

Os Estados-Membros da OMT podem apresentar até oito vilas ou aldeias através das entidades nacionais de turismo, com as candidaturas a terminar a 23 de junho de 2023, sendo os vencedores anunciados no final do ano.

No lançamento da iniciativa, o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, referiu que “o turismo pode fazer uma diferença real para as comunidades rurais, gerando empregos, apoiando negócios e celebrando e protegendo tradições”, salientando ainda que “a OMT está, assim, a reconhecer os destinos rurais que se comprometeram a tornar o turismo um pilar de oportunidade e bem-estar”.

Além da orientação individual, as vilas e aldeias do “Programa de Atualização” também se juntarão à Rede “Best Tourism Villages”, que conta, atualmente, com mais de 100 membros em cinco regiões do mundo.

 

 

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Sondagem: 74% dos portugueses querem privatização da TAP

Uma recente sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF apurou que 74% dos portugueses, cerca de três em cada quatro, concordam com a reprivatização da companhia aérea de bandeira nacional.

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A maioria dos portugueses quer que a TAP volte a ser privatizada, segundo uma recente sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF, que apurou que 74% dos portugueses, cerca de três em cada quatro, concordam com a reprivatização da companhia aérea de bandeira nacional.

De acordo com os resultados desta sondagem, que foram publicados esta quinta-feira, 23 de março, apenas 16% dos inquiridos se mostra contra a venda da companhia aérea, em qualquer cenário.

É que, entre a maioria que concorda com a privatização, 30% diz que só concorda com a venda se o Estado recuperar a totalidade dos 3,2 mil milhões de euros que foram injetados na TAP com a sua nacionalização.

Além destes, há ainda 27% dos inquiridos que querem que o Estado português permaneça como acionista da TAP, sendo que apenas 17% dos portugueses concordam com a venda integral da transportadora e sem quaisquer condições.

A sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF apurou ainda que 66% dos portugueses concordam com a decisão do Governo de demitir a administração da transportadora, ainda que 55% quisessem também a demissão de Fernando Medina de ministro das Finanças, na sequência do caso da indemnização de 500 mil euros pagos à antiga administradora da TAP, Alexandra Reis.

Apesar da maioria querer a demissão do governante, 27% dos inquiridos nesta sondagem apoiam a continuidade de Fernando Medina enquanto ministro das Finanças.

A sondagem permite também perceber que é no Norte que os portugueses revelam maior vontade de vender a TAP, já que 81% dos inquiridos nesta região (excluindo a AM do Porto) admitem a alienação da companhia, com ou sem condições.

Na AM do Porto, o valor dos que concordam com a venda da companhia aérea desce para 75%, enquanto no Centro, AM de Lisboa, Sul e Ilhas a percentagem dos inquiridos que dizem concordar com a venda é de 73%.

No entanto, é também no Norte que a maior parte dos portugueses quer que a venda da TAP garanta a recuperação dos 3,2 mil milhões de euros injetados pelo Estado na transportadora ou que o Estado continue como acionista da TAP, numa percentagem que ronda os 33% em ambos os casos, enquanto o Centro é a região com o valor mais baixo, numa percentagem que não vai além dos 28%.

E também privatização incondicional parece ter mais adeptos no Norte do país, onde 19% dos inquiridos admite privatizar a companhia aérea sem quaisquer condições, numa percentagem que é comum ainda à AM do Porto.

Já a manutenção da TAP como companhia aérea pública colhe maior preferência na AM de Lisboa, onde 18% dos inquiridos diz preferir essa solução, enquanto no Norte esta percentagem é de apenas 10%.

Por idade, é entre os mais novos (18 a 34 anos) que se encontram mais adeptos da privatização da TAP, com 79% dos inquiridos nesta faixa etária a mostrar-se favorável à venda da transportadora, enquanto os maiores de 65 anos são os que menos concordam com essa opção, que é apoiada por 68% dos indivíduos nesta faixa etária.

