Análise

“Tentamos não deitar dinheiro à rua e navegar à vista porque todos os dias as coisas mudam”

Lisboa tem feito campanhas online nos mercados europeus e já há turistas a circular na cidade. O perfil de clientes, para já, alterou-se e são, sobretudo, millennials que reservam individualmente.

Carina Monteiro
Análise

“Tentamos não deitar dinheiro à rua e navegar à vista porque todos os dias as coisas mudam”

Lisboa tem feito campanhas online nos mercados europeus e já há turistas a circular na cidade. O perfil de clientes, para já, alterou-se e são, sobretudo, millennials que reservam individualmente.

Carina Monteiro
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Lisboa tem feito campanhas online nos mercados europeus e já há turistas a circular na cidade. O perfil de clientes, para já, alterou-se e são, sobretudo, millennials que reservam individualmente.


Em Lisboa, a recuperação do turismo tem tido um percurso com “altos e baixos”, o que leva o diretor-geral do Turismo de Lisboa (ATL) e presidente da Entidade Regional da Região de Lisboa a ser cauteloso nas previsões e considerações. Vítor Costa volta a insistir na questão de aguentar a estrutura económica que suporta o turismo no seu global, através de medidas, e lamenta o corte no orçamento das regiões assim como duas declarações do primeiro-ministro durante a pandemia.

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Como é que correu o verão para o turismo na cidade e na região de Lisboa?
Desde que começou a pandemia, todos nós fomos tendo expetativas que depois vieram a ser afastadas pela realidade que se mostrou mais grave do que pensávamos à partida, nomeadamente no que diz respeito ao tempo de duração. Tivemos vários períodos: de confinamento obrigatório e depois uma abertura progressiva, a partir de 18 de maio. Começámos a ter alguma esperança que a partir de julho começasse a haver uma melhoria, mas tivemos aquele episódio de surtos na região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, o que nos mercados internacionais foi entendido como se fosse em Lisboa, apesar de, na altura, esses números serem de zonas sem incidência turística. O próprio Governo não ajudou porque fez declarações no sentido de eventualmente equacionar que Lisboa ficasse de fora [da abertura aos mercados]. Isso notou-se em cancelamentos, adiamentos de aberturas de hotéis, etc. Posteriormente a isso, começámos a ter algum pequeno movimento, incluindo a própria Final da Liga dos Campeões. Agora os números continuam nessa linha, mas dado o aparente agravamento dos últimos tempos e o que poderá acontecer com o mercado inglês, a situação não é otimista. Temos altos e baixos. O que se verifica é algum movimento, mas muito distante do que é necessário.

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A Final da Liga dos Campeões em Lisboa foi uma oportunidade perdida para promover o país e Lisboa? Qual é a sua opinião?
Quando foi anunciado esse evento tínhamos uma expetativa. Aquilo com que contávamos era que este evento viesse numa altura em que já estivéssemos no início de uma recuperação. Portanto, iria ter o efeito de mostrar que o país tinha tratado bem o problema e que estávamos agora a iniciar uma fase de recuperação. Mas a partir do momento em que foi claro que não ia haver público, não tivemos esperanças que tivesse um grande efeito na nossa economia local. Havia apenas um efeito positivo na hotelaria que recebesse as equipas e a organização. Isso esteve dentro da expetativa. Quanto ao outro impacto, o mediático, esse pensamos que se mantém. Um dia o turismo há de voltar e quem estiver com um posicionamento melhor tem vantagens. Isto consolida a imagem de Lisboa como destino turístico no futuro. Em relação ao que esperávamos, ou seja, um início de recuperação e um fator de dinamização e aceleração dessa recuperação, isso não se verificou porque a pandemia não está resolvida.
A pergunta que me faz é se devia ter sido feita mais promoção. Nesta matéria de promoção estamos numa encruzilhada de lógicas diferentes: por um lado, vamos fazer muita promoção e depois as pessoas não podem vir, ou não vêm porque não têm confiança, ou os números não ajudam; por outro lado, se não fazemos promoção, há nichos que perdemos. Penso que não estamos numa altura de lançar grandes campanhas de promoção e ações nos mercados. Embora, enquanto ATL, temos feito. algo. Temos agências de comunicação em alguns mercados, procuramos intervir de uma forma correta nos mercados, além das campanhas online e as parcerias com companhias de aviação. Ou seja, vamos aproveitando aquilo que neste momento é possível fazer. Mas não tenhamos ilusões, a principal questão é que não voltaremos a ter uma atividade com muita dinâmica enquanto este problema da saúde pública não estiver resolvido.

Qual o balanço do programa de dinamização e captação do turismo da Região de Lisboa, desenvolvido pela Entidade Regional da Região de Lisboa (ERT-RL) em colaboração com a Associação Turismo de Lisboa?
Estamos num contexto em que toda a gente elegeu o mercado interno como a questão principal. Portanto, a “concorrência” sobre o mercado interno é enorme. Olhando para o nosso mercado interno, ele é muito menor face ao peso que tem o mercado internacional. Nunca o mercado interno pode ser um substituto para resolver o problema do turismo. Depois, temos na nossa região um terço da população em Portugal. Onde é que podemos ir buscar fluxos de turistas internos se um terço da população está logo em Lisboa. Além disso, Lisboa não é considerada normalmente um destino turístico para o mercado interno. Embora as dormidas nacionais tenham um peso relativo, se olharmos para essas estatísticas com algum pormenor, verificamos que, apenas 8% dos turistas nacionais vêm a Lisboa por lazer.
Portanto, a região de Lisboa, em termos de posicionamento para o mercado interno, não está no top 3. Temos um posicionamento relativamente fraco. Foi nesse contexto que procurámos fazer algo para tentar mexer alguma coisa. Uma campanha que fosse muito efetiva, e não só motivacional.
A campanha teve muita adesão da parte da oferta. Da parte da procura foi pequena. Iremos divulgar estes números. Mas posso dizer que é pequena. Não houve procura relevante de noites, apesar de serem pacotes muitos atrativos em termos de preços e conteúdos. O que teve mais adesão foi a experiência do fado. Proporcionámos uma experiência de fado por um preço muito competitivo. E teve bastante adesão. O que é positivo porque estamos a falar de um fator diferenciador e identitário que estava em risco. O fado sem as casas de fado não existe. Demos uma pequena ajuda para que as casas de fado consigam sobreviver.

