Transavia: “Confiança é o mais importante para estimular a procura”
Nicolas Henin, Chief Commercial Officer da Transavia, que falava na web conferência “Porto e Norte: Preparar o futuro”, organizada pelo Publituris, considera que “tudo o que puder ser feito localmente e comunicado para garantir que é seguro viajar apara Portugal é a chave” para a retoma.

Raquel Relvas Neto
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Com os aviões em terra desde 25 de março, a Transavia, do Grupo Air France /KLM, está a preparar e a analisar a retoma da sua operação aérea já no próximo mês de junho.
Nicolas Henin, Chief Commercial Officer da Transavia, que falava na web conferência “Porto e Norte: Preparar o futuro”, organizada pelo Publituris com o apoio da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, explicava que a reabertura das operações da companhia aérea, seja dos Países Baixos ou de França, está prevista para meados e finais do mês de junho, mas que este reinício depende de vários fatores alheios à companhia aérea. Desde “a situação sanitária e as restrições que temos em França e Países Baixos e em todos os países dos nossos destinos”, indicou, como a reabertura das fronteiras de vários países ou a quarentena obrigatória em alguns destinos. “Por exemplo, viajar para fora de França é proibido a menos que tenhas uma boa razão para isso, mas geralmente não podes voar para fora de França pelo menos até 2 de junho. Esse é o próximo passo e que vai ser revisto no final de maio”, referiu, salientando que, o principal aeroporto da companhia aérea em França – Paris Orly – está totalmente encerrado e a sua reabertura está prevista a 26 de junho. “De Paris essa deve ser a data possível para retomarmos os voos e das outras cidades francesas, como Lyon e Nantes, estamos a prever abrir em meados de junho. Dos Países Baixos, disponho de menos informação, mas a previsão é que a retoma seja um pouco mais cedo, na terceira semana de junho. No geral, estamos a falar de meados ou finais de junho para a maioria das nossas operações”, afirmou.
Quanto aos destinos para os quais vão retomar primeiro as ligações aéreas da Transavia, o responsável esclareceu que vai depender das medidas e restrições de cada país em questão, mas sobretudo da procura que existe para determinado destino. Nicolas Henin realçou que, Portugal “está muito bem posicionado” nesta questão. A abertura de voos para Portugal é sustentada pela existência de uma comunidade “muito forte” de emigrantes em França, que deseja viajar para Portugal. “Esta é uma base muito sólida para começar a nossa operação, porque sabemos que existe uma comunidade que deseja voar assim que reabrirmos os voos e que seja permitido voar”, realçou, sublinhando que a visita a familiares e amigos vai ser a primeira motivação das viagens, seguida posteriormente dos turistas.
Para Nicolas Henin, no que diz respeito à atração de turistas, é relevante que “Portugal seja um dos países da Europa que deseja receber turistas no verão. Isso é um bom sinal para nós”. A par disso, medidas como o ‘Clean & Safe’, por exemplo, trazem “confiança ao turista e isso é um importante e interessante sinal para retomarmos as operações, porque sabemos que junto da comunidade e dos turistas vai existir confiança para viajar”.
O Chief Commercial Officer da Transavia salientou que a perceção de segurança é um fator essencial para os governos comunicarem. “É muito importante dar confiança aos passageiros e turistas para viajar. Isso é o mais importante para estimular a procura. Tudo o que puder ser feito localmente e comunicado para garantir que é seguro viajar apara Portugal é a chave” para a retoma, reforçou.
Quanto à possível eliminação de taxas aeroportuárias como medidas de estímulo às companhias aéreas retomarem os voos para o país, o responsável da Transavia enalteceu que “tudo ajuda”, acrescentando que a companhia aérea tem de analisar se os preços dos bilhetes “são baixos o suficiente para estimular as viagens no início”. Contudo, sublinhou que o factor preço só será um elemento chave depois de restaurada a confiança para viajar. “Claro que tudo o que possa contribuir para mantermos os preços baixos vai ser bem-vindo”, frisou.
A bordo
E que medidas vai implementar a Transavia nos seus voos? Nicolas Henin apontou como exemplo o que já tem sido prática nos voos da Air France, que manteve algumas das suas ligações aéreas, e cujo exemplo de medidas sanitárias a bordo e não só podem ser replicadas também na Transavia. “Estamos a analisar com muito cuidado no momento, porque o mais importante para a nossa operação é que os passageiros possam viajar de um modo seguro. Essa é a chave para trazer confiança aos passageiros para voltarem a entrar num avião”. Medição da temperatura dos passageiros antes do embarque, utilização de máscaras pelos mesmos mas também pela tripulação de cabine durante os voos, renovação do ar da cabine de cinco em cinco minutos, alteração do serviço a bordo são alguns exemplos do que será implementado e que está a ser analisado pela companhia aérea. Contudo o responsável alertou para a necessidade de haver uma regulamentação sanitária para os procedimentos das companhias aéreas comum aos vários países, sobretudo na Europa, para facilitar o cumprimento das regras por parte das transportadoras aéreas.