E também ao nível do género existem diferenças, com a sondagem da Aximage a mostrar que a privatização é mais apoiada por homens do que por mulheres, uma vez que, entre o sexo masculino, a privatização é apoiada por 80% dos inquiridos, valor que desce para 68% no sexo oposto.

 

 

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Receitas turísticas sobem 69,7% e ultrapassam pela primeira vez os mil milhões de euros em janeiro

Pela primeira vez, as receitas provenientes da atividade turística somaram mais de mil milhões de euros em janeiro, depois de um crescimento de 69,7% ou 521 milhões de euros face a igual mês de 2022, que ainda tinha sido marcado pela Ómicron, segundo o Banco de Portugal (BdP).

Inês de Matos

As receitas provenientes da atividade turística subiram 69,7% em janeiro e somaram 1.270,64 milhões de euros, naquela que foi a primeira vez que este indicador contabilizou mais de mil milhões de euros no primeiro mês do ano, segundo os dados divulgados esta quarta-feira, 22 de março, pelo Banco de Portugal (BdP).

“As exportações de viagens e turismo totalizaram 1,3 mil milhões de euros, o valor mais elevado da série para um mês de janeiro”, destaca o BdP no comunicado que acompanha os números que foram publicados esta quarta-feira.

Os números do BdP mostram que as receitas turísticas de janeiro ficaram mais de 521 milhões de euros acima dos 748,86 milhões de euros que tinham sido apurados no primeiro mês de 2022, quando a pandemia ainda se fazia sentir e a variante Ómicron era a principal ameaça.

Mas as receitas de janeiro apresentam também um crescimento de 37,8% face aos 921,77 milhões de euros contabilizados em janeiro de 2019, que tinha sido, até ao ano passado, o melhor ano de sempre para o turismo português.

Tal como as receitas turísticas, que se encontram pelos gastos dos turistas estrangeiros em Portugal, também as importações do turismo, que decorrem dos gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, apresentaram uma forte subida face a janeiro de 2022.

Em janeiro, as importações do turismo somaram 291,00 milhões de euros, o que traduz um aumento de 49,7% face aos 194,37 milhões de euros apurados em igual mês de 2022. Já em comparação com janeiro de 2019, houve um crescimento de 6,6% neste indicador, uma vez que no primeiro mês do último ano pré-pandemia as importações turísticas tinham somado 272,88 milhões de euros.

A subir, em janeiro, esteve ainda o saldo da rubrica Viagens e Turismo que, segundo o BdP, somou 979,64 milhões de euros, valor que ficou 76,7% acima dos 554,49 milhões de euros registados em janeiro de 2022. Em relação a igual mês de 2019, o crescimento foi de 51,0%, uma vez que, nessa altura, o valor deste indicador tinha ficado nos 648,89 milhões de euros.

No comunicado que acompanha os números divulgados esta quarta-feira, o BdP sublinha que as Viagens e Turismo foram das rubricas que mais contribuíram para o aumento das exportações e importações de serviços.

“As exportações e as importações de viagens e turismo cresceram, em termos homólogos, 69,7% e 49,7%, respetivamente, e resultaram num aumento do saldo desta rubrica de 425 milhões de euros”, resume o BdP.

 

 

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TAP com lucros de 65,6 milhões e receitas de 3,5 mil milhões de euros

Os resultados da TAP regressaram ao “verde”, tendo atingido, em 2022, 65,5 milhões de euros de lucro. Numa aguardada conferência de imprensa, os resultados foram divulgados em comunicado e somente aos investidores.

Victor Jorge

A TAP terminou o ano de 2022 com lucros líquidos de 65,6 milhões de euros, correspondendo a um aumento de 1.664 milhões de euros face aos 1.599 milhões de euros atingidos no final de 2021.

Em comunicado e somente aos investidores, Christine Ourmières-Widener, CEO que está de saída da TAP, referiu que, “no quarto trimestre de 2022, a TAP foi capaz de gerar as receitas trimestrais mais elevadas da sua história e uma rentabilidade recorde, apesar dos contínuos desafios operacionais”.