Durante o período da pandemia a ATL desenvolveu um plano de emergência que consistiu no desenvolvimento de vários ações, nomeadamente a contratação de agências de comunicação nos mercados europeus. Qual é o balanço?
São agências de Relações Públicas e Comunicação em Espanha, França, Itália, Alemanha, Reino Unido e Rússia e estão a intervir dentro do possível. Já aconteceu por exemplo a existência de programas já previstos, trabalhos jornalísticos, etc, mas alguns foram adiados outra vez por causa destas oscilações [da pandemia]. São ações táticas que permitem reforçar quando há oportunidades.

Por exemplo, quando o Reino Unido retirou Portugal da lista de quarentenas obrigatórias.
Sim, fizemos um reforço, quer online, quer na intervenção da agência de comunicação.

E quanto à melhoria das condições dos Planos de Comercialização e Venda?
Sim, fizemos isso e aprovámos planos que representariam um investimento total superior a 3 milhões de euros, incluindo a nossa participação e a das empresas e, portanto, esses planos estão todos aprovados, não sabemos ainda é qual o grau de execução pelas empresas. Antevejo que poderão não vir a ser cumpridos todos na sua totalidade. Temos um grande número de empresas que aderiram, os planos foram aprovados, e agora o grau de implementação poderá não ser de 100%.

Também fizeram um reforço da promoção digital?
Tem corrido dentro do previsto. Estamos a intervir em cerca de 27 mercados com campanhas de AdWords e de fomento de utilização do nosso site.
Também fizemos acordos que consistem no cofinanciamento de ações de marketing e publicidade nos mercados com as companhias de aviação easyJet, Ryanair e TAP. O da TAP tem sofrido alterações e agora estávamos na iminência da TAP começar a fazer a sua parte em Inglaterra.

Para que mercados com a TAP?
Neste momento para a Europa. Foi uma opção que fizemos, não vale a pena neste momento estar a intervir no mercado norte americano e ou no Brasil, tendo em conta a ausência, por enquanto, de ligações aéreas suficientes. É deitar dinheiro à rua. Parece-nos que a Europa é que pode responder mais imediatamente.
Da mesma forma, tínhamos previsto estender a mercados do Médio Oriente, e também priorizámos a intervenção na Europa. Normalmente quando se fala de mercados, há a grande questão do Reino Unido, que também é importante para Lisboa. Mas em Lisboa temos seis, sete mercados mais ou menos ao mesmo nível de importância e já tínhamos perdido dois desses mercados: o brasileiro e americano. O caso do mercado inglês é o mais falado, porque tem uma relevância para determinadas regiões. Mas no caso de Lisboa, tem uma importância equivalente a outros mercados.
O que decidimos na ATL, em primeiro lugar, foi tentar não deitar dinheiro à rua, fazermos opções, e essas opções têm de ser navegar à vista porque todos os dias as coisas mudam.

O financiamento do Estado às Entidades Regionais de Turismo vai diminuir?
Foi-nos comunicado que as verbas do Turismo de Portugal de apoio às ERT’s foram diminuídas para o próximo ano. As ERT´s têm de apresentar à Direção Geral do Orçamento os orçamentos para que possam ser integrados no Orçamento do Estado. O orçamento da ERT Região de Lisboa para o próximo ano tem, aproximadamente, menos 250 mil euros, que corresponde a um corte feito pelo Turismo de Portugal.
Não estou de acordo. Não somos apologistas de deitar dinheiro à rua, mas temos de ter recursos para navegar à vista. Embora as previsões mudem todos os dias, isto não irá durar sempre. No próximo ano, a expetativa é que a pandemia tenha sido ultrapassada. Se isso acontecer é preciso meios na altura para um grande investimento. A questão que esta pandemia coloca é que atinge o coração do turismo. Tínhamos um setor com uma grande dinâmica, por um lado, por outro lado temos as pessoas que mantêm a vontade de viajar, mas estamos numa situação muito dramática. Agora é importante, sobretudo, aguentar um tecido económico que possa responder mais tarde. O turismo não funciona se não tiver um tecido económico capaz de trazer os clientes. Agora é aguentar, depois é trazer clientes, porque sem clientes isto nunca funcionará a longo prazo.
Quando existe uma redução de orçamento há opções que têm de ser feitas. Para a semana terei uma reunião da comissão executiva para decidir onde é que esse corte se vai refletir. Mas não há receitas alternativas para as Entidades Regionais.
É um sinal negativo, mas Lisboa, tanto a ATL como a ERT, não têm, normalmente, uma atitude de reivindicação de dinheiro. Procuramos fazer o melhor possível com os meios que estão disponíveis, mas não deixamos de fazer observações quando achamos que há injustiças.

Críticas

O primeiro-ministro declarou que os trabalhadores do turismo no desemprego podem converter-se em profissionais do setor social. Vê nestas palavras um abandono do turismo?
Pelo menos teve essa leitura. Penso que foram palavras infelizes. Considero a maior parte das palavras do primeiro-ministro felizes, muitas vezes identifico-me com elas, mas houve duas situações nesta crise que penso que o próprio Primeiro-ministro foi infeliz. A primeira foi quando disse publicamente que talvez a abertura aos mercados pudesse ser feita para outras regiões deixando Lisboa de fora. Penso que foi um erro grande e que teve consequências. E a segunda foi esta declaração. A ideia do primeiro-ministro provavelmente foi dizer que temos de procurar alternativas, mas no contexto em que foi dita, ou seja, de desânimo entre as pessoas, parece que é deitar a toalha ao chão e dizer que aqui já não há hipótese. Fez-me lembrar em certa medida aquela expressão do primeiro-ministro anterior [Pedro Passos Coelho], que disse para os jovens irem procurar trabalho no estrangeiro.

Aquando do Estado de Calamidade declarado em Lisboa, foi crítico, escreveu que estava a promover-se uma divisão do país em vez de se atacar o problema.
É verdade. Em termos comunicacionais, confundiu-se a região de saúde de Lisboa e Vale do Tejo com o destino turístico. Em termos internacionais, sentimos logo [os efeitos]. Inclusivamente algumas ações previstas de jornalistas internacionais foram adiadas e hotéis que já não abriram. Isso depois foi agravado por declarações da secretária de Estado do Turismo, do ministro da Economia e do próprio primeiro-ministro. Como se isso fosse possível num país dizer “a capital não, mas o resto sim”. Isso não funciona. Claro que depois isso foi atenuado com os factos posteriores que viemos a verificar. Não vejo que esta divisão seja uma coisa boa para o país e para o turismo. No momento em que estamos a falar, os últimos dados mostram que onde houve mais casos foi no Norte, e não vou dizer venham só para Lisboa.

Leia a entrevista na íntegra aqui.

