CVA continua sem data para retomar operação e acusa TAP e SATA de realizarem voos deficitários para Cabo Verde
Companhia aérea cabo-verdiana suspendeu a operação há quase um ano devido à COVID-19 e continua sem data para retomar os voos, uma vez que a procura internacional continua em baixa.

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A Cabo Verde Airlines (CVA) continua sem ter uma data definida para retomar a operação aérea, que foi interrompida há quase um ano devido à COVID-19, uma vez que a procura internacional continua em baixa, o que leva Erlendur Svavarsson, presidente da CVA, a acusar a TAP e a SATA de realizarem voos deficitários para o arquipélago cabo-verdiano, só possíveis graças às ajudas que as duas companhias receberam do Estado português.
Como escrevi recentemente numa carta ao nosso ‘staff’, os nossos concorrentes SATA e TAP operam um modelo de negócio onde o arquipélago [de Cabo Verde] é apenas um ponto da sua operação em ‘hub’. Ambas as companhias aéreas também receberam centenas de milhões de euros em ajuda governamental. Eles usaram esse dinheiro para operar voos deficitários para Cabo Verde e em todo o mundo”, afirmou Erlendur Svavarsson, em entrevista à Lusa.
A Lusa lembra que, tanto a TAP como a SATA, retomaram os voos para Cabo Verde em agosto do ano passado e operam ligações à cidade da Praia, mas também para as ilhas de São Vicente e Sal, enquanto a CVA, que foi parcialmente privatizada em março de 2019, continua inoperacional e mantém os seus cerca de 300 trabalhadores em lay-off.
“Vimos o número de passageiros a embarcar e desembarcar na Praia e em São Vicente nos últimos meses. Esses números têm sido extremamente baixos e permanecerão assim por semanas ou meses. Esta falta de passageiros não é surpreendente porque o processo de vacinação, na Europa e em todo o mundo, ainda não atingiu um ponto em que os governos sejam incentivados a abrir fronteiras e os indivíduos a viajarem livremente”, acrescentou o responsável.
Erlendur Svavarsson confirmou ainda as negociações para um apoio do Estado de Cabo Verde à companhia aérea, revelando que “até ao momento, todos os esforços foram feitos para evitar a falência da Cabo Verde Airlines” e mostrou-se convencido que a solução para a transportadora deverá envolver todos os credores da companhia.
“Assim como acontece com a reestruturação de companhias aéreas em todo o mundo, o esforço de todas as partes interessadas, incluindo fornecedores e financiadores, será necessário para relançar a companhia aérea com sucesso”, afirmou.
O presidente da CVA referiu ainda que o “Estado de Cabo Verde perdeu receitas significativas devido à redução do turismo como resultado da pandemia”, numa perda de receita que “pode reduzir a capacidade do Governo para ajudar a companhia aérea”.
“Estou convencido de que os acionistas chegarão a um acordo, mas estou igualmente convencido de que outras partes interessadas, como os credores comerciais, terão de fazer parte da solução de forma significativa”, acrescentou o responsável, embora sem adiantar valores sobre as dívidas da companhia.
Recorde-se que, em março de 2019, o Estado de Cabo Verde vendeu 51% da então empresa pública TACV (Transportes Aéreos de Cabo Verde) por 1,3 milhões de euros à Lofleidir Cabo Verde, empresa detida em 70% pela Loftleidir Icelandic EHF (grupo Icelandair, que ficou com 36% da CVA) e em 30% por empresários islandeses com experiência no setor da aviação (que assumiram os restantes 15% da quota de 51% privatizada).
Atualmente, permanece no Estado cabo-verdiano uma quota de 39% do capital social da companhia aérea (10% entre emigrantes e trabalhadores da CVA) e desde maio que são conhecidas negociações, ainda sem desfecho, com o Governo de Cabo Verde para um apoio à companhia, face às consequências da pandemia de covid-19.