No comunicado pode ler-se ainda que “durante o primeiro ano completo do Plano de Reestruturação, a TAP gerou um lucro operacional que é um recorde histórico para a empresa. A TAP gerou também um lucro líquido positivo muito forte, tendo em conta o seu nível de alavancagem”, frisa a CEO que está de saída, depois de demitida pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e ministra das Infraestruturas, João Galamba.

No que diz respeito às receitas, a companhia aérea nacional chegou aos 3.485 milhões de euros, mais 2.096 milhões de euros que em 2021, ano em que as receitas não foram além dos 1.389 milhões de euros.

Quanto aos gastos operacionais, estes totalizaram, em 2022, 3.217 milhões de euros, uma subida de 340 milhões face ao ano anterior de 2021, para o EBIT ficar em terreno positivo, atingindo os 268 milhões de euros, ou seja, mais 1.757 milhões que no ano anterior.

O EBITDA, por sua vez, chegou aos 777,7 milhões de euros, contra os 899 milhões negativos de há um ano.

Ao nível dos passageiros, a TAP transportou, em 2022, 13,759 milhões de passageiros, correspondendo a uma subida superior a 136% face aos 7,932 milhões de 2021. Já quanto ao load factor, a companhia aérea informa que este passou de 63%, em 2021, para 80%, em 2022, ou seja, mais 17 pontos percentuais.

Detendo 93 aeronaves, o número de partidas da TAP, em 2022, atingiu as 107.856 contra as 61.664 de 2021.

4.º trimestre em alta
Mas se os resultados anuais foram positivos, o 4.º trimestre foi ainda melhor. De acordo com as contas apresentadas no comunicado, a TAP atingiu nos últimos três meses de 2022 um resultado líquido de 156,4 milhões de euros, face aos 971,5 milhões negativos do mesmo período de 2021.

Em termos de rendimentos operacionais, estes também registaram uma subida, passando de 561,7 milhões para 1.045 milhões de euros, no último trimestre de 2022. Já os gastos operacionais, registaram uma descida de 705 milhões de euros, passando de 1.627 milhões de euros, no 4.º trimestre de 2021, para 922 milhões de euros nos últimos três meses de 2022.

EBIT e EBITDA também passaram do vermelho para o verde, sendo que no primeiro caso atingiram os 122,7 milhões de euros e no segundo 275,7 milhões de euros.

Finalmente, no número de passageiros, a TAP transportou, no último trimestre de 2022, mais 1,2 milhões de passageiros, atingido os 3,615 milhões, correspondendo a uma subida superior a 50%.

Também o número de partidas aumentou, tendo passado de 22.358 para 27.910, para o load factor passar de 69,9% para 81,5% no último trimestre de 2022.

Indicação que consta da apresentação da TAP aos investidores (Resultados 2022)

Resultados sobem, mas custos também
Se no que diz respeito aos lucros, passageiros transportados e rendimento os resultados da TAP passaram para o verde, os custos com a operação registaram caminho inverso, com a companhia aérea a indicar que os gastos operacionais com combustíveis passaram de 340,5 milhões para 1.097 milhões de euros, ou seja, uma subida superior a 200%.

No campo dos custos com pessoal, estes também aumentaram, passando de 373 milhões para 417 milhões de euros.

Futuro com fundações para um negócio sustentável e lucrativo
Com o plano de reestruturação a decorrer, a TAP refere na apresentação aos investidores (em inglês) que a companhia possui as fundações para um negócio “sustentável e lucrativo”, com base na “localização geográfica única, sendo a porta de entrada natural para a Europa; ligações históricas e culturais com o Brasil; sendo o líder de mercado no tráfego Europa-Brasil; uma exposição crescente à América do Norte, sendo um mercado de alto rendimento para Portugal; grande capacidade em África, sendo uma referência no tráfego para a África Ocidental e do Sul”.