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Turkish Airlines assinala abertura da terceira pista do Aeroporto de Istambul

A abertura da terceira pista coloca “o Aeroporto de Istambul na vanguarda da infraestrutura aeroportuária mundial”, uma vez que passa a permitir a operação de descolagens e aterragens simultâneas em três pistas.

Publituris

A Turkish Airlines assinalou a abertura da terceira pista do Aeroporto de Istambul com a descolagem simultânea de três aviões, um “feito sem precedentes na Europa”, uma vez que passa a ser possível a operação de descolagens e aterragens simultâneas em três pistas.

“Este avanço tecnológico e operacional marca a implementação das Operações de Pistas Independentes Triplas (Triple Independent Runway Operations), colocando o Aeroporto de Istambul na vanguarda da infraestrutura aeroportuária mundial”, congratula-se a companhia aérea turca, num comunicado enviado à imprensa.

Segundo Ahmet Bolat, presidente do Conselho de Administração da Turkish Airlines, “a  abertura desta terceira pista representa mais do que uma expansão física, é um símbolo do crescimento estratégico da Turkish Airlines e da importância crescente da Turquia como plataforma global de ligação aérea”.

“Estamos orgulhosos por liderar este momento histórico que reforça o nosso compromisso com a inovação, segurança e excelência operacional”, acrescentou o responsável, citado num comunicado enviado à imprensa.

A nova pista vem aumentar significativamente a capacidade do Aeroporto de Istambul, uma vez que permite reduzir os atrasos e “otimizar a gestão do tráfego aéreo, reforçando o seu papel como hub intercontinental de referência entre a Europa, a Ásia e o resto do mundo”.

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“Crescimento do Porto e Norte pode acontecer com a construção de uma segunda pista e aumento da aerogare”

No arranque das comemorações dos 30 anos da criação da Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal, o Publituris falou com Luís Pedro Martins que assume a liderança da associação e da Entidade Regional de Turismo. Certo é que a criação da associação trouxe mais à região Norte, salientando Luís Pedro Martins que, para o futuro, é preciso investir. Até lá, admite, é preciso olhar para os aeroportos do Porto e Faro.

Victor Jorge

Foi a 26 de março de 1995 que foi fundada a Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Em entrevista ao Publituris, Luís Pedro Martins, presidente da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), bem como da Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal, recordou a evolução da região ao longo das últimas três décadas. E se em 1995, o Norte registava 2,4 milhões de dormidas (95,6% das quais de turistas nacionais), atualmente, a região regista 14,1 milhões de dormidas anuais (+487% face a 1995), com um aumento de 858% nas dormidas de turistas estrangeiros.

E se há 30 anos o Porto recebia pouco mais de 400 mil movimentos de passageiros no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, hoje são 16 milhões. Por isso, e para que o crescimento possa acontecer, terá de apostar-se na “construção de uma segunda pista e no aumento da aerogare”. Além disso, e uma vez que o Novo Aeroporto de Lisboa só estará pronto, segundo aposta Luís Pedro Martins, “não antes de 15 anos”, há que olhar para os dois aeroportos a Norte e a Sul.

As comemorações dos 30 anos da Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal arrancaram no dia 26 de março. Que importância teve, tem e terá a associação para o turismo do Porto e Norte?
Foi, de facto, há 30 anos que se fundou a Associação de Turismo do Porto e Norte, primeiro como Convention Bureau. Uma associação que nasceu pela visão do presidente da Câmara do Porto da altura, Fernando Gomes, que iniciou com a sua vereadora da Cultura e Turismo, Manuela de Melo, que acabou por ser a primeira presidente da associação, este caminho e que perceberam a importância de o Porto apresentar-se como um destino internacional para captar os mercados externos.

Na altura, o Porto ainda era curto, era curto para se poder apresentar nas grandes feiras internacionais. Tanto o Fernando Gomes como a Manuela de Melo tiveram o cuidado de primeiro ir a Berlim, a Madrid, a grandes feiras internacionais, conhecer o terreno e perceberam que apenas o município não chegava. Então constituíram a associação chamando municípios vizinhos, mas também, e achei muito interessante essa ideia inicial, as empresas. E não só as empresas per si, mas também as associações de empresas, a Associação Comercial do Porto, a Associação de Comerciantes, a hotelaria, restauração, e foi assim que, de facto, nasceu este primeiro projeto, ganhando escala logo numa leitura muito interessante. Ou seja, a região iria precisar de um Porto, de facto, forte e que se posicionasse internacionalmente, mas também, em boa verdade, o Porto iria precisar de levar outros argumentos para além do Porto, de levar também o Minho, o Douro e Trás-os-Montes.

Foi assim que se iniciou esta caminhada, que foi evoluindo, foram entrando sempre cada vez mais associados, a Câmara presidindo durante muitos anos, até há pouco tempo, em 2019, em que num Memorando de Entendimento com a Entidade Regional de Turismo, e a convite do presidente da Câmara Municipal de Porto, Rui Moreira, se achou que estavam criadas as condições para podermos criar algo que unisse as duas entidades, e convidar o presidente da Entidade Regional de Turismo para presidir às duas entidades, mantendo-se a Câmara Municipal, desde sempre, como vice-presidente.

 

A associação ajudou, por um lado, a estruturar produto turístico, a organizar, a qualificar, a formar, mas também a desafiar as empresas a que cuidassem, para além daquilo que ofereciam em termos de produto, muito do serviço, da forma como recebiam os turistas

 

Que mais valias trouxe a associação ao longo destes 30 anos?
A verdade é que a associação ajudou, por um lado, a estruturar produto turístico, a organizar, a qualificar, a formar, mas também a desafiar as empresas a que cuidassem, para além daquilo que ofereciam em termos de produto, muito do serviço, da forma como recebiam os turistas. Aproveitaram para também perceber que era preciso cuidar da cidade e que a associação lutasse no panorama nacional, junto do Governo para algumas infraestruturas, que hoje olhamos para elas e parece-nos que estiveram aqui desde sempre, mas não é verdade. Se recuarmos 30 anos, o Porto tinha um aeroporto, como dizia Fernando Gomes, um “apeadeiro”, uma estrutura muito pequenina.

Essa luta foi muito importante para termos um aeroporto que é o aeroporto que temos hoje, mas também outras infraestruturas. Percebeu-se, desde cedo, que era preciso uma ligação à Galiza e essa ligação depois foi feita. A questão do metropolitano que, na altura, não estava previsto chegar ao aeroporto e hoje percebe-se que seria um erro. Lutaram e conseguiram.