No que diz respeito ao load factor já reservado, a TAP informa que, até 10 de março de 2023, este está 11pontos percentuais acima do mesmo período de 2019, atingindo os 72% contra os 61% do mesmo período de 2019. Já o load factor reservado para o 2.º trimestre de 2023, a companhia aérea está 9 pontos percentuais acima do mesmo período de 2019, registando 55% contra os 46% do período pré-pandémico.

Ainda para o futuro, a TAP refere que a “agenda de transformação irá continuar em 2023. No que toca ao consumidor/cliente, a companhia indica que irá “melhorar a gestão e serviço self-service”, bem como “otimizar a performance do call center”, assim, como “melhorar a qualidade de serviço”. Esperada será, também, uma atualização do site e da APP da TAP, assim como uma “melhoria na experiência de voo, rever os benefícios do programa de passageiros frequentes e melhorar o lounge de Lisboa”.

Quanto às receitas, espera-se um aumento da capacidade no tráfego com os EUA e Brasil, existindo ainda a intenção de relançar o programa de “Stopover” e melhorar o programa “TAP Corporate”.

Nos custos, a indicação é de que haverá “renegociação  de contratos com terceiros” e com “fornecedores de aeronaves e locadores”, além de uma otimização do inventário de gestão, da implementação de um programa de melhoria operacional e do lançamento de medidas adicionais para a eficiência ao nível do combustível”.

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Ryanair lança petição para garantir sobrevoos em períodos de greve

A petição lançada pela Ryanair surge a propósito da greve dos controladores de tráfego aéreo franceses, que foi alargada para 13 dias e deverá afetar mais de um milhão de passageiros, 80% dos quais em voos que apenas sobrevoavam o território francês.

Inês de Matos

A Ryanair lançou esta segunda-feira, 20 de março, uma petição para que, à semelhança do que já acontece noutros países, os voos que sobrevoam França não sejam afetados pelas greves dos controladores aéreos, que estão novamente em greve no país, o que deverá afetar mais de um milhão de passageiros, cancelando mais de 300 voos e atrasando outros seis mil.

“Queremos proteger os passageiros e manter os céus da União Europeia abertos”, disse Eddie Wilson, CEO da Ryanair, durante uma conferência de imprensa online esta segunda-feira, 20 de março, em que considerou ser “intolerável” que a Comissão Europeia não esteja a fazer nada para proteger o direito à livre circulação dos cidadãos da União Europeia, que estão a ser afetados pela greve, mesmo que o seu voo não tenha como destino França e apenas sobrevoe o território francês.

Segundo o CEO da Ryanair, a greve dos controladores aéreos franceses foi recentemente prolongada para 13 dias, o que deverá levar ao cancelamento de mais de 300 voos, 80% dos quais apenas sobrevoariam a França.

“São mãos de 300 voos cancelados, 80% destes são voos que sobrevoam França e que vão para Espanha, Itália, para toda a Europa. Todos os voos europeus são afetados por esta greve porque não querem permitir os sobrevoos, que já são permitidos em muitos outros países”, lamentou o responsável.

Por isso, explicou Eddie Wilson, a Ryanair lançou uma petição com o objetivo de reunir um milhão de assinaturas, o mínimo exigível para que seja considerada pela Comissão Europeia, em que pede que os voos que sobrevoam França sejam incluídos nos serviços mínimos, à semelhança do que já acontece com os voos domésticos no país, ou que sejam geridos pelo Eurocontrol enquanto decorre a paralisação, como também já é feito em Espanha, Itália e Grécia.

“Não há nenhuma razão credível para que as pessoas de fora de França, que não estão a viajar para França, sejam afetadas pela greve. E a solução técnica já existe”, afirmou Eddie Wilson, explicando que, com esta petição, a Ryanair pretende levar a que “os serviços mínimos em França permitam os sobrevoos” ou que sejam geridos pelo Eurocontrol, como já acontece nas greves em outros países.

“A Comissão Europeia deve exigir que existam sobrevoos e pode gerir os voos através do Eurocontrol, se quiser. Existe o equipamento para isso, há outros países que podem usar esse equipamento para facilmente se gerir os sobrevoos”, explicou o responsável, indicando que a Ryanair não está contra a greve, mas defende que deve existir um “equilíbrio” face ao princípio da “liberdade de movimento”.

O CEO da Ryanair revelou que, devido às greves, nas primeiras oito semanas de 2023 já houve mais disrupções de voos do que em todo o ano passado, o que acaba por afetar as “pessoas que viajam em negócios, férias, que vão visitar amigos e família”, mas também o ambiente, uma vez que, para evitar o espaço aéreo francês, os voos tornam-se mais longos e gastam mais combustível.

“Isto tem um impacto no ambiente porque há um desperdício de combustível, como há greve, não podem atravessar França, e é preciso mais combustível”, denunciou Eddie Wilson, explicando que, devido ao gasto extra de combustível, estas disrupções também têm um impacto financeiro nas companhia aéreas.

Recorde-se que os controladores de tráfego aéreo franceses estão em greve em solidariedade com os restantes trabalhadores franceses, que estão a protestar contra o aumento da idade de reforma, que está nos 62 anos de idade e poderá passar para 64 anos.

A petição lançada pela Ryanair está disponível aqui.

 

 

 

 

 

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O caminho do setor do turismo português rumo à descarbonização

Os mais recentes dados do World Travel & Tourism Council (WTTC) mostram que as emissões do turismo, em Portugal, caíram significativamente ao mesmo tempo que o setor continua a crescer.

Victor Jorge

Os dados mais recentes do World Travel & Tourism Council (WTTC), através do Centro Global de Turismo Sustentável, baseado na Arábia Saudita, revelam que o setor do turismo, em Portugal, continua a evoluir, enquanto as emissões mantêm o seu rumo de descida.

Em 2019, Segundo o WTTC, o setor era responsável por 17,8% das emissões de gases de efeito de estufa. Embora estes números tivessem bem acima da média europeia, o Economic Impact Report (Relatório de Impacto Económico, com sigla EIR, em inglês) do WTTC, refere que a economia portuguesa depende fortemente do setor do turismo e viagens, tendo contribuído com perto de 38 mil milhões de euros para a economia, correspondendo a quase um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) global.

A análise da entidade que supervisiona o turismo e as viagens a nível global indicam que este peso do setor do turismo e viagens caiu para 9,8%, em 2020, e 10,2%, em 2021, devido à pandemia.

O WTTC vem agora revelar que, entre 2010 e 2019, o crescimento económico do setor do turismo e viagens, em Portugal, afastou-se das emissões de gases com efeito de estufa, indicando que, durante este período, “o setor contribuiu com um crescimento médio anual de quase 5% para a economia global do país, enquanto as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram 4,1% por ano”.

Em 2010, por cada euro gerado pelo turismo e viagens, em Portugal, o setor produziu 0,77 quilos de gases com efeito de estufa. Estes valores caíram, contudo, a uma média anual de quase 1% até 2019, quando o setor atingiu 0,72 quilo por cada euro gerado. Já nos anos seguintes, o valor continuou a decrescer para atingir os 0,59 quilos por cada euro gerado, em 2021.

Esta descida significativa demonstra, segundo do WTTC, “o impacto das medidas implementadas pelo Governo português, bem como pelos privados, para criar um setor mais sustentável”.

Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, refere, no comunicado emitido esta segunda-feira, 20 de março, que “o setor do turismo e viagens em Portugal desassociou o crescimento económico das emissões de gases com efeito de estufa e continua a reduzir a intensidade dessas emissões”.