Ou seja, houve logo um conjunto de medidas que a associação ajudou a refletir e ajudou o próprio município, ou melhor, ajudou a motivar o município para que realizasse também essas lutas. E hoje percebemos que foram lutas, e neste caso das infraestruturas que abordei, fundamentais.

Recordo apenas um número: há 30 anos o Porto recebia pouco mais de 400 mil movimentos de passageiros no Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Hoje são 16 milhões. Há 30 anos o Porto tinha 30% de turistas internacionais. Hoje inverteu-se completamente a situação e temos 60% de turistas internacionais.

 

Há 30 anos o Porto tinha 30% de turistas internacionais. Hoje inverteu-se completamente e temos 60% de turistas internacionais

 

A procura pelo Porto e Norte
E o que procuram esses turistas internacionais na região Porto e Norte?
Julgo que os turistas, todos em geral, veem no Porto e em Portugal alguns atributos que nos vão diferenciando de muitos dos nossos concorrentes. Desde logo, a questão da segurança. Apesar de não vendermos segurança, pode até ser ofensivo para aqueles que não a têm neste momento, sabemos que é um atributo, sabemos que é uma das razões pelas quais somos sempre preferidos.

Mas depois há algo que é muito importante e interessante num país tão pequeno, que é a diversidade. E se há região que, de facto, comprova essa diversidade, é o Porto e Norte.

Nós temos tempo para a diversidade nesta região, quando a percorremos. Em cerca de 30 minutos, conseguimos mudar de paisagem, conseguimos mudar de vinhos, conseguimos mudar de gastronomia, de arquitetura. Só não mudamos uma coisa, as pessoas e a forma como elas acolhem quem visita a região. Isso é transversal à região do Norte e, em boa verdade, é transversal ao país.

Somos, de facto, um país com muita diversidade. Durante muitos anos, e era um erro, Portugal vendia apenas Madeira, Algarve e Lisboa. E foi fácil perceber que a partir do momento que o Turismo de Portugal passou a vender também o Porto e Norte, o Centro, o Alentejo, os Açores, que houve uma explosão do turismo. Porquê? Passámos a oferecer muito mais, deixou de ser apenas a praia e o golfe e passámos a ser um destino que vende enoturismo, turismo religioso, termalismo, turismo industrial, touring cultural. Ou seja, surgiram também com estas regiões um sem número de outros produtos que alargaram bastante este cardápio que Portugal hoje oferece ao mundo.

E quais são os desafios que a região do Porto e Norte tem agora pela frente?
Bom, os desafios são, por um lado, continuar a distribuir os turistas pela região, perceber que não somos estes quilómetros quadrados que estão aqui à volta do aeroporto, mas que são 21 mil quilómetros quadrados. Felizmente temos muito ainda para onde distribuir turistas, temos sub-destinos como o Douro, o Minho, Trás-os-Montes, ainda com muito para crescer. Portanto, a missão é conseguir uma melhor distribuição destes turistas, percebendo que o setor do turismo, embora nem todos concordem, tem um peso e uma força importante, nomeadamente, em territórios onde já outros setores desistiram.

O setor do turismo não só não desiste, como investe, e ao investir está a garantir postos de trabalho, garante um reforço da economia desses territórios. É importantíssimo que o turismo continue este trabalho nesses territórios.

E a ligação entre a Associação e a Entidade Regional de Turismo?
A ligação neste momento é boa e é fácil, uma estrutura, produto turístico, a outra promove-o internacionalmente. E se cada um fizer a sua parte bem feita, os resultados continuam a surgir. Por isso é que sou um defensor, numa expressão bem popular, cada macaco no seu galho, e quando falamos em promoção internacional, saibamos todos qual é o papel de cada um.

Penso que Portugal tem nas suas Agências de Promoção Externa e no Turismo de Portugal duas entidades fantásticas que se articulam muito bem entre si, que fazem bem esse caminho. Nada contra o que municípios ou CIM’s possam fazer em território nacional, nada contra que o possam fazer no mercado alargado.

Há uma feira que já todos admitimos em que isso acontece, que é a FITUR, tudo bem. Agora, estamos a falar de um setor cada vez mais profissional e quando estamos a falar em promoção nas grandes feiras internacionais ou junto dos nossos grandes mercados, aí a coisa tem de ser, de facto, muito profissional, fazer por quem sabe fazer e saber responder nessa promoção a quatro ou cinco questões que o secretário de Estado do Turismo [Pedro Machado], de uma forma muito simples, insiste em apresentá-las. E são elas, saber vender o quê [produtos], depois saber vender onde [mercados], saber vender por quanto [valor] e saber vender com quem [agências de promoção]. Se isto acontecer, juntando a vantagem de sermos um setor que vive em paz, e vai dando resultados dessa paz, mesmo na pandemia o setor soube organizar-se, cooperar e depois sair em grande força, é e será uma fórmula de sucesso. Já passaram muitos secretários de estado do Turismo, de partidos diferentes, PS, PSD, PP, mas em boa verdade este setor é um exemplo como quem chega resiste à tentação de dizer, tudo que está para trás está mal feito, e agora que cheguei eu sou melhor e vou fazer coisas fantásticas. Não, tem-se aproveitado o que se fez para trás e tem-se acrescentado. E acho que isso tem trazido, de facto, grandes resultados ao setor e, por sua vez, à economia, um setor que alguns insistem em dizer que representa muito no PIB, mas porque percebem, talvez, mal a capacidade de arrastamento que este setor tem.

 

Felizmente temos muito ainda para onde distribuir turistas, temos sub-destinos como o Douro, o Minho, Trás-os-Montes, ainda com muito para crescer

Mas quais são os mercados que o Porto e Norte tem e/ou vai/quer apostar?
Temos de continuar a apostar num trabalho que tem sido feito desde 2019. Recordo a posição dos EUA que eram apenas o sexto mercado nessa altura, mas que por força deste trabalho grande de investimento no mercado, também no Canadá, passaram para segundo mercado na região neste curto espaço de tempo.

Apostar mais ainda no Canadá. Achamos que podemos continuar a crescer no mercado canadiano, mercado muito importante também para nós.

São mercados diferentes?
São mercados muito semelhantes, embora no Canadá exista um conceito muito interessante, talvez devido a temperaturas mais agrestes quando comparado com os EUA. Cada vez mais começamos a registar uma tendência por parte dos canadianos, que é procurar a Europa durante o inverno no Canadá, nomeadamente, pessoas que já estão reformadas, que já o podem fazer, preferem passar o inverno na Europa e depois regressar novamente ao Canadá. Isso é uma grande oportunidade para nós.

Depois continuar a investir no Brasil e agora, finalmente, um olhar do Turismo de Portugal e também das regiões para mercados como o México ou Argentina.

Isto falando do lado do Ocidente. Do outro lado, queremos que 2025 seja, de facto, um grande ano de promoção na Ásia-Pacífico e, desde logo, vamos juntos, todos, para uma presença muito importante em Osaka e, a partir de Osaka, podemos, então, participar com o Turismo de Portugal e com as regiões, com as agências, para prolongar essa estadia no Japão, mas passá-la também para a Coreia do Sul e depois temos ainda explorar Singapura e a China.

Mas são mercados que vão levar mais tempo?
São mercados que têm estado a levar mais tempo, mas penso que os resultados vão surgir, porque são mercados muito importantes, não só pela sua dimensão, mas também pelo seu poder de compra.

Uma questão de ligações
Para isso também é preciso haver ligações aéreas que tragam turistas para o Porto e Norte?
Do lado dos EUA estamos a resolver essa questão e hoje já não é apenas um exclusivo da TAP. Acho importante que a TAP veja o que está a acontecer. Temos agora a Air Canada a voar para o Porto em 2025, numa ligação a Toronto. Temos também a United Airlines que vai permanecendo e bem na região, mas também já temos a companhia brasileira Azul com ligações diretas a São Paulo e também ao Recife. Temos uma grande, excelente, novidade para 2026, que estamos a tentar antecipar, mas pelo menos está fechado para 2026, que é a maior companhia de aviação do mundo, a Delta Air Lines, a fazer a ligação JFK, e reforço, não é Newark, é JFK – Porto.

Temos a Ethiopian Airlines que, quem desconhece, acha estranho porque é uma companhia africana, quem conhece sabe que é a maior companhia africana e que pode também servir outros mercados, e estamos agora a tentar esse reforço.

Há uma companhia que voa para aquelas latitudes e que está a crescer imenso no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, que é a Turkish Airlines. Recordo que neste momento estamos com 14 voos por semana para Istambul. Importante também saber que para a Turkish acabou a questão de verão ou inverno IATA, é uma operação anual, o que é uma boa notícia. E poderá crescer ainda mais, segundo a indicação que temos.

Temos algumas companhias que passaram a voar para Lisboa e que também nos servem, nomeadamente a Coreia do Sul, com a Korean Air, que estamos a tentar atrair também para o Porto. Já vieram cá, ao mais alto nível, concretamente, o vice-presidente da companhia, conheceu a região, gostou da região, mas quis fazer, e bem, uma primeira experiência a partir de Lisboa, e ao que sabemos, a operação está a correr bastante bem. Pode ser que isso os anime a também querer uma entrada no Porto.

 

Este aeroporto [Porto] pode ajudar a servir o país durante estes próximos 15 anos, porque não tenho a menor dúvida que não será antes disso, e todos já nos mentalizámos, que é o tempo até estar pronto o Novo Aeroporto de Lisboa. Tem de haver alternativas

 

Mas o Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem capacidade para acolher mais voos, mais companhias, mais frequências?
Aí temos um tema importante. O Aeroporto Francisco Sá Carneiro, até à altura da pandemia, estava a crescer 10% ao ano. Isto já é razão mais do que suficiente para merecer um olhar muito atento. Vem a pandemia, o aeroporto, como todos os outros, perdeu tudo. Só que este aeroporto, num ano, recuperou rigorosamente tudo aquilo que tinha perdido com a pandemia. Num ano apenas!

E no ano seguinte, cresce 18%. Agora não está a crescer a 18%, mas cresceu quase 8%. Mas em boa verdade, este aeroporto, que tenha ideia, não há um documento e ninguém quer assumir qual é o número mágico, mas tenho ideia que estaria pensado para cerca de 15 milhões de passageiros. A verdade é que fez 15.900.000 este ano [2024]. Um aeroporto que já atrai mais de 30 companhias e tem mais de 100 rotas.

Um aeroporto que sozinho faz 16 milhões de passageiros quando os três aeroportos vizinhos na Galiza, os três aeroportos juntos, fizeram 5 milhões. Ou seja, há um conjunto de políticas a rever, porque os dados são visíveis e concretos. Dizem-me que há um estudo que permite ao aeroporto crescer até à capacidade de 40 milhões de passageiros sem ter de se deslocalizar, o que é bom, sabendo que vivemos num país onde a localização de um aeroporto demorou “apenas” 50 anos. Portanto, é bom sinal perceber que estamos longe de que nos aconteça o mesmo, mas é claro que isso não acontece sem investimento, sem obra.

Já percebemos que nalgumas horas de ponta já há constrangimento do lado terra, não do lado ar, mas o lado terra é também importante para um bom desempenho do aeroporto, isso, o crescimento do Porto e Norte pode acontecer com a construção de uma segunda pista e um aumento da aerogare. as chegadas ao aeroporto, o estacionamento, os parques, aí já há momentos, de facto, complicados. Por isso, o crescimento do Porto e Norte pode acontecer com a construção de uma segunda pista e um aumento da aerogare.

Mas está previsto, há conversações?
Não sabemos, estamos à espera. Gostaríamos de conhecer e temos desafiado para que se torne público, se é que existem de facto esses projetos. Sabemos que está a ser feita uma obra, neste momento, na única pista que existe. Está a ser feita uma obra interessante e que, justiça seja feita, nomeadamente ao diretor do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Rui Alves, está a ser feita sem impacto, durante a madrugada e não temos tido, de facto, relatos de impactos. Mas trata-se de uma obra de manutenção, de melhoramento daquela infraestrutura.

Nós falamos em algo diferente, estamos a falar em ampliar a infraestrutura, porque a capacidade de atração do aeroporto é evidente e também é evidente outra coisa: este aeroporto pode ajudar a servir o país durante estes próximos 15 anos, porque não tenho a menor dúvida que não será antes disso, e todos já nos mentalizámos, que é o tempo até estar pronto o Novo Aeroporto de Lisboa. Tem de haver alternativas.

Ainda há pouco tempo ouvia o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, dizer, e com razão, que sabemos que, para além da infraestrutura aeroporto, são precisas outras infraestruturas, nomeadamente, vias de acesso, a ponte, que é obrigatória, mas que ninguém sabe onde vai ser localizada. Sabemos o tempo que demoramos e discussões de localizações e de impactos ambientais e de tudo o resto. Portanto, imagine-se a discussão que ainda está por se abrir. Até, de facto, a infraestrutura estar construída, 15 anos é a minha aposta.