“Sabemos que ainda existe muito trabalho a fazer. Para alcançar os nossos objetivos e ambições, teremos de realizar passos maiores e mais arrojados para reduzir as nossas emissões”. A responsável do WTTC refere ainda que, “precisamos de apoios contínuos por parte do Governo no aumento de transportes sustentáveis. Isto terá um impacto significativo na nossa pegada, minimizando as emissões globais e que farão com que o setor atinja os seus objetivos”.

Energia mais eficiente
O WTTC fornece, igualmente, informações sobre o uso e a eficiência de energia do setor e mostra que, entre 2010 e 2019, o uso total de energia do setor aumentou apenas 3,6% por ano, demonstrando que, embora o turismo e viagens continuem a crescer, também se tornaram “mais eficiente do ponto de vista energético”, demonstrando que, entre 2010 e 2021, a utilização de energia de baixo carbono no mix energético nacional aumentou de 6,6% para 7,5%, enquanto a dependência do setor de combustíveis fósseis como fonte de energia também diminuiu.

De referir que esta pesquisa do WTTC abrange 185 países em todas as regiões do mundo e será atualizada a cada ano.

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Joaquim robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC.

Transportes

ARAC espera “debate vivo” com 350 participantes na IV Convenção Nacional

A ARAC – Associação Nacional dos Locadores de Veículos vai realizar, a 31 de março, a sua IV Convenção Nacional, encontro que vai ter lugar no Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historial Hotel, sob o tema “Mobilidade/ Sustentabilidade/Digitalização – Novos Desafios”.

Inês de Matos

Um “debate vivo”, que discuta o atual momento do turismo, do rent-a-car e do negócio que lhe está associado, assim como o caminho que o setor deve fazer e para onde, é o que espera Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC – Associação Nacional dos Locadores de Veículos, da IV Convenção Nacional da associação, que vai decorrer a 31 de março, no Montebelo Monteiro de Alcobaça Historial Hotel.

“Penso que vai ser um debate vivo também para termos ideia de onde estamos com a atual situação de venda dos nossos produtos, mas também para onde estamos a caminhar e para onde devemos ir”, diz o responsável em conversa com o Publituris.

O evento, que este ano vai decorrer ao longo de “um dia inteiro, o que não costumava acontecer”, conta, segundo Joaquim Robalo de Almeida, com “muitos temas interessantes”, num total de seis painéis, compostos por “oradores de excelência” e que vão abordar alguns dos principais desafios que se colocam ao setor do rent-a-car e também do turismo.

Na assistência, o secretário-geral da ARAC espera que estejam cerca de 350 participantes, “não só das empresas de rent-a-car mas também das empresas de renting, construtores de automóveis, operadores do turismo e também, obviamente, as tutelas” dos setores representados pela associação.

Além do debate, a iniciativa inclui também um dia de programa social, que será dedicado a visitar o Mosteiro de Alcobaça, uma vez que o evento vai ter lugar no novo Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historial Hotel, unidade de cinco estrelas que foi inaugurada em novembro de 2022 e que está integrada numa das alas deste monumento classificado como Património da Humanidade, pela UNESCO.

Segundo Joaquim Robalo de Almeida, a visita vai contar “com acompanhamento da curadora, que vai explicar tudo o que tem a ver com o Mosteiro de Alcobaça”.

Turismo e legislação em destaque

Composto por seis painéis, o programa da IV Convenção da ARAC arranca com as intervenções do secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda; do presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Hermínio Rodrigues; do presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros; e de Paulo Pinto, presidente do Conselho Diretor da ARAC. Por confirmar, está ainda a intervenção do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Depois da sessão de abertura, será dado destaque ao Turismo, com um painel sobre o tema “Que Turismo amanhã? Quantos milhões de turistas em 2027? O low cost – um modelo de negócio incontornável?”. “O primeiro painel é, de facto, um painel bastante importante que se deve ao facto do turismo ter tido, em 2022, o melhor ano de sempre. 2023 avizinha-se também, no que ao rent-a-car diz respeito e pelo número de reservas que temos, que possa vir a ser um bom ano”, comenta o secretário-geral da ARAC, considerando que este será “um tema bastante importante”, onde se vai “falar de turismo e, obviamente, onde o tema do aeroporto também virá à baila”.