O Porto poderia, por isso funcionar quase como um aeroporto satélite?
Diria mais: Porto e Faro. Temos dois aeroportos, ainda por cima, com esta vantagem de um estar localizado a Norte e outro a Sul. Quem fala destas questões com responsabilidade, tem também de puxar pelo aeroporto de Faro.

Porquê? Porque conseguiríamos aqui o pleno, que era permitir que os mercados, nomeadamente, os de longa distância, que vêm para mais dias, que sabemos que não querem passar uma semana nem 15 dias no Porto, que sabemos que gostam de percorrer o país, mas que têm o constrangimento de regressar ao aeroporto de origem, mas poder entrar pelo Norte, percorrer o país, passando por Lisboa, terminando no Algarve, e partirem de lá, ou ao contrário, entrar pelo Algarve e depois saírem pelo Norte, isso seria excelente.

Agora temos estas duas infraestruturas que necessitam de investimento e se houver investimento vão ajudar bastante o país.

Costumo dizer sempre, em tom provocatório, que os 300 km que demora chegar a Lisboa para apanhar uma ligação, são exatamente os mesmos que demora a chegar ao Porto. Curioso, mas a geografia é assim, são 300 km para lá e são 300 km para cá.

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Cabo Verde: Ilha de Santiago vai poder ser explorada em roteiros turísticos

O governo de Cabo Verde vai desenvolver roteiros turísticos em Santiago, iniciativa que visa transformar a ilha-capital num destino turístico de excelência, assegurou o ministro do Turismo e Transportes, José Luís Sá Nogueira.

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O governante fez estas declarações à imprensa local à margem do workshop de “Roteirização turística, cultural e histórica & estudo diagnóstico turismo sustentável da ilha de Santiago”, que decorreu no município de Santa Catarina, e que serviu como marco para definir os principais pontos turísticos da ilha. “O objetivo é traçar rotas que permitam aos visitantes explorar as riquezas culturais e turísticas de Santiago”, afirmou Sá Nogueira.

A proposta, avança a imprensa cabo-verdiana, inclui a digitalização das rotas por meio de QRcode, permitindo que os turistas tenham acesso a informações sobre os pontos turísticos antes mesmo de chegarem a Cabo Verde. Com essa abordagem, os visitantes saberão exatamente o que esperar de cada atração, desde a cidade da Praia à Serra Malagueta, Tarrafal, Santa Catarina, entre outros pontos.

O ministro também ressaltou a assinatura de um protocolo de colaboração entre o governo e os parceiros, para requalificar urbanamente as aldeias turísticas da ilha, aumentando a sua atratividade e estimulando a economia local.

Com a implementação deste projeto, a ilha de Santiago se prepara para receber um novo fluxo de turistas, prometendo experiências autênticas e enriquecedoras que refletem a cultura e a história local.

O workshop foi promovido pelo Ministério do Turismo e Transportes, em parceria com a Universidade de Cabo Verde (Projeto Empreatur) e a Associação dos Municípios de Santiago, com o apoio da Cooperação das Canárias e da Cooperação Espanhola.

 

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Brasil estabelece novo recorde ao receber mais de 3,7 milhões de turistas estrangeiros no 1.º trimestre

O Brasil recebeu, nos três primeiros meses de 2025, mais de 3,7 milhões de turistas estrangeiros, um novo recorde turístico para o país, que traduz um crescimento de 47,8% face ao mesmo período do ano passado.

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O Brasil recebeu, nos três primeiros meses de 2025, mais de 3,7 milhões de turistas estrangeiros, um novo recorde turístico para o país, que traduz um crescimento de 47,8% face ao mesmo período do ano passado.

Segundo a Lusa, que cita dados do Governo brasileiro, no primeiro trimestre, o Brasil recebeu um total de 3.739.649 milhões de turistas estrangeiros, número que terá sido impulsionado pelo verão brasileiro, assim como pelas festividades de Carnaval.

Entre os mercados que mais se destacaram neste primeiro trimestre, avança um comunicado do Ministério do Turismo do Brasil, estão os europeus, que cresceram 88,29% neste período, com países como França, Portugal, Alemanha, Reino Unido, Itália e Espanha a liderarem a lista de visitantes europeus.

Recorde-se que o Brasil definiu uma estratégia, denominada Plano Nacional de Turismo, que visa tornar o país no principal destino turístico da América do Sul até 2027 e que prevê que o Brasil passe a receber 8,1 milhões de turistas por ano.

No ano passado, o Brasil recebeu um total de 6,65 milhões de turistas estrangeiros, crescimento de 12,6% face a 2023, que incluiu 200.081 turistas provenientes de Portugal, aumento de 9,66% face ao ano anterior.

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Dino Parque Lourinhã ganha novos “habitantes”

Dois dos maiores dinossauros que alguma vez pisaram a Terra – Giganotosaurus e Gigantoraptor – acabam de chegar ao Dino Parque Lourinhã, prometendo impressionar e despertar a curiosidade de visitantes de todas as idades.

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Estes modelos, em tamanho real estão agora integrados no trilho do Cretácico do parque. Com dimensões comparáveis às do famoso Tyrannosaurus rex, o Giganotosaurus é o maior dinossauro carnívoro descoberto na América do Sul. A cabeça deste imponente exemplar do período Cretácico, com um comprimento equiparável à altura de um homem adulto, exibe uma impressionante dentição serrilhada, própria de um predador letal, sendo mesmo um dos maiores predadores terrestes que já existiram.

Já o Gigantoraptor, proveniente da Mongólia, combina uma aparência curiosa com um tamanho surpreendente: oito metros de comprimento e um bico afiado e poderoso, capaz de se defender ferozmente, sobretudo na proteção dos seus ovos, ao ponto de arrancar um membro a visitantes não desejados com apenas uma investida.

A chegada destas duas novas espécies, que se juntam às mais de duas centenas de habitantes permanentes do Dino Parque Lourinhã, proporciona aos visitantes a possibilidade de conhecer, de perto, com um nível de detalhe e precisão científica, dois dos maiores dinossauros que habitaram o planeta.

Ao longo de cinco trilhos ao ar livre, é possível observar mais de 200 modelos à escala real, distribuídos pelos principais períodos da história dos dinossauros, com uma experiência totalmente imersiva que alia ciência, natureza e entretenimento, num espaço pensado para todas as idades.

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Disneyland Paris está cheia de novidades

A Disneyland Paris, que abriu as suas portas em abril de 1992 e contabiliza mais de 375 milhões de visitas desde a sua inauguração, está cheia de novidades, apostando em novos investimentos que passam, nomeadamente pela transformação do que foi durante tanto tempo conhecido como Walt Disney Studios, a Disney Adventure World, novas atrações e grande remodelação de um dos seus sete hotéis, o Disney Sequoia Lodge.

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Para assinalar a passagem dos seus 33 anos de existência, o lugar onde os sonhos se tornam realidade revelou imagens inéditas e novos detalhes sobre a sua transformação. O segundo Parque do resort está a passar por uma grande expansão e a adotar uma nova visão criativa. E quando a sua nova área temática, World of Frozen, abrir portas em 2026, o parque — que durante tanto tempo foi conhecido como Walt Disney Studios — passará a chamar-se Disney Adventure World.

As construções estão em pleno andamento para a chegada do Disney Adventure World como segundo parque. O primeiro grande marco acontece já no próximo dia 15 de maio com a abertura do World Premiere, que transportará os visitantes para o coração de uma glamorosa estreia de um filme em Hollywood. A decoração exclusiva, os espaços renovados e a nova narrativa irão mergulhar visitantes de todas as idades num verdadeiro boulevard de Hollywood, reconhecível pelas palmeiras, estilos arquitetónicos variados, as icónicas estrelas no chão e referências aos seus famosos cinemas. No World Premiere, os visitantes poderão desfrutar de uma grande variedade de experiências, como o restaurante Hollywood Gardens, um novo espaço de restauração com deliciosas opções de serviço rápido. Também estarão disponíveis snacks e bebidas para levar no quiosque Searchlight. E para os fãs de compras, a Mickey’s of Hollywood Boutique será uma paragem obrigatória, inspirada nos clássicos grandes armazéns americanos dos anos 1920.

Ao saírem do edifício, os visitantes chegarão ao coração da World Premiere Plaza, uma zona que reúne vários teatros, como o Studio Theater, o Studio D e o Animagique Theater, onde são apresentados diariamente inúmeros espetáculos que celebram as histórias da Disney Animation e da Pixar.

“Como parte do plano de investimento de 2 mil milhões de euros anunciado em 2018, continuamos a reinventar este Parque com uma nova visão criativa. No final deste percurso de expansão – que inclui a abertura de Adventure Way, Adventure Bay e World of Frozen em 2026, e mais tarde uma área temática dedicada a “O Rei Leão” – teremos reinventado mais de 90% da oferta do Parque desde a sua inauguração em 2002, e quase duplicado a sua área, tornando-o numa experiência imperdível”, declarou Natacha Rafalski, presidente da Disneyland Paris.

Foram também revelados novos detalhes sobre a futura área temática dedicada ao filme O Rei Leão, dos Walt Disney Animation Studios, e será ainda adicionada ao Adventure Way uma nova atração familiar inspirada no filme Up – Altamente, dos Pixar Animation Studios, elevando a experiência dos visitantes a um novo patamar.

E as novidades não ficam por aqui. O resort anunciou também uma grande remodelação de um dos seus sete hotéis, o Disney Sequoia Lodge, inspirado pela admiração de Walt Disney pela natureza –, além de revelar a data de abertura de reservas dos novos bungalows do Disney Davy Crockett Ranch, que estarão disponíveis após o verão de 2025. Por fim, no Disney Village, estão prestes a abrir as portas uma LEGO Store totalmente reinventada e uma nova loja inteiramente dedicada à decoração Disney para o lar.

Atualmente, complexo Disneyland Paris, que celebrou o seu 33º aniversário, inclui dois grandes parques temáticos, sete Hotéis Disney temáticos, o complexo de lazer Disney Village e um dos principais locais para a realização de eventos corporativos na Europa. Emprega 18 mil colaboradores, que desempenham mais de 500 funções diferentes e representam 124 nacionalidades.

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Receitas turísticas crescem 3,7% em fevereiro e já somam mais de 3MM€ em 2025

As receitas turísticas voltaram a crescer em fevereiro, somando 1481,90 milhões de euros, aumento de 3,7% face a fevereiro de 2024 que contribuiu para que, no acumulado de 2025, este indicador ultrapasse já os três mil milhões de euros, na primeira vez em que este resultado é alcançado nos dois primeiros meses do ano, segundo dados do Banco de Portugal (BdP).

Inês de Matos

As receitas provenientes da atividade turística voltaram a crescer em fevereiro, somando 1481,90 milhões de euros, valor que corresponde a um aumento de 3,7% ou 52,62 milhões de euros face ao resultado de fevereiro de 2024, segundo dados do Banco de Portugal (BdP).

Os números divulgados pelo BdP esta quarta-feira, 16 de abril, mostram que as receitas turísticas de fevereiro, que se encontram pelos gastos dos turistas estrangeiros em Portugal, ficaram 3,9% abaixo do valor registado em janeiro, que tinha sido de 1542,15 milhões de euros, ainda que apresentem um crescimento de 3,7% comparativamente a mês homólogo do ano passado.

Tal como as receitas turísticas, também as importações do turismo, que resultam dos gastos dos turistas portugueses no estrangeiro, cresceram em fevereiro, somando 331,24 milhões de euros, o que representa um crescimento de 1,7% face aos 325,72 milhões de euros apurados no mesmo mês do ano passado.

E também neste indicador o crescimento de fevereiro foi menor em comparação com o registado no primeiro mês do ano, verificando-se uma queda de 3,5% face aos 343,20 milhões de euros apurados nas importações turísticas de janeiro.

Já o saldo da rubrica Viagens e Turismo chegou aos 1150,65 milhões de euros em fevereiro, 4,3% acima dos 1103,56 milhões de euros contabilizados no mesmo mês de 2024, ainda que também este indicador reflita uma descida de 4% face aos 1198,95 milhões de euros apurados em janeiro deste ano.

Acumulado desde janeiro cresce 6,2% e já ultrapassa os 3MM€

Os números dos dois primeiros meses de 2025 indicam que as receitas turísticas estão a crescer e já ultrapassam os três mil milhões de euros, naquela que é a primeira vez na história em que este valor é alcançado nos dois primeiros meses do ano.

Os dados do BdP mostram que o valor das receitas turísticas dos dois primeiros meses do ano chega aos 3024,05 milhões de euros, já que os 1481,90 milhões de euros de fevereiro se somam aos 1542,15 milhões de euros de janeiro, o que resulta num crescimento de 6,2% face aos 2848,06 milhões de euros registados nos dois primeiros meses de 2024..

Tal como as receitas turísticas, também nas importações do turismo há um crescimento no acumulado dos dois primeiros meses de 2025, já que este indicador somou 656,96 milhões de euros em janeiro e fevereiro, o que traduz um ligeiro aumento de 0,6% face aos 653,09 milhões de euros apurados nos dois primeiros meses do ano passado.