Neste primeiro painel, está já confirmada a participação de Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal; Thierry Ligonnière, CEO da ANA Aeroportos de Portugal; e José Blanco, Chief Sales Officer do Europcar Mobility Group.

Já o segundo painel, sobre o tema “Regulação/Quadro Legal/Desafios da Regulação num Setor em evolução”, será mais “técnico” e vai contar com a participação da engenheira Ana Paula Vitorino, presidente da AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, a entidade reguladora dos Transportes e onde se enquadra o rent-a-car. Este painel que, segundo o responsável, pretende chamar a atenção para a “necessidade de modernização da regulamentação do setor, nomeadamente para a adaptação aos novos tempos dos contratos totalmente digitais”, assim como da consagração do Key&Go, conta ainda com os professores João Caetano e Vasco Guimarães, do Instituto da Mobilidade e dos Transportes e da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

Transição Digital e sustentabilidade

Da parte da tarde, a IV Convenção Nacional da ARAC vai focar-se nas duas grandes bandeiras do setor atualmente: a transição digital e a sustentabilidade, com o tema “Transição Digital e Sustentabilidade no Ecossistema da Mobilidade – Indispensabilidade”. “Este também é um tema que nos é muito caro porque, neste setor, elegemos o digital e a sustentabilidade como lemas e é isso que estamos a fazer nas nossas empresas”, sublinha Joaquim Robalo de Almeida, revelando que o setor está a aproveitar as inovações tecnológicas para digitalizar o negócio e dispensar a necessidade dos clientes irem a um balcão para fazer um contrato de rent-a-car, estando também a fazer um forte aposta na descabornização das frotas.

Neste painel, o debate conta com a participação de Paulo Figueiredo, diretor coordenador da Direção de Negócio Automóvel da Fidelidade; Carlos Pereira, diretor comercial da BP Portugal; Rodolfo Florid Schimd, Managing Director da SIVA; e António Reis Pereira, Country Manager da Volvo Finantial Services de Portugal.

O painel seguinte será dedicado aos “Desafios Laborais na Era do Digital” e vai contar com a participação da ministra do Trabalho e da Solidariedade, Ana Mendes Godinho, além de Lina Lopes, deputada do PSD e vice-coordenadora de Trabalho e Segurança Social do CEN, e Jorge Rebelo de Almeida, empresário e presidente do Grupo Vila Galé. “Queremos dar uma visão atual, com a participação do governo e a visão da oposição, bem como dos empresários”, resume o secretário- -geral da ARAC.

Novos clientes, desafios e futuro da mobilidade

Para o final da tarde fica o painel dedicado aos novos clientes do rent-a-car e que vai abordar o tema “Os clientes mudaram/Os Millenials e os nativos digitais”. “Este tema leva-nos novamente a falar do Key&Go e de todas estas inovações que surgiram porque também os clientes mudaram”, resume o responsável, indicando que também este painel conta com “oradores de excelência”, a exemplo do professor João Duque, do ISEG, mas também de José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, e de Luís Correia da Silva, que, segundo Joaquim Robalo de Almeida, “vem da parte do golfe e que é também um antigo secretário de Estado, um homem com bastantes conhecimento e que é um nativo do turismo”.

Já o último painel da IV Convenção Nacional da ARAC vai abordar o tema “Futuro da Mobilidade numa Europa abalada pela Pandemia e pela Guerra” e pretende, segundo o secretário-geral da ARAC, “propor uma conversa sobre este futuro da mobilidade numa Europa abalada pela pandemia e pela guerra, com José Miguel Júdice, para falar sobre os desafios que ainda aí vêm”.

O encerramento da IV Convenção Nacional da ARAC será feita pelo próprio Joaquim Robalo de Almeida, estando ainda por confirmar a participação do ministro da Infraestruturas, João Galamba.

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