A mesma tendência apresenta o saldo acumulado das Viagens e Turismo, que chega aos 2349,6 milhões de euros, o que representa um aumento de 7% comparativamente aos 2194,97 milhões de euros de janeiro e fevereiro de 2024.

O BdP destaca o crescimento do saldo da rubrica Viagens e Turismo como fundamental para o excedente da balança de serviços nos dois primeiros meses de 2025, que chegou aos 504 milhões de euros e foi “justificado maioritariamente pela evolução do saldo dos serviços técnicos, relacionados com o comércio e outros serviços fornecidos por empresas (+176 milhões de euros), e das viagens e turismo (+155 milhões de euros)”.

 

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TAP adota pagamentos flexíveis da Klarna

Com esta parceria, a TAP Air Portugal torna-se a primeira companhia aérea da Europa Ocidental a lançar os produtos BNPL da rede Klarna.

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A TAP Air Portugal e a rede de pagamentos e comércio Klarna, baseada numa plataforma de Inteligência Artificial, estabeleceram uma parceria que vai permitir aos passageiros em Portugal reservar voos com mais flexibilidade.

A partir de agora, os clientes que comprem bilhetes em www.flytap.com podem optar pelo pagamento da viagem através da rede Klarna, escolhendo logo se preferem pagar em três vezes – dividindo o custo da sua reserva em três prestações iguais e sem juros – ou se preferem um pagamento único.

Alexandre Fernandes, diretor da Klarna para Portugal e Espanha, refere que este é “a uma forma mais inteligente de reservar a próxima viagem com a TAP”. O responsável da Klarna adianta ainda, em comunicado, que “como companhia aérea líder em Portugal, a TAP liga os viajantes ao mundo e a Klarna está aqui para os ligar a uma melhor forma de pagar, podendo agora escolher Klarna no checkout para pagamentos flexíveis e sem juros”.

Do lado da TAP, Renato Inácio, diretor Sénior de Corporate Finance da companhia aérea, considera que, “mais uma vez, a TAP está a liderar o caminho da inovação, oferecendo aos clientes soluções de pagamento de viagens de ponta, fiáveis e sem falhas. Esta parceria com a Klarna aumenta a nossa flexibilidade de pagamento, permitindo que os clientes escolham a opção que melhor se adapta às suas necessidades”.

Renato Inácio destaca ainda o facto de a TAP estar “entre as primeiras companhias aéreas europeias a integrar os serviços da Klarna, reafirmando a posição da TAP como pioneira na transformação digital no sector aéreo e o nosso compromisso contínuo em proporcionar uma experiência de viagem mais acessível e centrada no cliente”.

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Empresas turísticas atingidas pela tempestade Martinho vão ter apoios de 5M€

O regulamento específico da “Linha de Apoio ao Investimento de Reposição das Empresas Turísticas 2025 – Tempestade Martinho”, com uma dotação de cinco milhões de euros, assegurada exclusivamente por receitas próprias do Turismo de Portugal, foi publicado esta quinta-feira em Diário da República.

Esta linha de apoio destina-se a fazer face ao investimento necessário para recuperação e reabilitação dos ativos empresariais na área do turismo danificados, total ou parcialmente, pela tempestade ocorrida em Portugal entre os dias 18 e 20 de março deste ano, e a reposição da normal atividade económica das empresas.

Entre os dias 18 e 20 de março do corrente ano, Portugal sofreu as consequências de uma tempestade de forte intensidade, denominada tempestade Martinho, que provocou danos significativos no território continental nacional, incluindo nas empresas cujos ativos, pela natureza da respetiva atividade, se encontram mais expostos a este tipo de intempéries, indica o documento. Nesse âmbito, encontram-se as empresas do turismo, seja porque umas desenvolvem já a sua atividade no exterior, seja porque outras dispõem de espaços e de ativos localizados no exterior dos respetivos estabelecimentos, como é o caso dos estabelecimentos de restauração, fortemente atingidos por aquela tempestade.

Podem candidatar-se a estes apoios micro, pequenas e médias empresas que exerçam atividades turísticas, que sofreram danos com a tempestade de março, “podendo aceder até um apoio máximo de 50 mil euros por empresa, ou 85% das despesas para reabilitar o seu negócio”, refere o regulamento.

A apresentação de candidaturas terá de ser formalizada por via eletrónica junto do Turismo de Portugal, que tem um prazo de 20 dias úteis para dar uma resposta.

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Guia de Turismo Industrial do Alentejo e Ribatejo reúne 29 recursos turísticos e experiências

O Guia de Turismo Industrial do Alentejo e Ribatejo, que acaba de ser lançado dá a oportunidade de descobrir o saber-fazer da região, reunindo 29 recursos e múltiplas experiências.

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A Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo apresentou, no Lagar Casa Relvas, na Vidigueira, o novo Guia de Turismo Industrial do Alentejo e Ribatejo, instrumento que reúne 29 recursos turísticos ligados à indústria viva e ao património industrial da região. A sessão contou com a presença de diversos parceiros e assinalou ainda a assinatura da Declaração de Colaboração para a Dinamização do Turismo Industrial em Portugal por seis entidades.

Este novo guia dá a conhecer empresas que abrem as portas aos visitantes para mostrar como e o que produzem, bem como museus e centros interpretativos que preservam a memória do passado industrial, e disponibiliza informação detalhada sobre 19 recursos de indústria viva e 10 de património industrial, integrando recursos dos setores agroalimentar, indústria extrativa, moda e têxtil, entre outros.

Cada recurso é apresentado com dados completos: endereço, contactos, georreferenciação, site e redes sociais, texto de apresentação, condições de visita, acessibilidades e programas especiais. As versões digitais (PDF e EPUB) oferecem uma experiência interativa, com acesso direto a sites, contactos telefónicos, redes sociais e email, bem como funcionalidades de leitura personalizada, marcação de favoritos, anotações e leitura em voz alta – tornando o guia acessível a diferentes públicos e dispositivos, como e-readers, smartphones e tablets.

O Guia de Turismo Industrial do Alentejo e Ribatejo está disponível em português e inglês, estando prevista a sua edição em papel e a tradução para castelhano.

Para José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, este é um guia “fundamental para diversificar e enriquecer a nossa oferta turística, concedendo mais argumentos aos operadores para a construção de novos itinerários e novos fatores de atração aos turistas, destacando que “no passado tínhamos feito algum trabalho de organização da oferta, mas faltava-nos dar o salto para a estruturação da comercialização e promoção. É o que estamos a fazer agora com este guia”.

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